31.1.09

Decisão para quem não treme...

Neste fim de semana boa parte do mundo vai estar ligado nas telas de televisão. Eleição americana? Não. Jogos Olímpicos? Tão pouco... O motivo dessa explosão de audiência tem nome e marca registrada. SuperBowl. E bota marca nisso. A final do futebol americano é o evento esportivo mais assistido no mundo e, conseqüentemente, o produto comercial mais desejado pela mídia publicitária.

Em campo, estarão lado a lado duas equipes de chegada. Arizona Cardinals e Pittsburgh Stellers. Durante a temporada regular, os times começaram de forma bem oposta. O “ferreiros”de Pittsburgh iniciaram a competição sem empolgar. No entanto, liderados pela força de sua defesa, o time não parou de ganhar e terminou a primeira fase com a segunda melhor campanha na liga, com 12 vitórias e 4 derrotas. Já os Cardinals iniciaram a caminhada jogando um futebol vistoso. Comandados pela potência do jogo aéreo, o time do sudoeste americano perdeu fôlego durante a temporada e chegou até os playoffs com uma das piores campanhas entre os finalistas.

Só que o Futebol Americano é fascinante por sua capacidade de elevar nanicos a grandes alturas. Times tidos como virtuais finalistas da NFL, como New York Giants e Tenesse Titans, foram caindo um a um. Indianapolis Colts, Minesota Vikings e Miami Dolphins também não resistiram. Entre os quatro semifinalistas, três azarões. Há duas semanas, o país conheceu os dois finalistas e, mais uma vez, a decisão do esporte mais popular dos EUA vai colocar frente a frente um ataque poderoso contra uma defesa infernal.

Liderados pelo experiente quarter back Kurt Warner, o time de Arizona aposta suas fichas na excelente performance ofensiva da equipe nos playoffs. O recebedor Larry Fitzgerald está em grande fase e pode se tornar uma das estrelas da liga. A grande dificuldade do time vai ser a defesa. Numa partida como o SuperBowl, o equilíbrio defensivo pode ser mais fundamental do que o ataque.


E por falar em força defensiva, preste atenção num cabeludo no melhor estilo “Valderrama”. Troy Polamalu foi o grande nome dos Stelelers em 2008. Com ótimas coberturas e interceptações fundamentais, o homem da cabeleira mais vistosa da NFL vai experimentar o gosto de disputar a grande final com status de estrela. Mas o time de Pittsburgh reserva outras forças, como o bravo quarter back, “Big Ben”. Ben Roethlisberger é o típico cara que parece fraco durante a temporada, mas funciona como poucos nas horas decisivas. Por esse motivo, acredito que o time amarelo deve levar o título, já que tem um conjunto mais consistente.

Com ou sem favorito, a única coisa que eu garanto é que vale a pena sintonizar na ESPN ou correr para algum buteco para assistir a partida. Se não for pelo futebol, pode ser pelo show de música que todos os anos abrilhanta a festa. Esse ano vai rolar Bruce Springsteen e E Street Band. Vale a pena conferir!

30.1.09

Troca sensata

Substituição na coluna "Boleiros" do Estadão: sai o famigerado e bocudo Neto e entra o sensato Paulo Calçade. Garantia de boas análises e de discussões mais variadas e não só de abraço aqui, crítica acolá. Claro que uma coluna é um espaço que passa um pouco da individualidade de quem a escreve, mas os textos de Neto na coluna eram repetitivos e bem chatos de se acompanhar. “Foi uma opção editorial”, afirmou Antero Greco, Editor de Esportes do Estadão ao Comunique-se.

O Calçade é um cara que já rodou bastante no jornalismo esportivo e já provou sua competência. Mas já se meteu em algumas “roubadas”, como na composição do "Terceiro Tempo" à época veiculado na Record. No meio da algazarra e dos merchans de Milton Neves, Calçade era o único que tentava analisar taticamente as partidas e apontar onde o técnico errou ou acertou. No entanto, era muito difícil notá-lo no programa, do qual ele saiu algum tempo depois. Agora na ESPN Brasil, comenta bem os diversos jogos internacionais transmitidos pela emissora e comanda com maestria o “Fora de Jogo”, considerado a primeira mesa-redonda brasileira dedicada exclusivamente ao futebol europeu, um filão que poderia ser melhor explorado no Brasil - principalmente pelas TVs abertas - dada a grande visibilidade do futebol do velho continente por aqui. Assim como PVC, sempre está munido de táticas, estatísticas e outras informações, mesclando-as em elementos de fácil entendimento do telespectador.

Nada contra o Neto - que fez história como jogador do Corinthians - ou a enxurrada de ex-jogadores que se aventuram na carreira de comentarista. A vivência em campo é diferencial, mas a falta da conclusão de um curso específico voltado ao jornalismo faz muita falta aos aspirantes a jornalistas como Neto, Müller, Marcelinho Carioca e tantos outros. Claro que no meio da mediocridade dos microfones, páginas de jornal e sites, surgem nomes de respeito, como o do Casagrande – nos áureos tempos, antes dos problemas com as drogas – e mais recentemente, Caio Ribeiro, uma boa supresa que ganha espaço nas transmissões da Globo.

A questão do diploma ainda causa muitas discussões dentro do próprio jornalismo. Contudo, ainda acredito que uma vivência acadêmica forma um melhor profissional para a área de trabalho. Não um profissional mecanizado, que só produz e produz. Mas um que consiga fazer o seu leitor/telespectador final pensar, argumentar e discorrer sobre o assunto. Ainda mais no meio esportivo, onde tais elementos estão em falta para muitos veículos e contribuem para que haja discriminações contra as editorias esportivas.

27.1.09

"Brasilianos" incompletos

Na convocação para o amistoso contra a Itália no próximo dia 10, Dunga optou por contar com os “brasilianos”. Nada menos que metade dos convocados atuam no Calcio. E alegando a pré-temporada, deixou boas opções do futebol nacional de fora, uma medida contestável por conta de não ocorrer o mesmo quando os europeus estão em início de temporada. A grande surpresa foi Felipe Melo. Contestado por uns, aprovado por outros – principalmente aqueles que acompanham o futebol italiano – o médio volante de 25 anos vem atuando bem na Fiorentina. Subindo aos poucos na carreira, saiu meio às escondidas do futebol brasileiro para crescer na Espanha, onde atuou por Mallorca, Racing e Almería até chegar na Fiorentina, por 13 milhões de euros. E logo virou titular na equipe comandada por Cesare Prandelli, devido a sua capacidade de aliar a marcação a boa saída de bola. Bola dentro de Dunga, que também resolveu testar Adriano na ala esquerda. O jogador do Sevilla é regular e mesmo não tendo a volúpia de um Maicon ou de Dani Alves, consegue fechar a lateral e apoiar com segurança. Além do mais vive melhor momento que seu concorrente, Marcelo, vaiado nas últimas apresentações do Real Madrid.

Mas Dunga insiste na falta de critérios. Se ele vinha observando Melo e o lateral Adriano, porque deixou Amauri de fora novamente? Enquanto o avante da Juve – 11 gols na Serie A – mais uma vez é injustamente relegado, o teimoso técnico do escrete canarinho insiste com Adriano. Problemático, não joga regularmente e tendo todas as chances do mundo para se redimir na Inter do rigoroso Mourinho, Adriano não convence. E mesmo sendo suspenso pela agressão ao zagueiro Gastaldello no último domingo, Dunga fingiu que não era com ele. Na coletiva, o técnico fez vista grossa para o reincidente Imperador: “É lógico que a questão disciplinar é um dos itens. Mas nenhum jogador que está conosco nos deu dor-de-cabeça. Se nos incomoda um pouco, mas em campo incomoda muito mais os adversários, é preferível controlar um pouco a cabeça dele do que ensiná-lo a jogar”.

E enquanto Dunga tentar controlar o interista, Marcelo Lippi vê o sinal verde para encaixar Amauri na Azzurra. Diante desta nova negativa de uma oportunidade - onde poderia afirmar o atacante contra o futebol que lhe deu chances de evoluir – Amauri fica cada vez mais propenso a vestir azul e mandar o “patriotismo” às favas. Bom para Lippi, técnico consciente e ótimo para a Itália. Péssimo para o Brasil, que sofre com a insistência eterna a Adriano, Gilberto Silva, Josué, Júlio Baptista...

26.1.09

Pratas ou latas?

Heptacampeão, Corinthians pode aproveitar melhor os destaques da base na equipe de cima.

Desacreditado no início da Copa São Paulo, o Corinthians cresceu durante a Copinha e conseguiu bater o bom time do Atlético/PR na final deste domingo. Em um cenário de gente grande – Pacaembu lotado e torcida incentivando como se fosse em um jogo dos profissionais – o Timãozinho teve sua melhor atuação, correspondendo as expectativas da grande final em um torneio onde o Corinthians é hegemônico - ainda mais com a conquista deste sétimo título, dois à frente do Fluminense, segundo maior campeão.

Sempre conhecido por revelar bons jogadores, os últimos anos da categoria de base no Corinthians foram árduos aos candidatos a profissional. Até então após o bicampeonato da Copa São Paulo, em 2004 e 2005, poucos jogadores conseguiram uma transição tranqüila da base até o time principal. A chegada das “superestrelas” da MSI, a posterior decadência e a queda para a Série B podaram o desenvolvimento de vários jogadores.

