31.10.06

Existe lógica?

Alguém no mundo dos comentaristas esportivos já disse: “O futebol é um esporte extremamente encantador porque nem sempre é lógico. O futebol é jogado dentro de campo, não fora dele, através de suposições teóricas. Nem sempre o time que é melhor no papel consegue encontrar-se em campo. Nem sempre...”

Uso esse exemplo para definir melhor a situação de um grande clube europeu que está em baixa: o Monaco. Ok, ok, o Monaco pode não ter feito uma temporada 2005/2006 totalmente brilhante, mas convenhamos que ao menos ele ficara na terceira colocação do campeonato Francês.

No início da temporada, os torcedores do estavam empolgados com as novas contratações e a expectativa era grande. Para suprir a ausência de importantes peças vendidas no início do ano, a diretoria foi às compras. No lugar do brasileiro Maicon veio o promissor lateral Monsoreau (ex-Lyon); para suprir a ausência da dupla Chevantón-Vieri vieram o grandalhão matador Jan Koller (ex-Borusia Dortmund) e o experiente Di Vaio (foto ao lado) (ex-Parma); na zaga a aposta foi o brasileiro Bolívar (ex-Internacional) para o lugar de Squilacci; e no meio-campo o marfinês Yaya Touré (ex-Olympiakos) era a promessa para o lugar de Kapo. Além deles, outros nomes conhecidos vieram, como o meia croata Leko, o volante
Menez e o defensor Cufré. No banco de reservas, saiu o ídolo Didier Deschamps e entrou o experiente Laszlo Boloni (foto abaixo) (que tinha feito uma ótima temporada com o pequeno Rennes).

Teoricamente o clube soube remanejar suas perdas. Teoricamente...
Bastou o campeonato começar para todas estas expectativas desmoronarem. O Monaco não consegue encontrar-se em campo. O sistema defensivo é totalmente frágil. O meio-campo não consegue cadenciar o ritmo da equipe e mal faz a bola chegar nos atacantes. A coisa está feia...

Como o futebol apresentado estava muito abaixo do esperado, a diretoria começou a cobrar melhores resultados. Nessa confusão, o polonês Boloni até barrou um dos principais nomes do time, o italiano Di Vaio. Mas nada adiantou.

Depois da vitória frente ao Le Mans o clima melhorou e a torcida até esperava uma reação. Aí, vieram duas novas derrotas para o Bordeaux e Toulouse, respectivamente e o inferno astral voltou. A queda diante o Toulouse (em cinco jogos em casa, fora a terceira derrota), inclusive, fez com que o treinador Laszlo Boloni fosse demitido.

Em seu lugar assumiu seu auxiliar, o francês Laurent Banide. A troca, porém, não surtiu efeito. Na estréia do treinador, nova derrota dos alvirrubros, desta vez para o Nantes, time com o pior ataque da competição. E depois de 11 jogos, os monegascos encontra-se na lamentável 20ª colocação com apenas sete pontos conquistados em 33 disputados.

É certo que o Monaco, detentor de 7 títulos nacionais e 5 Copas da França, não tem um elenco bom o suficiente para disputar o título da Ligue One ao lado de Marselha e Lyon. Mas também, o time não é tão horrível para estar na lanterna deste limitado campeonato. Ah sim, e não esqueçamos, os Les Rouge et Blanc são os últimos franceses que conseguiram chegar a final de uma Champions League, em 2004.

30.10.06

Lyon: Le cible éternelle!


É isso aí meus amigos! O Lyon ainda continua sendo o eterno alvo (como diz o título do post, em francês) a ser atingido no futebol francês. Depois dos resultados da 11ª rodada, os Les Gones simplesmente abriram 11 pontos sobre o segundo colocado, o Olympique de Marseille. De 33 pontos possíveis, a equipe conquistou 31.

Os números do OL dentro da França são impressionantes. Terceiro colocado em 1998/99, 1999/2000 e segundo colocado em 2000/2001, o Lyon simplesmente abocanhou os últimos cinco títulos franceses (até então, não havia ganho nenhum). Particularmente nos últimos dois anos, o OL ergueu a taça com mais de dez pontos na frente do segundo colocado. E nessa temporada, o hexa está próximo, mesmo com menos da metade do campeonato disputado. E qual o motivo de tanto sucesso? A manutenção dos bons valores e a política "pés-no-chão" - em relação às grandes potências, tais como Real e Chelsea, por exemplo - contribuem positivamente para fazer do pentacampeão francês absoluto na França e figurar como um dos principais elencos da Europa.

