28.2.09

Fim da linha?

Carlo Ancelotti nunca foi unanimidade entre torcedores e imprensa do mundo do futebol, mesmo com um currículo de respeito à frente do Milan: um Campeonato Italiano (2003/04), uma Copa da Itália (2002/03), uma Supercopa da Itália (2003/04), duas Champions League (2002/03 e 2006/07) e duas Supercopas Européias (2003 e 2007). Os mais críticos alegavam que faltava um “algo” a mais na equipe, que por vezes primava pelo excesso de cautela defensiva – o que certamente custou o título da Champions 2004/05, perdido para o Liverpool após ter conquistado uma vantagem de 3-0 – para citar o exemplo mais clássico e conhecido.

Os recém-completados sete anos à frente do Milan – estreou em novembro de 2001 - podem estar chegando ao fim, assim como a já esgotada paciência do torcedor rossonero. O Milan conseguiu ser eliminado em casa para o Werder Bremen após conquistar vantagem de 2-0 no primeiro tempo. Em dez minutos, os dois gols de Pizarro decretaram o fim da Copa da UEFA frente a um time que, novamente, pecou pela burocracia e falta de criatividade. Sem Kaká e Ronaldinho – ambos contundidos – o experiente time do Milan não deu conta do recado, vivendo apenas do bom futebol do jovem Alexandre Pato. E para ser justo, uma aposta lapidada por Ancelotti, em um de seus poucos acertos nos últimos tempos.

Eliminado da Champions 2007/08 – a última que disputou - pelo jovem Arsenal em pleno San Siro, quinto colocado do Campeonato Italiano da mesma temporada após perder a vaga para a Fiorentina, Ancelotti balançou, mas não caiu. Ainda assim, o Milan trouxe poucos reforços de peso – pra valer mesmo, apenas Ronaldinho Gaúcho – e repetiu os erros dos últimos fracassos: muita cautela e pouca dinâmica. Mesmo com o excesso de jogadores experientes, novamente faltaram nervos para a equipe comandada por Ancelotti, eliminada nos dezesseis avos de final da segunda competição intercontinental em importância na Europa, na qual o Milan pintou como um dos grandes favoritos.

Onze pontos atrás da Inter, o terceiro lugar neste Calcio mostra que o Milan brigará mesmo por uma vaga na próxima Champions em pé de igualdade com Fiorentina e Roma – que faz um campeonato de recuperação e já está a cinco pontos dos rossoneros. Muito pouco para o segundo maior campeão Italiano e da Champions League, que ultimamente só conseguiu picos de aparição na imprensa por tentar recuperar jogadores como Ronaldo, Ronaldinho e Beckham. Com Maldini se aposentando ao final desta temporada e a novela interminável da compra de Beckham, já passou da hora do manda-chuva Silvio Berlusconi fazer uma faxina entre os mais experientes do elenco – especialmente entre goleiros e defensores, ponto crítico do time – terminando no comando na equipe, onde é claro que o treinador italiano precisa respirar novos ares, como já foi dito neste blog à época da eliminação do Milan pelo Arsenal. Renovar não é apenas preciso. É necessário, para que o Milan possa voltar às cabeças novamente.

26.2.09

Já é ou já era?

Mais uma vez, um clube do interior do Rio de Janeiro surpreendeu no primeiro turno do Campeonato Carioca e alcançou a final da Taça Guanabara. Prestes a completar 100 anos de existência, Resende conseguiu o maior feito de sua história ao derrotar o Flamengo por 3 a 1 no último final de semana.

Apesar da idade avançada, o Alvinegro do Interior nunca sequer firmou-se como um dos clubes que sempre estão presentes na primeira divisão estadual. Tudo mudou em 2006, quando o time assinou uma parceria com uma empresa de marketing esportivo e retomou ao futebol profissional, após 30 anos no amadorismo. Com um projeto eficiente o clube ascendeu meteoricamente. Boas campanhas na Terceirona (3ª colocação) e Segundona (campeão) credenciaram o Resende a disputar a principal divisão estadual já em 2008, quando teve participação discreta e chegou em 9º.

Neste ano, o clube decidiu formar seu elenco com um apanhado de atletas desconhecidos que já tinham perambulado sem tanto sucesso em outros clubes do Rio. Casos do goleiro Cléber, do lateral Bruno Leite, dos zagueiros Breno e Naílton, dos meio-campistas Beto, Bruno Reis e Leo e dos atacantes Fabiano e Bruno Meneghel, por exemplo. Aliados a esses nomes, apenas três nomes conhecidos: o veterano defensor Márcio Costa (ex- Corinthians e Fluminense), o limitado volante Márcio Gomes (ex-Botafogo) e o folclórico avante Viola.

E a mistura deu certo. Apesar da campanha (4 vitórias, 1 empate e 3 derrotas) não “encher os olhos”, a equipe cresceu na hora certa. Bastou o Vasco ser denunciado pela utilização de um jogador irregular, para os resendenses voltarem a sonhar com uma possível vaga nas semifinais.