O lateral Coelho parece o maior exemplo dessa tendência. Fez boa Copa São Paulo, subiu para o time campeão de brasileiro de 2005 e depois do gol contra na Libertadores de 2006 frente ao River, nunca mais foi o mesmo com a camisa alvinegra. Tanto que perambulou para o Atlético/MG, tentou voltar ao Corinthians – sem sucesso – e está atualmente no Bologna. Jogadores como Bobô e Jô, também da equipe do bicampeonato da Copa SP (2004 e 2005), nunca foram unanimidades e rumaram cedo ao exterior, onde estão evoluindo naturalmente seu futebol, jogando por Besiktas e Manchester City, respectivamente. Eduardo Ratinho e Bruno Octávio também nunca conseguiram se firmar, assim como Betão. Mesmo com personalidade e não sendo um zagueiro péssimo tecnicamente, sempre teve companheiros de zaga terríveis, o que comprometeu sua afirmação como ídolo do time. Acabou saindo por conta da exacerbada pressão.

Outro que pintava como grande promessa em 2005 era Rosinei. Importante naquele elenco campeão brasileiro, o sucesso subiu sua cabeça e não conseguiu corresponder às expectativas e logo saiu. Recentemente e com esperanças enormes, Lulinha foi pintado como a salvação que vem da base. Caiu com a equipe em 2007 e esteve no elenco que conquistou a Série B em 2008, mas ainda não conseguiu satisfazer a torcida, que critica sua irregularidade e incapacidade de chamar o jogo pra si. Por enquanto, o único que parece se firmar é Dentinho, que evoluiu muito em 2008 sendo uma das principais peças na boa campanha da equipe. Mas em 2009, com as esperanças crescentes em uma eventual conquista de títulos e de uma vaga para a Libertadores de 2010 – além da concorrência acirrada no ataque – será a prova de fogo para o camisa 31, de inegável potencial.

Talvez em relação aos outros elencos, esse que se sagrou campeão da Copinha em 2009 não fosse tão brilhante, mas ainda assim existem bons nomes. O goleiro André Dias mostrou segurança e parece que tem um biótipo de liderança no elenco do Timãozinho; o ala esquerdo Bruno Bertucci, voluntarioso no ataque, de remates fortes e bons cruzamentos; Boquita e Marcelinho, rápidos e habilidosos, além dos “coadjuvantes” deste elenco como Jadson e Fernando Henrique, por exemplo. Com Mano no comando da equipe profissional, os garotos podem ter uma esperança a mais. O técnico já mostrou paciência e tato para inserir os aspirantes a profissional na equipe principal, sem tentar “queimá-los”, como ocorreu com outros tantos no Corinthians durante os últimos anos. Somente dessa forma os pratas-da-casa não acabem se tornando latas, escondendo o real potencial desses garotos.

23.1.09

"Torcedor" que atrapalha

O Barueri jogou uma boa partida na estréia do Paulistão, contra o Corinthians. Mostrou personalidade e soube explorar o nervosismo do Timão, cercado de boas expectativas após a boa pré-temporada. Poderia criticar neste post as más mexidas de Mano Menezes após o intervalo – só acertou quando colocou Otacílio Neto quando o jogo já estava 2-0 – ou exaltar a força das arquibancadas, que incentivou a reação da equipe que atuava muito abaixo de sua real capacidade. Ou mesmo a frieza da atuação do centroavante Pedrão, sempre eficiente. No entanto, como no último encontro entre Corinthians e Barueri no mesmo Pacaembu há pouco mais de quatro meses, o personagem foi Renê, arqueiro da Abelha.

Em setembro de 2008, Renê – sócio nº 20.070 da Gaviões da Fiel – foi soberbo: defendeu bolas difíceis, pegou pênalti e ia sair como grande herói do Pacaembu. Mas na última bola do jogo, sua meta foi vazada por André Santos e o Corinthians emplacou sua sexta vitória consecutiva rumo ao acesso. Aclamado como melhor em campo, Renê não deixou de esconder a ponta de frustração pelo gol ao apagar das luzes: “Esperei 13 anos para esse momento. Fui feliz durante toda a partida, mas infeliz no último minuto do jogo”, afirmou o arqueiro à epoca.

No jogo desta quinta, Renê não foi tão brilhante como em setembro. Mas mostrou a velha regularidade e boa forma, pilares que ajudaram o Barueri a conseguir o inédito acesso à Série A do Brasileirão. Porém, algo que havia sido lhe roubado em setembro veio à tona. Empolgado com o empate em um jogo que parecia perdido, o Corinthians foi com tudo pra cima. E na última jogada da partida, Renê defendeu espetacularmente uma cabeçada a queima-roupa de Souza, freando uma virada sensacional do Timão. Evitou um Dèja vú e foi responsável direto pelo empate.

A roda gigante do futebol chega a ser irônica. Empurrado por mais de 24 mil torcedores, a vitória do Corinthians foi evitada por “um deles”. Mesmo aparecendo tardiamente para o futebol brasileiro, Renê é bom goleiro. E provou isso novamente, em um Pacaembu lotado.

21.1.09

Paulistão 2009 - Parte 4

Santos
Lutando pelo título novamente

Depois de uma temporada muito ruim, quando ficou numa posição intermediária no Paulistão e quase fora relegado à Série B nacional, a diretoria do Santos decidiu remontar todo seu elenco. Tanto que nove jogadores foram contratados para apagar a irregular campanha do ano passado. Para as laterais o Peixe trouxe Luizinho (ex-Flamengo) e Triguinho (ex-Botafogo); na zaga veio André Astorga (ex-Cluj), enquanto que pra o meio-campo chegaram Germano (ex-Cerezo Osaka), Madson (ex-Vasco) e Lúcio Flávio (ex-Botafogo). Já na frente, as “caras-novas” são Bolaños (ex-LDU) e Roni (ex-Gamba Osaka).

Com a perda de apenas um atleta em relação ao time de 2008 - o ala-apoiador Kleber, prontamente reposta com a contratação de Léo, campeão brasileiro em 2002 com o Santos - dificilmente a equipe praiana repetirá uma performance tão fraca. Afinal, com exceção feita a lateral-direita, cada setor tem um substituto à altura.

Talvez a maior incógnita do time da Vila Belmiro esteja no banco de reservas. Não há como não elogiar a bela recuperação que o inexperiente treinador Márcio Fernandes comandou no último Brasileirão. Mesmo assim, fica a dúvida: será que Márcio tem capacidade de treinar uma equipe de ponta?

Santos Futebol Clube
Status: Corre por fora na luta pelo título.
Melhor posição já alcançada: Campeão 17 vezes (1935, 1955, 1956, 1958, 1960, 1961, 1962, 1964, 1965, 1967, 1968, 1969, 1973, 1978, 1984, 2006, 2007).
Como foi em 2008? 7º colocado
Como joga? Márcio Fernandes escala o Peixe num 4-4-1-1, em que os volantes ficam mais presos à marcação para dar maior liberdade aos avanços dos laterais. Outro diferencial é Rodrigo Souto, elemento-surpresa no ataque.
Time-base: Fábio Costa; Luizinho, Adaílton, Domingos e Leo (Triguinho); Rodrigo Souto, Roberto Brum (Germano), Lúcio Flávio e Mádson (Molina); Roni (Bolaños); Kleber Pereira.
Ele é o cara! A carreira de Lúcio Flávio sempre teve altos e baixos. Perigoso em bolas paradas, pega muito bem na bola. Chega para ser o cérebro do time. Qualidade ele tem, só precisa adquirir mais constância.
Olho nele! No ano passado, o jovem Mádson foi o único destaque do rebaixado Vasco. Rápido e habilidoso é a grande aposta para auxiliar Lúcio Flávio no setor criativo santista.
Pontos Fortes: O meio-campo tem muita qualidade de passes e lançamentos. Kleber Pereira é goleador e pode sacramentar o resultado de uma partida. Jogadas de bolas paradas geralmente terminam em gol.
Pontos Fracos: A defesa não passa tranqüilidade a ninguém. Adversários devem explorar os espaços deixados pelas subidas dos laterais. O trabalho de Márcio Fernandes é uma incógnita.

Mogi Mirim
Subir e permanecer

Longe da Série A-1 estadual há dois anos, o Mogi Mirim retorna ao campeonato deste ano cheio de novidades. A primeira inovação já começa na direção, na qual o meia Rivaldo é presidente, o ex-zagueiro palmeirense Cléber é diretor de futebol e o ex-volante César Sampaio é o consultor. O trio, que promete fazer bonito, já trouxe 15 reforços para o torneio. Os mais famosos são os laterais Jackson (ex-São Paulo) e Zé Rodolpho (ex-Gama), o zagueiro Neguette (ex-Paraná), os volantes Naves (ex-Paraná) e Júlio César (ex-Gama) e o atacante Luciano (ex-Rio Claro). Além deles, destaque para a vinda do experiente meia Giovanni, ex-Santos, que chega como o grande astro da equipe.

Mesmo com tantas contratações, o técnico Gelson Silva é realista e sabe que o principal objetivo do clube neste ano é permanecer na 1ª divisão. Com sorte, a equipe alvirrubra pode até chegar à Taça do Interior. Uma coisa, porém, é certa: no papel, existem outras equipes muito mais gabaritadas para alcançarem esse feito.

