24.10.12

Italianos em baixa

1 a 1 - Empate heroico frente a Juventus
Dinamarqueses do Nordsjaelland comemoram gol de Beckmann
 
Ao final da terceira rodada da fase de grupos da Champions League já podemos tirar algumas conclusões. Talvez a principal delas é a de que a decadência do futebol italiano diante seus principais adversários europeus está cada vez mais evidente.

Não bastasse a decepcionante eliminação da Udinese ainda na fase eliminatória frente ao Braga, após o ex-botafoguense Maicosuel desperdiçar um pênalti batido com muita displiscência, os atuais campeão e vice do Calcio, Juventus e Milan, também não fazem campanhas convincentes. Pelo menos por hora.

Invicta na temporada, La Vecchia Signora faz uma campanha tranquila na liga local, permencendo na ponta da tabela quatro pontos a frente do vice-líder Napoli. O problema é que o time de Turim não consegue obter os mesmos resultados quando atua no torneio continental. Após três empates seguidos, conclue-se que o maior pecado da Juve é a falta de improviso. Burocrática, quando não força situações para as perigosas bolas paradas de Pirlo, limita-se a rodar a bola de um lado a outro até que apareça um atleta em condições de efetuar o chute.

Apesar de formar a base da seleção italiana e possuir uma defesa respeitável liderada pelo quarteto formado por Buffon, Chiellini, Barzagli e Marchísio, os alvinegros não conseguem manter a mesma consttância quando atacam. Talvez até seja por isso que um dos artilheiros da equipe até o momento seja o volante Vidal, com 4 tentos anotados. Nem mesmo a sombra do grandalhão Bendtner fizeram Vucinic e Giovinco melhorarem seu desempenho...

Já pelos lados de Milão, a situação é ainda pior. Ostentando apenas a décima quinta colocação na Série A, os milaneses sofrem as consequências de terem realizado uma tardia renovação em seu elenco. Sem Nesta e Thiago Silva a defesa rossonera abusa dos erros. Apesar de possuir boas peças no meio-campo que destacam-se pela virilidade como Boateng e Emanuelson, o setor ainda sente a ausência de um meia cerebral. Montolivo deveria ser este meia. Mas ainda não é.

Outro ponto discutível são as escalações de Massimiliano Allegri. Apesar do treinador ter todos os méritos por ter bancado a titularidade do jovem atacante El-Shaarawy (artilheiro da equipe na temporada com 6 gols), não dá para entender certas preferências como o inconstante Abbiati ou o inoperante Bojan Krkic. O time limita-se a contra-atacar. Não à toa Los Diávolos acumulam vexames em casa, como nas derrotas para Sampdoria e Atalanta ou no empate com o Anderlecht.

Ainda assim, confio em minha opinião e acredito que os italianos estarão na próxima fase da competição. Uma coisa, porém, é certa: se ambos desejam enfrentar os maiores esquadrões do Velho Continente em pé de igualdade muitas coisas terão que melhorar...

11.10.12

Já é

Pintou o campeão? Fluminense supera, em Salvador, 
o ascendente Bahia e abre nove pontos do vice-líder 
Anos atrás se você fosse numa balada no Rio de Janeiro a abordagem mais direta ao encontrar uma garota era simples. Bastava perguntar: Já é, ou já era? Se a moça dissesse “já era”, amigo, você poderia virar às costas e procurar outro “alvo”. Mas se a resposta fosse “já passa é”, “tu” podia comemorar. O xaveco havia dado certo... 

Brincadeiras à parte, não pensei numa alusão melhor para ilustrar o atual momento do Fluminense no Brasileirão 2012. Demonstrando um aproveitamento invejável o Tricolor das Laranjeiras aproveita-se da irregularidade de seus adversários para permanecer cada vez mais intacto na ponta da tabela.

Seguindo a máxima de que um bom time inicia-se por um bom goleiro, o Flu possui o melhor arqueiro da competição até o momento. Com valorosas defesas, Diego Cavalieri passa muita confiança a seus defensores. Comtodo respeito a corinthianos e botafoguenses, mas não dá para entender por que o arqueiro é preterido na seleção de Mano Menezes diante opções como Cássio e Jefferson. Diego é melhor que ambos.

