29.11.07

Aprendendo com os erros?

Breno: Uma das jovens esperanças do Brasil nas Olimpíadas de Pequim

As Olimpíadas de 2008 começam daqui duas semanas. Pelo menos para o Brasil, é óbvio. No dia 9 de novembro, a CBF organiza um amistoso entre a Seleção Sub-23 (formada apenas por atletas que têm idade olímpica) e um Combinado formado pelos destaques, do Campeonato Brasileiro que foram eleitos por jornalistas e profissionais da área esportiva. Clima ameno. Jogo festivo. Início de preparação. Não importa. Se o Brasil realmente quer conquistar o tão sonhado ouro olímpico, todo jogo deve ser encarado como um desafio. A partir de agora, cada atleta que entra em campo tem que se esforçar ao máximo para garantir o seu passaporte à Pequim.
O treinador Dunga já disse que esta lista inicial constituirá a base do seu time e convenhamos, essa declaração causa cala-frios. Dentre os 22 convocados, temos muitas surpresas, como a presença de 5 atletas que disputaram a Segunda Divisão Nacional, casos dos lusos Leonardo e Diogo, do lateral-direito Apodi (Vitória) e a atual dupla formada pelos “queridinhos do campeão Coritiba”: Keirrisson e Pedro Ken. Pior para certas estrelinhas carimbadas que fracassaram no Mundial da categoria Sub-21, no início deste ano. Carlinhos do Santos, William (ex-Corinthians) e Renato Augusto do Flamengo não foram sequer citados.
Na minha visão o time é fraco. Até entendo que Dunga está priorizando atletas que não terão, em um prazo curto, alguma oportunidade de vestir a camisa da Seleção Canarinha, deixando totalmente claro que jogadores Sub-23 que podem atuar na seleção principal não deverão ser convocados pelo time olímpico. Dessa maneira, as ausências de Diego do Werder Bremen, Alex Silva do São Paulo, Rafael Sóbis do Betis e companhia são aceitáveis...
Mesmo assim, os nomes relacionados, deixam a desejar, sobretudo do meio-campo para frente. Não dá para entender porque os tecnicamente limitados cruzeirenses Charles e Ramires foram convocados em detrimento dos tricolores Hernanes e Arouca, por exemplo. Como confiar em Pedro Oldoni ao invés de Guilherme do Cruzeiro? Sidney do Internacional e Luisão do Vasco não são melhores do que a zaga formada por Leo e Leandro Almeida?
Sinto falta de maior bagagem do exterior. Atletas que atuam geralmente em times “B” da Europa, e que não são convocados, poderiam engrossar o caldo de nossa equipe. Jô do CSKA, Rafinha do Schalke 04 e Denílson do Arsenal ajudariam a transmitir um pouco mais de experiência à Seleção. Com tantas incógnitas, Breno, Thiago Neves, Diego Souza e Alexandre Pato deverão formar a espinha dorsal de irretocáveis.
Pelo menos, em um ponto Dunga está certo. Pouco adianta formar uma equipe cheia de destaques e nomes conhecidos, se em campo não há uma unidade que faça este time jogar um bom futebol. Que diga Ricardo Gomes, que há três anos atrás, montou uma equipe escalada com Robinho, Diego, Elano, Daniel Carvalho e sequer chegou nas Olimpíadas...
Mesmo assim, a pressão em torno deste título inédito é enorme. É bom o treinador Dunga não vacilar, pois um novo vexame certamente pode custar-lhe o cargo de técnico da equipe principal.

24.11.07

Futebol só pra inglês ver...

Gerrard, com a tradicional cara de perdedor

A classificação não estava difícil. Bastava apenas empatar em casa, contra uma Croácia já classificada, para garantir a vaga na Eurocopa de 2008, a ser disputada na Áustria junto com a Suíça. Mas não foi o que aconteceu.

