30.9.08

O Brasil vai ser campeão!

Objeto de desejo que estará
em disputa até o dia 19 de outubro

Começou nesta terça-feira o Campeonato Mundial de Futsal organizado pela FIFA, realizado no Brasil, com sedes em Brasília e Rio de Janeiro. O país anfitrião tenta acabar com a supremacia dos espanhóis, atuais bicampeões da competição, tendo eliminado os brasileiros em ambas as edições (final em 2000 e semifinal em 2004). São 20 seleções organizadas em quatro grupos. Cada uma teve o direito de inscrever 14 atletas. Mas nas fichas entregues pelos países, constam 35 brasileiros.

Como isso é possível? Será algum erro de cadastro? Ou então alguém trocou a nacionalidade dos jogadores? Também não. Assim como acontece no futebol de campo, os jogadores brasileiros do futsal são um excelente produto de exportação. Segundo dados da CBFS (Confederação Brasileira de Futebol de Salão), até o dia 25 de setembro deste ano foram realizadas 97 transferências, 14 a mais do que o registrado no mesmo período de 2007. No ano passado inteiro, a CBFS contabilizou um êxodo de 134 atletas para o exterior.

Desses, muitos acabam obtendo a dupla nacionalidade, podendo com isso serem convocados para a seleção local. Nesta edição do Mundial, a “Itália” conta simplesmente com todos os atletas nascidos no Brasil! Isso mesmo, todos, com a exceção do técnico. Há ainda três brasileiros defendendo a Espanha, dois jogando pela Rússia, um pelo Japão e, finalmente, um pelos EUA.

Lembro que há algum tempo estava comentando sobre a questão da naturalização no futebol com o pessoal do blog, e não conseguimos chegar a uma solução. Não dá para competir com o poderio financeiro europeu. E com a naturalização, que não tem relação com futebol, os jogadores passam a ter os mesmos direitos que os cidadãos dos respectivos países, e, por isso, não há como proibi-los de atuarem pelas seleções.

Porém, alguma coisa precisa ser feita. Como pode uma equipe não ter um único jogador nascido no próprio país? Estamos caminhando para uma situação em que um campeonato será disputado entre brasileiros e “brasileiros estrangeiros”, como comumente chamamos os atletas que atuam no exterior.

Ao contrário do futebol de campo, o futsal na Europa não tem o glamour, nem o poder monetário dos gramados. Aliás, nem mesmo profissional. É o caso da Itália, por exemplo. Caio Farinha, goleiro que defenderá a seleção italiana pela segunda vez em um Mundial, afirmou à Folha de S.Paulo que o processo de convocação de um time formado apenas por nascidos no Brasil foi natural, uma vez que cerca de 90% dos jogadores da liga italiana são brasileiros. “Existem poucos italianos jogando futsal hoje. Eles preferem contar com um trabalho regulado pelo governo, já que o mesmo salário que é bom para um brasileiro não é bom para eles, buscando assim a segurança da carteira assinada”, esclareceu Farinha.

Resta saber apenas quantos brasileiros terão a honra de levantar o belo troféu de Campeão do Mundo. Porque eu aposto todas as minhas fichas que, se não for a turma de Falcão que tiver essa oportunidade, algum outro conterrâneo certamente terá. Os três da Espanha largam na frente.

29.9.08

Déjà vu nos Spurs

É pré-temporada no futebol inglês. Manchester e Liverpool gastam boa quantia em reforços de peso, o Chelsea põe o pé no freio e o Arsenal investe na juventude. Querendo se afirmar de vez na transição entre o pelotão intermediário e a elite que briga por vaga na Champions League, está o Tottenham. De boa campanha na temporada passada, a equipe gastou boa quantia em promissores reforços. Após seis rodadas, o até então promissor time de White Heart Lane se vê na zona de rebaixamento e com grandes dúvidas sobre a permanência de seu técnico para o prosseguimento da temporada. Esse cenário, baseado na situação do ex-técnico da equipe em 2007/08, Martin Jol, parece se repetir na cabeça do torcedor nesta temporada. Mas desta vez, com o promissor e competente Juande Ramos, após outra derrota na Premier League por 2-0 ante o Portsmouth.

Para esta temporada, foram investidos vultuosos 88.200.000 € até aqui. Contratações promissoras de bons destaques da temporada passada como a de Roman Pavlyuchenko (Spartak Moscou, 17.400.000 €), Vedran Corluka (Manchester City, 13.800.000 €), Luka Modric (Dínamo Zagreb, 21.000.000 €), David Bentley (Blackburn Rovers, 22.000.000 €) e Gomes (PSV, 8.000.000 €) pareciam precisas para melhorar a campanha de recuperação após a demissão de Jol em outubro de 2007, decorridas dez rodadas da Premier League 2007/08. Apesar do modesto 11º lugar na última temporada, Ramos ajudou os Spurs a conquistarem a Copa da Liga Inglesa, primeiro título de expressão após nove anos em jejum.

Simplesmente, a equipe não consegue encaixar um padrão de jogo e tudo conspira para o erro da equipe. Boa parte dessa má fase vêm da perda de sua eficiente dupla de ataque, já que Robbie Keane foi para o Liverpool e Berbatov, ao Manchester United. A orfandade dos ex-atacantes é notória: os Spurs estão na lanterna da Premier League – dois pontos em seis jogos, sem uma vitória sequer – e possuem o pior ataque da competição até aqui, com apenas quatro tentos anotados.

Com a tendência de atuar apenas com um atacante, o recém-chegado russo Pavlyuchenko, Juande Ramos terá de quebrar a cabeça para fazer seus meias chegarem com mais agudez e eficiência à frente. O garoto Giovani dos Santos ainda tenta chamar a bola para si, mas não vive boas jornadas, assim como Aaron Lennon – constantemente convocado para o English Team – e o promossor Luka Modric, que fez boa Eurocopa mas ainda não se adaptou ao estilo de jogo do futebol inglês. As opções de ataque estão escassas – já que é difícil colocar Bent e Pavlyuchenko juntos, pois tratam-se de atletas-referência na frente – enquanto Giovani e Frazier ainda são jovens para segurar o rojão, apesar de toda a potencialidade do mexicano.

Em White Heart Lane, todos esperam que o Déjà vu não passe de uma infeliz coincidência e que a equipe possa render um futebol correspondente às suas expectativas. Ou a cabeça do até então aclamado Juande Ramos pode ter o mesmo destino do então promissor Marton Jol – o qual havia levado os Spurs a dois quintos lugares consecutivos da Premier League: a porta de saída.

27.9.08

"Esterno" necessário

Após quatro anos, Mancini volta à Seleção jogando bem na posição em que rendeu mais desde a sua ida ao Calcio: o meio-campo

Em tempo, Mancini figurou na lista de convocados de Dunga para a próxima rodada das Eliminatórias Sul-Americanas, em outubro. Uma boa chance de desafogar a meia da equipe, que joga apenas com um atacante e centraliza a maioria de suas jogadas, já que Maicon não apóia tanto na Seleção como faz na Inter, enquanto Kléber (provavelmente o titular, pelo menos nesta primeira partida contra a Venezuela) não faz jus a mais uma convocação por viver o pior momento de sua carreira.