Nessa temporada, o volante Mahamadou Diarra foi vendido por 25 milhões de euros ao Real Madrid. Para suprir a saída dele já haviam sido contratados outros jogadores promissores: Toulalán (7 milhôes de euros), Kallström (7,9 milhões de euros) e Squilacci (7 milhões de euros). Além de não ter tido prejuízo algum, o clube francês conseguiu reforçar consideralvelmente o elenco. Fora o volante Essien, que havia sido vendido na temporada passada para o Chelsea por um valor astronômico. A solução? Dentro do próprio Chelsea. O volante português Tiago, que estava sendo mal aproveitado no clube londrino, veio como moeda de troca para o Lyon. Hoje, o português é uma das peças principais do elenco lyonino.
Após a eliminação nas quartas-de-final das duas útimas edições da Liga dos Campeões, o Lyon quer ir além. A França tornou-se pequena para a grandeza do OL.
No plano tático, Lyon joga com seus dois laterais mais presos ao campo de defesa (Reveillere e Abidal), dando liberdade aos volantes criativos do Lyon para atacarem e chegarem para concluir, ou mesmo avançarem até a linha de fundo,efetuando cruzamentos para a área. Além disso, o treinador Gerrard Houllier coloca o rápido Wiltord pelos flancos, preparando as jogadas para o atacante de ofício (Fred ou Carew). O cérebro do time é o experiente meia brasileiro Juninho. Além de articular as jogadas, Juninho leva perigo nas bolas paradas. Quando não chuta direto ao gol, ele ergue a bola na área para as investidas aéreas dos zagueiros Cris e Squilacci. Com essa simplicidade, o Lyon não encontra adversários à altura dentro do fraco Campeonato francês, que vê o nível técnico dos outros clubes cair a cada ano,p or conta do êxodo dos principais valores do país aos campeonatos nacionais de primeiro escalão,como espanhol, inglês e italiano.
Com uma gama de variações táticas, Houllier tem a sua disposição um dos melhores e mais versáteis elencos da Europa na atualidade. Elenco que pode levar o Lyon ao topo da Europa.

28.10.06

Análise tática ou "Canalhice" tática?

O mestre Tostão que me perdoe, mas peço a palavra nesse neste humilde espaço para discorrer um pouco sobre os diferentes esquemas táticos, e os mais variados conceitos que esta questão abrange. Particularmente, creio que a forma numérica como os estilos de jogo são expostos (4-4-2, 3-5-2, 4-3-3...) servem apenas para nomeá-los. Não vejo motivos para acreditar que um time joga melhor que o outro por ter um zagueiro a mais, ou a menos.
Taticamente, a postura e o posicionamento influenciam muito mais o desempenho de um time do que o esquema em si.

A atual mídia esportiva, em sua maioria, “vende” o 3-5-2 como sendo um estilo defensivo, e o 4-4-2 como mais ousado. Será mesmo? Os times treinados pelo Parreira, normalmente, jogam só com dois zagueiros e se caracterizam por serem mais sólidos defensivamente do que ofensivamente. O ex-técnico da seleção nunca escondeu que, para ele, o importante é a posse da bola, independente de estar atacando ou defendendo.

Isso pode ser comprovado se lembrarmos da seleção de 94, ou, até mesmo, da que jogou essa Copa. Na Alemanha, apenas os zagueiros e os volantes saíram com a imagem fortalecida. Os atacantes levaram a culpa pelo fiasco, mas será que a culpa foi só deles?

Talvez o Parreira não perceba que o grande acerto tático de sua vida foi no Corinthians, em 2002. Ele colocava em campo um time bastante ofensivo, com 3 atacantes. Foi a época do “melhor” lado esquerdo do mundo, onde o lateral Kleber atacava o tempo todo, e ainda recuava quando o Rogério, o outro lateral, buscava o gol. Isso comprova que um time não precisa ter 3 zagueiros para dar mais liberdade aos laterais.

O São Paulo campeão da Libertadores de 2005, tinha três zagueiros e dois volantes de contenção em seu esquema, e ainda assim jogava o tempo todo no campo do adversário. Venceu o torneio com goleadas nas quartas (4 a 0 no Tigres) e na Final (4 a 0 no Atlético-PR), fora os três gols marcados em pleno Monumental de Nuñes, contra o River. Você acha esse sistema retranqueiro? Suponho que não.