O que se viu foi um dos maiores vexames do time da rainha, que com a derrota para os croatas ficou em terceiro lugar no grupo E, um ponto atrás da Rússia (se empatasse em número de pontos, ganhava no saldo de gols). Resultado: queda do técnico Steve McLaren e crise na Inglaterra, único dos grandes a ficar de fora da fase final da Euro.

Muito se fala no rico campeonato inglês, nos grandes craques que desfilam por lá. Dizem até que é o melhor campeonato do mundo. Só se for pra ganhar dinheiro. Mesmo contando com um número cada vez maior de estrangeiros, muitos deles craques, o futebol inglês não evolui. É sempre a mesma coisa.

Se for pegar no papel, o time inglês tem grandes jogadores: Ashley Cole, Terry, Rio Ferdinand, Beckham, Gerrard, Lampard, Owen, Rooney, Joe Cole, Peter Crouch, Owen Hargreaves, Wright-Phillips, entre outros. Mas sempre que a coisa aperta, a Inglaterra não segura o rojão e é eliminada. Foi assim nas duas últimas copas e tem sido há muito tempo para os inventores do futebol.

Talvez seja uma implicância pessoal deste autor do post, mas não consigo imaginar a Inglaterra como um time vencedor. O futebol inglês e feio, é sempre a mesma coisa, não apresenta nada de novo, é sempre as duas linhas de quatro. Aparece por lá um Rooney e ele já é endeusado, considerado craque, quando não passa de um ótimo jogador, nada mais que isso.

No jogo contra a Croácia, o único atacante do time era o grandalhão Crouch, que até fez um bonito gol (Owen e Rooney estavam lesionados). Muito pouco para um time que aspira a alguma coisa. Até o próprio técnico croata, Slaven Bilic, criticou o esquema inglês e disse que ficou fácil jogar com uma equipe com apenas um centroavante. Disse mais: “Acordem. Vocês não perderam por causa de problemas táticos. Nós simplesmente fomos melhores. Eu admiro seus jogadores, mas meu time é muito melhor”, finalizou.

O português Mourinho e o brasileiro Felipão são os mais cotados para a vaga aberta depois da queda de McLaren. Sinceramente não sei se um dos dois, ou quem vier a assumir o abacaxi de se tornar técnico da equipe inglesa (com certeza por muito dinheiro, já que o futebol inglês é tão rico...), vai conseguir mudar alguma coisa.

O Mourinho levou o Chelsea a conquistar títulos, mas não levou a tão sonhada Liga dos Campeões, ou seja, só ganhou alguma coisa jogando contra três times (Manchester, Arsenal e Liverpool). Não sei se Felipão agüentaria a pressão e a imprensa inglesa, muito maior do que a enfrentada no Brasil e em Portugal. É esperar pra ver. Mas meu palpite é que não, pelo menos num futuro próximo, tipo uns 50 anos...

19.11.07

Pausa

Caros leitores e amigos do Opinião FC,

Gostaria de me desculpar por não podermos atualizar o blog com a freqüência que gostaríamos. Época de TCC é dura e o tempo fica escasso por conta dessas e de outras atividades, tanto dentro quanto fora da faculdade. Mas assim que o tempo não apertar tanto (em breve, espero), particularmente, quero voltar a expressar minhas opiniões neste espaço, do qual gosto tanto e que tanta gente boa me fez conhecer no mundo da blogosfera. Em breve, algumas novidades tanto dentro quanto fora do universo do blog!


Um grande abraço a todos que visitam e prestigiam nosso espaço.

12.11.07

Proecsso de canonização no Pq. São Jorge

Felipe defende pênalti que dá mais esperança ao Corinthians para escapar da segundona: A Fiel encontra um novo ídolo

Eu admito que o termo que entitula o post seja bem lugar-comum, mas diante do que está acontecendo embaixo das balizas corinthianas durante os jogos deste Brasileirão, talvez esse seja o termo mais “apropriado”. Como o último bastião de uma defesa pra lá de instável está Luiz Felipe Ventura dos Santos, ou como estão o chamando após a partida de ontem contra o Goiás, o “São Felipe”. O pênalti, defendido por ele em um momento capital do jogo, foi tão comemorado quanto um gol de Finazzi. Ou mesmo de Betão, na quebra do incômodo tabu contra o São Paulo. E a comemoração dele com os jogadores mostrou isso.