Comentando informalmente com alguns amigos aqui do Opinião FC antes de sua convocação, citei que faltava alguém como ele no Brasil. Diego é um armador e carrega a bola pelo centro, assim como Kaká. Ronaldinho – que já atuou pelas lados com excelência – é reserva no Milan e ainda parece mostrar um pouco de “desinteresse” em jogar bola. Júlio Baptista ainda é inexplicavelmente chamado, pois apesar da sua versatilidade, não vem mostrando regularidade e futebol diferenciado na Roma – curiosamente, contratado para suprir a lacuna deixada por Mancini, que deixou a equipe giallorossi nesta temporada - enquanto Anderson não joga como no Manchester United.

Atuando mais pelo lado esquerdo (mas também não é difícil vê-lo na direita, já que é lateral-direito de origem), Mancini se caracteriza pela velocidade, alem da habilidade de trazer a bola dos flancos para o centro, ajudando na passagem dos laterais e na movimentação dos meias e atacantes. Além da voluntariedade, Mancini sempre aparece bem para marcar gols e dar perigosos chutes de fora da área.

A surpresa de alguns comentaristas – normalmente os velhos e desatualizados, que pouco acompanham o futebol europeu – em ver Mancini ser convocado na posição que o consagrou na Roma e na qual Mourinho aposta nele na Inter é irreal. A lembrança é do voluntarioso ala que brilhou pelo Atlético/MG. No entanto, Mancini evoluiu bastante no futebol italiano, onde foi utilizado por vezes como segundo atacante na Roma de Luciano Spalletti, dada a sua habilidade, velocidade e versatilidade. O esterno (como são chamados na Itália os meias que atuam mais pelos flancos) poderá ser útil e se firmar na equipe, se Dunga o utilizar corretamente, já que consiste no único jogador do tipo no atual elenco.

Mas mesmo acertando na volta de Kaká, Mancini e Pato à Seleção, o elenco em geral ainda é motivo de critica em muitas posições. Josué e Gilberto Silva há muito não merecem mais a amarelinha enquanto Anderson é mal utilizado, Kléber vive péssima fase, Thiago Silva não lembra em nada o jogador vigoroso da boa campanha do Fluminense na Libertadores deste ano e o nome de Doni para a reserva de Júlio César continua questionável. Mas os jogos relativamente fáceis contra Venezuela e Colômbia podem dar a confiança necessária para o início da consolidação das “apostas”, como Mancini e Pato.

Goleiros
Julio César (Inter de Milão) e Doni (Roma)
Laterais
Maicon (Inter de Milão), Daniel Alves (Barcelona), Juan Maldonado (Flamengo) e Kleber (Santos)
Zagueiros
Lúcio (Bayern de Munique), Alex (Chelsea), Juan (Roma) e Thiago Silva (Fluminense)
Meio-campistas
Lucas (Liverpool), Gilberto Silva (Panathinaikos), Anderson (Manchester United), Kaká (Milan) Elano (Manchester City), Josué (Wolfsburg), Julio Baptista (Roma) e Mancini (Inter de Milão)
Atacantes
Robinho (Manchester City) Jô (Manchester City) Luis Fabiano (Sevilla) Alexandre Pato (Milan)

25.9.08

Turno novo, fase nova

Comemoração após vitória contra o líder Grêmio:
Início de returno com o pé direito


Sete jogos. Cinco vitórias, um empate e apenas uma derrota. Certamente nem mesmo o torcedor esmeraldino imaginaria que o Goiás começaria o segundo turno do Campeonato Brasileiro de maneira tão irresistível.

Depois de apresentar um futebol apático durante boa parte do primeiro turno, rondando por várias vezes a Zona do Rebaixamento, o clube esmeraldino já dá sinais de que o descenso é quase impossível, e até a Libertadores é um sonho, agora, alcançável. Hoje, a grande pergunta é: como um time que termina a primeira fase em uma zona intermediária, hoje tem a melhor campanha do returno, com 76,19% de aproveitamento?

Acredito que boa parte destes méritos pertencem à diretoria goiana. Dentre todos os outros competidores, nenhum outro soube, durante o torneio, reforçar-se tão bem em seus setores mais carentes. Sem fazer loucuras, o Verdão arrumou seu plantel com nomes pouco aproveitados em suas ex-equipes, como Iarley ou Fahel, ou com jovens promessas, como Fausto (ex-Linense).

Outra mudança crucial para a melhoria do desempenho foi a vinda do treinador Hélio dos Anjos. Diferentemente de seu antecessor Vadão, que preferia o 4-4-2, o técnico monta o Goiás num 3-5-2 que, por muitas vezes, torna-se um falso 3-4-3.

Com a nova tática, os esmeraldinos acertaram sua outrora problemática defesa, que nas primeiras rodadas tomou 11 gols em três jogos (3 deles de Grêmio e Vitória e outros 5 do Atlético-PR). Ernando, prata-de-casa e único titular absoluto da zaga, amadureceu e já aparece como uma grata surpresa do setor.

Com três beques, o futebol dos laterais Vítor e Júlio César cresceu. Sem a necessidade de voltarem tanto, não é raro ver algum dos dois dentro da área pronto para finalizar. Essa mudança também favoreceu o futebol de Paulo Baier. Quando atuava ao lado de outro meia, geralmente Evandro (hoje no Palmeiras), o veterano perdia-se e ocupava os mesmos espaços de seu companheiro. Hoje, tem mais liberdade para atacar.

Na frente, os experientes Romerito e Iarley posicionam-se muito bem, tornando-se muito mais perigosos do que os outros atacantes testados (Alex Terra, Rinaldo, Schwenk...). Isso sem falar dos novos valores que surgem como opção quando a partida está dura, como o armador Felipe ou o avante Anderson Gomes.

Com tudo isso, não quero afirmar que o Goiás é o melhor time do Brasil ou algo parecido. Mas em tempos de “vacas magras”, em que é raro algum clube gastar muito em alguma contratação, vale a pena os dirigentes darem uma olhada nesse Goiás, que numa recuperação semelhante em 2003, revelou ao Brasil Araújo, Grafitte, Dimba e companhia.

24.9.08

É a mesma coisa?

André Santos é um dos artilheiros do Corinthians nesta temporada

A excelente campanha do Corinthians na Série B do Campeonato Brasileiro, com uma facilidade que eu diria até surpreendente, faz com que alguns já considerem que o elenco do Timão tem condições de brigar por uma boa posição na Série A e, mais que isso, que alguns de seus jogadores estão entre os melhores do país em suas respectivas posições. Nomes como o do lateral André Santos, do meia Douglas e do atacante Herrera já foram exaltados por parte da torcida e imprensa.

Não há como negar que os jogadores citados, como alguns outros da equipe, estejam fazendo uma boa temporada, e com bastante regularidade. André Santos, por exemplo, é um destaque do Corinthians desde o Paulistão. Herrera, muito contestado no início, ganhou seu espaço, muito mais pela vontade do que pelo futebol (muito pouco para a disputa da Série A). Até Lulinha tem melhorado seu desempenho nas últimas rodadas.