Sem contar no outro nome esquecido pelo treinador da seleção: o centroavante Fred. Apesar de não contar com o mesmo fôlego de outrora, na época da Copa de 2002, o atual artilheiro do Campeonato Brasileiro certamente é um dos destaques da posição na atualidade, ao lado de Leandro Damião e Luís Fabiano. Experiente, alia explosão e oportunismo.

Além dos dois, o campeão brasileiro de 2010 conta com vários nomes de destaque, como o habilidoso Thiago Neves, o cerebral Deco, o vigoroso Gum ou o veloz Wellington Nem. Ótima base que, mesclada a jovens promissores como Digão, Samuel e Marcos Júnior faz dos “Guerreiros cariocas” o time a ser batido. Até mesmo atletas que andavam em baixa como Carlinhos, Jean e Leandro Euzebio melhoraram veementemente.

E convenhamos que, cá entre nós, depois da acachapante derrota do vice-líder Atlético-MG frente ao Internacional, mesmo que o Grêmio passe pelo Sport amanhã, não há como não imaginar que mediante tais circunstâncias se o campeonato fosse personificado numa funkeira, ela diria: “Fluminense já é!”

7.10.12

Domingo de dérbis

Cristiano Ronaldo comemora seu primeiro gol contra o Barça
Tudo igual na Catalunha

Devido às eleições, o futebol brasileiro viveu um incomum ostracismo neste domingo, uma vez que a rodada fora antecipada para o sábado. Desta forma, os fãs do futebol nacional que quiseram acompanhar um joguinho tiveram que recorrer à Europa. Menos mal que o dia foi recheado por vários clássicos no Velho Continente. Bem, se você não sabia disso e não acompanhou as partidas confira o que rolou neste dia 07: 

Barcelona vs. Real Madrid 
Os protagonistas de sempre 


No Camp Nou não foi apenas o jogo que terminou em igualdade (2 a 2). Messi e Cristiano Ronaldo, com belas atuações, também empataram em seu duelo particular com dois tentos cada. Afinal, apesar de a partida ter sido disputada na Catalunha foi o time merengue quem comandou as ações da primeira etapa e por pouco, não abriu dois gols de vantagem frente ao rival. Ah, se Benzema e Di Maria tivessem acertado o alvo... 


Méritos para José Mourinho e seu 4-4-1-1 que conteve os avanços dos alas blaugranas (Daniel Alves e Jordi Alba) e minou os perigosos lançamentos em profundidade de Xavi e Iniesta. É lógico que, se a bola na trave de Montoya tivesse entrado, todos lembrariam que o Barça foi mais consistente na etapa complementar e, ao contrário do primeiro tempo, encurralou o adversário. Placar justo.     

Milan vs. Internazionale 
Faltou pontaria


Três minutos de jogo. Este foi o momento em que Samuel marcou de cabeça o único tento do Derby della Madonnina.   Engana-se, porém, quem acredita que o jogo foi fácil. Exceto por dois lances isolados de Milito, após o “gol relâmpago” os neroazzurris praticamente não incomodaram o arqueiro Abbiati. Substituindo o poupado Sneijder, nem o brasuca Phillipe Coutinho repetiu as boas atuações de outrora e acabou substituído. 


Mesmo com um atleta a mais durante bom tempo (Nagatomo foi expulso aos 2 minutos da segunda etapa), a equipe rossonera foi incapaz de furar o forte bloqueio adversário. Para piorar, o treinador milanês Massimiliano Allegri escala mal o ataque e insiste com El-Shaarawy e Bojan, ao invés de Pazzini e Robinho. Não à toa, foram os avantes reservas que originaram um pênalti ignorado pelo árbitro. Ainda assim, não há como poupar a incompetência ofensiva de Boateng, Montolivo e companhia. 

Olympique de Marselha vs. Paris Saint-Germain
Quarenta e cinco minutos e só 


No Velodróme, cada etapa teve uma história diferente. No 1º tempo, marselheses e parisienses fizeram uma partida bem movimentada com várias chances de gols para ambas as equipes. Gignac duas vezes e Ibrahimovic também duas vezes deram números ao placar. Destaque negativo, inclusive, para o posicionamento errôneo dos defensores brasileiros Thiago Silva e Alex no segundo gol do francês.  