Mas a denominação de “santo” (já usada para Marcos, nos tempos áureos de Palmeiras e Seleção Brasileira), com a sua devida analogia, é bem apropriada. Com uma equipe em frangalhos, que aos poucos tenta readquirir uma nova identidade, o goleiro carioca revelado nas categorias de base do Vitória cavou muito mais do que um espaço no gol alvinegro. Felipe preencheu uma lacuna que existia há muitos anos no Corinthians: a o adorado e incontestável camisa 1.

Desde a saída de Ronaldo, 601 jogos pelo clube, o torcedor corinthiano não vibrava tanto ao ver um goleiro com a cara de sua torcida. Ronaldo não era um goleiro brilhante tecnicamente, mas seus gritos, raça e boas defesas o fizeram cair nas graças da Fiel. Conquistou dois Paulistas (95 e 97) uma Copa do Brasil (95) e um Brasileirão (90). Como Felipe, Ronaldo também é de gênio forte, chegando até a cobrar companheiros publicamente por conta de erros.

Digo que a Fiel sentia falta de um goleiro com a cara da torcida pois Dida, excelente goleiro que passou pelo Corinthians (entre 99 e 2000 e 2001 e 2002) era extremamente frio quando atuava. E talvez esse quê de vibração que Dida não possui faz muitos torcedores prefirirem Ronaldo a Dida. Mas outras semelhanças entre Dida e Felipe também acontecem, pois os dois saíram da mesma escola de goleiros: a do Vitória baiano.

Mas a vida de Felipe não foi apenas de êxitos. Até se destacar no Paulistão deste ano, quando parou os Santos nas semifinais, sendo que o time praiano só chegou à final por ter melhor campanha, Felipe sofreu um bocado no Vitória e na Lusa. Quem quiser acompanhar um depoimento de um jogo válido pela Copa do Brasil no qual Felipe, defendendo a camisa do rubro-negro baiano, falhou feio frente ao Baraúnas/RN, é só acompanhar o depoimento de um torcedor que estava vendo o garoto começar, no post de 05/11 do blog da Trivela. Mas o goleiro, que chegou ao Parque São Jorge com seu jeito tímido, calado na hora das entrevistas, foi se soltando fora e dentro de campo. É um dos líderes de um dos piores Corinthians de todos os tempos. Mas mesmo assim, encontra espaço para ser o melhor goleiro deste Brasileirão e o maior ídolo da torcida alvinegra desde a saída de Carlitos Tevez. E tem tudo para ratificar essa condição, já que seu contrato, válido até 2011, pode ser renovado a qualquer momento.

Se o Palmeiras tem (ou teve) São Marcos, o São Paulo tem o “Deus” Rogério Ceni, porque Felipe não pode ser considerado São Felipe? As suas peripécias no campeonato não deixam dúvidas: Felipe é o craque do time, mesmo não sendo o 10. Mas é o 1.

Na enquete do Opinião FC para a escolha do melhor debutante deste Brasileirão, Felipe ganhou apertado do zagueiro-revelação tricolor Breno. O goleiro venceu com 37 %, seguido pelo rival, com 34%. O uruguaio Acosta, destaque do Náutico recebeu 23% dos votos, enquanto o atacante Guilherme do Cruzeiro ficou com 7%. O camisa 10 do Flu, Thiago Neves, recebeu 5% dos votos e fechando a enquete, o boliviano Marcelo Moreno, da Raposa, recebeu 1% da preferência dos internautas. O Opinião FC agradece a todos, chegando a marca de 140 votos na enquete!