Vem então a minha pergunta: pode um jogador da Segunda Divisão ser considerado o melhor jogador da sua posição? André Santos tem sido considerado por alguns como o melhor lateral-esquerdo em atividade no país. A resposta: eu discordo, completamente. É só pegar a tabela da Série B e analisar: qual time, excetuando o Timão, tem condição de se manter na Primeira? Pela ordem (26ª rodada): Vila Nova, Santo André, Avaí, Bragantino, Barueri, Ponte Preta, Juventude, Ceará, Bahia, São Caetano, ABC, Criciúma, Gama, Marília, América-RN, Fortaleza, Brasiliense, Paraná e o lanterna CRB. Sinceramente, nenhum.

O nível é muito fraco. Se a Primeira Divisão já apresenta qualidade duvidosa, que dirá no escalão de baixo. Será que André Santos teria o mesmo desempenho atuando com times mais fortes e consistentes, atuando em estádios maiores e em melhores condições? É difícil dizer, mas a dificuldade seria incomparavelmente maior. Basta lembrar-se da campanha do rival Palmeiras, quando amargou a Segundona, em 2003. Lúcio, na mesma posição, era um dos destaques do time, que também subiu sem maiores dificuldades. Enfrentando equipes fortes, o jogador conseguiu repetir as boas atuações? Não, não foi nem sombra do craque da Série B. Muitos pediram a sua presença na Seleção. Na época, chegou a se considerar como o “Maldini do Agreste”! Atuou em outros clubes grandes, como São Paulo e Grêmio, mas nunca com o mesmo brilho.

Na Copa do Brasil deste ano, o Corinthians enfrentou, na ordem: Barras, Fortaleza, Goiás, São Caetano, Botafogo e Sport. Contra os 3 times da Série A, foram 6 jogos: 3 vitórias e 3 derrotas. Contra os 2 da Série B, 4 jogos: 4 vitórias. O que mostra que o próprio desempenho do time é muito inferior jogando contra equipes mais fortes. O maior campeão paulista da história está no caminho certo, preparando-se para entrar em 2009 em condições de mostrar porque é um dos maiores times do país. A queda para a Série B, como sabemos, não foi motivada apenas pelos problemas vividos dentro de campo. Mas dizer que algum de seus jogadores é o melhor do país em sua posição – apesar do post se referir não especificamente ao Corinthians, e sim à Segundona, eu cito o Timão por desconsiderar qualquer outro jogador ou equipe da Série B (poderia citar Túlio Maravilha???), é muita pretensão.

E pra não deixar de dar minha opinião, acredito que Leandro, do Palmeiras, e Juan, do Flamengo, são os dois melhores laterais em atividade do país, pelo lado esquerdo.

22.9.08

Despertar colchonero

Atlético vence bem o PSV jogando em Eindhoven: Prenúncio de uma boa temporada para os colchoneros?

Que Real Madrid e Barcelona são as maiores potências clubísticas espanholas ninguém contesta. Nos últimos anos, porém, vemos uma alternância nas equipes que podem dar alguma dor de cabeça à supremacia protagonizada pela rivalidade madrilenha/catalã. Pelos resultados mais recentes, podemos colocar o Valencia como terceira força desta década. São duas Ligas espanholas (2001/02 e 2003/04), uma Copa do Rei (2007/08) e dois vice-campeonatos da Champions League (1999/00 e 2000/01). A queda recente na forma e nos títulos importantes dos Ches abriram brechas para outros postulantes, como o Villarreal (semifinalista da Champions 2004/05 e vice-campeão espanhol em 2007/08) e o Sevilla (bicampeão da Copa UEFA em 2005/06 e 2006/07). Enquanto isso, o tradicional Atlético de Madrid tentava ressurgir das cinzas para fazer parte novamente do pelotão de frente da Espanha. Castigado com o descenso em 1999/00 – combalidos pela formação de elencos medícores e a crise após a comprovação de atos de corrupção de seu presidente à época, Jesús Gil y Gil, o qual comandou o Atletí por 16 anos – o clube demoraria duas temporadas para se recuperar do Infierno, que é como os torcedores definem esse tempo de ostracismo do clube no futebol espanhol.

De volta à elite, o clube sempre sonhou pela volta ao protagonismo de La Liga – a qual conquistou pela última vez em 1995/96 – já que é o terceiro maior campeão, com nove ligas. Mas esbarrava na formação de elencos medíocres ou de times que deixavam a desejar, apesar de terem algum potencial. Prova disso é que mesmo com seu maior ídolo da história recente em campo - o avante Fernando Torres – não conseguiu fazer o time progredir após o seu retorno à 1ª divisão. E na temporada passada, El Niño bateu asas em direção às libras esterlinas do futebol inglês, onde o Liverpool pagou uma fortuna para levá-lo. Coincidentemente, foi quando a equipe colchonera deu sinais de crescimento. Liderados pelo regular Maxi Rodríguez e bem comandados pelo técnico mexicano Javier Aguirre, o Atletí conseguiu chegar longe: está na vitrine européia, com a conquista da vaga para a Champions 2008/09 em virtude da quarta colocação na última liga local. O grande destaque deste retorno ao maior campeonato de clubes do mundo teve um expoente: Sérgio “Kun” Agüero, a maior jóia argentina após o surgimento de Lionel Messi. Formando ataque infernal com outro goleador, Diego Forlán, o prodígio argentino contribuiu com 20 gols na última liga, enquanto seu parceiro uruguaio anotou 16 tentos.

No entanto, pairava uma dúvida. Seria o Atlético capaz de passar por prova tão difícil na classificatória da Champions, diante do bom time do Schalke 04? Não morreria na praia mais uma vez e deixaria pairar no ar mais uma temporada como mero coadjuvante? Ao que parece, não. As boas contratações colchoneras, como a aquisição dos zagueiros Ujfalusi e Heitinga; a vinda do volante brasileiro Paulo Assunção e do promissor meia Banega; a contratação dos franceses Coupet e de Sinama-Pongolle, revelação da última liga pelo modesto Recreativo Huelva, ao marcar dez gols – mostram que, se o elenco do Atlético não é o mais forte tecnicamente, talvez seja um dos mais equilibrados e versáteis do certame espanhol. As vitórias sonoras sobre Schalke e PSV pela Champions, além do bom futebol mostrado no começo de La Liga (apesar do vacilo contra o Valladolid) mostram que a equipe dará trabalho e, no mínimo, corre por fora na disputa do título espanhol, além de prometer boa figura na Champions League. Os oito gols na Champions somados aos nove na Liga Espanhola (17GP e 2GC em 6J) mostram que o time pode peitar os grandes de frente.