Na etapa complementar, houve outro jogo. Os pontas-de-lança Valbuena (pelo lado do Olympique) e Menez (pelo lado do PSG) que eram os motores de suas equipes até então, cansaram. A partir daí ambos evitaram avançar e desproteger-se defensivamente. A meu ver, ponto negativo para a equipe do treinador Carlo Ancelotti. Uma vez que o PSG possui um melhor elenco e uma maior qualidade na reposição de atletas, não dá para entender esta postura demasiadamente defensiva.

3.10.12

Restam 3

Faltando pouco mais de dois meses para o início do Mundial de Clubes da FIFA, três das sete vagas para a edição de 2012 permanecem em aberto. Além dos anfitriões, que esperam o término do campeonato local para definir seu representante, África e Ásia também não têm seus campeões. Para entrar no clima do torneio o Opinião FC mostra quais são os candidatos a estas vagas. Confira...

Palpites Opinião FC: Urawa Red Diamonds (JAP), Al-Ittihad (ASA) e Esperance (TUN)


Japão
A sete rodadas do fim, três equipes encabeçam a J-League: o Sanfrecce Hiroshima, o Vegalta Sendai e o Urawa Red Diamonds. Líder da liga e detentor do artilheiro do certame, o japonês Hisato Satõ – com 18 gols, o Sanfrecce dos selecionáveis Nishikawa, Moriwari e Mizumoto deveria ser o principal favorito. Ou então, poderia ser o surpreendente Vegalta dos brasileiros Wilson (ex-Corinthians) e Deyvid Sacconi e dos coreanos Park Joo-Sung e Ryang.

Prefiro, porém, apostar numa virada do Urawa, clube mais tradicional do país que tem um elenco que consegue mesclar nomes experientes como Abe, Suzuki, Hirakawa e Tsuboi com jovens promessas como Makino, Kashiwagi e Haraguchi. Além disso, o Urawa ainda enfrenta seus dois principais concorrentes, ou seja, depende apenas de suas forças...

Ásia
Com o término das quartas-de-finais asiáticas nesta última quarta-feira, quatro times restam na briga: os sauditas Al-Ittihad e Al-Ahli, o uzbeque Bunyodkor e o sul-coreano Ulsan. Após eliminar o milionário chinês Guangzhou Evergrande de Conca, Lucas Barríos e Muriqui, o Al-Ittihad aparece como o maior favorito. O elenco dos Tigres é muito experiente: possui uma zaga experiente com Al-Montashari, Tukar e Hazzazi, além de um meio-campo repleto de atletas rodados como Diego Souza, Noor e Mbami...

Correndo por fora temos o Ulsan, única equipe invicta da competição, que tem bons valores como o veloz meia-atacante Lee, o experiente capitão Kwak Tae e o desconhecido avante brasileiro Rafinha. Os outros semifinalistas podem ser considerados totais azarões. Se o Al-Ahli aposta na trinca ofensiva formada pelos estrangeiros Victor Simões-Diego Morales-Al Hosni, o Bunyodkor (ex-time de Rivaldo) confia no entrosamento da equipe e no potencial do seu treinador Mirjalol Qosimov (que também comanda a seleção).

África 
Pouco mais adiantada em relação aos demais, a Liga Africana inicia suas semifinais neste fim de semana. Atual campeão africano e base da seleção tunisiana (com sete selecionáveis, dentre eles o goleiro Cherifia, os defensores Chemmam e Hichri e o meia Traoui), o Esperance é o principal candidato a vaga. Reforçado pela aquisição do ganês Emmanuel Clottey, artilheiro do torneio pelo Berekum Chelsea com 12 gols, os aurirrubros só não podem tropeçar na soberba ao enfrentarem o Mazembe. 

Liderado pelo folclórico arqueiro Kidiaba o campeão congolês possui quase os mesmos jogadores que surpreenderam o Inter em 2010, como Kalaba, Singuluma, Nkulukutu e Mputo. Entrosamento não será problema.

No outro jogo, o envelhecido Al Ahly deve passar pelos nigerianos do Sunshine Stars. Há varios nomes conhecidos na equipe egípcia: Aboutrika, Gomaa, Geddo, Fathy, Moteab, Bakarat... Além deles destaque para a jovem dupla ofensiva formada por Konan e Mahmoud “Trezeguet” Hassan. Quanto ao Sunshine, uma provável classificação seria milagrosa. Formado por vários desconhecidos, mesmo no continente, os nigerianos dependem, e muito, dos gols da revelação Azuka.