Mogi Mirim Esporte Clube
Status:
Briga para não ser rebaixado.
Melhor posição já alcançada: Fase semifinal em 1993.
Como foi em 2008? 4º colocado na Série A-2
Como joga? Gelson Silva ainda não decidiu se atuará no 3-5-2 ou no 4-3-1-2, com a entrada de um volante no lugar de um zagueiro. Inicialmente deve optar pelo primeiro, mais defensivo. Mesmo assim, em ambos os esquemas, há muita liberdade para a subida dos laterais e apenas um homem na criação (Giovanni).
Time-base: Fabiano Heves; Leomar (Gilberto), Neguette e Thiago Couto; Jackson (André Luiz), Júlio César, Naves (Luiz Henrique), Giovanni e Zé Rodolpho; Evandro (Leandrinho) e Luciano.
Ele é o cara! Giovanni, de 36 anos, foi repatriado com a missão de passar experiência ao jovem time do Mogi e liderar seu meio-campo durante toda a competição. Competência ele tem de sobra. Só resta saber como anda sua preparação física...
Olho nele! Veloz, Jackson surgiu nas categorias de base do São Paulo e foi emprestado pelo Tricolor para adquirir mais experiência. Se for bem no Sapão, voltará ao Morumbi com muita moral.
Pontos Fortes: A mescla entre atletas tarimbados com jovens promessas costuma dar certo. A experiência de atletas como Giovanni, Júlio César e Neguette passa tranqüilidade ao elenco. O ataque é muito rápido
Pontos Fracos: A zaga apresenta alguns erros de posicionamento. Não tem um meia que possa revezar com Giovanni. Sente a ausência de um matador nato.

Noroeste
Um “bauru” duro de engolir

Atual “bi-vice-campeão” do interior, o Noroeste chega embalado pelas recentes campanhas de sucesso nos 3 últimos estaduais. Mesmo assim, a precoce eliminação na Série C do ano passado frustrou os planos do time em montar, já neste semestre, um elenco que pudesse permanecer no Norusca durante o ano todo.

Diante deste impasse, a equipe inflou seu elenco com 19 reforços; sendo que alguns, inclusive, sequer serão aproveitados. Destaque para o lateral Raulen (ex-Ponte Preta), o ala-meia Max Carrasco (ex-Barueri), o volante Júlio Terceiro (ex-América-RN), o meia Marcinho (ex-Brasiliense) e os avantes Marinho (ex-Atlético-MG), Diego (ex-Serra) e Viola (ex-Penapolense). Isso, sem incluir na lista a contratação de atletas que, ainda lesionados ou fora de forma, não podem ser utilizados pelo treinador Ruy Scarpino, como o lateral Cláudio (ex-Ituano) e os atacantes Careca (ex-base do Corinthians) e Valdiran (ex-Criciúma).

Neste ano, o grande desafio de Scarpino é conseguir montar um grupo entrosado que possa fazer com que a Maquininha Vermelha continue surpreendendo os maiores times do Estado. Missão difícil, afinal, desde que retornou à Série A-1, este deve ser o pior Noroeste montado.

Esporte Clube Noroeste
Status: Pode surpreender
Melhor posição já alcançada: 4º colocado em 2006
Como foi em 2008? 9º colocado
Como joga? Ruy Scarpino monta o Norusca no tradicional 4-4-2 bem defensivo, com dois laterais que não atacam tanto e dois volantes firmes. Deverá jogar no contra-ataque explorando os erros dos rivais com os lançamentos de Bebê e a velocidade dos três homens mais avançados.
Time-base: Fernando Vizzotto; Éder (Raulen), Bonfim, Anderson Marques e Marcelo Santos (Cláudio); Júlio, Max Carrasco (Júlio Terceiro), Luciano Bebê e Marcinho; Diego (Viola) e Borebi (Marinho).
Ele é o cara! Marcinho foi a principal contratação da equipe para a disputa do Paulistão. Habilidoso, tem talento para ser a principal arma do Norusca no comando de seus contra-ataques.
Olho nele! Quando surgiu, em 2006, Borebi foi o artilheiro da Copa São Paulo e ganhou status de promessa. Passaram-se alguns anos e ainda não vingou. Chuta bem, sabe marcar gols, mas é muito inconstante.
Pontos Fortes: O rodado setor defensivo é entrosado. A dupla de volantes é pegadora e ajuda bastante na marcação. O ataque é ágil e incomodará defesas muito lentas.
Pontos Fracos: Vizzotto não passa muita segurança no gol. Contratou muitos atletas de qualidade duvidosa. Falta um jogador que possa chamar a responsabilidade para si.

Oeste
Evitando os erros do passado

Na primeira vez que esteve na elite estadual, o Oeste foi punido com a perda de 12 pontos por escalar atletas em situação irregular. Tal penitência fora crucial para o rebaixamento da equipe, algo que não ocorreria se não tivesse perdido esses pontos. 5 anos depois, a esperança dos itapolitanos é que a história não se repita.

Para não cair novamente, a Onça contratou mais de 20 atletas. Do time que disputou a Copa Paulista restaram apenas Leandro Mello, Luís Carlos Santos e Mazinho. Dentre as contratações, destacam-se o goleiro Gottardi (ex-Portuguesa), o zagueiro Adriano (ex-Náutico), os volantes Dias (ex-Portuguesa), Dionísio (ex-Santos) e Luciano Santos (ex-Vitória) e os atacantes Patrick (ex-Fluminense) e Ney Paraíba (ex-Fortaleza).

Além da pouca verba disponível para investimentos ou contratações, o Rubrão conta com um elenco totalmente modificado e jovem. Diante dessas circunstâncias, o técnico Roberto Fonseca não esconde de ninguém que, se o Oeste ficar na primeira divisão já estará no lucro.

Oeste Futebol Clube
Status:
Briga para não ser rebaixado
Melhor posição já alcançada: 21º colocado (2004)
Como foi em 2008? Vice-campeão da Série A-2
Como joga? Retrancado, Roberto Fonseca escalará a equipe num 4-3-1-2, com uma trinca de volantes, que se revezarão para ajudar na armação. Outro ponto de escape serão as fortes investidas de seus laterais. Na frente, dois altos atacantes tentarão a sorte em lances de bola parada ou aérea.
Time-base: Gottardi (Weverton); Filipe (Dedé), Dezinho, Adriano e Ademar; Dionísio, Dias e Luciano Santos; Bruninho (Caíque); Wellington (Patrick) e Ney Paraíba
Ele é o cara! Luciano Santos é o atleta mais rodado do time rubro-negro. Certamente será o elo entre a defesa e o ataque. Sabe cadenciar o jogo e tem bons passes.
Olho nele! Dionísio apareceu algumas vezes na equipe principal do Santos, em 2008 e não decepcionou. Emprestado, tentará ganhar mais maturidade para voltar e disputar o Brasileirão pelo Peixe.
Pontos Fortes: Conta com um goleiro, no mínimo, seguro. O trio de volantes tem muita qualidade. È uma equipe leve e muito veloz
Pontos Fracos: O elenco é totalmente desconhecido. Para piorar, não tem nenhuma tradição. Sente a ausência de um defensor e um atacante que fossem decisivos.

Paulista
Um centenário para ser comemorado

No ano que completa seu centenário o Paulista espera ter mais sorte do que em 2008, quando quase caiu no Paulistão e logo depois, foi eliminado na 1ª fase da Série C do Brasileiro. Por isso, o elenco do Galo da Japi foi reestruturado e vários atletas foram contratados pela equipe judiaiense. Os nomes mais experientes são: o goleiro André Luís (ex-Portuguesa), os zagueiros Mauro (ex-São Caetano) e Pedro Paulo (ex-Gama), os volantes Rodrigo Sá (ex-Botafogo) e Ramalho (ex-Santo André), os meias Alex Oliveira (ex-Vila Nova) e Francisco Alex (ex-São Paulo e Sport) e os atacantes Zé Carlos (ex-América-RN) e Leo, que retorna ao time após passagem pelo Lecce.

Junto a esses jogadores, permanece a forte base do Paulista campeão paulista sub-17 a dois anos. Com este elenco, o treinador Luís Carlos Ferreira tem totais capacidades para brigar por, pelo menos, uma vaga na Copa do Interior. Mas, com tantas “novas-caras”, será que o Tricolor consegue entrosar seu elenco em tempo suficiente?

Paulista Futebol Clube LTDA
Status: Briga pela Taça do Interior
Melhor posição já alcançada: Vice-campeão (2004)
Como foi em 2008? 12º colocado
Como joga? Luís Carlos Ferreira monta o time de Jundiaí num 3-5-2 recuado. Apesar da zaga não ter muita qualidade no passe, é muito forte. No meio, conta com dois volantes de retenção e um único atleta (Alex) que não tem obrigações de defender.
Time-base: André Luís; Pedro Paulo, Mauro (Eli Sabiá) e Freire; Marcelinho (Maizena), Rodrigo Sá (Rodrigo Santos), Ramalho, Alex Oliveira e Eduardo; Francisco Alex (Leo) e Zé Carlos.
Ele é o cara! Geralmente o futebol de Ramalho não aparece para o torcedor. Disciplinado taticamente e muito aplicado, ocupa muito bem os espaços do campo e será o atleta que organizará todo o esquema elaborado por Ferreira.
Olho nele! Francisco Alex saiu da Ferroviária como uma grande promessa e ainda não firmou-se na equipe principal do São Paulo. Depois do bom Brasileirão pelo Sport, o meia-atacante será vital para o sucesso na campanha do Galo.
Pontos Fortes: Tem uma bela dupla de volantes, cujo ambos sabem sair jogando. A defesa é alta e impõe muito respeito. Francisco Alex pode ser decisivo.
Pontos Fracos: Conta com alas de qualidade duvidosa que podem deixar buracos em suas costas. Alex Oliveira é muito inconstante. Falta entrosamento.