A zaga é versátil, com a utilização do grego Seitaridis ou do colombiano Perea pela direita e os avanços incisivos de Pernía pela ala esquerda. Além da boa colocação e técnica do tcheco Ujfalusi, o holandês Heitinga também pode atuar tanto na zaga, quanto na lateral, assim como Perea. O meio-campo é recheado de opções. Tanto as defensivas - como Paulo Assunção, Raúl Garcia e Banega - quanto as mais ofensivas - com Maniche, Maxi Rodrigues, Simão e Luís Garcia – dão a Aguirre um leque de opções para montar o time. Além da versatilidade e o poder de transição já destacadas, a dupla Agüero-Forlán é poderosa, com a opção do jovem Pongolle sempre na manga, sem perder a qualidade e a força na frente.

Talvez ainda seja cedo para afirmar uma temporada pretensiosa ao Atlético de Madrid. Mas a equipe colchonera possui, sim, boas condições de quebrar a hegemonia vigente na Espanha. Assim como fez em 1995/96, ano de sua última glória, onde figuravam jogadores como Caminero, Simeone e Kiko.

18.9.08

Queimando a língua?

Faz parte da vida do ser humano se equivocar, ainda mais em um meio onde constantemente somos compelidos a emitir opiniões sobre as mais diversas situações esportivas, como fazemos no blog. Este mea culpa é da opinião que tive acerca da contratação de Morais, então no Vasco da Gama, para o Corinthians. Nas conversas informais, me referi a ele como “Lulinha mais velho”, por conta de toda a situação que ocasionou sua saída do Vasco. Algo semelhante a perseguição que Lulinha sofre de boa parte da torcida corinthiana atualmente - diga-se de passagem, injusta nos últimos jogos. Nos acompanhamentos que havia feito ao seu futebol nos tempos de Vasco, sempre o achei marrento, não-objetivo e inconstante para um "camisa 10".Mesmo assim, se tratava de alguém com uma habilidade maior do que muitos na mediocridade do Rio de Janeiro (por conseqüência, dos outros clubes brasileiros também), mas eu – e, por relatos, a maioria da torcida vascaína – achava que ele nunca seria protagonista de nada importante e poderia acabar caindo no esquecimento dos times médios do Brasil, como já ocorreu com outros atletas de situação parecida, como Adrianinho (ex-Ponte e Corinthians), que no seu auge até recebeu proposta para se naturalizar austríaco, dada a sua ascendência. Hoje, perambula pelo país, sombra do jogador que foi outrora.

Passadas seis rodadas desde a sua estréia, em 19 de agosto contra o CRB, em Maceió, Morais vem se consolidando como peça importante do esquema de Mano Menezes, principalmente após as contusões de Dentinho. A entrada do camisa 9 teve dois impactos profundos no modo de jogar do alvinegro: a carga da responsabilidade da armação do time, delegada a Douglas, diminuiu. Conseqüentemente, a marcação maciça sobre o armador também teve de ser dividida, com os dois conseguindo criar mais situações ofensivas. Fator esse que contribuiu em grande parte para a série de seis partidas com vitórias consecutivas, quebradas somente com o empate diante do Brasiliense. Por fim, Morais deu nova opção de variação tática ao Timão, por atuar ora como segundo atacante, ora como quarto homem do meio campo, vindo de trás. Nos últimos jogos, vê-se até uma semelhança com o modo de jogar do Timão com o da Seleção de Dunga, num 4-2-3-1. Comprovadamente, a inserção de Morais no time causou impacto à parte ofensiva. Foram 16 gols em seis jogos, o que colaborou para a recente arrancada e no aumento da vantagem do Corinthians na ponta da tabela da Série B.

A volta de Dentinho à equipe – importante por dar velocidade nas jogadas pelos flancos – poderá abrir um leque de possibilidades ofensivas para Mano. Com a provável saída de Lulinha para a manutenção do ex-vascaíno na equipe, a armação ficaria a cargo dele e de Douglas, com Dentinho na movimentação e Herrera um pouco mais fixo entre os zagueiros. Numa eventual necessidade, Mano poderá sacar um atleta do meio-campo e atuar com dois meias e três atacantes, com Morais ou o próprio Lulinha fazendo as vezes de wingers, abertos pelos extremos do campo.

A saída conturbada de Morais do Vasco e todo seu histórico recente pelo time cruzmaltino não pareciam apontar uma recuperação tão rápida do seu melhor futebol, agora em terras paulistanas. Mas o jogador vem surpreendendo positivamente. Tanto é que o Corinthians já mostrou interesse em adquirir seu passe em definitivo, por cerca de US$ 3 mi. A evolução de jogadores como ele, o próprio Elias e Douglas pode se tornar o embrião de um forte e incisivo meio-campo para a próxima temporada, que pode ser a de redenção do Corinthians no retorno à Série A. Nada como uma mudança de ares para mudar o status (e a moral) de um jogador.

17.9.08

Especial Champions League 2008/09 – Grupo H

Real Madrid
Vai tremer de novo?

O clube merengue é o atual bicampão espanhol, mas há muito tempo não brilha na principal competição continental. Maior vencedor da história da Champions, com nove títulos conquistados, o Real não consegue levantar a orelhuda desde a temporada 2001/02, antes da era galática que se seguiria no clube. Não bastassem os títulos, o gigante de Madrid também ostenta a pompa de ser o clube mais rico do mundo, com fortuna avaliada em 351 milhões de euros, segundo a empresa de consultoria e auditoria Deloitte.

O principal objetivo dos merengues para esta temporada era a contratação do português Cristiano Ronaldo. Foi oferecido ao Manchester United um caminhão de dinheiro e mais o brasileiro Robinho de brinde, mas o time inglês - segundo clube mais rico do mundo - não aceitou a proposta e preferiu ficar com seu craque e provável eleito como melhor do mundo. Quem não gostou muito dessa história foi o brasileiro Robinho, que se rebelou contra o Real e forçou sua saída para o Manchester City.

Apesar de suas imensas pretensões, o clube espanhol não fez grandes investimentos, levando em consideração seu poderio econômico. A principal contratação do ano foi o holandês Rafael Van der Vaart. Os investimentos foram pequenos, mas o plantel dos merengues impõe respeito. Na defesa, o Real conta com o italiano Cannavaro, primeiro zagueiro a ser o melhor jogador do mundo. No meio, aparece a excepcional dupla holandesa, Sneijder e Van der Vaart. E no ataque, o clube possui o artilheiro Van Nistelrooy e a promessa argentina Gonzalo Higuaín. Se tudo ocorrer como o esperado, o Real deve conseguir o primeiro lugar do Grupo H ou, na pior das hipóteses, a classificação pelo segundo posto.

Real Madrid Club de Fútbol
Status: Fase Final
Melhor participação na UCL: Nove títulos - 1955/56, 1956/57, 1957/58, 1958/59, 1959/60, 1965/66, 1997/98, 1999/00 e 2001/02.
Ele é o cara: Apesar de não ser o jogador mais famoso do time, Wesley Sneijder conduz o meio-campo e arma as principais jogadas ofensivas do time. Dono da camisa 10, o holandês é o sucessor do maestro Zinedine Zidane na equipe, jogador que fez história no Real Madrid e no futebol mundial.
Olho nele! O holandês Van der Vaart é rápido, criativo e habilidoso. Junto com Sneijder, pode formar uma das melhores dobradinhas do futebol mundial. Olho na armação do Real!
Tem brasuca aí? Marcelo (lateral)
Pontos Fortes: O meio-campo é o principal setor da equipe. Além dos holandeses, Guti, De la Red, Diarra e Gago também compõem a região.
Pontos fracos: A falta de poder em decisões recentes. A equipe apresenta bom futebol, mas nos momentos decisivos da competição, como na Champions da temporada passada, o time cai de produção e não consegue passar pelos adversários.

