31.1.07

Recomeço

Capello conseguiu o que queria. Faxinou o "último dos galáticos" para fora do Real. Após uma novela dramática, Ronaldo tentará renascer em Milão, cidade que lhe traz boas e más recordações da época que defendia a Inter. O site do Milan anunciou em letras garrafais e reluzentes a chegada de "Ronie", como o fenômeno é carinhosamente apelidado na imprensa européia.

A transferência acertada entre o Real e o Milan para a venda dos direitos federativos de Ronaldo foi de aproximadamente 7,5 milhões de euros. Para o Milan, um bom negócio, apesar do fenômeno não estar no auge de sua forma técnica e física. Já para os merengues, um prejuízo financeiro de quase 85%, pois Ronaldo foi adquirido como galáctico por 50 milhões de euros, após a participação fabulosa na Copa de 2002.

Seguindo caminho oposto ao do ex-companheiro Beckham, que preferiu brilhar no ostracismo do futebol americano, Ronaldo quer recomeçar a carreira em Milão. Criticado pela atuação na Copa da Alemanha (onde visívelmente estava fora de forma) e preterido pelo atacante Van Nistelrooy em Madrid, ele chega para dar brilho ao ataque rossonero, que ultimamente vêm se mostrando um ataque de riso desde a saída de Shevchenko para o Chelsea. Gilardino e Pippo Inzaghi estão em péssima fase, assim como Ricardo Oliveira (que deve ser incuído na negociação de Ronaldo) e Borriello, de péssima qualidade técnica. Ronaldo e o Milan estão tentando se afirmar novamente no cenário futebolístico e a estrela de Ronie pode ser a referência de que o Milan necessita.
No Real, era visível a falta de motivação do Fenômeno, que não contava com a simpatia e a preferência do italiano Capello, desafeto declarado do brasileiro desde a chegada do técnico a Madrid. Conhecido por ser "baladeiro" , estando fora de forma e desmotivado, a vida de Ronaldo nos últimos seis meses foi um verdadeiro inferno. Declarações polêmicas, troca de farpas e os maus resiltados do Real na temporada minaram qualquer chance de sua permanência no elenco merengue.

Certamente, o Milan contratou o passado de Ronaldo. Números de respeito adquiridos ao longo de uma carreira gloriosa, mas cheia de espinhos. Nascido em Bento Ribeiro, periferia do Rio de Janeiro, o franzino Ronaldo estourou para o futebol jogando pelo Cruzeiro, durante o Brasileirão de 1993. Rapidamente transferiu-se para o PSV Eindhoven, por 6 milhões de dólares, onde permaneceu por dois anos. Depois, por 20 milhões de dólares, foi brilhar em Barcelona, onde muitos afirmam que viveu a fase mais brilhante de sua carreira. Em 1998, na Inter, alternou bons momentos com a época mais difícil de sua carreira: a contusão no joelho em 2000, que o afastou por quase dois anos do futebol. Após a brilhante Copa de 2002, foi para o Real, onde integrou a equipe galática, mas não conseguiu ajudar o time merengue a conquistar títulos expressivos. Nesse período, foi eleito por três vezes como o melhor do mundo.
Na seleção, é reconhecido como um de seus mais brilhantes atacantes de todos os tempos. Em 97 jogos com a amarelinha, anotou 62 gols. Na seleção, ele também viveu entre o céu e o inferno. Responsabilizado pelo fracasso na final de 1998 contra a França, por conta da misteriosa convulsão antes da partida. Endeusado em 2002, quando renasceu para o futebol após a grave contusão no joelho, marcou 8 gols e levou o Brasil ao penta. Mesmo em 2006, quando tornou-se o maior artilheiro de Copas de todos os tempos, com 14 tentos, foi criticado pela visivel barriga e pela apatia em quase todas as partidas que disputou, inclusive contra a França, nas quartas-de-final.
Como a ave mitológica Fênix, Ronaldo morreu e renasceu para o futebol. E o destino soprou as cinzas do fenômeno para Milão, dando-lhe uma nova oportunidade de renascer e brilhar. Particularmente, critiquei demais Ronaldo na última Copa, mas penso que a imprensa e a torcida brasileira têm péssima memória quanto aos seus serviços prestados no futebol. Trata-se do melhor e mais eficiente jogador brasileiro surgido nos gramados após Romário, em minha opinião. Com quatro Copas nas costas e 372 gols em 521 jogos oficiais, recordo-me que na época de seu ápice, a revista Placar comparava seus números a Pelé. Claro que Ronaldo está longe disso, mas é inegável que se trata de um jogador genial e torço para que ele reedite seus melhores dias em sua casa nova.

No Milan, atuará com a camisa 99. Como sugere o número dobrado da camisa tradicional que sempre usou, a 9, Ronaldo terá de ser duas vezes mais Ronaldo para superar mais uma vez as críticas e a falta de velocidade de tempos passados, para que dessa maneira ele possa se impor novamente e trazer o pavor aos zagueiros. Agora mais maduro e embora mais lento, conta com a técnica de sempre para brilhar com a camisa rossonera. Só depende da força de vontade dele. Que o fenômeno volte a sorrir!

26.1.07

Craque de bola, craque cartola?

É a pergunta que não quer calar após a eleição do ex-jogador francês Michel Platini para a presidência da UEFA. Após disputa acirrada, Platini venceu o sueco Lennart Johansson, atual presidente da entidade, por 27 votos a 23. Dessa forma, Platini chega ao topo da maior entidade futebolística do planeta após a FIFA. FIFA aliás, que deu uma mãozinha para a vitória de Platini, através do presidente Joseph Blatter, que além do apoio explícito ao francês, discursou a favor dele antes da votação, ganhando assim o voto de algumas das 53 federações nacionais que estavam indecisas.

Mas a eleição de Platini é boa ou ruim? A Europa olha com expectativa a plataforma proposta por ele para governar a UEFA, pelos próximos quatro anos:

- Reformulação da Champions League, ou seja, diminuir o número de participantes da competição. Isso implica na exclusão de equipes tradicionais da competição, valorizando as equipes de centros mais "periféricos" do futebol na Europa. Muitas vezes essas equipes, campeãs de seus países, ficam pelo caminho da Champions League, pois recebem equipes terceiras e quartas colocadas de grandes centros, regionalizando dessa forma a disputa do maior campeontao de clubes do planeta.

- Reforço das autoridades dos presidentes de federações nacionais, para que o diálogo entre eles e a UEFA torne-se mais fácil.

- Enfatizar a independência de poder e administração da entidade. Ou seja, afastar os imbróglios futebolísticos da Justiça Comum da União Européia.

- Valorizar as confederações "menores", para evitar a organização de grandes torneios privados por parte das grandes equipes européias.

- Ênfase no combate a corrupção, doping e o racismo.

É inegável não olhar para o legado de Johansson, presidente da UEFA desde 1990. Além de fortalecer as federações locais, foi ele o responsável pelo atual módulo de disputa da UEFA Champions League, que tornou a competição extremamente rentável, competitiva e globalizada. Além disso, ajudou a UEFA a se afirmar como entidade forte no futebol mundial, quase que se equiparando a própria FIFA. Prova disso foi o apoio de Blatter a Platini, vista por muitos como forma do presidente da FIFA ter o controle da FIFA e da UEFA simultâneamente.