9.11.07

A defesa e o melhor ataque (ou vice-versa)

Sentado no sofá e acompanhando o jogo do Barcelona contra o Rangers, válido pela quarta rodada da fase de grupos da Champions League, me admirava o jogo fácil dos catalães, mesmo diante de um time tão fechado e de marcação forte. Se fechavam dois em cima de Ronaldinho, do outro lado estava Messi. Se os dois estavam vigiados de perto pelos marcadores, Henry vinha buscar a bola, ou Iniesta e Xavi vinham de trás, com extrema qualidade no passe e no chute. Puyol e Abidal eram acionados nas laterais a toda hora. Anda fico impressionado com o padrão tático que Rijkaard dá a equipe. E assim como escrevi no post sobre o Manchester United, que está atuando com apenas um volante de ofício e mesmo assim continua triturando seus adversários com muitos gols, continuo me questionando qual a real função do volante no campo de jogo. Encher o time de brucutus é garantia de uma defesa forte e um time cauteloso? A diferença do “e” pelo “é” do título deste post realmente faz muito sentido.

Se analisarmos o Barcelona desse ano, o time tem um quê parecido com o de 2005/06 (imagens: uefa.com), campeão europeu jogando um futebol vistoso e ofensivo. Equipe por equipe, a atual tem um potencial humano e técnico muito maior que a campeã da Europa, da final contra o Arsenal no Stade de France. Valdes é mais experiente e seguro do que há dois anos. Com uma zaga formada pelo experiente Lílian Thuram e o promissor Gabi Milito, vemos a solidez parecida com a retaguarda formada por Rafa Márquez (banco do time atual) e Puyol – que com a entrada dos dois novos zagueiros, é deslocado para a lateral direita, sua posição de origem – enquanto Abidal é mais eficiente na defesa do que seu antecessor, Van Bronckhorst. E para o lugar de Puyol na direita, ainda há o italiano Zambrotta, que também atua na esquerda.

Mas é do meio pra frente que a mudança ganha mais corpo e é mais espantosa, mesmo com a troca de poucas peças. O gás novo na posição de volante é dado pelas atuações de Yayá Toure, Iniesta (novo e inexperiente á época da final de 2005) e Xavi (banco por conta de estar se recuperando de uma grave contusão naquela temporada). O trio marca com eficiência, tendo seu trunfo na saída para o ataque. Passes de qualidade e a atuação como elemento-surpresa quando os homens de frente estiverem marcados (principalmente Iniesta e Xavi). Deco, principal articulador do Barcelona nas últimas duas temporadas, luta por um lugar no time titular de hoje. O tridente Messi-Ronaldinho-Henry é fabuloso. A movimentação intensa da linha de frente, que tem Henry como referência, Messi na direita e Ronaldinho na esquerda, não se fixam apenas a essas faixas de campo. Sempre buscam um ao outro para tabelas, movimentam-se para abrir espaços para o outro, sempre com dribles geniais, passes inesperados e chutes certeiros. Bem diferente de 2005, apesar da proposta tática ser parecida. No entanto, Ronaldinho e Giuly eram mais fixos nos flancos, enquanto Eto’o prendia mais a bola no comando de ataque.

A evolução de jogadores como Iniesta, Messi e Valdés, somada ao surgimento de novos valores, que assim como os citados, também brotam das categorias de base do time blaugrana. Bojan Krkic e Giovani dos Santos entram em um time onde jogar é fácil, mesmo em um time de torcida tão fanática quanto a do Barcelona. A base forte ao lado de contratações precisas às necessidades da equipe – casos de Abidal, Milito e Henry – dão ao Barca o rótulo de um dos favoritos a levantar novamente o caneco da Champions League. E novamente dando show de posicionamento tático e de técnica de seus jogadores. Prova disso é o desempenho da equipe até aqui. Vice-líder da Liga Espanhola (apenas um ponto atrás do inconstante Real Madrid), possui a melhor defesa da competição (oito gols sofridos) e o segundo melhor ataque (23 gols marcados). Na Champions, oito gols marcados, nenhum sofrido e a liderança do Grupo E, de times chatos na marcação e na defesa, como o Glasgow Rangers e o Lyon.