Com a escassez de jogadores, os técnicos estão posicionando os times cada vez mais de forma medrosa. Esse comportamento acaba fazendo com que a imprensa e os torcedores enalteçam os técnicos de pulso firme, que se descabelam do lado de fora do campo. A contratação do Dunga para dirigir o Brasil reflete um pouco dessa realidade. Será que isso resolve? Não me lembro de ter visto o Frank Rikkard fazendo isso. Nem o José Mourinho...

27.10.06

The Best!

Nota de cinco libras que homenageia George Best

Não é uma cultura muito comum no Brasil eternizar a maioria de seus ídolos no futebol. Com a exceção de Pelé, Garrincha (depois de morto) e mais alguns poucos, não é uma cena incomum ver grandes ex-jogadores na sarjeta, passando por privações e esquecidos pela mídia e pelo público.
Pois bem, mas porque estou falando sobre isso? Por ler essa semana que o Ulster Bank vai estampar o rosto de George Best nas notas de cinco libras, em edição limitada. Fora que o ponta norte-irlandês já é nome de aeroporto e tem diversas homenagens espalhadas por todo o Reino Unido, feitas principalmente pelas torcidas que ele fez mais felizes: a do Manchester United e a da seleção da Irlanda do Norte. O cara é um verdadeiro Deus por lá, muitos o chamam de “Pelé” da Europa. E ao contrário da fama de “bom-moço” que Pelé ostenta em todo o mundo, Best era o típico bad-boy. Mulherengo, alcóolatra, indisciplinado, polêmico e mesmo assim, venerado. Aproveitando a ocasião de um ano de seu falecimento, vamos acompanhar um pouco da história desse excelente ponta norte-irlandês, um dos grandes gênios do futebol mundial.