Michel Platini, de 51 anos, reconhece a contribuição do atual presidente suiço, mas quer gerir o futebol na Europa de forma diferente: "Felizmente, sou um romântico. Vivemos num mundo civilizado; o futebol é um desporto fantástico, um tesouro, uma jóia. É bom que ainda hajam românticos. 99,99% das pessoas são românticas, que adoram artistas, jogadores e o futebol. Não há apenas políticos, negócios, violência, hooliganismo e corrupção no futebol. Há também coisas muito boas e eu pertenço a estas pessoas que defendem esses valores. O futebol também é um jogo e não nos devemos esquecer disso", afirmou o francês em entrevista ao site oficial da UEFA.
Mas Platini pode encontrar muitas pedras pelo caminho, principalmente no que diz respeito a mudança da fórmula de disputa da Champions e a implantação de "tetos salariais" aos jogadores. Federação Alemã, Espanhola e o G-14 (entidade que representa as equipes mais ricas da Europa) podem dificultar a gestão do francês frente à UEFA.

Mas capacidade ele já demonstrou dentro e fora de campo. Notável meia-atacante, foi eleito três vezes o melhor jogador europeu (1983,1984 e 1985), conquistou scudettos e a Liga dos Campeões pela Juventus de Turim, além de ter levado a França ao título da Eurocopa de 1984 e as semifinais da Copa de 1986. Participou de 71 jogos com a camisa dos Bleus, com 41 gols marcados, sendo o maior artilheiro da seleção francesa em todos os tempos.
Fora das quatro linhas, foi técnico da França entre 1988 e 1992. Na área de gestão, participou do comitê organizador da Copa da França, em 1998, na qual era o vice-presidente. Faz parte do Comitê Executivo da UEFA, além de exercer funções na FIFA e ser vice-presidente da Federação Francesa de Futebol.

Vontade ele já demonstrou que tem. Mas será que toda a seriedade e o romantismo pregado por Platini em favor do bom jogo dentro de campo vai superar a praticidade e a visão extremamente gestiva implantada por Johansson? Não se pode negar que Platini é pioneiro, pois é o primeiro ex-jogador a atingir um posto tão alto no comando de uma poderosa federação.

"Que o futebol seja sempre o vencedor e que as pessoas se lembrem que é um jogo antes de ser produto, um desporto antes de ser um mercado e um espectáculo antes de um negócio" é o lema do novo presidente. Esperamos que sim, Platini!

25.1.07

A hora certa de mudar

O ano de 2007 começou de maneira, no mínimo, diferente. Afinal, a Copa São Paulo de Futebol Júnior, um dos torneios mais tradicionais do início do ano, alterou veementemente a sua forma de disputa.
Ironia ou não, apesar do nome, a Copa São Paulo deixou de ser disputada por atletas com idade júnior (Sub-21). Neste ano, só poderiam competir àqueles jogadores que tivessem idade semi-juvenil (Sub-19).
Muitos comentaristas criticaram essa inovação e não pouparam críticas à Federação Paulista dizendo que a diminuição etária estragaria o brilho do torneio e diminuiria o interesse do público. Eles alegavam que jogadores um pouco mais amadurecidos renderiam muito mais e o campeonato ficaria muito mais competitivo e forte.
Ledo engano...
Quem pode acompanhar as partidas da Copinha viu um resultado totalmente oposto. Mesmo com equipes menos técnicos e que erram muito mais fundamentos, os jogos tornaram-se mais emocionantes.
Acabou-se o favoritismo. Nem sempre os times com mais empresários são àqueles que conseguem os melhores resultados. As disputas ficaram recheadas de gols por todos os lados. O que dizer de placares como Internacional de Porto Alegre doze, Comercial-MS, zero?
Os estádios voltaram a ficar cheios. Com a diminuição etária, os torcedores das equipes do interior do Estado de São Paulo voltaram a acreditar na remota possibilidade de se conquistar o título, ou de até mesmo ver uma nova “final caipira”, como fora em 2006, com América de Rio Preto e Comercial de Ribeirão.
Vemos uma nova safra que apesar de não ter chegado ao ápice de seu futebol, é muito mais aguerrida e combatente, como o atacante cruzeirense Guilherme (foto). Aos poucos, a Copinha, enfim, consegue resgatar o “futebol-moleque” de atletas que ainda mal apareceram para o futebol ou para os empresários.
A modernização do futebol criou um ciclo que estava descaracterizando a Copa São Paulo. O fato dos nossos jogadores irem para a Europa mais cedo obrigou os times brasileiros a usarem em seus respectivos elencos atletas cada vez mais novos. Dessa maneira, vários competidores da Copinha apresentavam futebolistas que apesar da pouca idade, já haviam, inclusive, feito sua estréia pela equipe profissional.
Além disso, a nova regra faz com que times considerados grandes, como Palmeiras, Vasco, Flamengo aprendam a ser mais organizados estruturalmente para que possam ter chances reais de ganhar a competição. Se alguém quiser duvidar disso, basta olhar os semi-finalistas. Com exceção da surpresa São Bernardo, tanto Atlético-PR, quanto Cruzeiro ou São Paulo são exemplos de infra-estrutura e competência política.Assim, quem sabe, num futuro bem próximo, um desses times não repita o exemplo do Tricolor ou da Raposa e faça a grande finalíssima do campeonato júnior mais famoso do país?

23.1.07

Mister Juventus

Del Piero recebe homenagem da Juventus no jogo de sábado, 20/01, na partida contra o Bari, a de número 500 com a camisa bianconera.

Na história contemporânea da Juventus é contada a carreira de Alessandro Del Piero. Há 14 temporadas ostentando a camisa bianconera, o habilidoso meia-atacante italiano não se sente acanhado ao declarar amor incondicional pela equipe alvinegra de Turim. Essa espécie de “perpetuação” do jogador com o clube, algo impensável no seio de um futebol globalizado e cada vez mais profissional, não é algo incomum nos times italianos. Além de Del Piero na Juventus, temos os casos de Paolo Maldini no Milan, Javier Zanetti na Inter e de Francesco Totti na Roma.
Na vitória deste sábado da Juventus sobre o Bari (4 a 2 pela Série B italiana), além do bom resultado que garantiu a liderança para a Vecchia Signora, Del Piero teve outro motivo pra comemorar: completava o seu jogo de número 500 com a camisa bianconera. Homenageado antes da partida com um carro e a réplica de uma placa “ALE 500”, referente aos 500 jogos pela Juve, os presenteados foram os torcedores bianconeros – na partida, Del Piero marcou um e deu assistência para outros dois gols. Vamos contar um pouco mais sobre essa história, contada até aqui por 500 jogos e 204 gols, que fazem de Alex o maior artilheiro da história do clube.

Início de Carreira

Nascido em Conegliano, filho de Bruna e Gino Del Piero, cresceu no meio rural, praticando o futebol com alguns amigos de infância. Começou a carreira pela equipe local do San Vendemiano, mas aos 16 anos foi contratado pelo Padova, que atuava na Série B italiana. Franzino, habilidoso e com uma excelente visão de jogo, faz com que sua estréia pela equipe profissional do Padova acontecesse com apenas 16 anos, em 1991. Entre 1991 e 1993 ele ficou transitando entre o time juvenil e o principal. No total, foram 14 jogos pela equipe principal do Padova, com um gol anotado. Na época de sua chegada ao Padova, o treinador da equipe Mauro Sandreani afirmava que ver Del Piero jogar era como apreciar uma “obra de arte”. O promissor futebol de Alex chamou a atenção da Juventus, que tratou de contratá-lo rapidamente, mediante o interesse de outras equipes italianas nele, dentre elas, o Milan.