19.1.09

Paulistão 2009 - Parte 3

Palmeiras
Indefinições no Palestra

Após ser apontado como um dos favoritos ao título do Brasileirão 2008 – logo depois da conquista do Paulistão -, o Palmeiras fez bom papel na competição, porém vacilou na reta final, o que quase o tirou da Libertadores. Para 2009, o Palmeiras entra no Campeonato Paulista como o defensor do título que aposta em jogadores promissores, mas nenhum nome de peso. Perdeu peças importantes em 2008 como Alex Mineiro, Leandro e Kleber. Mesmo respaldado pela Traffic, trouxe jogadores jovens que se destacaram no último Brasileirão como os meias Cleiton Xavier (ex-Figueirense), Marquinhos e Willians (ex-Vitória), o zagueiro Maurício Ramos (ex-Coritiba), além do ala colombiano Armero. Mas a principal contratação é mesmo a de Keirrison, jovem avante promissor vindo do Coritiba depois de uma longa novela. Revelação e um dos artilheiros do Brasileirão em 2008, K9 é a maior esperança de gols de um Palmeiras que ainda é alvo de muitas dúvidas.

Além das incertezas no elenco, a política do clube também passa por um momento de definições - com as eleições para a presidência do clube - fator que de algum modo pode acabar afetando diretamente o elenco, principalmente por conta da tranqüilidade tão pedida por Luxemburgo. Acostumado a trabalhar com diversas estrelas, Luxemburgo tenta se espelhar em 1996, quando o Palmeiras contratou jogadores promissores como Júnior e Djalminha e que posteriormente ajudaram a formar o famoso “ataque dos 100 gols” na conquista do Paulistão daquele ano. Ainda assim, o Palmeiras – em termos de elenco – está um passo atrás em relação aos principais rivais e precisará provar seu valor em meio à competição. Como ponto positivo, Luxemburgo busca seu quarto Paulistão consecutivo (Santos em 2006/2007 e Palmeiras em 2008).

Sociedade Esportiva Palmeiras
Status:
Corre por fora pelo título
Melhor participação: 22 vezes campeão (1920, 1926, 1927, 1932, 1933, 1934, 1936, 1940, 1942, 1944, 1947, 1950, 1959, 1963, 1966, 1972, 1974, 1976, 1993, 1994, 1996 e 2008).
Como foi em 2008? Campeão
Como joga? Nos treinos, Luxemburgo acena com o 3-5-2 com dois meias avançados: Cleiton Xavier e Diego Souza, que chegam com qualidade na frente e chutam bem de fora da área. Mas ainda há muitas indefinições no ataque e nas laterais, posições carentes do elenco. Neste início, Diego Souza pode ser improvisado como segundo atacante, passando Evandro para a meia.
Time-base: Marcos; Gustavo, Danilo e Maurício Ramos; Sandro Silva (Wendel), Pierre, Willians, Cleiton Xavier e Diego Souza; Keirrison e Marquinhos (Lenny). Técnico: Vanderlei Luxemburgo
Ele é o cara! Com Valdívia, Alex Mineiro e Kleber fora, o meia Diego Souza é o único remanescente do bom ataque palestrino em 2008. Pode ser utilizado como atacante, chuta bem de longe, passa bem e dá velocidade ao time.
Olho nele! Destaque pelo Figueirense, Cleiton Xavier pode estourar em uma equipe grande. Meia incisivo, passa bem e ataca com qualidade. Tem a missão de substituir Valdívia com a camisa 10.
Pontos Fortes: Muitas opções na armação da equipe; Keirrison é um atacante matador e não deixará com que os Palmeirenses sintam saudades de Alex Mineiro
Pontos Fracos: Indefinições no ataque e nas alas. Armero é incógnita na esquerda e a defesa precisa se entrosar.

Guaratinguetá
Em busca do bicampeonato do interior

Com menos de dez anos de existência, o Guaratinguetá já havia atingido o seu maior feito: terminou na primeira colocação na fase de classificação do Paulistão 2008, deixando os grandes para trás e fazendo os jogos da semifinal contra a Ponte. Mesmo com a derrota, os comandados de Guilherme Macuglia fizeram bonito numa equipe que tinha bons destaques como o goleiro Fábio (hoje na Portuguesa), o volante Magal e o atacante Dinei.

Campeão do Interior em 2007 e líder do Paulistão em 2008, o Guará aposta novamente trabalho de Argel Fucks - ex-zagueiro de Santos, Grêmio e Palmeiras – e na base que fez boa Série C – onde o Tricolor do Vale ficou fora da fase final pelo saldo de gols. A equipe conta com as voltas de Alê e Magal (destaques da equipe em 2008 que disputaram o Brasileirão por Coritiba e Figueirense, respectivamente) e a contratação de jogadores rodados no futebol nacional, como os atacantes Rodrigão e Wellington Amorim, o meia Ricardinho (campeão da Copa do Brasil com o Paulista em 2005) e o lateral Fábio.

Mesmo sendo uma equipe estruturada, dificilmente o Guará repetirá a boa campanha de 2008. Mas a equipe de Argel entra sempre bem cotada para ser a campeã do interior paulista, já que se consolida como uma das equipes mais difíceis de serem batidas neste campeonato.

Guaratinguetá Futebol LTDA.
Status: Pode surpreender
Melhor participação: 3ª colocada em 2008
Como foi em 2008? 3º colocado
Como joga? Argel não deve fugir do 4-4-2, formando uma forte trinca com Ale e Magal na cabeça de área, Ricardinho armando as jogadas e Rodrigão fixo dentro da área.
Time-base: Jaílson; Fábio, Edson Rocha, Nino e Jamur; Magal, Careca, Ale e Ricardinho; Wellingtom Amorim e Rodrigão. Técnico: Argel Fucks
Ele é o cara! Xodó da torcida, o volante Alê esteve presente nos principais momentos da história do Guará: durante a campanha do acesso em 2006, campeã do interior em 2007 e semifinalista em 2008. Marca forte e consegue sair com qualidade para o ataque.
Olho nele! Recém-chegado, o lateral Fábio vem agradando nos treinos. Típico lateral tupiniquim, apóia bastante o ataque e pode servir Rodrigão com bons cruzamentos.
Pontos Fortes: Além da boa dupla de volantes (Ale e Magal), possui um ataque experiente, com o veloz Amorim e o avante Rodrigão, ótimo pelo alto, principalmente.
Pontos Fracos: A zaga não passa confiança e a equipe sente falta de um bom lateral-esquerdo.

Ituano
Grande incógnita

Amparado pela Traffic, o Ituano deu uma boa reformulada em relação ao elenco de 2008. As novidades no Galo começam na comissão técnica: o volante Galeano pendurou as chuteiras e agora é auxiliar técnico de Vinícius Eutrópio. Um caminhão de reforços chegou ao Novelli Júnior, como o experiente goleiro Alexandre Fávaro, os laterais Peter, Dedé (ex-Ceará), Valmir (ex-Palmeiras) e Henrique (ex-Tupi-MG), mais Ceará, que retornou de empréstimo junto ao Juventude; os zagueiros Anderson Luiz (ex-Fluminense) e Thiago Bernardi (ex-Coritiba); os volantes Serginho (ex-Vasco), Ticão (ex-Náutico) e Reinaldo (ex-Palmeiras) e Xaves (ex-Ipatinga); os meias Moacir (ex-Palmeiras) e Muriqui (ex-Vitória), além dos atacantes Anderson Aquino (ex-Atlético/PR) e Thiago Cunha (ex-Palmeiras).

Lutando contra o desentrosamento – a maioria dos reforços chegou em meio a pré-temporada – Eutrópio aposta no experiente Alex Afonso para comandar as ações ofensivas do Galo, que promete formar boa dupla com o recém-chegado Anderson Aquino. Apesar de bons reforços, o Ituano estreará sob forte desconfiança: será que o pacotão de reforços se adaptará a equipe a tempo de fazer uma boa competição?