Juventus
Ressurgindo das cinzas

La Vecchia Signora é o time com mais títulos italianos. Depois do rebaixamento e de todos os problemas com manipulação de resultados, finalmente ela retorna à competição continental. Dona de uma vasta história e de uma longa lista de títulos, a Juventus não conquistou muitas Champions - até hoje a equipe conquistou apenas 2 taças do torneio.

Burocrática e eficiente, a equipe de Turim tentará superar o milionário Real Madrid no Grupo H. O clube possui bons jogadores, mas, pelo menos no papel, a equipe espanhola é mais forte e perigosa. Apesar disso, a Juventus sonha com vôos mais altos e conta com toda a capacidade e experiência do goleiro Buffon, campeão do mundo em 2006. Além do goleiro, a “velha senhora” ainda conta com os campeões do mundo Camoranesi, Iaquinta e Del Piero.

Para a Champions League 2008/09 a Juventus terá o maior artilheiro da sua história, o italiano Del Piero, que já marcou 218 gols pela equipe de Turim. O camisa 10 e os outros jogadores tentarão colocar a Juventus novamente no centro do futebol mundial e recuperar o prestígio do clube, manchado pelos eventos de manipulação de resultados ocorridos no Calciocaos.

Juventus Football Club
Status: Fase final
Melhor participação na UCL: Bicampeã - 1984/85 e 1995/96
Ele é o cara! O goleiro Buffon é capitão e líder do time da Juventus. É apontado por muitos críticos como o maior goleiro do mundo em atividade.
Olho nele! O italiano Sebastian Giovinco foi o camisa 10 de sua seleção nas Olimpíadas de Pequim e uma das jóias a ser lapidada pela equipe de Turim. O garoto Giovinco tem tudo para se firmar como titular e ajudar a Juventus a conquistar os seus objetivos.
Tem brasuca aí? Amauri (atacante)
Pontos Fortes: A marcação é a principal virtude da equipe de Turim. Além da boa qualidade do setor defensivo, o meio-campo e o ataque auxiliam muito na marcação do time adversário.
Pontos Fracos: Falta mais criatividade. A equipe exagera na burocracia e na aplicação tática e não tenta jogadas diferentes. Além disso, faltam jogadores para melhorar a armação. O jovem Giovinco pode ser uma luz para resolver o problema.

Zenit
O novo gigante?

O Zenit de São Petersburgo, segunda cidade mais rica da Rússia, é o principal time russo e também aquele que possui o maior poderio financeiro. A equipe conta o patrocínio da Gazprom, maior empresa gasística do mundo. Seu poder econômico ficou evidente na contratação do português Danny junto ao Dynamo de Moscou, terceira maior negociação de toda a Europa, ficando atrás apenas das negociações de Robinho com o Manchester City e de Berbatov com o Manchester United.

Na temporada passada, a equipe russa apareceu para o mundo com a conquista da Copa UEFA, uma das principais competições do mundo. E em 2008/09 já venceu a Supercopa Européia em cima do todo poderoso Manchester United. Graças a essas conquistas, o time russo é visto agora com outros olhos no cenário mundial e é bastante respeitado pelos seus adversários de grupo.

O ponto negativo deste gigante que começa a surgir é a questão do racismo. Em pleno século XXI, depois de enormes avanços no sentido da igualdade e da eliminação do preconceito, o Zenit não admite negros na equipe. Depois de Pelé, Garrincha, Eusébio e toda a luta anti-racismo, uma situação como essa é inadmissível. De qualquer forma, apesar da mancha do preconceito, o time russo continua crescendo e não será surpresa nenhuma se ele conquistar uma vaga para a fase final da competição, desbancando os favoritos Real Madrid e Juventus.

ФК "Зенит" Санкт-Петербург - Football Club Zenit
Status: Fase Final/Copa UEFA
Melhor participação na UCL: Estreante
Ele é o cara! O meia-atacante Andrey Arshavin, que foi desejado por diversos clubes europeus, é a principal estrela da equipe. Rápido e criativo, Arshavin conduz o Zenit e pode levá-lo a fase final da competição européia.
Olho nele! O português Danny Miguel chegou ao Zenit a peso de ouro e deve ser um dos destaques da equipe russa para essa temporada. O rapaz é perigoso!
Tem brasuca aí? Nenhum
Pontos Fortes: Esquema tático e aplicação. O Zenit é, com certeza, um dos clubes mais organizados dentro de campo na Europa. Mérito do técnico Dick Advocaat, que consegue extrair o máximo de seus jogadores.
Pontos fracos: Não aceitar negros no seu time. Cor não é e jamais deveria ser critério para a escolha de jogadores ou qualquer outra coisa. Com isso, o Zenit perde excelentes oportunidades de negócio e denigre a imagem do clube. Muitos pontos a menos para o Zenit! Aí não dá né?!?!

BATE Borisov
Turista de luxo?

O Borisov é um clube bielorrusso fundado em 1973 e re-fundado em 1996. O BATE se tornou o primeiro time bielorrusso a chegar a fase de grupos da Champions League. As outras aparições do clube no cenário do futebol europeu ocorrram em 2001 - na primeira fase da Copa UEFA - e em 2002 - terceira fase da Copa Intertoto - além de aparições recentes nas fases preliminares da Champions. Ou seja, de tão pequeno, o futebol clubístico da Bielorrússia é quase que inexpressivo.

A equipe conquistou o direito de disputar a competição continental porque venceu a Premier League da Bielorrússia. Apesar da vaga conquistada com o bicampeonato nacional, o BATE Borisov não tem grandes pretensões e, provavelmente, não conseguirá sequer a vaga na Copa UEFA.

Alguns jogadores desta equipe podem ser ligeiramente destacados, como o camisa dez Krivets e o avante Bliznyuk. Além disso, o time é incrivelmente jovem e tem muita velocidade.

ФК БАТЭ Барысаў - Football Club BATE Borisov
Status: Azarão
Melhor participação na UCL: Estreante
Ele é o cara: O avante Bliznyuk tem sido o principal jogador da equipe. Mas seu esforço não servirá de muita coisa para sua fraquíssima equipe.
Olho nele! O jovem Krivets pode significar uma luz no final do túnel para o Borisov.
Tem brasuca aí? Nenhum
Pontos Fortes: Juventude e velocidade. O Bate Borisov tem, com certeza, uma das menores médias de idade da Champions League 2008/09.
Pontos Fracos: Inexperiência e distância dos grandes centros futebolísticos. A equipe não está acostumada a disputar grandes competições. Outro fator é a falta de qualidade técnica do elenco.