Na Juventus

A estréia de Del Piero pela Juventus aconteceu no dia 12 de setembro de 1993, no empate contra o Foggia em 1 a 1, quando ele substituiu ao famoso atacante bianconero Fabrizio Ravanelli. E marcaria o primeiro de seus 204 gols pela Juve na rodada seguinte, na vitória de 4 a 0 sobre a Reggina. O jovem Alex, com cinco gols, fez parte do elenco que vice-campeão da temporada de 1993/94. Mas o melhor estava por vir, com a chegada do treinador Marcello Lippi ao clube. Apesar do crescimento, Del Piero ainda era coadjuvante na equipe, e cogitou-se seu empréstimo ao Parma, para que dessa forma pudesse ganhar mais oportunidades de atuar e experiência. Mas Lippi fez questão da permanência de Del Piero no elenco bianconero.

A Era Lippi, como ficou conhecido o período entre 1994 e 1999, além de formar um dos elencos mais vencedores da Itália, colocou o ascendente Del Piero ao lado de grandes jogadores da época, como Gianlucca Vialli e Roberto Baggio. Eles ajudaram a conquistar, na temporada seguinte, o scudetto – o último havia sido durante a temporada 1984/85. O presidente da Juve na época, Gianni Agnelli, deu ao meia o apelido de Pinturicchio, famoso pintor renascentista do século XV. Afirmava que a relação entre Del Piero e Baggio era semelhantes a dos artistas Pinturrichio e Caravaggio na pintura renascentista do século XV, ou seja, entre pupilo e mestre. Mas durante a campanha, Del Piero ganhou mais espaço na equipe, atuando mais que o cerebral Baggio durante a temporada, pois o experiente meia italiano ficou fora dos jogos por conta de uma contusão. Alex anotou 10 gols em 50 partidas, dando seu primeiro passo concreto rumo ao estrelato no futebol. Era o pupilo começando a ocupar o espaço do mestre no coração da equipe.

Recuperado, Baggio não conseguiria recuperar o espaço deixado por ele e por isso, deixou o clube. Com isso, Del Piero, então com apenas 20 anos, assumiu a parte de criação da Juve e ficou responsável por municiar os atacantes Vialli e Ravanelli. E foi o que aconteceu. Numa temporada mágica, a Juve conquistou o bicampeonato do Cálcio e a Copa da Itália, sob a batuta de Alex – 32 jogos, sete gols. Mas a Itália não era o limite para a Juventus de Del Piero e Lippi. A equipe ia muito bem na Liga dos Campeões daquela temporada. Após eliminar Real Madrid e Nantes, a Vecchia Signora de Del Piero fazia a final da Copa dos Campeões da temporada 1995/96 com a fabulosa equipe do Ajax, que contava com jogadores do quilate de Van der Sar, os irmãos Frank e Ronald de Boer, Kanu e Litmanen. A grande final, disputada em Roma, acabou empatada em 1 a 1 e a Juve levou o caneco nos pênaltis. E para fechar com chave de ouro, Del Piero garantiu o título do Mundial Interclubes, ao marcar o gol da vitória na final sobre o River Plate, em Tóquio. Nessa temporada, nasceu o “gol à la Del Piero”, onde a bola é chutada da esquerda e descreve uma parábola fantástica rumo ao ângulo direito da meta. Decididamente, foi a temporada de afirmação de Alex na Juve.

Alex foi o quarto colocado do prêmio Bola de Ouro (96 e 97) e chegou a um patamar incrível na temporada 1997/98: marcou 21 gols em 32 jogos pelo Calcio e 10 gols em 10 jogos na Liga dos Campeões, a qual ele terminou como artilheiro da competição. Nesse mesmo ano, formou o chamado “tridente”, o ataque formado por ele e Filippo Inzaghi, além de Zidane na meia.

Mas o prenúncio de dias difíceis viria para Alex a partir de uma denúncia do técnico tcheco Zdenek Zeman (na época treinador da Roma), de que jogadores da Juventus – entre eles, Del Piero – de terem tomado substâncias irregulares e dopantes com o objetivo de ganharem massa muscular. O caso arrastou-se até a Corte de Turim e a Corte Internacional do Esporte, que inocentaram os jogadores e profissionais responsáveis pela preparação física do time.

Após o imbróglio, veio a contusão mais grave de toda a sua carreira. Em 8 de novembro de 1998, durante partida da Juventus contra a Udinese, Del Piero rompeu os ligamentos cruzados do joelho, o que o obrigou a parar por cerca de nove meses. Na temporada seguinte, Alex só atuou em 14 jogos, anotando três gols. Mesmo recuperado, era evidente que ele precisaria de toda a paciência possível, pois seu jogo e sua velocidade não eram as mesmas de antes da contusão. A saída de Marcello Lippi do comando técnico da Juventus coincidiu com esse período de recuperação de Alex. Apesar da enorme confiança depositada nele pelo novo treinador, Carlo Ancellotti, Alex não conseguia ser constante em campo. Agora adaptado definitivamente a função de atacante, havia marcado 12 gols em 45 partidas, pouco perto da capacidade real de seu futebol.

A volta de Lippi, em 2001, fez renascer toda sua capacidade técnica. Como capitão da equipe e atuando ao lado de Nedved e Trezeguet, Del Piero fez boas temporadas após a lesão no joelho. Entre 2001 e 2003, conquistou dois scudettos e conquistou seu segundo vice na Liga dos Campeões, quando a Juventus foi batida pelo Milan, na temporada 2003/04, nos pênaltis (o primeiro vice foi na final de 1997/98, contra o Real Madrid).

Mesmo perdendo espaço no time, Del Piero exercia uma liderança natural sobre o elenco. A presença cada vez mais constante de Alex na reserva não fez com que ele deixasse de lado o profissionalismo e principalmente, a paixão pela Juve. E mesmo não sendo o principal protagonista em campo, ele sempre dava um jeito de decidir as partidas. Entrava bem e quase sempre mudava a cara do time. Nos scudettos caçados pelo escândalo do Calciocaos (2004/05 – 2005/06), que manipulava entre outras coisas resultados e transações entre clubes da Série A do Campeonato Italiano, Del Piero teve papel importante, mesmo não sendo a principal estrela dentro de campo.

A queda da Juventus para a Série B, por conta dos escândalos no futebol italiano, marcou a debandada de vários jogadores do elenco campeão para fora da Juve. Especulava-se até a saída do próprio Del Piero, que optou por ficar em Turim para trazer a Vecchia Signora de volta à divisão de elite do futebol italiano. Ato esse considerado pelos torcedores do clube como a maior prova do amor de Del Piero pelos torcedores e pelo clube bianconero.
E 2006, apesar da queda do seu clube de coração, foi um excelente ano para Alex. No dia 10 de janeiro, superou o recorde de gols do atacante Giampiero Boniperti, ídolo da Juve que atuou entre 1946 e 1961 e que detinha a marca de maior artilheiro da equipe de todos os tempos, com 182 gols marcados. Em 28 de outubro do mesmo ano, marca o gol de número 200 com a camisa bianconera, contra o Frosinone. Fora a Copa do Mundo que ele havia conquistado pela Azzurra, na Alemanha.

Na Azzurra

Del Piero também é um dos maiores jogadores que defenderam a camisa da tetracampeã Itália. Veste a camisa da Azzurra desde o sub-17. Na equipe sub-21, comandada por Cesare Maldini, foi bicampeão europeu da categoria, em 1994 e 1996. A estréia na Seleção principal ocorreu na vitória de 4 a 1 sobre a Estônia, em 25 de março de 1995. Seu primeiro gol pela Azzurra aconteceria em Novembro do mesmo ano, na vitória contra a Lituânia por 4 a 0, durante as eliminatórias para a Eurocopa de 1996. Não teve muitas oportunidades de atuar durante a Euro, disputada na Inglaterra, mas na Copa de 1998 já era um dos principais jogadores da seleção, mesmo não tendo anotado nenhum gol naquela Copa, em que a Itália foi eliminada pela campeã França nos pênaltis, nas quartas-de-final.