Ituano Futebol Clube
Status:
Briga pela Taça do Interior
Melhor participação: Campeão Paulista em 2002
Como foi em 2008? 11º colocação
Como joga? Eutrópio já disse que seu esquema favorito é o 4-4-2, como se atua na Europa, com duas linhas de quatro quando está sendo atacado. Para atacar, Moacir tem mais liberdade de movimentação, que tem sua válvula de escape no veloz Alex Afonso e na jogada aérea, com Aquino ou Cunha.
Time-Base: Alexandre Fávaro; Henrique (Thiago Bernardi), Anderson, Círio e Ceará (Valmir); Érik (Ticão), Carlos Eduardo, Serginho (Muriqui) e Moacir; Alex Afonso e Anderson Aquino (Thiago Cunha). Técnico: Vinícius Eutrópio
Ele é o cara! No vai-e-vem entre Palmeiras e Ituano, o atacante Alex Afonso está novamente em Itu. E costuma fazer bom papel com a camisa rubro-negra do Galo, que aposta na sua velocidade e faro de gol.
Olho nele! Anderson Aquino tem 1,88m e apenas 22 anos. Bom pelo alto e com presença de área, o jovem avante espera que seu futebol brilhe na vitrine do Paulistão.
Pontos Fortes: Contratou bons nomes, com destaque para as muitas opções na lateral e no ataque.
Pontos Fracos: Por conta do número de reforços, o entrosamento deve dificultar as ações iniciais do Galo

Marília
Não cair é lucro

Rebaixado à Serie C do Brasileirão, o MAC apostou em jogadores mais rodados mesclados aos garotos que subiram ao elenco do profissional, após a Copa São Paulo. Os principais reforços são o lateral Tiago (ex-São Paulo), o zagueiro Régis (ex-Ponte), o volante Ataliba, os meias Yannick (ex-Sporting) e Fabiano Gadelha. O goleiro paraguaio Antony Silva (ex-Talleres, com passagens pela seleção) espera a liberação do visto de trabalho para seu juntar ao elenco.

Com um elenco limitado, o técnico João Martins ainda terá de arcar com a perde de um jogador importante do elenco: o meia Altair, que sofreu uma entorse no joelho durante os treinos e está fora do Paulistão. O discurso é de fazer boa campanha mas o Marília ficará feliz se não for rebaixado neste Paulistão.

Marília Atlético Clube
Status:
Briga pelo rebaixamento
Melhor participação: Bicampeão da Série A2 (1971 e 2002)
Como foi em 2008? 14º colocação
Como joga? Martins aposta no 4-4-2 na pré-temporada, com liberdade total para Fabiano Gadelha, meia articulador e que finaliza bem.
Time-Base: Giovani; Rafael Mineiro (Régis), Jairo, Leandro Amaro e Adilio; Diego Correia, João Vitor, Reinaldo e Fabiano Gadelha; Cláudio e Robert. Técnico: João Martins
Ele é o cara! Com boa passagem anterior para o MAC, Fabiano Gadelha tem a missão de conduzir as ações ofensivas da equipe. Experiente, o meia arma e faz gols com constância.
Olho nele! Se permanecer, o atacante Djavan é esperança. Fez bom papel na Copa São Paulo, onde o MAC quase se classificou para a fase mata-mata.
Pontos Fortes: Gadelha é o tipo de jogador que pode decidir em favor do MAC.
Pontos Fracos: Elenco remendado e de diversos “desconhecidos” e a falta de opções de armação da equipe, a excessão de Gadelha.

Mirassol
Repetir 2008

Todos achavam que o Mirassol, recém-promovido em 2008, faria apenas figuração naquele Paulistão. Bem estruturado, o Leão fez bonito e terminou na oitava colocação. Comandados pelo experiente Roberval Davino, o Mirassol trouxe jogadores experientes e de qualidade como o volante Júnior Maranhão – campeão da Copa do Brasil com o Sport – os ex-pontepretanos Luis Ricardo e Luciano Sorriso, o lateral Carlinhos (ex-Santos e com passagem pela Seleção) e o rodado atacante Finazzi.

O objetivo é de se classificar para a Taça do Interior, mas o Leão da Araraquarense promete dar muito trabalho, principalmente nas bolas jogadas para Finazzi, que apesar de ter pouca técnica, sempre marca diversos gols por onde passa. Luís Ricardo, destaque em 2008, também foi uma bola dentro e figura como a principal contratação do elenco, que a exemplo do Guaratinguetá, é uma equipe emergente no cenário do interior paulista.

Mirassol Futebol Clube
Status:
Briga pela Taça do Interior
Melhor participação: 8º colocação em 2008
Como foi em 2008? 8º colocado
Como joga? Mais uma equipe que adota o 4-4-2, onde o volante Júnior Maranhão atua bem como elemento surpresa.
Time-Base: Fabiano (Mauro); Roger, Augusto, Márcio Santos e Carlinhos; Acleisson (Luciano Sorriso), Júnior Maranhão, Luciano Sorriso e Eder; Wesley e Luís Ricardo (Finazzi). Técnico: Roberval Davino
Ele é o cara! Um dos destaques da Ponte Preta no Paulistão 2008, o atacante Luís Ricardo foi estranhamente dispensado pela Ponte, após ter sido o vice-artilheiro da Macaca em 2008 com 13 gols. Cotado para jogar em grandes clubes, o atacante pode provar seu valor novamente no Mirassol.
Olho nele! Apesar da campanha irregular do América/RN na Série B em 2008, o goleiro Fabiano se destacou. Foi contratado, vem ganhando espaço na equipe e pode barrar seu concorrente Mauro, com passagem pelo Santos.
Pontos Fortes: Opções para o gol e ataque. Finazzi e Maranhão podem acrescentar muito com sua experiência.
Pontos Fracos: Falta um armador mais qualificado.

17.1.09

Paulistão 2009 - Parte 2

Corinthians
Rumo ao 26º título?

Após fazer grande campanha na Série B do Brasileiro ao conseguir o acesso com algumas rodadas por antecedência, sem passar por grandes sustos, o Corinthians chega com muita moral para disputar o Paulistão.

O elenco alvinegro, razoavelmente bom, além de não perder nenhuma peça importante, ganhou novas opções com a chegada de 6 reforços: os zagueiros Jean (ex-Grêmio) e Escudero (ex-Argentinos Jr.), o volante Túlio (ex-Botafogo) e os atacantes Jorge Henrique (ex-Botafogo), Souza (ex-Panathinaikos) e Ronaldo, que no momento estava sem clube.

A vinda de Ronaldo, aliás, foi o fato que gerou a maior repercussão na mídia esportiva até o momento. Ele veio para jogar? Ou foi um mero golpe de marketing para vender mais camisas? Particularmente, acredito que ninguém desaprende a jogar futebol e, em melhor forma, Ronaldo certamente será valioso ao Timão.

Enfim, aos poucos, o Alvinegro do Parque São Jorge vai retomando o seu espaço entre os grandes clubes do cenário nacional. Tanto que hoje, pinta como o principal candidato ao título estadual, haja vista que o Palmeiras e o Santos ainda reformulam seus elencos, enquanto que o São Paulo, mostra-se muito mais preocupado com a Libertadores.

Sport Club Corinthians Paulista
Status: Favorito ao título
Melhor posição já alcançada: Campeão 25 vezes (1914, 1916, 1922, 1923, 1924, 1928, 1929, 1930, 1937, 1938, 1939, 1941, 1951, 1952, 1954, 1977, 1979, 1982, 1983, 1988, 1995, 1997, 1999, 2001 e 2003).
Como foi em 2008? 5º colocado
Como joga? Mano Menezes mantém o 4-4-2 que tanto fez sucesso na Série B de 2008. A chave deste esquema é a mobilidade de seus atletas e o potencial ofensivo que eles demonstram. Por vezes, Elias recua um pouco mais para abrir espaço para a subida dos laterais e deixar Douglas mais avançado, num 4-3-1-2. Resta saber se com a entrada de Ronaldo a equipe não mudará sua tática para jogar em função do atleta.
Time-base: Felipe; Alessandro, Chicão, William e André Santos; Cristian, Túlio, Elias (Morais) e Douglas; Ronaldo (Souza) e Dentinho (Jorge Henrique).
Ele é o cara! Douglas foi o grande destaque da campanha corintiana na Série B nacional. Diferenciado, compensa sua falta de velocidade com grande visão de jogo e bela precisão nos passes e chutes. Cérebro do time, toda bola passa por seus pés.
Olho nele! Desconhecido da grande maioria dos torcedores, o lateral Diogo já mostrou qualidade quando foi campeão da Copa do Brasil com o Sport. Ex-meia, consegue defender e atacar muito bem. Se Alessandro vacilar, Diogo toma seu lugar.
Pontos Fortes: Elias e Douglas fazem a melhor dupla de meias do país. Jogadas de bola parada com Douglas e André Santos ou de bolas aéreas com Chicão, são perigosas. O elenco é muito forte e tem boas peças de reposição.
Pontos Fracos: O time está muito confiante, pode entrar de “salto alto” e perder pontos preciosos. A vinda de Ronaldo pode rachar as vaidades do elenco. Falta um lateral-direito mais convincente.

Botafogo
Para retornar em grande estilo

Com a terceira colocação na Série A-2 de 2008, o tradicional Botafogo, após amargar quatro anos de ostracismo, enfim retornou à elite do futebol estadual. E o Tricolor não quer fazer feio. Para a disputa do Paulistão, a equipe ribeirão-pretana reformulou quase que 100% de seu elenco, trazendo 18 novos atletas.

Dentre os mais conhecidos, estão o goleiro Paulo Musse (ex-Vitória e ABC), os laterais Marco Aurélio (ex-Vitória) e Calisto (ex-Atlético-MG), o zagueiro Everton (ex-Criciúma), os volantes Jonílson (ex-Vasco) e Rudnei (ex-Grêmio), os meias Augusto Recife e Paulo Santos (ambos ex-Náutico) e os atacantes Walter Minhoca (ex-Flamengo), Thiago Silvy (ex-Sertãozinho) e Frontini (ex-Goiás e Santos).