LEIA MAIS:

Champions League 2008/09 - Grupo A
Champions League 2008/09 - Grupo B
Champions League 2008/09 - Grupo C
Champions League 2008/09 - Grupo D
Champions League 2008/09 - Grupo E
Champions League 2008/09 - Grupo F
Champions League 2008/09 - Grupo G

16.9.08

Especial Champions League 2008/09 - Grupo G

Por André Augusto e Thiago Barretos

Arsenal
Fonte da juventude

Mesmo com a diretoria dos Gunners dando verba considerável ao "manager" Arsène Wenger, o francês, mais uma vez, optou por apostar nos garotos. Prova disso é que, mesmo com a perda de experientes e importantes peças do elenco – como Hleb, Gilberto Silva e Flamini – Wenger optou na contratação de mais jogadores em formação, sendo que a mais importante foi a do armador francês Nasri.

O jovem meia – figura presente nas seleções de base e, mais recentemente, na principal dos Bleus – vem para ajudar a desafogar a carga de Fabregas na armação das jogadas ofensivas da equipe, já que o experiente Rosicky é irregular e está se recuperando de contusão. Outra relevante contratação foi a do zagueiro Silvestre, que não era uma das prioridades do elenco do Manchester United.

Com um mosaico de jovens, Wenger tenta dar corpo à equipe, que claramente não chegou mais longe em suas incursões na Inglaterra e Europa afora por conta da falta de experiência de alguns de seus principais jogadores. Mas a insistência do técnico vem dando frutos, mesmo que indiretos: nos últimos jogos da França, a defesa contava com Sagna e Clichy pelas laterais e Gallas no miolo da zaga.

Mais maturados e com a missão de auxiliar a espinha dorsal Gallas-Fabregas-Adebayor, os Gunners contam com a subida de produção de nomes como Van Persie e Theo Walcott, este último uma das novas esperanças do ataque do English Team, já que ele brilhou na primeira rodada das Eliminatórias Européias para a Copa de 2010, quando a Inglaterra goleou a Croácia por 4-1, com nada menos que três gols do prodígio.

A equipe sofre com a falta de opções confiáveis no elenco, no caso de contusão de algumas estrelas, mas não deve ter maiores problemas para chegar ao mata-mata, como mostrou nos tranqüilos jogos frente aos holandeses do Twente na fase pré-classificatória, onde Nasri entrou bem e a equipe mostrou bom entrosamento.

Arsenal Football Club
Status: Fase Final
Melhor participação na UCL: Vice-campeão em 2005/06
Ele é o cara! Jovem, mas com cada vez mais responsabilidades, cabe ao habilidoso Cesc Fabregas a tarefa de armar com qualidade e liderar a condução de ações ofensivas dos Gunners.
Olho Nele! Aposta precoce de Eriksson na Copa de 2006 e taxado como letal nas conclusões por Wenger, Theo Walcott vai ganhando mais responsabilidades no time. Herdou a camisa 14, antes pertencente a Henry - maior ídolo da história do Arsenal - e deverá mostrar personalidade para corresponder às expectativas depositadas nele.
Tem brasuca aí? Denílson (volante)
Pontos Fortes: Além de toda a vontade de seus habilidosos jovens, a dobradinha Fabregas/Adebayor já se mostrou letal em 2007/08. Se repetirem a boa temporada, o Arsenal pode decolar de vez.
Pontos Fracos: Inexperiência do elenco, poucas opções na defesa e um goleiro que pode comprometer, no caso, Almunia.

Porto
Limpando a sujeira

Resultados arranjados mancharam o tricampeonato português do Porto, o que quase lhe custou o direito de disputar a Champions desta temporada. O escândalo do “Apito Dourado” ainda está sendo investigado em minúcias pelas autoridades, mas a vida dos Dragões tenta retomar seu curso normal.

Como o Lyon, é uma potência local, mas desde a brilhante conquista da Champions em 2003/04 – onde eram liderados por jogadores da categoria de Deco e Ricardo Carvalho, muito bem comandados por José Mourinho – o Porto não consegue emplacar uma campanha à altura de suas tradições européias. Mesmo assim, é o único campeão europeu da chave e merece respeito.

Ainda assim, é uma equipe em reconstrução e que perdeu o seu principal jogador: Quaresma, que já edita seus truques com a camisa da Inter. Outra peça importante que deixou os Dragões foi o regular lateral Bosingwa, contratado pelo Chelsea a pedido de Felipão. As apostas em Cristian Rodríguez e no desconhecido brasileiro Hulk não parecem das mais animadoras. Por isso, a esperança fica nas principais peças da última temporada: os meias Raúl Meirelles e Lucho González, além do artilheiro Lisandro López.

Com um time nada fora do comum e disputando vagas com o Fenerbahçe – sensação da última Champions – e a incógnita Dínamo de Kiev, o Porto não deve apostar apenas na tradição para desbancar os adversários pela vaga à próxima fase.

Futebol Clube do Porto
Status: Fase Final
Melhor participação na UCL: Bicampeão – 1986/87 e 2003/04
Ele é o cara! Capitão e cérebro da equipe, o meia Lucho González tem a missão de alimentar o ataque de Sektioui e López, além de contribuir com suas chegadas pontuais.
Olho Nele! O brasileiro Givanildo “Hulk” Vieira foi contratado por seis milhões de dólares junto ao Verdy Tokyo. Trombador e goleador no oriente, promete lutar por um lugar no comando de ataque, já que Sektioui e López são opções de mais mobilidade de Jesualdo Ferreira.
Tem brasuca aí? Hélton (goleiro), Lino (lateral), Fernando (meia) e Givanildo “Hulk” (atacante).
Pontos Fortes: Muitas opções de ataque e a boa chegada de trás de Lucho e Meirelles.
Pontos Fracos: Contratou algumas incógnitas como Hulk, Rodríguez e Sapunaru para suprir as importantes saídas de peças como Quaresma e Bosingwa. Podem não dar certo.

Fenerbahçe
Fase Final à vista?

Dificilmente a surpreendente campanha do Fenerbahçe no torneio anterior, quando ficou entre os 8 melhores da Europa, repetir-se-á. Nem mesmo a classificação nas eliminatórias após vitórias frente aos inexpressivos MTK e Partizan anima.

O atual vice-campeão da Super Lig manteve boa parte de seu elenco e quase não perdeu atletas. Com a exceção do turco-brasileiro Mehmet Aurélio, nenhuma das outras saídas (Guven Kuneri, Serdar, Balaban, Kemal Aslan e Mithat Yasar) será muito sentida.

Mas a maior novidade está no banco de reservas. Luís Aragonés, campeão da Eurocopa 2008, assume a vaga de treinador, após a saída do brasileiro Zico. E Aragonés deverá ter trabalho, já que a temporada mal começou e o espanhol perdeu o avante Deivid lesionado.

Dentre as caras-novas dos Canários Amarelos os destaques são o artilheiro Guiza (ex-Mallorca) e o rodado meia Emre (ex-Newcastle). O atacante Ibrahim Yay (ex-Bucaspor) e os meias Yilmaz (ex-Manisaspor) e Tumer Metin (ex-Larisa) completam a lista.