Na Euro de 2000, disputada na Holanda e na Bélgica, a Itália teve a oportunidade de dar o troco à França. Na final, que foi muito disputada, Del Piero perdeu duas boas chances durante a partida e viu o título escapar mais uma vez, quando Trezeguet anotou o gol de ouro na final, disputada em Roterdã. Os novos fracassos italianos na Copa de 2002 (perdeu nas as quartas para a Coréia do Sul) e na Euro 2004 (eliminada na 1ª fase) parecia o fim da carreira de Del Piero na Azzurra. Mas Lippi o convocou para a Copa da Alemanha, e mesmo na reserva, teve papel importante quando sacramentou a vitória contra os donos da casa, nas semifinais do torneio. E na final, Del Piero pode participar do tão esperado troco italiano à França. Após o empate de 1 a 1 no tempo normal e prorrogação, deu sua contribuição para a conquista do título da Itália, ao converter a quarta cobrança da série de pênaltis que decidiu a Copa. Saldo na Azzurra: É o terceiro atleta mais convocado da seleção italiana (95 convocações), o oitavo que mais atuou pela Azzurra (80 jogos), o quarto em número de gols marcados (27 gols), além de ter sido o capitão da equipe em cinco oportunidades.

Jogador de técnica refinada, de pensamento rápido e exímio batedor de faltas, Del Piero detém diversos tipos de recordes na Juventus e na Azzurra. Provavelmente baterá o recorde de número de jogos pela Juventus, pois ele é o terceiro jogador em número de jogos pela Vecchia Signora, perdendo apenas para Gaetano Scirea (552 jogos) e Giuseppe Furino (528 jogos), além de ser o quarto maior artilheiro em atividade da Série A italiana. Como Del Piero completou 32 anos recentemente, ele ainda terá uma boa lenha para queimar na Juventus.

Prêmios como esses são mais do que merecidos por Del Piero, que optou em algo mais que ser apenas um profissional de futebol. Optou por ser uma grande referência de toda uma nação. Optou por amar a Juventus, e mais do que amar, de fazer parte da história do clube. E para quem se sente “apenas uma pequena malha” do pano que forma a bandeira da Juve, ajudar a construir a história recente do clube não tem preço. Nesse futebol profissionalizado e versátil, esse quê de “amadorismo” é uma atitude rara e muito louvável. Acompanhe alguns dos mais belos gols de Alex na Juve e na Azzurra no vídeo abaixo.


Perfil

Nome: Alessandro Del Piero
Nascimento: 9 de novembro de 1974, em Conegliano Veneto, Treviso – Itália
Clubes: Padova (1991 – 1993) e Juventus (desde 1993)
Jogos pela seleção: 80
Títulos: 1 Liga dos Campeões da UEFA
1 Mundial de Clubes
1 Supercopa de Europa
1 Copa da Itália
5 Scudettos
1 Copa do Mundo

17.1.07

Beckham nas estrelas!

O astro David Beckham vai brilhar nos gramados de Los Angeles ou em Hollywood?

O mundo do futebol acompanhou com certa surpresa o anúncio do meia inglês David Beckham de trocar o glamour do futebol europeu pelo "glamour" de Hollywood. O astro inglês vai embolsar cerca de 520 milhões de reais por um vantajoso contrato com o Los Angeles Galaxy, da Major League Soccer (MLS), a liga americana profissional de futebol. Segundo o presidente do Galaxy, o ex-zagueiro da seleção americana Alexi Lalas (aquele mesmo, da Copa de 1994) e os organizadores da liga, a vinda de Beckham, além de ajudar a popularizar o esporte utilizando o fortíssimo marketing que há em cima do inglês, abriria também as portas do futebol americano a outros grandes astros do futebol.

Mas Beckham saiu por baixo no Real. Pouco utilizado desde a chegada de Capello e fora das convocações do English Team após a Copa da Alemanha, o Spice Boy parece estar numa descendente dentro de sua carreira. Desde 2003 no time merengue, não ganhou os títulos expressivos dos tempos de Manchester. E a ida aos Estados Unidos, para muitos, confirma o começo do fim de sua carreira, mesmo aos 31 anos. Além das críticas ferrenhas de toda a imprensa inglesa e européia em geral, uma me chamou a atenção e analisando-a bem, vejo luz no comentário. Foi a do lendário jogador inglês Sir Bobby Robson, em sua coluna semanal no jornal Daily Mirror: "Esta decisão mata as aspirações de Beckham. Do meu ponto de vista, ele anunciou que vai aos Estados Unidos para uma lucrativa semi-aposentadoria" escreveu Robson.

E Robson parece ter razão. O futebol americano é bem estruturado dentro do país, mas sua visibilidade é muito limitada, pois em termos de organização e competitividade, perde feio para o seu vizinho, o México, que possui campeonato com fórmulas mirabolantes, mas que tem razoável qualidade técnica (comparados as potências do continente, ou seja, Brasil e Argentina). A prova é a participação dos mexicanos em torneios de clubes Sul-Americanos, categorias de júniores e até a nível Mundial, com muitos de seus principais jogadores atuando na Europa. Os Estados Unidos, além de não ter a hegemonia técnica na América do Norte, vê seus principais jogadores migrarem para times médios da Grã-Bretanha e campeonatos de médio porte europeu.

Mas Beckham parece gostar dos holofortes. Com certeza será a estrela maior da MLS e estará no epicentro do estrelato mundial, pois Hollywood é logo ali. Saiu na imprensa que o ator Tom Cruise encorajou David a se mudar para a América e que por causa do "sim" do inglês, Beckham fechou as portas do Milan, forte interessado no futebol do meia. Ou seja, ele fechou as portas de um grande reinício profissonal num grande centro para dar brilho a MLS. E os fofoqueiros e paparazzi de plantão estão adorandoa nova mudança do inglês e não param de soltar as notícias. Já saiu nos tablóides ingleses que o ex-astro pop Michael Jackson, que está na pindaíba, quer vender ao meia a sua mansão de Neverland, que fica a três horas de onde o astro inglês vai treinar.

Decididamente, o marketing superou o jogador. Creio que com essa decisão sim. Se pensarmos que jogadores, no atual estágio de evolução da preparação física esportiva, podem render bem até 34 ou 35 anos, David estaria "jogando fora" 4 anos úteis de sua carreira. Trata-se de um jogador muito técnico. Não é nenhum craque, mas sua técnica e o modo como ele pode atuar pelo lado direito do campo sempre renderam boas jogadas pelas equipes que o inglês defendeu. Além de ser um exímio jogador em bola parada e lançamentos, boas armas contra defesas cada vez mais postadas e sólidas.

Será que ele poderá reiniciar o processo de popularização do futebol americano, que começou com Pelé e Beckenbauer, na longínqua década de 70? Pode, e isso começou a ser provado. Só o anúncio de sua ida ao Galaxy fez com que 1000 novos sócios se juntassem ao clube americano. Fora a venda de camisas e produtos oficializados, além de partidas em que Beckham estará em campo, que podem arrastar multidões, garantindo cifras estratosféricas ao clube e ao jogador. Pelo lado financeiro, realmente foi um negócio da China. Mas como plano de carreira, parece o prenúncio do fim. Amado e odiado, criticado e venerado, jogador e astro, ele vai tentar imulsionar os americanos a gostarem pra valer de futebol. É esperar pra ver!

10.1.07

Maracujina neles!

Nem bem comemoramos a passagem de ano e o bicho tá pegando lá na Europa. Não falo de contratações bombásticas, nem de jogos fantásticos. Literalmente, o pau anda comendo solto no futebol europeu.