Resta saber se com essa leva, o técnico Arthur Neto achará tempo para fazer com que o Pantera da Mogiana torne-se um time competitivo, que consiga, ao menos, passar por um campeonato tranqüilo sem correr riscos de descenso. Até que no papel, o time não é dos piores. Será que corresponderá no gramado?

Botafogo Futebol Clube
Status: Briga pela Taça do Interior
Melhor posição já alcançada: Vice-campeão (1955 e 2001)
Como foi em 2008? 3º colocado na Série A-2
Como joga? Arthur Neto tem escalado o Foguinho num improvável 4-3-3, com dois volantes e apenas um meia de ligação. Nesse esquema, os laterais não avançam tanto por causa dos dois pontas que ficam abertos municiando um centroavante fixo (Frontini). Contra os grandes deve ser mais cauteloso.
Time-base: Paulo Musse; Marco Aurélio, Júlio César, Rafael Pedro (Everton) e Betão (Calisto); Jonílson (Rudnei), Augusto Recife e Paulo Santos; Thiago Silvy, Frontini e Branquinho (Walter Minhoca).
Ele é o cara! Cruzeiro, Flamengo, Náutico, Ipatinga. Em nenhum dos lugares pelos quais passou, Augusto Recife foi uma unanimidade. Mesmo assim é um bom segundo-volante. Marca bastante, é inteligente e tem bom passe.
Olho nele! Branquinho foi um dos destaques na campanha que garantiu o acesso ao Foguinho, em 2008. Depois de um semestre apagado no Barueri, o veloz jogador tem nova chance de brilhar. Habilidoso, pode jogar como meia ou como segundo atacante.
Pontos Fortes: A trinca de meio-campistas tem muita qualidade. O elenco é experiente e não deve sentir pressão diante dos 4 grandes.
Pontos Fracos: Frontini, homem-gol da equipe, é uma incógnita, pode estourar nesse torneio ou não fazer nada. Falta ao Tricolor um homem-chave no setor defensivo. O pouco entrosamento pode castigara equipe.

Bragantino
Apostando no conjunto

O ano de 2008 terminou com um gosto de “quase” para a equipe do Bragantino. Depois de uma pífia campanha no campeonato estadual e um começo sonolento na Série B do Brasileiro, o Massa Bruta melhorou, e brigou pelo acesso à principal divisão nacional até o fim, praticamente.

Encantada pelo poder de reação da equipe, a diretoria alvinegra decidiu não fazer grandes contratações, mexeu muito pouco na base e investiu no entrosamento. Tanto que, dos poucos reforços, alguns já são velhos conhecidos dos torcedores da terra da lingüiça. São os casos dos zagueiros Thiago Vieira (ex-Ipatinga) e Marcelo Godri (ex-Corinthians) e do atacante Bill (ex-futebol chinês).

Por fim, o Leão da Zona montou um time interessante que mescla bons valores a atletas outrora mais famosos, como Sérgio Manoel e Paulinho Kobayashi. Com esta base, o técnico Marcelo Veiga sonha em repetir a mesma campanha de 2007, quando o Braga atingiu às semifinais do Paulistão. Algo difícil de ocorrer, porém, totalmente possível.

Clube Atlético Bragantino
Status: Briga pela Taça do Interior
Melhor posição já alcançada: Campeão em 1990
Como foi em 2008? 13º colocado
Como joga? Há tempos, Marcelo Veiga monta o Bragantino num defensivo 3-5-2, em que todos têm a preocupação de marcar alguém. Com dois volantes fixos e apenas um meia de criação, o esquema privilegia os contra-ataques provocados pelo avanço de seus alas. Na frente, mais movimentação, sem um centroavante de área.
Time-base: Gilvan; Thiago Vieira (Da Silva), Adriano e Marcelo Godri (César Gaúcho); Somália, Moradei, Danilo Bueno (Celinho), Rafael Malaquias e Pará; Nunes e Bill (Valdir Papel).
Ele é o cara! Não importa a posição: volante, ala direita ou meia. Somália já está há tempos no clube e é o grande ídolo da torcida. Raçudo e brigador, o polivalente atleta do Braga destaca-se por sua regularidade.
Olho nele! Rafael Malaquias tem apenas 22 anos e foi deslocado do ataque para o meio-campo graças à sua habilidade e ao seu belo domínio de bola. Todas as jogadas de contra-ataque passam por seus pés. Vale a pena olhá-lo com atenção.
Pontos Fortes: Todo mundo ajuda na marcação, a defesa é quase intransponível. O time tem a mesma base há 2 anos, é entrosado. Nunes é oportunista e está numa boa fase.
Pontos Fracos: A equipe não tem um homem decisivo que possa fazer a diferença em jogos complicados. Falta um centroavante de peso na equipe. Por defender em demasia, não sabe impor-se diante de clubes inferiores tecnicamente.

Grêmio Barueri
Seguindo os passos do Azulão

O torcedor do Grêmio Barueri não teve do que reclamar no ano passado. Primeiro, veio a boa campanha no estadual que coroou a equipe com o título do interior. Depois, apesar da inconstância, a equipe conquistou a quarta colocação no Brasileiro da Série B e conseguiu o tão sonhado acesso à Série A. Seria um novo São Caetano?

A base que subiu para o Brasileirão mudou muito pouco. Dos titulares, apenas Ávalos e Diego Silva não permanecem na equipe. Para compensar, o Barueri trouxe 7 “novas-caras”: os laterais Bruninho (ex-Marília) e Neílton (ex-Santa Cruz), os zagueiros João Leonardo (ex-Juventude) e Daniel Marques (ex-Paraná), o volante Márcio Hahn (ex-ABC), o meia Xuxa (ex-Juventude) e o atacante Luiz (ex-Palmeiras).

Nesse ano, o time também inova no banco de reservas. Afinal, o Tricolor não contará com um, mas sim, três treinadores: Toninho Moura, Diego Cerri e Luís Carlos Goiano, ex-volante de São Paulo e Grêmio.

A atual estrutura da equipe da Grande São Paulo realmente impressiona. Bom estádio, competentes categorias de base, diretoria organizada... Aos poucos o time torna-se cada vez mais forte. Mas será que, ao contrário do Azulão, a Abelha conseguirá manter-se por mais tempo no cenário nacional? Isso, só o tempo dirá.

Grêmio Recreativo Barueri
Status: Pode surpreender
Melhor posição já alcançada: 6º colocado (2008)
Como foi em 2008? 6º colocado na Série A-1 – Campeão do Interior
Como joga? O trio deve manter o 4-4-2 implantado por Márcio Bittencourt na campanha do acesso. Como os volantes não têm muita habilidade é comum ver os laterais subindo frequentemente ao ataque. Durante o jogo, Ralf pode ser deslocado para a zaga, dando mais liberdade aos meias Éwerton e Esley.
Time-base: Renê; Marcos Pimentel, Daniel Marques (João Leonardo), Leandro Castán e Márcio Careca; Ralf, Leanderson (Júnior), Éwerton e Esley; Val Baiano (Basílio) e Pedrão (Thiago Humberto).
Ele é o cara! Renê fez grandes jogos na Série B do Brasileiro e garantiu preciosos pontos quando o Barueri não atuou bem. Seguro, o arqueiro mostra competência na hora necessária e dificilmente amarela.
Olho nele! O jovem Éwerton era o 12º jogador do time no Paulistão 2008. Assumiu a titularidade no segundo semestre e não decepcionou. Veloz e habilidoso, destaca-se por sua frieza e seu remate preciso. Candidato à promessa.
Pontos Fortes: A defesa do Barueri é segura e muito experiente. Manteve sua base e agora conta com um elenco muito entrosado. O time tem várias opções no ataque, 5 ou 6 atletas que se revezam e garantem a qualidade do setor.
Pontos Fracos: Esley e Ewerton alternam entre bons e maus momentos. A equipe terá que jogar sob a pressão de ser uma das 20melhores equipes do país. Apesar do bom elenco, falta um atleta que chame a responsabilidade para si.

Guarani
Bom filho à casa torna?

Após apresentar um futebol medíocre no início da temporada passada, quando se safou de ser relegado à Série A-2 apenas por detalhes, o Guarani busca evitar os mesmos erros. Afinal, no segundo semestre, mesmo às duras penas e com uma folha salarial reduzida, o Bugre reergueu-se e, enfim, retornou à Série B nacional.

Neste ano, o espírito de contenção de gastos desnecessários é o mesmo. A grande maioria dos 15 reforços que desembarcaram ao Brinco da Princesa é desconhecida. Os nomes de maior relevância são o goleiro Douglas (ex-Avaí), o lateral Itaqui (ex-Grêmio), o volante Rafael Fefo (ex-Corinthians) e o atacante Amoroso, atleta de maior expressão no elenco que retorna ao clube que o revelou para o mundo.

Com estes reforços e a manutenção de outros jogadores que ajudaram na vitoriosa campanha da Série C de 2008, o técnico Henrique Dias acredita que o Guarani conseguirá manter-se no Paulistão e montar uma boa base para o restante do ano. Na verdade, convenhamos, se o Bugre não cair de divisão, já estará no lucro...