Com Volkan no gol, Roberto Carlos na lateral, Maldonado na cabeça-de-área e Alex na armação, o Fener merece respeito. Nada mal para um clube que aspira à Copa da Uefa e sonha em superar algum favorito para, talvez, classificar-se para a fase final de novo.

Fenerbahçe Spor Kulübü
Status: Copa da Uefa
Melhor participação na UCL: Quartas-de-final em 2007/08
Ele é o cara! Camisa 10 e capitão do time, o meia Alex é o maior ponto de referência dos turcos. Dono de uma habilidade incomparável, faz com que todas as jogadas passem pelos seus pés. Ah, se fosse um pouquinho mais constante...
Olho Nele! Colin Kazim "Kazim" Richards ficou famoso no ano passado ao marcar o gol que deu a vitória contra o Chelsea na partida de ida das quartas-de-final. Bom finalizador, o rápido atacante meio turco, meio inglês, tem que ser marcado de perto.
Tem brasuca aí? Edu Dracena (zagueiro), Roberto Carlos e Gökçek Vederson (laterais-esquerdo), Alex (meia) e Deivid (atacante)
Pontos Fortes: Tem uma torcida fanática que apóia o time sem parar nos jogos disputados na Turquia. Uma jogada fantástica de Alex, uma bomba de Roberto Carlos, um preciso cruzamento de Emre; poucas equipes têm tantos jogadores decisivos.
Pontos Fracos: Tanto Gokhan Gonul quanto Roberto Carlos são laterais ofensivos que deixam perigosos espaços em suas costas. O time não conta com peças de reposição à altura.

Dínamo de Kiev
Em queda livre

Muitos torcedores dos azuis de Kiev lembram-se com saudade do time liderado por Shevchenko e Rebrov que alcançou as semifinais do torneio em 1998/99. De lá para cá, dez anos se passaram e muita coisa mudou... para pior.

Nesta temporada, o vice-líder da liga local mexeu muito pouco no time. Trouxe o defensor Betão (ex-Santos), o volante Vukojevic (ex-Croácia Zagreb) e os atacantes nigerianos Okoduwa (ex-Germinal) e Temile (ex-Valletta). Pouco, não?

Apesar de ter perdido somente 4 atletas (Gavrancic, Verpakovskis, Markovic e Vaschuk), a base mantida pelo treinador Yuri Semin não impõe medo. Destaques apenas para o experiente goleiro Shovkovskiy e para a dupla formada pelo grandalhão Milevskiy e pelo ágil Bangoura.

Agora, se o maior campeão ucraniano de todos os tempos (com 12 títulos) perde aos poucos a sua soberania local para o Shakhtar, como acreditar numa possível passagem à Fase Final? Uma improvável vaga na Copa da Uefa já seria lucro.

ФК Динамо Київ - Football Club Dynamo Kyiv
Status: Azarão
Melhor participação na UCL: 3 vezes semifinalista: em 1976/77, 1986/87 e 1998/99
Ele é o cara! O guineense Ismael Bangoura é um dos poucos do time que sabe o que fazer com a bola nos pés. Atuando como segundo atacante ou meia-atacante, é um atleta sempre perigoso, que finaliza muito bem de fora da área.
Olho Nele! Artem Milevskiy tem apenas 23 anos, mas já aparece com um certo destaque há algum tempo. Alto, forte e bom cabeceador, sempre foi uma grande promessa, considerado por muitos, o sucessor de Shevchenko.
Tem brasuca aí? Betão (zagueiro) e Corrêa (volante)
Pontos Fortes: A dupla de ataque não é tão fácil de ser marcada e pode incomodar. Típica equipe retrancada e entrosada que tem bom toque de bola e joga para não perder. Características que podem fazê-los roubar uns pontinhos...
Pontos Fracos: A zaga apresenta algumas falhas de posicionamento e erra demais. O elenco é jovem e muitos jogadores não têm experiência internacional. Isso pesa.

LEIA MAIS:

Champions League 2008/09 - Grupo A
Champions League 2008/09 - Grupo B
Champions League 2008/09 - Grupo C
Champions League 2008/09 - Grupo D
Champions League 2008/09 - Grupo E
Champions League 2008/09 - Grupo F

15.9.08

Especial Champions League 2008/09 - Grupo F

Bayern de Munique
Voltando aos holofotes

Depois de ficar de fora da última Champions League, o Bayern de Munique volta a disputar a maior competição de clubes do planeta. O time alemão disputou a Copa da Uefa na temporada passada e foi eliminado na semifinal pelo Zenit. Com uma equipe experiente os alemães faturaram a Bundesliga e a Copa da Alemanha; agora o plano é tentar o quinto título na competição européia.

Com uma defesa consistente liderada pelo brasileiro Lúcio, os alemães ainda tem o ótimo zagueiro Breno (ex-São Paulo) como opção, o meio-campo conta com a genialidade do francês Ribery e a velocidade de Schweinsteiger, além da regularidade do brasileiro Zé Roberto, que pode ser decisiva. No entanto, a maior arma da equipe é o setor ofensivo com Podolski, Klose (que voltou a fazer gols depois de um longo jejum) e o artilheiro nato Luca Toni.

Com uma defesa consistente, um meio-campo que sabe jogar bola e um ataque com artilheiros já consagrados, o técnico e ídolo alemão Jurgen Klinsmann não deve ter grandes dificuldades de levar o Bayern para a fase final da competição. A preocupação maior é com o Lyon, mas um time que tem pretensões de brigar pelo título e elenco de ótima qualidade deve conseguir a primeira colocação do Grupo F.

Fussball Club Bayern München
Status: Favorito ao título
Melhor participação na UCL: Tetracampeão - 1973/74, 1974/75, 1975/76 e 2000/01.
Ele é o cara: O atacante Luca Toni pode não ter feito uma boa apresentação na Eurocopa pela seleção da Itália, mas é brigador e fazedor de gols. Com um meio-campo com muita mobilidade e boas jogadas de cruzamento do lateral Lahn, o italiano deve ser a principal arma ofensiva do Bayern de Munique.
Olho nele: O meia Ribery continua sendo o principal articulador da equipe e uma grande preocupação para as equipes adversárias.
Tem brasuca ai?: Lúcio e Breno (zagueiros) e Zé Roberto (Meia).
Pontos Fortes: Com um conjunto forte e entrosado o ataque continua tirando o sono dos zagueiros adversários.
Pontos Fracos: O técnico Jürgen Klinsmann já foi um dos maiores jogadores da Alemanha, mas como técnico ainda não possui tanta experiência em clubes. Isso pode pesar numa competição com a magnitude da Champions.

Lyon
Gigante na França, Médio na Europa

Em terras francesas o Olympique Lyonnais é rei. O clube conquistou os últimos sete títulos nacionais de forma incontestável. No entanto, fora dos domínios franceses a história é um pouco diferente. Os franceses conseguiram chegar no máximo às quartas-de-final, e na última edição o time caiu nas oitavas-de-final frente ao poderosíssimo e atual campeão Manchester United.