Com um esquema defensivo formado por três zagueiros, dois volantes e um meia que sabe marcar, o Resende começou a bater seus adversários com jogadas rápidas de contra-ataque e perigosos cruzamentos na área. Para colaborar, o ex-vascaíno Bruno Meneghel vive excelente fase e é o artilheiro absoluto da competição até o momento, marcando 8 gols em 8 partidas. É bem verdade que a presença de azarões tornou-se algo muito mais comum nas últimas edições da Taça Guanabara. Foi assim com Madureira em 2007, América em 2006 e Americano e Volta Redonda em 2005 (que fizeram a única final formada apenas por clubes do interior desde que a Taça foi criada, em 1965).

Infelizmente essas surpresas fluminenses restringiram-se apenas ao torneio local. Não à toa, o Estado vê clubes que já foram grandes, como Bangu e América, caírem no ostracismo, ou ex-emergentes, como Volta Redonda e Americano, fazerem campanhas pífias em campeonatos nacionais. Muitos dizem que isso ocorre porque o atual futebol carioca é fraco e nivelado por baixo. Talvez isso seja verdade. Não vemos mais as equipes do Rio ganhar tantos títulos nacionais como outrora. Uma aparição de novos adversários faria com que todos se preocupassem em criar melhores elencos.

Algo que acontece no futebol paulista. Há muitos times pequenos que complicam e isso estimula os grandes a se organizarem melhor. Independentemente do resultado no domingo, o futebol no Estado necessita mesmo é do surgimento de clubes organizados que simpatizem com o torcedor e sirvam de exemplo. Seria o Resende, este precursor? Já é ou já era...

24.2.09

Paredões

Júlio César faz mais uma defesa no jogo contra o Manchester United: o arqueiro vive grande fase e firma-se como um dos melhores do mundo em sua posição.

Se a Inter ainda aspira chances para passar à próxima fase da Champions League, o responsável direto é o goleiro Júlio César. Ratificando a sua excelente fase na Inter de Mourinho e no Brasil de Dunga, o arqueiro defendeu pelo menos três bolas dificílimas diante do Manchester United, nesta terça-feira.

Se no Calcio a Inter consegue se impor – mesmo não atuando bem em algumas oportunidades -, na Champions a equipe parece, por vezes, se apequenar diante da responsabilidade de conquistar um título que não vê há mais de 30 anos. Jogando no San Siro, a equipe nerazzurri foi mera espectadora ao ver os Red Devils com amplo domínio da partida, com um Cristiano Ronaldo criando e definindo jogadas perigosas até com alguma liberdade. Mas o quarteto ofensivo dos mancunianos parou em Júlio César, que assegura seu nome como um dos principais goleiros da atualidade, ao lado da Casillas e Van der Sar. Prestes a completar 30 anos, Júlio César parece chegar ao auge de sua carreira e caminha firme para ser o titular da baliza brasileira na Copa do Mundo de 2010. Com todos os méritos, é um dos “intocáveis” na equipe de Dunga.

Do outro lado, estava o veterano Van der Sar, que pouco foi incomodado na partida apesar do aumento nas ações da Inter no segundo tempo. Prestes a bater o recorde europeu de minutos sem ter a meta vazada, o holandês não é do tipo espalhafatoso. Como na partida desta terça onde novamente foi auxiliado pela fortíssima defesa do United – a menos vazada da Champions e da Premier League -, seguramente a melhor da Europa. Não teve necessidade de fazer defesas difíceis, mas é peça importante quando os zagueiros do Manchester não previnem os ataques adversários, como pôde ser visto na final do último Mundial da FIFA, frente a LDU. O que difere Van der Sar de Júlio César é que o brasileiro vem sendo muito mais exigido, e por conseqüência, acaba se destacando mais. Mas trata-se de dois dos mais técnicos goleiros da atualidade e que podem decidir a segunda parte do confronto daqui a duas semanas, em Old Trafford.

22.2.09

Futebol MTViano

POR VERÔNICA LIMA
TextoSemPonto - http://www.textosemponto.blogspot.com/

A discussão da 'gostosa-ex-miss' e os comentaristas 'fim-de-carreira' me irritaram. Mudei de canal pra ver como outros noticiários esportivos tinham tratado do "assunto". E vi um Globo Esporte meio 'MTV' demais, apresentado num formato 'descolado', que já estava sendo experimentado por Tadeu Schmidt. O jornalista apresentador, que poderia ser um VJ qualquer de um canal juvenil, é Tiago Leifert, vindo da SporTV.

Não pesquisei nada sobre o cara, não tenho nada contra ou a favor dele (a não ser o fato de que tentei entrar no blog dele e é só pra convidados - se é pra ser assim, faz newsletter, não blog, pô), mas me preocupa o modelo de jornalismo que vem se consagrando na cobertura de esportes. Uma coisa é fazer um jornalismo 'leve', outra é a superficialidade, a futilidade. É isso que algumas matérias desse novo formato me transmitiram.