Guarani Futebol Clube
Status: Briga pelo rebaixamento
Melhor posição já alcançada: Vice-campeão (1988)
Como foi em 2008? 16º colocado na Série A-1
Como joga? Henrique Dias usa o básico 4-4-2, com laterais fortes que avançam bem e dois volantes que sabem sair jogando. Como escala Amoroso num papel de “falso” meia-esquerda, ele pode variar seu esquema inicial durante a partida. Monta um 4-3-3, com Amoroso mais avançado ou um 4-5-1, com Cléverson abrindo pela ponta.
Time-base: Douglas; Maranhão, Plínio (Augusto), Danilo e Itaqui; Glauber, Rafael Fefo, Chiquinho (Mário César) e Amoroso; Cléverson (Dairo) e Fernando Gaúcho.
Ele é o cara! Amoroso é a grande estrela do elenco bugrino. Após uma passagem apagada no futebol grego, ele chega com a missão de liderar o inexperiente clube campineiro. Resta saber, se voltará a atuar bem, algo que não faz há tempos...
Olho nele! Quando subiu das categorias de base corintianas, Rafael Fefo era visto como um volante técnico e voluntarioso; tinha tudo para tornar-se craque. Agora, tem a sua última chance para mostrar esse potencial e não virar uma eterna promessa.
Pontos Fortes: A dupla de volantes tem qualidade. Fernando Gaúcho está numa boa fase e precisa ser marcado de perto. Dairo, Henrique... Existem bons jogadores revelados no clube que poderão entrar e dar conta do recado.
Pontos Fracos: Será que Amoroso atuará bem? Faltam melhores opções na armação e na zaga. Contratou em demasia, mas a maioria de seus reforços são desconhecidos.

14.1.09

Paulistão 2009 - Parte 1

Na próxima semana, começará o maior campeonato regional do país: o Paulistão. Considerado um "mini-brasileirão" - dos 20 participantes do torneio, seis estarão na elite nacional em 2009 - conquistar o Campeonato Paulista dá moral para o resto da temporada, além de construir uma boa base para o futuro. Mesmo com São Paulo e Palmeiras divididos com a Libertadores, enquanto outros podem priorizar a Copa do Brasil, o Paulistão sempre brinda os torcedores com jogos de bom nível técnico. Além de diversos clássicos, os times do interior quase sempre surpreendem, como em 2008, quando Guaratinguetá e Ponte Preta fizeram uma das semifinais, deixando Corinthians e Santos de lado. E após um longo jejum, o Palmeiras de Luxemburgo ficou com a taça em 2008, após bater a surpreendente Ponte Preta. Como de praxe, você acompanha um preview completo das 20 equipes participantes aqui no Opinião FC.

São Paulo
Laboratório no Paulistão?

Embalado pelo hexacampeonato e bem reforçado, o São Paulo poderia ser considerado o maior favorito deste Paulistão. Ainda pode, dependendo o quão sério o Tricolor irá encarar o estadual. Após a confusão com a FPF – no episódio Wagner Tardelli/ingressos do show da Madonna, onde o São Paulo ameaçou romper com a entidade máxima do futebol paulista - e com um grupo encardido na Libertadores (Defensor Sporting, América de Cali e Peñarol/Independiente Medellín), o São Paulo pode vir a utilizar um time misto em meio a disputa do estadual. Além disso, foi o que começou a se preparar mais tardiamente, em relação aos outros três grandes.

De qualquer forma, o São Paulo fortaleceu bem o elenco e não teve nenhuma perda significativa em relação ao elenco tricampeão brasileiro em 2008. Reforçou as alas, uma de suas áreas mais carentes, com os incisivos Júnior César e Wagner Diniz. Deu mais opções ao fortíssimo meio campo com o promissor Arouca e o mordedor Eduardo Costa, além da contratação do matador Washington. Renato Silva será opção para a excelente zaga Tricolor, a qual contará com Rodrigo, que teve prorrogado por seis meses o seu empréstimo junto ao Dínamo de Kiev.

Mesmo com as boas contratações, o São Paulo segue sem um meia pensante e Muricy acena com uma solução dentro do elenco: Hernanes – agora camisa 10 – poderá jogar mais à frente da dupla de volantes, atuando como meia ofensivo. Eleito o melhor do Brasileirão, Hernanes parece capaz de exercer a nova função. Se ocorrer a mudança, fica a dúvida: como Muricy vai compor o meio-campo? Poderá abrir mão de Jean ou Hugo, já que com a chegada de Júnior César não terá mais que deslocar Jorge Wagner para a ala. No ataque, Borges e Washington não poderiam atuar juntos, por possuírem características semelhantes, enquanto Dagoberto segue como única opção de velocidade no setor, mesmo atuando aquém de sua capacidade. Por isso, o Paulistão poderá ser o laboratório que o São Paulo necessita para acertar a equipe para os desafios que virão em 2009. Resta saber se a equipe comandada por Muricy crescerá em meio a competição ou a utilizará apenas como preparação.

São Paulo Futebol Clube
Status: Favorito
Melhor participação: 21 vezes campeão (1931, 1943, 1945, 1946, 1948, 1949, 1953, 1957, 1970, 1971, 1975, 1980, 1981, 1985, 1987, 1989, 1991, 1992, 1998, 2000 e 2005).
Como foi em 2008? Eliminado nas semifinais
Como joga? Muricy consagrou 3-5-2 na equipe, com Rodrigo, André Dias e Miranda na zaga a Wagner Diniz e Júnior César nas alas, dando mais liberdade aos volantes, principalmente Hernanes. Dependendo da situação da partida, pode migrar para um 4-4-2, onde Arouca pode entrar no meio e avançar Hernanes, numa formação mais ofensiva. As bolas paradas também são armas, já que Rogério Ceni e Jorge Wagner são especialistas.
Time-base: Rogério Ceni; Rodrigo, Miranda e André Dias; Wagner Diniz, Jean (Arouca), Hernanes, Jorge Wagner (Hugo) e Júnior César; Dagoberto e Washington (Borges). Técnico: Muricy Ramalho.
Ele é o cara! Eleito o craque do último Brasileirão, Hernanes assume a condição de principal estrela da equipe, ao lado de Rogério. Agora com a camisa 10, terá mais liberdade para pensar o jogo e armar a equipe, jogando mais à frente.
Olho nele! Eventualmente, o São Paulo pode usar equipes mistas em meio ao Paulistão. Pode ser a chance que o meia Oscar, 17, precisa para começar a se enturmar com o elenco. Esperança da base, pode estar sendo formado em casa o meia que o São Paulo tanto persegue, desde Danilo.
Pontos Fortes: Elenco de muitas opções, principalmente na zaga e na meia, pilares do São Paulo nas últimas conquistas. Possui dois matadores natos na frente (Borges e Washington) que atravessam boa fase.
Pontos Fracos: Começou a se preparar tardiamente para a competição e a falta de ritmo pode pesar no início do Paulistão; ainda carece de um meia de ofício, posição que poderá ser delegada a Hernanes.

Ponte Preta
A esperança está no banco

Maior surpresa no último Paulistão – quando se sagrou vice-campeã, perdendo para o Palmeiras – a Ponte sonha alto para este ano. A maior aposta está no banco de reservas, com a contratação de Sérgio Soares. Técnico da nova geração, Soares foi um dos principais responsáveis pelo acesso do Santo André para a Série A do Brasileirão em 2009.

Outra aposta da Macaca é em dois argentinos recém-contratados: o meia Marchisio (ex-Argentinos Jrs.) e o atacante Savoia (ex-Cobreloa). Em processo de adaptação ao Brasil, a dupla gringa vem empolgando nos treinos e mostram-se boas opções neste início de Paulistão. Além dos gringos, os volantes Bia e Wilian, o lateral Rodrigo Ninja e Leandrinho engrossam o elenco.

Soares apostará nas caras conhecidas da Ponte para iniciar um bom trabalho. De contrato renovado, o bom goleiro Aranha reforça a baliza pontepretana. Destaque no Paulistão e sumido na Série B, o meia Renato pode voltar a brilhar. A experiência dos zagueiros Marinho e Gum também promete ser útil. Mesmo reformulando boa parte do elenco, sempre é bom ficar atento com a Ponte. Além de sempre ser encardida atuando em seus domínios, Soares pode ratificar sua condição de bom técnico com um bom trabalho no Moisés Lucarelli.

Associação Atlética Ponte Preta
Status: Pode surpreender
Melhor participação: Cinco vezes vice-campeã (1970, 1977, 1979, 1981 e 2008)
Como foi em 2008? Vice-campeã
Como joga? Soares acena com o 4-4-2, com Renato armando a equipe e liberdade na direita com os avanços de Rodrigo Arroz. O argentino Savoia começa a conquistar um espaço no ataque.
Time-base: Aranha; Rodrigo Arroz (Edílson), Marinho, Jean (Gum) e Rodrigo Ninja; Deda (Bia) Wilian, André (Juan Marchisio) e Renato; Savoia (Dayvid) e Leandrinho. Técnico: Sérgio Soares
Ele é o cara! Melhor goleiro do último paulista, Aranha é a estrela da Ponte. Alto e ágil, passa segurança debaixo das balizas.
Olho neles! Os argentinos Savoia e Marchisio estão estreando no futebol brasileiro e começam a empolgar nos treinos. Pintam como boas opções no ataque e na meia, respectivamente.
Pontos Fortes: Aranha é bom goleiro e Renato pode desequilibrar, além de bons garotos subindo ao elenco principal, como o atacante Dayvid.
Pontos Fracos: A zaga liderada por Marinho não é das mais confiáveis; Faltam boas opções para a lateral-esquerda e Renato é inconstante.