Os volantes não precisam se amontoar para fazer volume à frente de uma defesa, por mais fragilizada que ela seja. Imagino se Rijkaard fosse técnico do Brasil, que lhe daria tantas opções para fazer algo parecido no Barcelona. Elano, Richalyson, Josué, Mineiro, Hernanes, Marcelo Mattos, entre outros. Não coloca-los juntos, mas de modo que eles possam auxiliar com eficiência aos manjados Kaká e Ronaldinho, sempre muitíssimo bem vigiados. Para que burocratizar, se podemos fazê-los ter mais dor de cabeça? Será que um dia verei isso dentro da seleção? A mesma seleção do “invisível” Liédson, que nunca é sequer cogitado para defender a amarelinha?

4.11.07

Decisão às avessas

"Decisão" no Serra Dourada: perder, nem pensar.

Quem disse que o Brasileirão acabou quando o São Paulo conquistou a taça, após o jogo contra o América/RN? Além da briga feroz pelas vagas na Libertadores, o clichê ganha corpo no jogo do próximo domingo entre Goiás e Corinthians, decisivo para as pretensões das duas equipes em permanecer na Série A no ano que vem. Quem perder dá um grande passo em direção a segundona. O retrato da partida é desastroso: duas equipes em frangalhos, que não conseguem se acertar em campo e vivem torcendo por tropeços dos adversários para continuarem respirando. Ambos possuem hiperdependência em um jogador da equipe e fazem campanhas pífias. Um empate pode abraçar as duas equipes na zona de rebaixamento em caso de êxito do Paraná diante do Botafogo, no Engenhão. Para os corintianos, um alento. No jogo do primeiro turno, após dez jogos sem vitória, o Corinthians bateu o Goiás pelo placar mínimo. Quem será o "menos pior" nessa decisão às avessas?

O Goiás vem descendo a ladeira desde que Márcio Araújo assumiu o comando da equipe esmeraldina. Com um aproveitamento de apenas 33,3%, o técnico pegou a equipe do planalto brigando pela Sul-Americana e agora luta pra sair da zona de rebaixamento. Com apenas uma vitória nos últimos seis jogos em casa, a equipe tem graves problemas na defesa e no comando de ataque. Tanto que o artilheiro da equipe é o polivalente Paulo Baier, que assumiu a 10 e a tarja de capitão, fazendo o Goiás respirar com seus 12 gols no Brasilierão. Além dele, o bom goleiro Harley também é destaque, mesmo com a vazada defesa da equipe, a qual sofreu 14 gols nos últimos cinco jogos.

Mas se depender do ataque do Timão, o Goiás não tem com o que se preocupar. O Corinthians é o terceiro pior ataque do Brasileirão, com 38 gols em 35 jogos. Esse é um dos problemas mais crônicos da equipe. Não especificamente o comando de ataque, com o limitado e eficiente Finazzi, 13 gols. Mas com a ligação entre a defesa e o ataque, a qual melhorou sensivelmente com as entradas de Dentinho e Lulinha na equipe de Nelsinho Bastista. A defesa vem se exibindo com incostância e nervosismo, com gols crassos sofridos nos jogos contra Flamengo e Atlético/PR. Falhas primárias de marcação e de posicionamento arrepiam o torcedor alvinegro, mesmo com a equipe atuando com três zagueiros e dois volantes. Além de Finazzi, que vem marcando gols importantes (marcou nos últimos três jogos) e ótimas atuações do goleiro Felipe, o volante Moradei vem crescendo de produção, com uma marcação forte e melhorando a saída de bola para o ataque.

Como dito acima, empate nem pensar. Além do Paraná fungando no cangote das duas equipes, o Náutico, um ponto acima na tabela, encara o América em casa. Ou seja, a água pode bater no pescoço de esmeraldinos e alvinegros em caso de um resultado negativo. "Decisão", meus caros. Mesmo em uma situação ingrata como essa.