No campo dos desentendimentos, vamos primeiro à Inglaterra. A fogueira de vaidades definitivamente está acesa no Chelsea, pois Makelele e Lampard reclamaram publicamente sobre a postura do meia alemão Michael Ballack em campo. Afirmaram que ele não está dando "100%", pois ataca demais e defende "de menos". Ballack, com total respaldo do técnico Mourinho, afirmou que está jogando de modo diferente daquele que o consagrou no Bayern e na seleção alemã. Segundo o meia, na Alemanha ele recebia mais bolas aérease tinha mais liberdade de atacar. Essa história ainda pode render mais alguns capítulos, pois Mourinho afirma que o jogador é "imprescindível" ao seu esquema e não liga para as avaliações feitas pela imprensa. Mas o mesmo Mourinho afirmou que o outrora matador Shevchenko teria tempo para mostrar seu melhor futebol. Não teve, e cá entre nós, com justiça, pois o ucraniano não jogou nem 5% de seu melhor futebol.

Mas não paramos por aí. Indo para terras germânicas, o embate fica entre o zagueiro brasileiro Lúcio e o lateral francês e capitão do Bayern, Willy Sagnol. O francês criticou veementemente o brasileiro por suas constantes subidas ao ataque. Após uma partida disputada em dezembro pela Copa da Alemanha, contra o Alemannia Aachen, Sagnol gesticulou e foi bastante enfático em seu descontentamento com o modo de jogar de Lúcio. O zagueiro rebateu as críticas afirmando que a reclamação de Sagnol só veio à tona quando a equipe começou a perder. “O Willy era o capitão da equipe naquele dia e queria apenas o melhor para a equipe, mas deve-se falar com os outros jogadores de uma forma calma e respeitosa”, afirmou a revista alemã Sport Bild. Quem sai perdendo é o Bayern, terceiro no campeonato alemão e com partida dificílima pela Champions League, contra o Real Madrid.

Mas as coisas podem se facilitar para os bávaros, pois o Real Madrid também está em pé de guerra. Bastaram duas derrotas consecutivas para a crise se instalar no Santiago Bernabeu. Primeiro, após a ultima derrota para o La Coruña na Liga, Capello soltou os cachorros: a barreira e o goleiro Casillas foram culpados pelo exigente técnico italiano após o gol de falta da equipe galega. Depois, Capello fechou o treino da equipe para a imprensa espanhola, que em protesto, não compareceu à coletiva do italiano. E, por fim, depois da reunião com a diretoria da equipe merengue, Capello radicalizou: deixou Ronaldo, Beckham e o garoto-problema Cassano fora do grupo de jogadores que irão enfrentar o Betis, pela Copa do Rey. Notícias dão conta que esses três jogadores serão afastados e negociados. O contrato de Beckham não será renovado, Ronaldo interessa aos petrodólares do Al-Ittihad (que já seduziu Figo) e Cassano pode migrar para algum clube italiano. E Robinho não escapou da ira do técnico, mas o atacante brasileiro "só" levou um puxão de orelhas de Capello. E além do respaldo da diretoria, Capello afirma ter apoio do plantel.

Mas todos esses casos ficaram só no bate-boca, diz-que-me-diz. Mas outros foram além. O uruguaio Diogo e o bad boy Luís Fabiano (que já possui uma bela ficha de brigas) partiram pra porrada. No final da partida entre Zaragoza e Sevilla, um pisão de Diogo na mão de Fabiano foi o estopim para o atacante brasileiro tomar satisfações com o lateral uruguaio. Após uma pequena discussão, uma cena digna de Rocky: os dois partiram para a violência e o pau comeu. A Federação Espanhola deu cinco jogos de suspensão aos brigões. Se você não viu a "pelea" (boxe, em espanhol, assista ao vídeo abaixo.


É bom esse pessoal acalmar os nervos, pois suas respectivas equipes (com excessão do Sevilla) não vivem bons momentos. Maracujina neles!

9.1.07

Rumo ao Bi?

Trio mágico?
Da esquerda para a direita: Antônio Carlos, Adaílton e Rodrigo Souto

19 jogos. 14 vitórias, 1 empate e 4 derrotas. Essa foi a campanha que, em 2006, rendeu o Campeonato Paulista à equipe do Santos (algo que não ocorria desde 1984). Mas engana-se quem acredita que esse caneco veio com facilidade...
Primeiramente, o Peixe perdeu por 2 a 1 para o Guarani e para a Portuguesa Santista, equipes que ao final do torneio acabaram rebaixadas. Além disso, quase colocou o seu título em jogo ao ser derrotado pelo São Paulo, rival direto ao título, a uma rodada do fim.
Mérito maior para o treinador Wanderley Luxemburgo e seu esquema defensivo que sofreu apenas 19 gols (melhor defesa da competição). Com esta tática, o Santos vencia jogando um futebol burocrático e sem brilho. De suas 14 vitórias, 9 foram por diferença de um gol e apenas uma foi por goleada (3 a 0 contra o Santo André). Ao final, premiou-se o time que errou menos, que fora um pouco mais regular.
E 2007 começa cheio de problemas para o torcedor alvi-negro. Afinal, se o ataque já não era dos melhores, a situação piorou com a venda de Wellington Paulista para o Alavés (time da 2ª divisão espanhola) e com a volta de Reinaldo ao seu clube, o Paris Saint-Germain.
O time praiano também traz baixas em sua defesa. 4 zagueiros e 2 volantes deixaram o clube. Luiz Alberto (foto) foi para o Fluminense, o volante-lateral André Oliveira foi para o Colônia (time da Segundona alemã), o trio Manzur, Heleno e Ronaldo Guiaro não renovou contrato, enquanto Jardel foi dispensado.
Isso sem falar das laterais. Denis está lesionado e só volta em abril. Kléber e Carlinhos despertam o interesse de algumas equipes européias e podem deixar o time a qualquer momento.
Mesmo assim, o Peixe até agora comprou apenas três jogadores. Além de repatriar Antônio Carlos (ex-Juventude), veterano beque de 37 anos, contratou o zagueiro-volante Rodrigo Souto, ex-Vasco e Figueirense e trouxe do Rennes-FRA o jovem Adaílton (ex-seleção Sub-20).
Wanderley Luxemburgo já avisou que o Santos não possui um elenco qualificado o suficiente para disputar duas competições simultaneamente. Nomes como o do lateral Rogério, que fora dispensado pelo Fluminense, ou como o do atacante Souza, artilheiro do último Brasileirão com 17 gols e que ainda não se apresentou no Goiás, são bem cotados na Vila Belmiro.
Outro sonho da equipe é o atacante Marcos Aurélio(foto), ex-Atlético-PR. Apesar de estar sem contrato, o atleta é sonhado por outros rivais como São Paulo e Corinthians e esse deve ser o maior empecilho em sua aquisição.
A diretoria santista parece não escutar os pedidos de seu técnico e insiste em contratar jogadores baratos que nem sempre dão certo. Atualmente, dois desconhecidos estão fazendo teste na Vila. Tratam-se do lateral-direito Pedro e do volante Vinícius, ambos do Iraty. Resolução a vista?
O sonho do bi não está distante como parece. Resta saber se o Peixe conseguirá manter o fôlego com seus reservas desconhecidos, que tiveram poucas oportunidades no ano passado e podem, enfim, aparecer no cenário do futebol brasileiro.