Fazer piadinhas com o mau humor do Muricy? Até pode ser legal. Mas, pra mim, que não tinha assistido ao jogo, os comentários da Renata Fan foram muito mais proveitosos que as firulas do Leifert. A Globo quis inovar o formato porque os telespectadores paulistas estavam de saco cheio: o noticiário estava perdendo pro Chaves, no SBT. E tenho lá minhas dúvidas se o público vai gostar ou achar o cara um mala.

Talvez o mau humor do Muricy venha um pouco disto: com a derrota, ele já sabia quais perguntas seriam feitas, quais os comentários. Tudo muito juvenil. Como quem fica sacaneando o amigo quando vence uma partida no video-game. Mas futebol é coisa séria. Pelo menos deveria ser. Tenho medo de reduzirmos um esporte que já foi comparado à arte a apenas comentários em tablóides, ferraris, gostosas, caras descolados. Enquanto isso, os cartolas enchem o bolso.Se eu fosse o Muricy, nem ia na coletiva. Não adianta ser grosso com a molecadinha.

20.2.09

Três por dois no Grupo 1

O final desta primeira rodada mostrou que a disputa no Grupo 1 da Libertadores será mesmo acirrada. E o fiel da balança será o Colo-Colo - que está longe de ser um time ingênuo, pois computa diversas participações no torneio - principalmente nos jogos em Santiago. O atual campeão do Clausura chileno não parece compacto o bastante para brigar pelas vagas à próxima fase, como ficou evidente no confronto com o Sport, o qual voltava à Libertadores depois de 21 anos. Com personalidade, o Sport conseguiu abrir 2-0 de cara e teve personalidade e destreza para segurar o ímpeto dos Caciques na busca por um empate.

A importante vitória fora de casa dá a oportunidade ao Sport de decidir a liderança do grupo jogando na Ilha do Retiro, contra nada menos que a LDU. Mesmo sem duas de suas principais peças do time campeão da América em 2008 – os velozes Guerrón e Bolaños, além do técnico Edgardo Baúza – a LDU é uma equipe que se não é brilhante, é compacta e tem bom toque de bola, características possívelmente exploradas na partida contra o Leão. O Sport terá de anular principalmente as investidas de Damián Manso, meia argentino que orquestra Los Albos. Manso tem bom remate, é bom nas bolas paradas e nas enfiadas para o ataque. No entanto, o Sport vive boa fase em 2009 e Nelsinho Baptista vai encaixando bem os reforços na equipe, que conta com o bom momento do promissor Ciro, oito gols em 2009. Além de Ciro, a base campeã da Copa do Brasil foi mantida, com o seguro Magrão, Durval e o veloz ala Dutra.

A primeira derrota do Palmeiras na temporada veio em má hora. Com bola para bater os atuais campeões da Libertadores, os garotos do Palmeiras sentiram um pouco a falta de tarimba na primeira partida frente a uma equipe mais técnica e bem armada. Keirrison e Cleiton Xavier – principais nomes do Verdão em 2009 até aqui – pouco produziram e a zaga capitaneada por Edmilson ainda está longe do entrosamento. Mas é fato que a equipe de Luxemburgo tem potencial para evoluir mais e é forte atuando no Palestra Itália, onde tem a chance de se redimir diante do Colo-Colo e não deixar Sport ou LDU disparem na liderança - em caso de vitória no confronto direto. Em caso de resulado negativo diante dos chilenos, o Verdão vai de ter de recuperar o prejuízo jogando em Recife, onde as equipes brasileiras normalmente sentem bastante o clima de "caldeirão" da Ilha, como comprovado na brilhante campanha do Sport na Copa do Brasil de 2008, onde derrotou o próprio Palmeiras, Inter, Vasco e Corinthians em seus domínios.

A próxima rodada (03 e 04 de março) começará a pôr alguns "pingos nos is" deste grupo. Mas há grandes chances dos favoritos se embolarem. Com um risco considerável do campeão da Libertadores poder cair ainda na primeira fase, apesar do bom início.

18.2.09

Ícones em extinção

O gol 309 ratifica Raúl como o maior artilheiro da história do Real: marca que dificilmente será batida.

Toda equipe de grande porte possui uma era vitoriosa, marcante, inesquecível. Normalmente relacionadas a feitos do passado, numa era em que o futebol era mais romantizado, ofensivista e menos mercadológico. Naturalmente, os ídolos continuarão existindo, mas o ícone – o jogador que encarnava em campo o espírito do clube aliado a era vencedora – foi ficando cada vez mais raro com o passar das décadas. E nesse começo de século XXI, podemos estar testemunhando a extinção desse tipo de atleta, onde os últimos jogadores que carregam essa estirpe estão mais próximos do final de sua carreira como atletas de futebol.