3.11.07

Sopro de Esperança - Olheiros.net

Amigos e visitantes do Opinião FC! Convido-os para conhecer um novo projeto, o site Olheiros. Com uma proposta inovadora para um veículo midiático que aborda futebol - o do olhar analítico sobre as revelações saídas das diversas categorias de base - o Olheiros nasce também com o intuito de revelar novas cabeças no universo do jornalismo esportivo. Este blogueiro e aspirante a jornalista tem a honra de ser um dos colaboradores do site, que ainda tem como editores Dassler Marques e Marcus Alves, além de um corpo de colunistas fixos. Abaixo, segue parte do primeiro texto que redigi para o site, feito em parceria com Dassler Marques, sobre os feitos dos garotos iraquianos, quarto lugar em Atenas e campeões da Copa da Ásia de seleções.

Sopro de Esperança

A tradição esportiva do Iraque, tal qual de todas as nações do Oriente Médio, é bastante modesta. Com apenas uma única medalha – e de bronze – na história dos Jogos Olímpicos, o país pôde ansiar algo maior, 47 anos após sua principal façanha olímpica, em Roma-1960. Entre os quatro finalistas em Atenas-04, a seleção masculina sub-23 não conseguiu, incrivelmente, subir ao pódio pela segunda vez da história – acabou em quarto lugar. Mas, formou uma espinha de jovens jogadores que, três anos depois, daria o inédito e expressivo título da Copa da Ásia ao sofrido povo iraquiano.

Trajetória olímpica

Os iraquianos chegaram à última rodada do Pré-Olímpico Asiático no terceiro lugar do Grupo C, com seis pontos. Situação, àquele momento, idêntica à da Arábia Saudita. Omã liderava a chave (8 pontos) com o Kuwait logo atrás (7 pontos). Portanto, o Iraque precisava vencer os sauditas jogando “em casa” (já que não podiam atuar em seu território, por medidas de segurança) e torcer por um empate entre Omã e Kuwait. Neste dia, claramente, Alá estava olhando pelos iraquianos. A vitória de 3-1 sobre a tradicional Arábia Saudita e o empate em 0-0, de Omã com Kuwait, foi o estopim para uma festa no país, recém-invadido pelas forças de coalizão lideradas pelos EUA.

Em Atenas, os ‘Leões da Mesopotâmia’ chegaram como uma das dezesseis postulantes ao pódio. Na batalha, estavam países fortes como Argentina, Portugal, Itália, Sérvia e Montenegro, Gana e Paraguai. A classificação, garantida de forma improvável, deu aos iraquianos apenas a quarta possibilidade de jogar o torneio olímpico de futebol em toda a história. E os garotos sub-23, reforçados por apenas dois nomes acima da idade prevista - Razzaq Farhan e Abdul-Wahad Abu -, aproveitaram bem a chance. A chave inicial dos Jogos Olímpicos, não era simples, teoricamente. Mas, Costa Rica e Marrocos, claro, não poderiam representar uma impossibilidade. Portugal, contando com ninguém menos que Cristiano Ronaldo, era o cabeça-de-chave e favorito em teoria. Quando a bola rolou, o imponderável fez das suas.Com gols de Emad Mohammed, Hawar Mulla, Younis Mahmoud e Saleh Sader, os iraquianos bateram Portugal por 4-2, abrindo sua participação nos Jogos de forma incrível. Feito isso, Hawar Mulla e Mahdi Karim, contra Costa Rica, com um 2-0, confirmaram a heróica classificação dos ‘Leões da Mesopotâmia’ – apenas a segunda em todos os tempos. Mesmo batidos pela Costa Rica, por 2-1 (gol de Saleh Sader), o Iraque acabava o grupo D na ponta.