SANTOS Futebol Clube
Status: Favorito
Última colocação: Campeão
Time-base: Fábio Costa; Neto (Paulo), Antônio Carlos, Adaílton e Kléber; Maldonado, Cleber Santana (Rodrigo Souto), Rodrigo Tabata (Cléber Santana) e Zé Roberto; Jonas e Rodrigo Tiuí. Técnico: Wanderley Luxemburgo.
Pontos fortes: Meio-campo aguerrido mescla velocidade e marcação; Luxemburgo é um técnico diferenciado; o lado esquerdo do time (Kléber - Zé Roberto) é perigoso.
Pontos fracos: Zaga é lenta e não tem entrosamento algum; Rodrigo Tabata é inconstante, falta um meia criativo; o ataque é uma incógnita.
Olho nele: Fabinho

8.1.07

Disk Craque

Início de ano. É tempo das equipes se articularem para o início de mais uma temporada. Bastidores sempre agitados com renovações, dispensas, contratações bombásticas. E a primeira oportunidade de testar as novidades são os campeonatos estaduais. Pensando nisso, a Federação Goiana de Futebol resolveu "dar uma mãozinha" às 12 equipes que compõem a primeira divisão. Contratou 12 jogadores e resolveu disponibilizá-los em uma espécie de "draft" - como fazem as equipes norte-americanas de basquete da NBA, onde os jogadores jovens vindos das universidades são distribuídos entre as equipes profissionais. O draft goiano funcionou da seguinte forma: A Federação Goiana deu oportunidade aos torcedores, através de um serviço telefônico, que votassem em seu clube de coração. Os clubes com maior número de ligações teriam preferência na escolha dos jogadores contratados.

O "Projeto Craques do Goianão" contratou alguns velhos conhecidos do torcedor brasileiro, como Túlio Maravilha, 37 anos, três vezes artilheiro do Brasileirão e com passagens por diversos clubes do Brasil e exterior; o meia Anaílson, vice-campeão da Libertadores pelo São Caetano; Alex Oliveira, com passagens destacadas pelo futebol carioca, assim como o veterano Yan. Outros veteranos figuram no pacotão da Federação, como Sinval, Paulinho Kobayashi e Aldrovani, por exemplo.

Foram mais de 95 mil ligações, entre 30 de novembro e 27 de dezembro, que definiram a preferência da primeira escolha no draft à Canedense, com mais de 38% dos votos. A equipe de Senador Canedo escolheu o velho Túlio, que ja havia atuado pela equipe em 2006 marcando 9 gols em 6 jogos, ajudando a equipe a ascender a 1º divisão goiana. E o artilheiro, conhecido pelos gols, pelo forte marketing pessoal e declarções polêmicas, chegou de helicóptero a cidade e prometeu aos torcedores o título goiano, o gol de número 700 de sua carreira e a artilharia do campeonato. Com pouco mais de 15% das ligações, coube ao Atlético Goianiense escolher o meia-atacante Anaílson para seu elenco. Já o Goiás, apenas o sexto colocado, escolheu Gian. Os outros selecionados no draft foram: Yan (Jataiense), Sinval (Rioverdense), Paulinho Kobayashi (Mineiros), Fábio Luís (Trindade), Aldrovani (Itumbiara), Bruno Reis (Anapolina), Tiano (Goiânia), Esley (Crac) e Alex Oliveira (Vila Nova)

A Federação Goiana pagará aos jogadores, que migrarão sem custo algum aos clubes, salários entre 15 e 30 mil reais, até o final do Goianão. O draft faz parte de uma série de estratégias de marketing, que visamaumentar o interesse do público no campeonato, além de trazer mais torcedores aos estádios.

Lembrando que não é a primeira vez que uma federação usa um servico de "disque" para encaminhar um jogador para determinado clube. Em 1998, após passgem fracassada pelo Valencia, a Federação Paulistade Futebol resolveu meter a mão no bolso para repatriar o meia Marcelinho. Após pagar cerca de 8 milhões pelo seu passe, a entidade criou o "Disk-Marcelinho", onde os quatro grandes do futebol paulista disputavam o craque, através de ligações telefônicas. Naquela oportunidade, o Corinthians foi o vencedor, com mais de 60% das ligações.

Iniciativas, mesmo modestas como a da federação Goiana, podem ser o caminho para a revitalização dos campeonatos estaduais, tão necessárias as equipes de pequeno e médio porte. Mas, ao mesmo tempo, essas medidas também deveriam ser atrativas aos grandes, técnica e econômicamente.

7.1.07

Para sair da fila

Reforços paranaenses: Pierre e Edmílson, primeira contratações alvi-verdes

Excetuando o título de Campeão Brasileiro da 2ª Divisão conquistado em 2003, será que alguém lembra qual foi o último caneco levantado pelo Palmeiras? Foi em 2000, quando o Verdão foi campeão da Copa dos Campeões e do Torneio Rio – São Paulo. De lá para cá se passaram 6 anos e a equipe alvi-verde não conseguiu nenhum título...
Até que no Paulistão do ano passado a equipe não foi tão mal. Até a 6ª rodada, o time palestrino era líder isolado da competição com 6 vitórias e 100% de aproveitamento..
A derrota por 4 a 2 na sétima rodada contra o São Paulo desanimou o time e depois disso, a equipe não manteve o mesmo ritmo. O maior exemplo foram as duas goleadas sofridas: 3 a 0 do Paulista e 4 a 1 do América, sendo esta última em pleno Palestra Itália. Resultados como estes fizeram que o Palmeiras ficasse na modesta 3ª colocação, 7 pontos atrás do campeão Santos.
Para encerrar esse jejum, a meta alvi-verde é não se descuidar durante o campeonato para não perder pontos bobos que fazem falta no final. Para isso, a diretoria trouxe o técnico Caio Júnior (foto) que realizou excelente trabalho no Paraná, levando o time para a Copa Libertadores – 2007.
Junto com o treinador também chegaram outros dois reforços vindos do clube paranaense: o bom zagueiro Edmílson e o jovem promissor Pierre. Além deles, mais um paranista está a caminho: Gustavo, zagueiro que tem alguns problemas com o alemão Schalke 04, mas que pode vir a qualquer momento.
Além deles, o Verdão fechou um troca-troca com o Cruzeiro cedendo o inconstante meia Marcinho para obter o volante Martinez e o lateral Leandro. E mais um pode aparecer. Trata-se do atacante Carlinhos Bala, revelação do Santa Cruz que teve pouco espaço no time mineiro em 2006.
Fechando o pacotão de novidades, o Palmeiras trouxe duas incógnitas: o matador paraguaio Florentín (foto), ídolo do Barcelona de Guayaquil (seu ex-clube) e o meia-atacante Caio, que apesar de ser do Grêmio Barueri, estava encostado no elenco do Internacional.
Mesmo com tantos reforços, o atual elenco palmeirense encontra-se reduzido. Afinal, o novo treinador realizou uma triagem entre todos os jogadores do clube e selecionou aqueles que não jogarão pelo Palmeiras em 2007.
Nesse compasso, vários atletas estão sem contrato e devem sair: o goleiro Sérgio, o zagueiro Daniel, o lateral Lúcio (que interessa ao Corinthians), os meias Roger Bernardo, Claudecir, Cristian, Thiago Treichel e Marcel e os atacantes Neto Baiano, Daniel Marques, Roger Silva e Alex Afonso.
Outra baixas na equipe foram as saídas de Juninho Paulista para o Flamengo, Rosembrick e Washington para o Sport, Márcio Careca para o Nova Iguaçu, Chiquinho para o Internacional, Enílton para o japonês Omya Ardita e Alceu para o futebol árabe. Enfim, nenhum deles deixará saudade.
Realmente o torcedor irá ver um time completamente renovado em campo. O Paulistão é um sonho distante do Verdão e servirá como teste para esta nova equipe. É difícil prever se essas mudanças trarão resultados, porém uma coisa é certa: times com elencos flutuantes que são modificados todo o momento, dificilmente dão certo...