Já imortalizado na história do Real Madrid, Raúl Gonzalez Blanco tem o estereótipo do ícone. Maior ídolo da equipe desde o hispano-argentino Alfredo Di Stéfano, na década de 60, Raúl representa a era de glórias contemporâneas da equipe merengue. Em quase 15 anos de carreira futebolística profissional – todos dedicados ao Real Madrid – o camisa sete conquistou seis Ligas Espanholas, três Champions League, quatro Supercopas da Espanha e dois campeonatos intercontinentais, além de inúmeros prêmios e marcas individuais: é o quinto atleta com mais jogos em La Liga (505) e o sexto maior artilheiro (216 gols, 35 atrás de Telmo Zarra, maior artilheiro da competição). É maior artilheiro de todos os tempos em competições européias (66 gols) e quebrou o recorde pertencente a Di Stéfano no último domingo, no doblete frente ao Sporting Gijón como o maior artilheiro do clube de todos os tempos, com 309 tentos (como mostra o infográfico do Diário Marca).

Curiosamente, o ídolo merengue é oriundo da categoria de base dos rivais do Atlético de Madrid, que perderam o prodígio jogador por conta de dificuldades financeiras. Debutou na equipe com apenas 17 anos e conforme foi se firmando como uma das principais peças, teve a difícil missão de substituir outro ídolo do Real com a tarja de capitão: o zagueiro Fernando Hierro. Aos 31 anos, nenhuma expulsão e histórico de poucas contusões graves, “Raúl Madrid” – como é carinhosamente chamado pelos torcedores – caminha firme para chegar mais perto de outras marcas de Di Stéfano, indubitavelmente o maior ídolo que envergou a camisa merengue. Jamais Raúl poderia ter sua técnica comparada a de Don Alfredo – apesar de se tratar de um bom jogador. No entanto, ao falarmos de Real Madrid, podemos equipará-los em importância histórica.

Jogadores como Raúl são cada vez mais raros em clubes e os poucos que existem, já beiram ou passaram dos trinta anos: Paolo Maldini, 40 anos – 25 deles dedicados exclusivamente ao Milan. Nunca nenhum outro atleta envergou tanto a camisa do Milan (mais de 1000 partidas) e defendeu a Azzurra numa Copa (2252 minutos, recorde absoluto); Javier Zanetti, 14 anos de serviços prestados a Inter; Francesco Totti e Alessandro Del Piero, sendo que Delpi – maior número de jogos e maior artilheiro com a camisa bianconera – ajudou a reerguer a Juve de uma das páginas mais negras de sua história: a queda para a Segunda Divisão italiana, por conta do escândalo do Calciocaos; Carles Puyol (Barcelona), Ryan Giggs (Manchester United) e Steven Gerrard (Liverpool), todos ícones recentes de fases vitoriosas de suas equipes. No Brasil, cada vez mais colônia no cenário clubístico, Marcos e Rogério Ceni – ambos goleiros – se adequam a um perfil que se é cada vez mais raro no exterior, certamente morrerá por aqui quando os dois não puderem mais envergar as camisas de Palmeiras e São Paulo.

O processo é irreversível. O futebol das cifras estratosféricas e dos mecenas que ambicionam montar esquadrões vai na contramão desse tipo de jogador, onde a identificação fala mais alto do que qualquer outra coisa. Por isso, temos que nos deleitar ao ver esses atletas continuarem quebrando marcas do passado. e do presente Aproveitar enquanto podemos ver ao vivo esses jogadores em ação. Porque essa próxima geração de craques que está se consolidando como grandes atletasno futebol contemporâneo – Cristiano Ronaldo, Messi, ou mesmo Kaká - dificilmente terão suas feições associadas a história um clube, tal qual ainda ocorre hoje em dia, como a dos exemplos citados acima.

15.2.09

Peladeiros que atrapalham...

O clássico de hoje à tarde mostrou como as equipes ainda estão longe de atingirem sua melhor forma física. O Corinthians entrou em campo com força máxima, com exceção do artilheiro Chicão e do mediano Alessandro. Já o São Paulo poupou os melhores para a partida de estréia da Libertadores na quarta.

Logo de cara, o que chamou a atenção foi o excessivo números de faltas. E principalmente a capacidade peladeira de alguns jogadores. Jorge Henrique deveria primeiro parar de achar que é o Romário. Depois, ele pode tentar ficar de pé. O Túlio então nem se fala... Lamentável. Jogador limitado. Sem psicológico para agüentar partidas decisivas. Vale lembrar que há dois anos, contra o mesmo São Paulo, ele chutou a cabeça do Leandro no chão e pegou gancho de 120 dias. Fora que na época o time dele, Botafogo, perdeu a partida, a liderança e depois nem se classificou para a Libertadores. No jogo de hoje, bordoada em André Dias e mais uma expulsão equivocada.

Dagoberto e André Lima também protagonizaram lances desnecessários. O André nem se fala, além de ser um jogador limitadíssimo, preocupa-se mais em reclamar da arbitragem do que em jogar bola...

De qualquer maneira, a partida foi bastante truncada. O Corinthians ficou prejudicado por jogar com um homem a menos. Mas verdade seja dita, enquanto tinha onze em campo, jogava muito pior do que o adversário. Ou melhor, do que os reservas do adversário.