A Carreira

Nascido no dia 22 de maio de 1946, em Belfast, Irlanda do Norte, filho de Dickie e Anne, George nutria o amor pelo futebol desde muito pequeno. Sua mãe dizia que “a bola estava sempre com George”. Ainda criança, o futuro ponta já se destacava entre os garotos de sua idade, no distrito de Crengagh. Aos 11 anos, ele ganhou uma bolsa de estudos para ir estudar na escola local, Grosvenor High. Mas no currículo esportivo de suas nova escola, só havia espaço para o rugby, esporte muito tradicional nas terras britânicas. Então George começou a “cabular aula” e seu comportamento mudou , pois estava infeliz – não tinha seus velhos amigos de infância e nem a bola de futebol. Expulso da nova escola, os pais dele resolveram colocá-lo de volta à sua velha escola, com seus velhos amigos, e claro, com a inseparável bola de futebol.
Já na adolescência, George começou a jogar pelo Glentoran, time local do leste de Belfast e suas atuações pelo time não tardaram a chamar a atenção de olheiros. Bob Bishop, descobridor de talentos do Manchester United ficou entusiasmado ao ver o arisco garoto em ação e logo quis levá-lo para jogar pelos Red Devils. Radiante com o talento que tinha em mãos, rapidamente enviou um telegrama para o treinador do ManU na época, Matt Busby, que decretava; “Achei um gênio pra você”. Best assinou com o Manchester United em 1961.
Mas logo no início de sua chegada a Manchester, quase que o jovem George colocou tudo a perder. Apenas 24 horas após o desembarque em Manchester, ele e seu colega Eric McMordie, que também foi jogar no clube inglês, resolveram fugir de volta a Belfast. Busby, em conversa com o pai de George, decretou que os dois fujões voltassem dentro de duas semanas. E assim se fez. Best tornou-se profissional em 1963 e no mesmo ano, com 17 anos, fez sua estréia pelo time principal do Manchester United, em setembro, contra o West Bromwich Albion. E o homem a marcá-lo seria o galês Graham Williams. Best o infernizou durante todo o jogo e após o apito final, Williams apertou a mão de Best e disse que queria cumprimentá-lo olhando em seu rosto, pois durante a partida ele só o enxergava de costas, avançando em direção ao gol.
Pouco depois da partida contra o West Bromwich, Best ficou doente e retornou a Belfast, para passar o Natal junto à família. Enquanto o United preparava seu novo contrato, os dirigentes pediram a Best que voltasse para a partida no sábado seguinte, contra o Burnley, que havia goleado o ManU pouco tempo antes. George disse que o faria, mas com a condição de que ele pudesse retornar a Belfast logo após a partida. O clube concordou e ele voltou. Marcou seu primeiro gol pelo time principal e ajudou os Red Devils a se vingarem da goleada sofrida anteriormente. A partida terminou em 5 a 1.
A partir daí, George havia se tornado o mais novo “Busby Babe” (pupilo de Busby) e formou o maior ataque do Manchester de todos os tempos, ao lado de Dennis Law e Bobby Charlton. Foram dois campeonatos ingleses (1965 e 1967) e uma Liga dos Campeões (1968).
No caminho da campanha vitoriosa do título europeu, após ter marcado dois gols contra o Helsinki, o Manchester United iria jogar as finais contra o poderoso Benfica, de Eusébio. Mesmo com as ordens expressas de Matt Busby para George “prender a bola”, em apenas doze minutos de jogo, o ponta já havia marcado dois gols. O Manchester venceria a partida por 5 a 1, e George sairia aclamado de campo, com um sombrero mexicano na cabeça. Best era mais que uma realidade em Manchester. Era ídolo.
Best pode ser considerado o primeiro craque “pop” do futebol. Recebia mais de mil cartas por semana, abria seus próprios pubs. Ele era conhecido como “El Beatle”, pois seu visual se assemelhava aos dos famosos garotos de Liverpool, febre mundial do rock na época. Também era presença constante nos tablóides da época, por seus problemas com bebida e envolvimento com diversas mulheres.
No mesmo ano em que venceu a Liga dos Campeões, George Best foi eleito o melhor jogador da Europa (Bola de Ouro). Mas a saída de Matt Busby do comando dos Red Devils, em 1970 e os constantes casos de indisciplina de Best começaram a selar sua saída de Manchester. Antes disso, ele chegou a marcar seis gols em um mesmo jogo. Foi contra o Northrampton, ainda em 1970, após ter retornado de mais uma suspensão por indisciplina. George permaneceu no Manchester até 1974, de onde saiu com apenas 26 anos . Foi embora e deixou muitas saudades. Afinal, ele anotou 138 gols em 466 jogos, sendo o quarto maior artilheiro de todos os tempos do clube. Depois de sua saída do ManU, ele nunca mais foi o mesmo jogador brilhante de outrora.
Após sair de Manchester, ele atuou por diversos clubes menores do Reino Unido, Austrália e dos Estados Unidos. Chegou a encerrar a carreira, mas sempre dava um jeito de retornar aos gramados. Mesmo com os problemas de indisciplina e alcoolismo, encerrou a carreira definitivamente aos 37 anos, no Brisbane Lions, da Austrália.
Pela seleção norte-irlandesa, estreou com apenas 16 anos, em 1963. Foram 37 jogos pela seleção e nove gols, em 13 anos de seleção. Um jogo em particular, em 1967, contra a Escócia foi especialíssmo para Best. Ele ganhou o jogo praticamente sozinho contra os escoceses, em partida realizada no Windsor Park, Irlanda do norte. Esse dia ficou conehcido como “Dia Internacional George Best”. Pat Jennings, outro grande jogardor norte-irlandês afirmou que Best foi o jogador mais refinado com quem ele já havia atuado, a favor ou contra ele, e que guarda com carinho memórias dele. Apesar de toda a sua genialidade em campo, Best não conseguiu levar a seleção de seu país a uma Copa do Mundo. Talvez essa seja uma de suas maiores frustrações na carreira.
Para o torcedor brasileiro, poderia definir George Best, em seu comportamento, como uma mistura de Edmundo e Romário. Mulherengo assumido, era sempre visto com garotas bonitas, muitas delas modelos e misses. Afirmava que tinha nascido com um grande dom, mas que as vezes, esse dom transformava-se em algo destrutivo para ele. Naquela época, era comum os torcedores ingleses atirarem latas de cerveja em direção ao campo. Quando George chegava próximo às laterais, ele simplesmente abaixava e as bebia. Após encerrar a carreira, ele escreveu livros e foi comentarista de futebol na TV, ente outras atividades.