Sociedade Esportiva PALMEIRAS
Status: Pode surpreender
Última colocação: 3º
Time-base: Marcos (Diego Cavalieri); Paulo Baier, Dininho, Nen (Edmílson) e Leandro; Pierre, Martinez, Francis e Valdívia; Edmundo e Florentín (Carlinhos Bala). Técnico: Caio Júnior.
Pontos fortes: Ambos goleiros palmeirenses passam segurança à equipe e a briga interna estimula o titular; Valdívia está em boa fase e pode assumir posição de destaque;
Pontos fracos: Falta entrosamento na equipe; a zaga comete muitas falhas; a idade avançada de Paulo Baier e Edmundo compromete seus desempenhos em alguns jogos;
Olho nele: Beto

6.1.07

Sai fora, zica!

Christian: esperança de gols?
O ano passado deveria ser esquecido. Certamente esse é o pensamento de muitos corintianos. Também pudera, em 2006, o Timão entrou com o rótulo de melhor equipe do país e acabou perdendo tudo o que disputou.
O time do Parque São Jorge trazia grandes jogadores em seu elenco, como Tevez, Mascherano, Carlos Alberto, uma verdadeira seleção de craques. Mas o tempo passou, o ego dos jogadores começou a falar mais alto e a equipe rachou completamente. Até a parceria com a MSI entrou em choque.
Hoje, o Corinthians prepara-se para o Paulistão tentando apagar a péssima imagem do ano passado quando acabou em 6º, ficando atrás de equipes como Noroeste e São Caetano. Tudo isso, graças à inconstância da equipe ao melhor estilo “oito-ou-oitenta”. O Timão aplicou sonoras goleadas ganhando duas vezes por 5 a 1 (contra Portuguesa Santista e Mogi-Mirim) e uma por 5 a 0 (contra o São Bento), mas perdeu pontos fáceis como nos empates em 2 a 2 com o Guarani e com o Paulista, em casa.
Assim, vários jogadores que pouco produziram foram dispensados ou vendidos pelo clube: Sílvio Luís, Johnny Herrera, Sebá, André Leone, Rubens Júnior, Ramón, Renato, Rafael Moura. Já Coelho foi emprestado ao Atlético-MG e só volta no final da temporada. Seguindo esta lógica Wendell e Dinélson, que não fazem parte dos planos de Leão, devem tomar o mesmo rumo.
Até agora o Corinthians não trouxe nenhum nome de peso. Muito pelo contrário. Entre as 6 “caras-novas” não há quem chegue com titularidade garantida. Pela nova política a diretoria quer valorizar a categoria de base e gastar menos em contratações arriscadas.
De todos, o mais conhecido é Christian, centroavante cabeceador que estava no Juventude, mas perambulou pelos rivais São Paulo e Palmeiras. Outro nome interessante é Juan Carlos Arce (foto), ex-avante do Oriente Petrolero e maior revelação boliviana nos últimos tempos.
Já os outros nomes vieram do interior do Estado: do Paulista chegou o goleador Jaílson, autor de 17 gols no Brasileirinho – 2006; do São Caetano vieram mais dois: o volante Daniel e o zagueiro Gustavo (campeão brasileiro em 2003 com o Atlético-PR); e por fim, o último é o goleiro Jean, ex- Guarani e Ponte Preta.
Na verdade a maior contratação da equipe pode ser caseira. Após ficar meses sem jogar futebol, graças uma grave contusão, o atacante Nilmar (foto) está de volta. Bom, mais ou menos. O jogador está num imbróglio jurídico com o clube e sua permanência ainda é incerta.
Obviamente, se puder contar com o jogador, as chances do Timão conquistar mais um caneco é muito maior. Basta lembrar que no ano passado, o atacante assinalou 18 gols em 19 rodadas. Nilmar marcou 41,86% dos 43 gols marcados pelo time.
Para complicar, César alegou problemas pessoais e voltou para seu clube, a Internazionale. O nome de Lúcio, o “Maldini dos Sertões” foi cogitado, mas Leão nega.
Mesmo assim, o técnico sabe das limitações de seu elenco e ruge alto no Parque São Jorge pedindo mais 2 reforços: um meia e um atacante. Sonha com Marcos Aurélio, atacante rápido que se destacou no Brasileirão – 2006 jogando pelo Atlético-PR. Será?

Sport Club CORINTHIANS Paulista
Status: Favorito
Última colocação: 6º
Time-base: Marcelo (Jean); Eduardo Ratinho, Betão, Marinho e Gustavo Nery; Marcelo Mattos, Magrão, Rosinei (Paulo Almeida) e Roger; Amoroso e Nilmar (Christian). Técnico: Émerson Leão.
Pontos Fortes: Com Nilmar o time terá um dos melhores ataques do país; a dupla de volantes é muito segura e inclusive, ajuda ofensivamente;
Pontos Fracos: Marcelo é inexperiente e não passa segurança; a dupla Betão – Marinho alterna entre bons e péssimos jogos; a irregularidade de Roger;
Olho nele: Jaílson

5.1.07

Lembrança de 2006: Começar com o pé direito

Primeiramente, eu gostaria de desejar a todos os nossos leitores um ótimo 2007 e espero que todos tenham passado esse período de férias com muitas festas e muito futebol, é claro.
A partir de hoje até o dia 17 de janeiro serão publicados 10 posts que tentarão explicar todas as novidades dos 20 clubes participantes do Campeonato Regional mais competitivo do país.

Caras novas no Morumbi
(Da esquerda para a direita Francisco Alex, Borges, Hugo e Caiuby)
Melhor ataque da competição com 46 gols, segunda defesa menos vazada (sofrendo apenas 21 gols em 19 jogos) e time que menos foi derrotado (3 vezes).
Nada disso foi suficiente para levar o Tricolor do Morumbi ao título do Paulistão - 2006. A diferença de apenas um ponto para o atual campeão Santos fez com que a diretoria do São Paulo abrisse os olhos. A ordem é para que o time comece o torneio mais acordado e não perca pontos bobos nas rodadas iniciais.
Para aqueles que não se recordam, nas 5 primeiras rodadas o Tricolor fez apenas 5 pontos. Depois, o São Paulo melhorou consideravelmente e conseguiu inclusive, vencer os 3 grandes clássicos estaduais: 4 a 2 no Palmeiras, 2 a 1 no Corinthians e 3 a 1 no Santos. Mesmo assim não deu...
Nesse ano o São Paulo foi às compras cedo. Trouxe do Goiás o bom lateral Jadílson (que foi eleito pela CBF como o 2º melhor lateral-esquerdo do Brasileirão), buscou o habilidoso meia Hugo no Grêmio e repatriou o matador Borges, avante que marcou 19 gols no Brasileirão – 2005 pelo Paraná e que vestindo a camisa do Vengalta Sendai foi o artilheiro da Segunda Divisão japonesa, com 26 gols.
Além disso, o campeão brasileiro buscou 3 revelações no interior do Estado de São Paulo. Da Ferroviária chegaram o meia Francisco Alex e o atacante Caiuby e do Votoraty veio Marcelo Nicácio, atacante que fez 25 gols pela Série B (que é o equivalente a 4ª Divisão paulista).
Isso sem contar o retorno de Rafinha, meia revelado na Portuguesa que foi bem no Grêmio, e enfim poderá ter uma oportunidade no clube (ainda mais com a ausência de Lenílson que foi suspenso por 120 dias após acertar uma cotovelada no santista André Oliveira, em partida válida pelo Brasileiro do ano passado).
Porém a missão Tricolor não será nada fácil. O time terá que se acostumar com a ausência de 3 titulares absolutos: o zagueiro Fabão, que apesar de tecnicamente limitado mostrava muita raça e disposição física; o contestado meia Danilo, peça fundamental na formação tática da equipe; e Mineiro (foto), àquele que para muitos foi o melhor jogador do Brasileirão destacando-se por sua imprescindível marcação e grande poder de fazer gols em momentos decisivos.
Parceiro ideal de Josué com quem fazia uma dupla quase perfeita, Mineiro fará falta ao meio-campo Tricolor. E o Campeonato Paulista servirá como teste ao time do Morumbi, para que o técnico Muricy possa saber se em seu próprio elenco ele encontrará algum jogador que substitua o ex-camisa 7 à altura.
Logicamente, mais contratações podem ocorrer. Marcão, recentemente dispensado pelo Fluminense, está sem clube. O nome de Diguinho do Botafogo também foi especulado. Até lá, Muricy deve testar Souza (que já atuou nessa posição durante o Brasileirão), Richarlyson, Reasco (equatoriano que após lesão na canela, finalmente deve estreiar pelo clube) ou até mesmo Alê, atleta que recentemente voltou do empréstimo ao Botafogo.
Time para ser campeão, o São Paulo tem. Resta saber se o clube aprendeu a lição de 2006 para conseguir, enfim conquistar o seu 22º título estadual.