Por isso, vejo o empate de hoje à tarde como um sinal de alerta para o Timão. Já que o alvinegro teve mais tempo para se preparar durante a pré-temporada. O ponto positivo é o jovem Boquita, que inicia de forma brilhante sua participação entre os titulares... O passe de hoje para o gol de André Santos foi formidável...
Para o tricolores, ficou a boa impressão de alguns recém contratados, como Arouca e Junior César. Porém, Muricy vai ter trabalho para encaixar essas peças no time titular. Ainda mais porque os titulares dessas posições são os incontestáveis, Hernanes e Jorge Wágner. Outra missão para o treinador vai ser controlar a ansiedade do grupo e a responsabilidade de trazer o título da Libertadores....

14.2.09

Made in Brazil

Após nove anos no futebol belga, o paulista Igor de Camargo, 25, fez sua estréia no último dia 11 pelos Diables Rouges, diante da Estônia

Que o jogador brasileiro é tipo exportação, todo mundo sabe. Cada vez mais tratado como mercadoria, o jogador brasileiro – mesmo com a falta de profissionalismo e aplicação tática de alguns – quase sempre é investimento garantido, assim como o pau-brasil, a cana-de-açúcar, a borracha e o café já foram um dia. Em 2008, as transferências de atletas brasileiros ao exterior bateram recorde: 1176 jogadores rumaram para as diversas partes do globo, mais que o dobro em relação há dez anos atrás (530) e treze vezes maior do que há 30 anos (87).

Naturalmente, alguns desses jogadores acabam fazendo carreira no exterior e acabam se incorporando ao país de destino. O sucesso fora do Brasil quase sempre traz como conseqüência a dupla nacionalidade e os pedidos de defender a respectiva seleção nacional. Maior importador de jogadores – até pela facilidade do idioma – Portugal foi responsável por 209 contratações no ano passado. E como conseqüência, dois jogadores figuram com constância na seleção nacional: o zagueiro Pepe e o meia Deco. E em processo de naturalização, está o atacante Liédson, do Sporting. Com passagem destacada no Brasil – Coritiba, Flamengo e Corinthians -, o Levezinho rumou aos Leões em 2003, sendo artilheiro do campeonato luso por duas vezes (2004/05 e 2006/07) e já é o maior artilheiro estrangeiro da história do Sporting, marca atingida em janeiro deste ano ao marcar o gol de número 159, com os três gols marcados diante do Paços de Ferreira. Algumas vezes teve seu nome cotado para defender o Brasil, mas nunca foi lembrado pelos técnicos aqui passaram. Carlos Queiróz, treinador da seleção portuguesa, espera ansiosamente que a situação de Liédson se regularize para convocá-lo, visto que Portugal tem graves problemas no ataque de sua equipe.

Liédson provavelmente seguirá os caminhos de Roger Guerreiro (Polônia), Eduardo (Croácia) e Igor de Camargo (Bélgica), citando exemplos mais recentes. A exceção de Roger, naturalizado com pouco tempo no futebol polonês, Eduardo e Igor tiveram sucesso em times importantes de seus respectivos países – Dínamo de Zagreb e Standard de Liége – o que trouxe o convite de naturalização. Roger e Eduardo firmam-se como peças importantes de seus selecionados, enquanto Igor foi chamado pelo técnico René Vandereycken para a seleção belga pela primeira vez no jogo do último 11 de fevereiro contra a Estônia. Atuando no futebol belga desde 2000, o atacante paulista é fluente em francês e holandês e fez toda a carreira no futebol belga.

Claro que deve haver critérios estabelecidos pela FIFA sobre o tema, como o “recrutamento” de jogadores para atuar em troca de dinheiro, como já acena com a possibilidade os petrodólares árabes, afim de turbinar suas seleções. Mas a identificação e o grande tempo de convivência em seus países de destino pode e deve ser premiada com a possibilidade de defender as cores do país que adotaram e os adotou. Vejo como uma espécie de gratidão.

13.2.09

Indicações


Sempre é bom ter o trabalho reconhecido pelos parceiros e amigos da blogosfera. É assim que vejo os selos dados ao blog. Quatro colegas nos indicaram ao Olha que Blog Maneiro, motivo de alegria e orgulho para nós: Xô Perereca, Passes de Letra, Futebol Bonito e Futebol Europeu. Seguindo as regras da indicação dos colegas, reproduzo as regras:

1 - Exibir a imagem do selo "Olha que Blog Maneiro" que você acabou de ganhar.
2 - Postar o link do blog que te indicou
3 - Indicar 10 blogs ao selo.
4 - Avisar seus indicados.
5 - Publicar as regras.
6 - Conferir se os blogs repassaram o selo e as regras.
7 - Enviar sua foto ou de um(a) amigo(a) para olhaquemaneiro@gmail.com junto com os 10 links dos blogs indicados para verificação. Se eles repassarem as regras e o selo corretamente, dentro de alguns dias você receberá uma caricatura em preto e branco.

