1.6.10

O dono do pedaço

Com pompas dignas de Ronaldo, Roberto Carlos chegou ao Parque São Jorge no início do ano. Depois de 15 anos jogando na Europa, o lateral esquerdo retornava ao Brasil sob dois aspectos: chegou como a grande contratação para o ano do centenário – mesmo às vésperas de completar 37 anos. Mas também ainda estava marcado, para muitos torcedores, pelo lance que eliminou o Brasil da Copa de 2006, em bola erguida na área para o gol de Thierry Henry, da França.

Nos primeiros jogos, expulsões diante do Palmeiras e Santos. Muito criticado, o lateral não convenceu nas explicações e foi cobrado pela afobação que caracterizou os lances. Contudo, aos poucos, Roberto Carlos foi evoluindo em meio ao Paulistão e se mostrou uma peça importante na Libertadores – da qual o time acabaria eliminado precocemente.

Ao contrário de Ronaldo, às voltas com a má forma física e contusões musculares, Roberto Carlos esbanja vitalidade, sendo um dos atletas que mais atuaram pela equipe nesta temporada. Com características bem diferentes do seu antecessor André Santos - que era mais técnico e jogava em diagonal, mas pecava na defesa – Roberto Carlos sabe controlar seu ímpeto de atacar. Ajudando a fechar bem os espaços pela esquerda, o lateral sobe apenas nas horas seguras, dá lançamentos aos atacantes do campo de defesa, além de desarmar os adversários sem a estabanação no começo do ano. Os cruzamentos e bolas paradas de média e longa distância viraram arma do Corinthians de Mano Menezes.

A boa fase fez com que vários jornalistas esportivos (inclusive este que vos tecla) lembrarem que com tal humildade, maturidade e momento, Roberto Carlos seria de grande valia na Seleção de Dunga, que tem dois atletas improvisados no setor: Gilberto virou meia armador no Cruzeiro, enquanto Michel Bastos atuou até como extremo pela direita no Lyon. Principalmente na defesa, ambos comprometem o lado esquerdo – Bastos saiu na frente como titular.

Mas a exemplo do que Dunga fez no meio campo, foram escolhidos atletas que estivesse “comprometidos” com a Seleção, mesmo que eles não estejam em boa fase ou estejam talhados para desenvolver tais funções dentro da equipe. Apesar de bons aspectos dentro do Brasil, a equipe, inegavelmente, perde com a ausência de jogadores como ele. Resta esperar como os “improvisados” atuarão durante a Copa do Mundo.

2 comentários:

Filipe Araújo disse...

Está muito bem mesmo o Roberto Carlos! Superando minhas expectativas.

Saludos!

http://gambetas.blogspot.com

Campo de Jogo disse...

O futebol do Roberto Carlos vem crescendo mesmo, enquanto Ronaldo fica no estaleiro.
Ronaldo quase nem joga mais, resolvi até escrever sobre isso no meu blog. Será que o Ronaldo ainda é importante pro Corinthians??