O Lyon vai tentar mudar uma escrita que já atormenta seu torcedor e já se ouve à boca-pequena: o temível verbo “amarelar”. O time está afinado e, comandado dentro de campo pelo meia brasileiro Juninho Pernambucano, quer conquistar a Europa. Acostumado a jogar a competição internacional, basta se concentrar mais e fazer o que está acostumado dentro de seus domínios: ganhar títulos.

Uma arma que o Lyon pode e deve usar é o jovem atacante Benzema, cujo futebol está em ascensão e já provou que será um dos principais jogadores do futebol no futuro. Reforços, como o repatriamento do zagueiro Boumsong, o meia Pjanic e o rodado atacante Piquionne podem dar a tônica certa para o time do técnico Claude Puel. Outros nomes que não podemos ignorar são dos atacantes Fred e Sidney Govou, que, em boa fase, são perigosos. Porém, a saída do experiente Coupet pode pesar, no que diz respeito a segurança da defesa e da proteção à baliza do OL. Para remediar isso, uma aposta: o jovem Llorís, vindo do Nice, é a esperança de continuidade de boas performances, tanto no gol do Lyon quanto na seleção francesa, futuramente.

Olympique Lyonnais
Status: Fase Final
Melhor participação na UCL: Quartas-de-final em 2003/04, 2004/05 e 2005/06
Ele é o cara: Juninho Pernambucano continua sendo a peça principal da equipe francesa e dos seus pés sempre saem jogadas perigosas. Além disso, o brasileiro é um exímio cobrador de faltas e escanteios, armas que podem ser essenciais numa competição tão disputada.
Olho nele: O atacante Benzema é rápido, bom finalizador e pode brilhar nesta Liga dos Campeões.
Tem brasuca ai? Cris (zagueiro), Ederson, Juninho Pernambucano e Fábio Santos (meias) e Fred (atacante).
Pontos Fortes: As bolas paradas são um dos pontos fortes da equipe. A velocidade de Benzema e a experiência do técnico Claude Puel na competição, quando estava à frente do Lille, são outros pontos que o Lyon deve usar.
Pontos Fracos: A equipe é conhecida por ganhar títulos internos e “amarelar” ou jogar mal em competições internacionais. Os jogadores terão a dura missão de mostrar dentro de campo que o Lyon é um dos grandes da Europa. A perda de Coupet também poderá ser sentida.

Steaua Bucareste
Glórias passadas

A equipe romena chega a esta Champions League para tentar não fazer feio, pois na última edição o Steaua ficou em último lugar do grupo com apenas um ponto. O time comandado pelo ex-craque do futebol romeno Marius Lacastus chega como o “patinho feio” do grupo F, mas pode complicar para os favoritos à classificação, já que para chegar nesta fase de grupos, os Militarii deixaram para trás o Galatasaray, que era favorito para a vaga.

O Steaua Bucareste venceu a Champions na temporada 1985/86, e vem para sua terceira fase de grupos consecutiva almejando coisas maiores do que ser eliminado nesta fase. O problema é que o time não é um dos mais fortes e, ainda por cima, perdeu o seu melhor jogador, Nicolae Dică, que foi negociado com o Catania. Uma das atuais apostas da torcida é o meia Banel Nicolita, que já tem passagens pela seleção romena e pode surpreender os adversários.

O experiente técnico Lacastus deve jogar com uma equipe fechada e explorar os contra-ataques e bolas paradas. Outra coisa que deve ser aproveitada é o fator casa, já que o Steaua possui uma das mais fanáticas torcidas da Europa. Todo esforço será valido contra os favoritos Bayern e Lyon.

Fotbal Club Steaua Bucuresti
Status: Copa UEFA
Melhor participação na UCL: Campeão em 1985/86.
Ele é o cara: O técnico Marius Lacastus é experiente, respeitado e vencedor. Ele pode fazer o time render mais do que o esperado nesta competição e, quem sabe, beliscar uma vaguinha para a fase final.
Olho nele: O meia Banel Nicolita está no clube desde 2005 e pode brilhar no momento certo.
Tem brasuca ai?: Nenhum
Pontos Fortes: A experiência do técnico, a torcida apaixonada e um time aplicado. Esses fatores trouxeram o Steaua até aqui.
Pontos Fracos: Apesar de já ter vencido a competição há vinte e dois anos, o clube não vem bem em competições internacionais (vide última Champions). Além disso, o Steaua enfrenta muitos problemas internos, principalmente com seu polêmico presidente Gigi Becali. Essas coisas, somadas à venda de Nicolae Dică, podem prejudicar as pretensões dos romenos.

Fiorentina
Volta honrada

A Viola quase fechou as portas num processo de falência no início desta década, mas conseguiu se reerguer e volta à principal competição de clubes do mundo. A equipe vem fazendo uma corrida de recuperação, ficou em 4º lugar no Calcio - inclusive deixando o Milan, quinto, de fora desta edição. Na temporada passada caiu na semifinal da Copa UEFA diante do Rangers, assim como o seu adversário de grupo Bayern, que caiu ante o Zenit.

Os italianos terão dura missão nesta fase, já que o grupo tem nada menos que dois candidatos ao título, e por isso os franceses e os alemães vão tornar o caminho do time do técnico Claudio Cesare Prandelli mais complicado ainda. A atual ascensão da equipe e o romeno Adrian Mutu são as apostas dos apaixonados torcedores de Florença.

O camisa 10 romeno é a principal aposta do clube, mas outros jogadores também vão ser necessários nesta nova empreitada da Fiorentina. O atacante Gilardino, se mostrar o bom futebol de outrora, pode ser um ótimo reforço. O goleiro francês Frey é uma segurança maior no setor defensivo da equipe toscana. Outros bons reforços são o peruano Vargas, o "Roberto Carlos da Sicilia", e o meia Almirón, que teve poucas oportunidades na Juventus na temporada passada.

Associazione Calcio Firenze Fiorentina
Status: Copa UEFA
Melhor participação na UCL: Vice-campeã em 1956/57.
Ele é o cara: O romeno Adrian Mutu é o homem a ser vigiado, rápido na conclusão de jogadas; a Fiorentina deve usá-lo bastante nos contra-ataques.
Olho nele: O atacante Alberto Gilardino tem nova chance de mostrar o futebol que o levou à seleção italiana e que há muito vem adormecido.
Tem brasuca ai?: Felipe Melo (meia) e Jefferson (atacante)
Pontos Fortes: O time de Florença deve jogar no contra-ataque e, para isso, nada melhor do que Mutu para organizá-lo. Além disso, possui boas opções em diversas posições, como o veterano Jorgensen, o viril Donadel e o arisco Papa Waigo.
Pontos Fracos: É uma equipe ainda em construção, por conta da perda de alguns jogadores-chave como Ujfalusi. O caminho para a fase final será mais complicado.

LEIA MAIS:

Champions League 2008/09 - Grupo A
Champions League 2008/09 - Grupo B
Champions League 2008/09 - Grupo C
Champions League 2008/09 - Grupo D
Champions League 2008/09 - Grupo E