Nós indicamos:

Gambetas
Net Esporte
Papo de Craque
Limpo no Lance
Jogo Duro
Blog do Carlão
Blog do Massi
Rola Blog
Pitacos do Bodaum
Marcação Cerrada

9.2.09

Game over, Felipão

Sem os devidos reforços e derrotas para os principais rivais ajudaram a encurtar a missão de Felipão no Chelsea, que durou apenas sete meses

O empate em Stamford Bridge para o Hull City foi a gota d’água para o mecenas do Chelsea, Roman Abramovitch, dar cartão vermelho para Luiz Felipe Scolari do comando dos Blues. Mesmo com todas as dificuldades da adaptação e implementação de sua filisofia no clube londrino, pareceu uma decisão precipitada. Primeiro, porque o Chelsea – leia-se Abramovitch – atravessa dificuldades financeiras, e por isso, pouco reforçou/renovou o seu elenco. Apenas Deco, Bosingwa, Mineiro e Quaresma – os últimos dois a custo zero - chegaram em 2008/09, em um elenco que sofreria importantes perdas, como o polivalente Essien e Joe Cole pela temporada inteira. Além disso, teve problemas com alguns medalhões da equipe, o que vinha o atrapalhando em uma de suas principais virtudes nos grupos vencedores que construiu: fechar o grupo. Joe Cole, Drogba e Anelka não bateram diretamente contra Felipão, mas as reclamações constantes pela titularidade atrapalharam o foco do elenco.

Em pouco mais de sete meses no comando dos Blues, Felipão teve aproveitamento de 62 %. Em 36 jogos, foram 19 vitórias, dez empates e sete derrotas. No entanto, dois foram os fatores – tecnicamente falando – que contribuíram decisivamente para que Felipão e o Chelsea vissem o título inglês mais distante: o mau aproveitamento dos jogos em casa e o péssimo aproveitamento nos clássicos, primordiais para quem quer ser campeão inglês. Em seus domínios, o Chelsea venceu apenas seis partidas das 13 disputadas, com cinco empates e duas derrotas. Na época de sua primeira derrota – na nona rodada da Premier League para o Liverpool – o Chelsea viu ser quebrado uma série de 86 jogos sem derrota em casa em um período de quatro anos. E nos clássicos, Felipão e o Chelsea não conseguiram uma vitória sequer – duas derrotas para o Liverpool, uma para o Arsenal e uma derrota e um empate frente ao Manchester United.

O quarto lugar na Premier League – 49 pontos, sete atrás do Manchester United, que tem uma partida a menos – a irregular campanha na Champions e a eliminação na Copa da Liga Inglesa para o Burnley, da segunda divisão, fizeram com que a torcida e boa parte da imprensa inglesa pedisse a cabeça do brasileiro, mesmo com os Blues terminando o primeiro turno na cola do então líder Liverpool, terminando a primeira parte do campeonato com o melhor ataque (40 gols) e a melhor defesa (nove gols sofridos).

No entanto, desde que Felipão começou a treinar a Seleção Brasileira e após a Copa de 2002, a portuguesa, ele se mostrou um técnico de trabalhos a longo prazo. Ou quem não se lembra do episódio da derrota para Honduras, na Copa América de 2001, disputada na Colômbia, por 2-0. Ainda assim, classificou-se com dificuldades para a Copa de 2002, e deixou Romário fora do elenco e ainda assim, sagrou-se campeão. E na época em que assumiu Portugal, causou indisposição com jogadores, torcida e imprensa lusa bancando Deco em Portugal e deixando o ídolo Vítor Baía fora dos planos para a Euro que se avizinhava, a qual seria disputada na própria terrinha. Os resultados da aposta em Felipão, a longo prazo, vieram na forma de uma Copa do Mundo e um vice da Eurocopa.

A demissão de Felipão nos faz repensar as reais dimensões da crise pela qual o Chelsea atravessa: os Blues devem pensar seriamente na renovação de seu milionário – e neste momento insuficiente elenco – se quiserem continuar cobiçando seu principal objetivo: a Champions League. Esse será o desafio do próximo técnico: foco total na Champions e mover os pauzinhos para uma renovação profunda no elenco.

PS: Felipão deu declarações alguns dias antes de ser demitido numa entrevista para a France Football, publicadas hoje (12/02) pelo Uol Esportes. São esclarecedoras, para o ponto de vista que defendi neste post.

7.2.09

Reflexos da crise

Os efeitos da crise mundial também tiveram reflexos no rico futebol da Europa. O fechamento da janela de transferências de inverno mostrou cifras modestas em relação ao início da temporada, onde as dez maiores transferências não saíram por menos de 20 milhões de euros. Já nessa última janela de negociações, apenas duas transferências atingiram a casa de 20 milhões – Lassana Diarra e Klaas-Jan Huntelaar, ambos contratados pelo Real Madrid. Alguns grandes optaram pelos empréstimo sem desembolsar grandes cifras de bons jogadores, como fez o Chelsea com Quaresma e o Milan com Beckham.