SÃO PAULO Futebol Clube
Última colocação: 2º
Status: Favorito
Time-base: Rogério Ceni; Ilsinho, André Dias, Miranda e Júnior (Jadílson); Reasco, Josué, Souza e Hugo (Júnior); Aloísio e Leandro (Borges). Técnico: Muricy Ramalho.
Pontos Fortes: Sistema defensivo é entrosado e sofre poucos gols; Ilsinho e Júnior são habilidosos e aparecem como elemento surpresa; Rogério Ceni pode ser decisivo;
Pontos Fracos: O meio-campo deve sentir a ausência de Mineiro; o ataque desperdiça muitas chances de gol;
Olho nele: Rafinha

3.1.07

Bola de Cristal


Em todo início de ano, as bolas de cristal, búzios, cartas e apetrechos se agitam para descobrir quem pode se dar bem ou mal nesse ano de 2007. E como aqui não há "emcimadomurismo", tentarei aqui chutar o estouro de alguns talentos do planeta bola. A safra é boa e pode render muitos frutos.

Começaremos então pela maior delas, na minha opinião. A transferência recorde para o Atlético de Madrid por 28 milhões de euros pode mostrar quanto vale o potencial do meia-atacante Sergio Agüero. Personalidade o garoto já demonstrou que tem. "El Kun", como é conhecido pela semelhança com um famoso personagem de animê japonês, estreou como profissional pelo Independiente de Avellaneda com apenas 15 anos, em 2003, tornando-se o jogador mais jovem a atuar pela divisão de elite da Argentina. Desde então, sua ascensão dentro do país foi meteórica - em menos de dois anos, tornou-se o principal futebolista do campeonato argentino e ajudou a seleção sub-20 do país a vencer a Copa do Mundo da categoria, disputada na Holanda em 2005. Fatos que chamaram a atenção do Atlético, que o levou para a terra das touradas na metade de 2006, aos 18 anos. Aos poucos, "El Kun" vem conquistando espaço entre os titulares do time colchonero e tem tudo para se tornar uma das principais peças da equipe em 2007. Já marcou cinco gols pelo Atlético, quatro pela Liga e um pela Copa do Rey.

Outro jovem talento que pode aparecer aos olhos do grande público é John Obi Mikel. Revelação da equipe nigeriana que disputou a Copa Africana de Nações e eleito o melhor jogador jovem de 2006, Mikel foi alvo de grande disputa entre os grandes da Inglaterra. Manchester e Chelsea disputavam o futebol do meia de apenas 19 anos. O Chelsea desembolsou 12 milhões de libras para ter a revelação nigeriana e Mourinho aposta muito nele. Segundo o português, logo o veremos jogando com muita personalidade e em breve ele pode figurar como o principal jogador da Nigéria e mais uma estrela entre a galáxia dos Blues. Resta saber se ele terá oportunidades suficientes diante de grandes jogadores como Robben, Ballack e Lampard.

Na terrinha, a bola da vez é o meia João Moutinho. O jogador do Sporting, de apenas 20 anos, estreou entre os profissionais na temporada 2004/2005. E não saiu mais. O seu talento latente fez com que na temporada seguinte ele fosse titular em todas as partidas da equipe, o que promoveu o jovem jogador a 3º capitão do time. O meia caracteriza-se pela capacidade de defender e atacar rapidamente, além da talento apurado para o passe e ampla visão de jogo. Felipão já o convocou para defender a seleção portuguesa e é consenso entre os especialistas e profissionais lusos que o garoto tem tudo para estourar e migrar para um grande time europeu. É considerado a maior revelação dos Leões desde o craque Cristiano Ronaldo.

Na Rússia, a esperança está embaixo da baliza. O goleiro Igor Akinfeev, do CSKA, vêm sendo considerado uma grande promessa. Oriundo da tradicional escola de goleiros russa, que já revelou grandes jogadores como Yashin e Dasaev, Akinfeev, de apenas 20 anos, mostra muita personalidade ao ser o titular do atual campeão russo há pouco mais de dois anos. Também vai se firmando como o camisa 1 da seleção russa. Pra mostrar que o garoto está com a bola toda, recentemente ele ganhou o prêmio "Zvezda", que elege o melhor futebolista das nações que formavam a antiga URSS. Akinfeev ficou a frente de famosos jogadores como o meia Alexander Hleb, do Arsenal e Andriy Shevchenko, do Chelsea. A sua agilidade e frieza embaixo das traves, somadas a todos os êxitos conquistados pelo goleiro no CSKA e na seleção já levam seu nome a ser ventilado por grandes potências européias, como o Arsenal. Com Lehmann em final de carreira, o nome de Akinfeev soou forte em Highbury. Um tranferência para o futebol inglês é tudo o que o jovem goleiro precisa para ter seu potencial reconhecido em todo o planeta.

E mesmo com a queda do nível técnico do futebol tupiniquim, o Brasil também garimpou um grande talento. Trata-se de Alexandre Pato, rápido e arisco atacante revelado pelo campeão do Mundo, o Inter. Foram necessários apenas três jogos para que o mundo espiasse aquele garoto com admiração. No primeiro, acabou com o Palmeiras em pleno Palestra Itália, quando fez um gol e deu um passe em apenas 30 minutos em campo. Depois, foi fundamental para a vitória colorada sobre os egípicios do Al-Ahly, no Mundial de Clubes. E por fim, contra o Barcelona, onde não jogou o futebol vistoso de antes, mas contribuiu para o triunfo da equipe em terras nipônicas. Pato, de apenas 17 anos, já foi sondado por Milan e Chelsea e agora vai atuar pela seleção brasilera sub-20. Precavido, o Inter já estipulou a cláusula de sua multa em 20 milhões de dólares. Mas é aquela velha história, se vier com 10, eles negociam.

Podemos ver algumas das revelações do Brasileirão estourarem lá fora como o lateral-esquerdo Marcelo, recentemente contratado pelo Real Madrid, ou o "Bola de Ouro" Lucas, atualmente no Grêmio.

São algumas jóias que, se bem lapidadas pelos seus respectivos técnicos, prometem brilhar em campo. É esperar pra ver!


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Falando em revelação, na enquete promovida junto aos leitores do Opinião FC, a revelação do Campeonato Brasileiro foi o lateral Ilsinho do São Paulo, com 33% dos votos. Logo atrás, com 31%, veio o volante gremista Lucas. E o "medalha de bronze" escolhido pelos internautas foi outro volante: Andrade, do Vasco, com 11% dos votos. O Opinião FC agradece a participação de todos que votaram na nossa enquete.