Furioso desastre

A grande atração desta quarta-feira era a estreia da badalada seleção espanhola. E mais uma vez a Fúria decepcionou seus torcedores e conseguiu a proeza de perder para a Suíça por 1 a 0. Aparecia assim, a primeira zebra da competição.

A partida ocorreu dentro do esperado. A Espanha sufocava o adversário mantendo maior posse de bola, enquanto que os suíços defendiam-se e saiam para o contragolpe quando conseguiam (quase nunca). Engana-se, porém, quem acredita que a Espanha perdeu muitas oportunidades de gol. Apesar de dominarem as ações do jogo, os espanhois pecaram pelo excesso de preciosismo e pela ausência de finalizações ao gol.

Com um Xavi muito aquém de seu potencial e David Villa facilmente marcado pela forte retranca suíça, Iniesta, sobrecarregado, cansou na segunda etapa.

Diante da intransponível marcação rival a Fúria cometeu seu maior erro: lançou-se totalmente ao ataque e deixou sua totalmente defesa exposta. Graças a esse erro, Fernandes abriu o placar.

Mesmo com este resultado, acredito na classificação espanhola. Vicente del Bosque, porém, precisará corrigir o posicionamento de sua zaga e colocar mais um atacante de ofício (Fernando Torres ou Pedro) no time. Já a Suíça pode conseguir a sua surpreendente classificação já contra o Chile, desde que consiga repetir a façanha de não tomar gols (afinal, já são cinco partidas de invencibilidade da defesa suíça).

Na outra partida do grupo, o Chile fez a lição de casa e bateu Honduras com um magro 1 a 0. Diante da fragilidade do adversário, os chilenos perderam uma ótima oportunidade de marcar mais gols e abrir uma maior vantagem de saldo. Melhor para o arqueiro Valladares que foi muito bem e fechou o gol hondurenho.

O novo esquema de Marcelo Bielsa agradou-me muito. Diferentemente das Eliminatórias quando “El Loco” usava um 3-4-3, La Roja veio a campo num 4-3-2-1 que deu uma maior consistência defensiva à equipe e formou duas duplas ofensivas perigosíssimas, com Isla e Sánchez (pela direita) e Vidal e Beausejour, autor do gol (pela esquerda).

Após estes jogos, podemos ter uma certeza, ao menos. Seja a retrancada Suíça, a talentosa Espanha ou o veloz Chile, a equipe de Dunga não encontrará facilidades nas oitavas-de-finais.