Além da perda de boa parte da receita das finanças dos donos de clube, como Abramovitch, alguns clubes da rica Premier League sofreram com desfalques nas finanças: o Manchester United não renovará o patrocínio de camisa com os americanos da AIG em 2010 – seguradora que está recebendo ajuda governamental por conta da crise – no valor de 15 milhões de euros por ano e o West Ham perdeu o patrocínio da XL Holidays no valor de seis milhões de euros, passando quase quatro meses sem patrocínio de camisa. Assinou com a asiática Sbobet, especializadas em apostas, por metade do patrocínio anterior. O Manchester United se abalou pouco por ter uma das marcas mais valiosas no futebol enquanto os Hammers tiveram que se desfazer de seu principal jogador, o galês Craig Bellamy, vendido ao City por 15 milhoões de euros. Além disso, o seu proprietário, o islandês Bjorgolfur Gudmundsson, colocou a equipe a venda, já que a Islândia foi um dos principais países afetados pela crise econômica, por se tratar de um país majoritariamente composto por bancos. Gudmundsson – um dos donos do Landisbank – perdeu muito capital e viu o banco em que invetia ações falir e colocou os Hammers à venda apenas dois anos depois de sua aquisição para minimizar os prejuízos.

Ainda com todo o cenário contrário, Tottenham e Manchester City investiram massivamente em reforços, já que ambos haviam investido muito no início da temporada, mas viveram às voltas com a zona de rebaixamento desta Premier League. Dos dez reforços mais caros do mercado de inverno, seis pertencem a dupla e oito são ingleses (os outros dois foram o Arsenal, com Arshavin e o West Ham, com Nsereko). Os Spurs desenbolsaram vultuosos 47 milhões de euros – repatriou Defoe e Robbie Keane e comprou o hondurenho Wilson Palacios junto ao Wigan – e o City trouxe Bellamy, Nigel de Jong, Given e Bridge, que custaram a bagatela de 57 milhões de euros, pouco mais da metade do valor que os Citizens ofereceram ao milanista Kaká para trocar a Itália pela Inglaterra, no que seria a maior transferência da história do futebol. Porém, o brasileiro não se seduziu com os dólares árabes do dono do City e ficou no Milan.

Recentemente, as cotas da Premier League foram renovadas por mais três temporadas. A inglesa BSkyB (cinco pacotes, 115 jogos) e a irlandesa Setanta (um pacote, 23 jogos) fecharam as exclusividades de transmitir a principal liga nacional da Europa por 2,04 bilhões de euros, valor pouco maior que a cota anterior, de 1,94 bilhões de euros. Além dos bilhões das TVdesse montante, a BBC inglesa garantiu sua parte da cota - que dá direito ao principal jogo da rodada, mais o resumo das outras partidas - por 188 milhões de euros. No entanto,a euforia pelo aumento das cifras foi podada devido a desvalorzação da libra esterlina - moeda corrente na Inglaterra - frente ao Euro, fato esse que freou algumas negociações e fará com que o aumento real na parcela repassada aos clubes - 56% do total somado ao respectivo desempenho dos clubes na liga - seja bem menor do que o esperado.

Mesmo com algumas limitações e extravagâncias, a crise pode evitar o estouro de uma nova “bolha financeira”, como a que acometeu o futebol europeu no início desta década, a qual teve no Leeds United sua vítima mais conhecida. Após chegar às semifinais da Champions League em 2000/01 contra o Valencia, os Whites quebraram devido aos altos investimentos no elenco - de nomes como Robbie Keane, Robinson, Alan Smith e Rio Ferdinand - e em apenas seis anos sairam dos holofotes europeus rumo à terceira divisão inglesa.

As dez maiores transferências da janela de inverno na Europa (segundo o site Transfermarkt):

Klaas-Jan Huntelaar - Ajax para o Real Madrid, 20.000.000 €
Lassana Diarra - Portsmouth para o Real Madrid, 20.000.000 €
Nigel de Jong - Hamburg para o Manchester City, 19.500.000 €
Robbie Keane - Liverpool para Tottenham Hotspur, 16.700.000 €
Andrey Arshavin - Zenit para o Arsenal, 16.500.000 €
Jermain Defoe - Porsmouth para o Tottenham Hotspur, 16.400.000 €
Craig Bellamy - West Ham para oManchester City, 15.500.000 €
Wilson Palacios - Wigan para o Tottenham Hotspur, 15.000.000 €
Wayne Bridge - Chelsea para o Manchester City, 13.000.000 €
Savio Nsereko - Brescia para o West Ham, 11.000.000 €

3.2.09

Educação é bom...

Já dizia aquele velho ditado que ouvimos desde o berço. A atitude de Muricy para com a imprensa após a derrota do São Paulo frente ao Santo André no Morumbi é lastimável. Primeiro, porque desrespeita profissionais, que como ele, bem ou mal, estão exercendo seu trabalho. E também para com o próprio torcedor são-paulino, o qual acompanha a coletiva em busca de explicações para a má jornada da equipe.