Portuguesa
Levantando a cabeça

Mesmo como um elenco não muito bom, a Lusa poderia ter evitado a queda no Brasileirão, se não fossem vacilos jogando no Canindé. Mas o legado de 2008 não é de todo ruim. Jogadores que vieram para a Portuguesa conseguiram recuperar o futebol de outrora, como Athirson, Fellype Gabriel e Jonas, além da aparição do meia Edno, cobiçado por diversos clubes do futebol nacional.

O técnico Estevam Soares apostou nas contratações dos veteranos Christian e César Prates, que chegam para o time titular. Além deles, o goleiro Fábio – destaque do último Paulistão pelo Guaratinguetá – o zagueiro Alex Bruno (ex-São Paulo e Botafogo), o volante Ygor (ex-Fluminense e Vasco), o meia Marco Antônio (ex-Vitória) e o lateral Guigov (ex-Barueri) chegam para dar mais opções ao elenco luso, que perdeu Jonas para o Grêmio, por conta do final de seu empréstimo.

Se mantiver Edno, a Portuguesa corre por fora para alcançar as semi-finais, mesclando experiência e juventude no mesmo elenco. Forte nas laterais e no meio-campo, a Lusa ainda peca nas opções para o elenco, caso os titulares se contundam ou sejam suspensos.

Associação Portuguesa de Desportos
Status: Pode surpreender
Melhor posição já alcançada: Tricampeã paulista (1935, 1936 e 1973)
Como foi em 2008? 10° colocada
Como joga? Estevam Soares utilizará o 3-5-2, com liberdade de ataque para os alas César Prates e Athirson, fixando os volantes no auxílio à defesa. Fellype Gabriel e Edno dividem a armação.
Time-base: Fábio; Ediglê, Alex Bruno e Halisson (Betão); César Prates, Ygor (Erick) Fellype Gabriel, Edno e Athirson; Fabrício Carvalho (Rogério) e Christian. Técnico: Estevam Soares.
Ele é o cara! Destaque da Portuguesa no Brasileirão 2008 com nove gols, o meia Edno promete um bom primeiro semestre. Bom chutador e veloz, cria boas oportunidades atuando pela direita.
Olho nele! Destaque do Guaratinguetá em 2008, Fábio chega com pinta de titular. Já mostrou potencial em Guará.
Pontos Fortes: Bons alas, César Prates e Athirson são boas opções na criação de jogadas; Cear Prates é especialistas em cruzamentos e bolas paradas; Em forma, Christian costuma marcar muitos gols.
Pontos Fracos: Poucos zagueiros para atuar no 3-5-2. Com Ediglê e Alex, Estevam ainda precisa achar o terceiro zagueiro, provavelmente algum garoto da base. O ataque, com Christian e Fabrício Carvalho é uma incógnita e os garotos da base também poderão ser utilizados.

Santo André
Time de primeira

Na elite do Paulistão e do Brasileirão, o Santo André quer manter a boa fase, iniciada com a conquista da Copa do Brasil, em 2004, e que culminou com o vice-campeonato da Série B em 2008. Mesmo perdendo o técnico do acesso, Sérgio Soares, o Ramalhão não pestanejou e trouxe Sérgio Guedes, vice do Paulista com a Ponte Preta em 2008.

Como era de se esperar, vários destaques de 2008 migraram para clubes maiores, como o zagueiro Douglas e o meia Willians, ambos contratados pelo Flamengo, e o atacante Elton está na mira do Vasco – que já contratou o meia Jeférson, destaque do Ramalhão na Série B com 13 gols. Em compensação, fez boas aquisições como o zagueiro Vinícius e o experiente Dininho, o goleiro Diego (ex-Fluminense), o meia-atacante Pablo Escobar – atacante boliviano, destaque pelo Ipatinga em 2008 – e repatriou o meia Elvis, campeão da Copa do Brasil em 2004 pelo Ramalhão. Além deles, o lateral Bruninho, o volante Dirceu e o atacante Alexandro chegam para compor elenco, liderado pelos veteranos Marcelinho Carioca e Fernando.

Empolgados pelo ingresso a elite regional e nacional, o Santo André acena como uma das possíveis surpresas deste Paulistão, respaldado por um elenco experiente e um técnico que surge no cenário do futebol paulista.

Esporte Clube Santo André
Status:
Pode surpreender
Melhor participação: Três vezes campeão da Série A2 (1975, 1981 e 2008)
Como foi em 2008? Campeão da Série A2
Como joga? Guedes deverá manter o 4-4-2, por conta da reformulação da equipe. No entanto, como no ano passado, Marcelinho terá mais liberdade de atacar, principalmente pela faixa direita. Provavelmente será auxiliado por Elvis na armação. Lá atrás, o “vovô” Fernando segura as pontas na cabeça de área.
Time-base: Diego; Alexandre, Dininho, Vinícius (Cesinha) e Artur; Fernando, Dirceu, Elvis e Marcelinho Carioca; Pablo Escobar e Osny (Élton).
Ele é o cara! Um dos pilares da excelente campanha na Série B, Marcelinho fica mais um ano no Ramalhão. Dentro de campo, sua experiência, bons lançamentos e a bola parada podem criar bons momentos à equipe.
Olho Nele! O goleiro Diego surgiu como revelação no Atlético/PR e logo foi para o Fluminense, com pinta de titular. No entanto, jamais se firmou nas Laranjeiras. A nova chance no Ramalhão pode colocá-lo em evidência novamente, pois já mostrou potencial.
Pontos Fortes: Elenco de nomes experientes e rodados no futebol nacional, como Dininho, Fernando e Marcelinho. Além deles Elvis pode dar o toque diferencial na meia e Diego – encostado no Fluminense – é bom goleiro.
Pontos Fracos: Perdeu peças importantes em 2008, o que pode influenciar no entrosamento dos novos contratados. Além disso, o ataque não anima por não ter sido reforçado devidamente.

São Caetano
Ofuscado pelo vizinho

A queda do São Caetano no futebol nacional é visível. Ainda mais com o grande rival Santo André conseguindo feito atrás de feito no futebol paulista e brasileiro. Mesmo sem grandes nomes, Vadão chegou em agosto de 2008 ao time – que fazia campanha pífia na Série B – e conseguiu deixá-lo em nono lugar, apenas nove pontos abaixo da zona de acesso.

Conhecido por bons trabalhos com o Mogi-Mirim e Atlético/PR, Vadão poderá agora dar sua cara ao Azulão, já que é conhecido por saber desenvolver times de médio e pequeno porte. sem nomes badalados no elenco. Para isso, buscou alguns destaques da Série B e C em 2008, como os meias Marcinho (ex-Guarani) e Aloísio (ex-América/RN). Contudo, Vadão terá de quebrar a cabeça para montar um elenco quase que inteiro, pois muitos jogadores estavam por empréstimo e voltaram aos clubes de origem, como Apodi e Francismar (Cruzeiro). Outros jogadores importantes em 2008 deixaram o elenco, como os volantes Galiardo (Náutico) e Gladyson, além do meia Hernani (Paraná).

Com as perdas, nada menos que 13 jogadores chegaram ao elenco em 2009: Iran (lateral-direito), Bruno Recife e Vando (laterais-esquerdos), Everaldo, Marcelo Batatais e Amarildo (zagueiros), Marcelo Pinheiro e Diogo Orlando (volantes), Marcinho, Zé Eduardo, Aloísio e Cascata (meias), Betinho (atacante). A trupe se junta aos experientes Tuta e Ademir Sopa, além do arisco atacante Luan, destaques em 2008.

A tendência é que cheguem mais reforços ainda nesta semana, mas o São Caetano entra nesse Paulistão dependendo de uma boa dose de trabalho árduo de Vadão, pois o elenco é bem limitado.

Associação Desportiva São Caetano
Status: Briga pelo rebaixamento
Melhor participação: Campeão Paulista em 2004
Como foi em 2008? 15° lugar
Como joga? Vadão gosta do 3-5-2, como implantou em 2008. No entanto, neste início de preparação, ele armou a equipe em um 4-4-2, até pela falta de zagueiros no elenco. Seja qual for o esquema, Vadão tentará explorar as investidas de Iran, a velocidade de Luan e o oportunismo de Tuta, respaldados pelos volantes Tobi e Ademir Sopa.
Time-base: Luiz; Iran, Marcelo Batatais, Amarildo e Bruno Recife; Tobi, Ademir Sopa, Zé Eduardo (Marcinho) e Vandinho; Luan e Tuta. Técnico: Oswaldo Alvarez
Ele é o cara! Veterano, Tuta encontrou espaço para seu futebol no Azulão. Prende os zagueiros e apesar de não ter velocidade e técnica, é o centroavante de ofício. Aquele que chuta de onde der e marca gols importantes, principalmente na jogada aérea.
Olho nele! Há algum tempo no São Caetano, Luan é promessa há algum tempo. Veloz, mas por vezes firulento demais, o atacante tenta estourar de vez em 2009.
Pontos Fortes: A experiência de nomes como Batatais e Tuta deve ajudar os “desconhecidos” do elenco. Luan pode proporcionar bons contra-ataques pelos flancos.
Pontos Fracos:
Vadão ainda reformula o elenco e encontra dificuldades para montar sua defesa. Tanto é que ele ainda não utilizou o esquema com três zagueiros, seu preferido.