Emad Mohammed, autor do primeiro gol iraquiano nos Jogos, fez também na vitória por 1-0 diante da Austrália, responsável pela vaga nas semifinais. Após sofrer três gols dos paraguaios, posteriormente vice-campeões, o Iraque diminuiu, com Razzaq Farhan. Insuficiente, porém, para brigar pelo ouro. A luta pelo bronze, entretanto, morreu nos pés de Alberto Gilardino. Hoje no Milan, ele fez o gol que freou o ímpeto do Iraque, fadado ao quarto, porém honroso, lugar nos Jogos de Atenas. Mais importante que qualquer resultado, evidentemente, foi a projeção que pôde se fazer de uma série de jovens promissores com menos de 23 anos. Três anos mais tarde, sob enorme influência do treinador Jorvan Vieira, onze dos dezoito nomes presentes em Atenas, deram ao país aquela que foi, provavelmente, sua maior façanha esportiva em todos os tempos: o título da Copa da Ásia.


2.11.07

Nada é por acaso!!

São Paulo comemora o Pentacampeonato Brasileiro

Nada ocorre por acaso. Essa frase pode parecer piegas porém é uma máxima que pode ser usada tanto no trabalho, como em casa, ou seja, pra vida toda. No esporte não é diferente. Aquele que se dedica mais, consegue atingir seu objetivo. Aqueles que planejam, obtém sucesso. Os que erram e se omitem, acabam pagando caro no final.

O pentacampeonato brasileiro conquistado esta semana pelo São Paulo permite constatar que boa administração, planejamento e competência são coroados através de títulos e reconhecimento. Com uma das melhores estruturas físicas das Américas, o clube conta com um centro de treinamento que esta entre os mais modernos do mundo, o qual vários atletas que jogam no exterior procuram para se tratar; mesmo com as sucessões presidências, a filosofia de trabalho mantém um linha muito definida e “pé no chão”, o que dá suporte para os profissionais envolvidos no suporte técnico e administrativo consigam desenvolver seus trabalhos com segurança através de salários em dia e dinheiro em caixa.

Rogério Ceni não é um exímio batedor de faltas porque tem o pé anatomicamente perfeito; treina cobranças cerca de duas horas todos os dias. Richarlyson não corre o campo todo porque seu pulmão é maior que o dos demais; seu acompanhamento médico e sua dedicação intensa nos treinamentos físicos dão maior resistência ao jogador. O mesmo ocorre com a comissão técnica que antevê os problemas para buscar soluções.

Quando questionado por um repórter sobre ter tido sorte em encontrar um meia como Hernandes para substituir Mineiro, o técnico Muricy Ramalho ironizou:” Deve ter sido sorte mesmo! Eu costumo vir ao CT apenas pra brincar”. O jogador, contratado junto ao Santo André, chegou ao São Paulo como centro-avante, já havia sido lateral e durante a pré-temporada Muricy o improvisou como 2º volante. Em três amistosos ele se destacou e durante a excursão para a Índia fez cinco ótimas partidas nessa posição. O trabalho do treinador passou a ser de posicionar o jogador de forma a fazer seu futebol render ao máximo. Não caiu do céu um meia habilidoso, ele foi moldado.

Desde que começou a ser disputado através de pontos corridos,o Campeonato Brasileiro passou a premiar os clubes que melhor se estruturaram, que mantiveram suas comissões técnicas por mais tempo, pois em uma competição com 38 rodadas, o acaso não leva vantagem como nas decisões por mata-mata.

Se por um lado a administração competente colhe os frutos de seu trabalho, as campanhas pífias de alguns clubes são reflexo direto do “efeito cascata”. O Corínthians por exemplo, envolvido com escândalo de corrupção interna e lavagem de dinheiro da MSI, sofre dentro de campo para conseguir escapar do rebaixamento, porém é notório que isso é resultado do mau direcionamento feito pela direção e a parceria feita às escuras no Parque São Jorge. Seu time não é nem sombra das equipes vitoriosas do final dos anos 90 e o eterno sonho do torcedor de ver seu clube construir um estádio próprio fica cada vez mais longe por causa das dívidas adquiridas pela incompetência de vários dirigentes, isso se ainda não tiver que amargar a disputa da série B no ano que vem. É por isso que o ditado nunca sai de moda: Nada é por acaso!