Alguns fatores tornam o episódio mais estranho: não houve nenhum erro de arbitragem escandaloso que favorecesse o Ramalhão. Simplesmente, a equipe se portou melhor na casa do adversário – muito mais forte tecnicamente. O São Paulo se apresentou bem depois dos seus concorrentes na preparação para o Paulistão e apresentou sete novos reforços, o que fez Muricy implantar um “rodízio” no elenco nestas quatro primeiras rodadas. Portanto, um tropeço – apesar de não ser normal – não seria nada de outro mundo, já que são quatro as equipes que se classificam às semifinais. Por último, o Tricolor estava há cinco meses e meio sem derrota – por 1-0 frente ao Grêmio, pela rodada inicial do returno do Brasileirão – o que mostra a impressionante regularidade do técnico, marca registrada de seu trabalho à frente do São Paulo, fato que a imprensa cansou de exaltar em 2008.

Por isso, a irritação e o sarcasmo de Muricy foram totalmente desnecessários e descabidos durante a coletiva. Não que a relação entre profissionais de imprensa e do meio esportivo seja florido, como nas mesas redondas da TV aberta, de beijo pra lá e merchan pra cá. Mas deve existir o mínimo de respeito e de tolerância entre ambos. Ficaria melhor se o técnico dissesse que não teria coletiva naquele dia, já que não é obrigado a responder as perguntas – mas acho que todos os profissionais deveriam, pois na hora dos louros todos querem aparecer. Tanto é que a ESPN/Eldorado resolveu, através de seu diretor de esportes, José Trajano, boicotar Muricy até que ele se retrate publicamente sobre o fato. “Um técnico tão vitorioso, tão bem tratado por nós, não pode ter um comportamento assim. Não é nada contra ele ou contra o São Paulo, mas o jornalista está lá trabalhando e não pode ser tratado dessa maneira. Não sei até quando vai durar, vai acabar um dia”, desabafou o jornalista durante a mesa-redonda “Linha de Passe” da ESPN desta segunda.

Muricy é atualmente o melhor e mais eficiente técnico do Brasil, como comprovou com a fantástica arrancada para a conquista do tricampeonato brasileiro, ano passado. Conhecido como perfeccionista, é notório que é dever dele aparar as arestas dentro do time para que este continue a sua hegemonia no futebol brasileiro – tanto é que no treino desta terça, ele fechou o treino para uma longa conversa com o elenco. Mas deveria medir um pouco mais suas atitudes no trato com a imprensa.

2.2.09

Orgulho da Vovó

Passadas quatro rodadas deste Paulistão, o Palmeiras figura como líder absoluto e 100%. Por enquanto, as promessas trazidas pelo alviverde mostraram-se acertadas, com Cleiton Xavier e Keirrison se acertando rapidamente ao modo Luxemburgo, tornando a parte ofensiva da equipe muito mais letal. Mais a maior surpresa deste início de campeonato estava dentro do próprio elenco palmeirense: Lenny, outrora chamado de “filhinho da vovó” pelo técnico, por conta do jeito mimado que o atacante apresentava em campo quando era solicitado.

O garoto revelado em Xerém – famoso celeiro de jogadores do Fluminense – pintou como grande promessa no Carioca e na Copa do Brasil de 2007, mas acabou perdendo espaço e chegou ao Palmeiras em janeiro de 2008 – após passagem apagada pelo Sporting de Braga – buscando a inspiração do início de carreira. Mas 2008 não melhorou a situação do jovem atacante, que conseguiu a proeza de ser a quarta opção do ataque, atrás do firulento Denílson, dispensado após o final do Brasileirão. O destino de Lenny parecia o mesmo e o avante só não saiu do Palmeiras por conta de ser o único atacante disponível no início da preparação do Palmeiras em 2009, após a dispensa de Denílson e as saídas de Kleber e Alex Mineiro.

Atuando bem nas duas primeiras rodadas, ganhou elogios de Luxa, mas ainda faltava o gol para que a confiança do garoto viesse à tona. E, após 35 partidas, Lenny desencantou contra o Marília, marcando o gol que fechou a conta, além de ter dado uma assistência. Contra a Ponte Preta e entre os reservas – já que o restante na delegação está na Bolívia para encarar a altitude de Potosí, pela Pré-Libertadores – Lenny deu a vitória ao alviverde marcando os três gols da partida, na qual mostrou muito oportunismo e personalidade, perdidos desde os tempos de Fluminense.

Mesmo numa sequência de boas partidas, Lenny ainda tem que provar seu valor nas grandes partidas, contra os outros grandes. No entanto, seu futebol parece reaparecer a tempo num Palmeiras que está virando dependente dos gols de Keirrison e de Cleiton Xavier – que desde os tempos de Figueirense faz com eficiência a transição ao ataque e constantemente marca gols. Além de se tratar de um jogador com características únicas no elenco - é habilidoso e tem velocidade.