Após algumas internações e tentativas de vencer o alcoolismo que o acometia, George conseguiu um transplante de fígado, em 2002. Era a esperança que precisava para continuar a sua batalha pela vida. Mas em outubro de 2005, Best foi novamente internado com complicações por conta de uma pneumonia. Ficou internado em um hospital em Belfast por um mês e meio, até falecer em 25 de novembro de 2005.
Seu funeral foi digno de grandes chefes de estado mundiais, com mais de 100 mil pessoas nas ruas da capital Belfast, todos querendo dar seu último adeus ao ídolo. Ele vislumbrou a Fundação George Best, que atualmente pesquisa os efeitos do álcool nas pessoas, para evitar que outros, assim como ele, sofram dos malefícios que as bebidas alcoólicas podem trazer.
Jogando na mesma época em que monstros sagrados do esporte bretão, como Pelé, Garrincha, Bobby Charlton e Eusébio, Best também foi destaque. O próprio Rei Pelé afirmou que Best foi o melhor jogador de seu tempo. Numa história que se assemelha em alguns aspectos com a do nosso gênio Garrincha, George Best é aclamado em toda Europa, principalmente no Reino Unido. Por lá, é comum ver os seus fãs dizerem “Maradona good, Pelé better, George Best”. O próprio Best qustionava a comparação de Pelé como melhor jogador de todos os tempos. “ Se Pelé tivesse jogado pela Irlanda do Norte e eu pelo Brasil, será que todos diriam a mesma coisa?” indagava George a um amigo dele, jornalista.
Na minha opinião, não chega a tanto, mas fica claro, por tudo o que foi dito através dessas linhas, que Best foi um gênio da bola. Linhas que George Best escreveu com suas arrancadas, suas polêmicas e sua genialidade. Para quem não o conhece, acompanhe alguns lances de Best no vídeo abaixo.


Perfil:

Nome Completo: George Best
Nascimento: 22 de Maio de 1946, em Belfast, Irlanda do Norte
Falecimento: 25 de novembro de 2005
Apelidos: The Belfast Boy, O quinto Beatle.
Clubes: Manchester United (1963-1974), Stockport County (1975), Cork Celtic (1976), Fulham (1976-1977), Los Angeles Aztecs (1976-1978), Fort Lauderdale Strikers (1979), Hibernian FC (1979-1980), San Jose Earthquakes (1980-1981), Bournemouth (1983) e Brisbane Lions (1983)
Títulos: 2 Ligas Inglesas
1 Liga dos Campeões

Frases Célebres:
“Gastei muito dinheiro em carros velozes, mulheres bonitas e em bebidas. O resto eu desperdicei”
“Ele não chuta de pé esquerdo, não sabe cabecear, não sabe desarmar e não marca muitos gols. Fora isso, ele é bom”
(Sobre David Beckham)
“Se eu tivesse nascido feio, vocês nunca teriam ouvido falar de Pelé”
“Em 1969, eu dessiti do álcool e das mulheres. Foram os piores 20 minutos da minha vida”
“Eu parei de beber somente quando estava dormindo”
"Dizem que eu tentei dormir com sete misses mundo. Não é verdade. Foram apenas quatro. As outras três vieram atrás de mim.”
“Pelé me disse que eu era o melhor jogador do mundo. Essa foi a maior homenagem que recebi.”

26.10.06

Um clássico a cada rodada

Pode ser uma frase meio batida. Pode parecer clichê. Mas ninguém pode negar: existem jogos que não se pode perder.

Na atual conjuntura mundial, os clubes enfrentam-se durante o ano todo em sistema de pontos corridos e o campeão é aquele que alcançar o maior número de pontos. Essa fórmula faz com que os times entrem em campo muito mais determinados e concentrados. Todo clássico vira uma batalha, uma verdadeira final.

Também pudera, qualquer resultado após um clássico pode estruturar uma equipe ou até mesmo, desestabilizá-la totalmente. Para melhorar, por obra do destino, o mundo pôde acompanhar neste último fim-de-semana grandes jogos que poderiam ser palco de qualquer decisão, em qualquer campeonato.

Na França, por exemplo, todos os olhares estavam em Marselha. O Olympique, vice-líder da Ligue One, enfrentaria o Lyon, líder e atual penta-campeão francês. Uma derrota dos anfitriões poderia colocar em xeque o futuro do campeonato. Afinal, o Lyon havia aberto 5 pontos de diferença até então e mais uma vitória poderia deixá-lo com as duas mãos no hexa. O Velodrome foi palco de uma partida memorável e depois dos 90 minutos o Lyon conseguiu mais um triunfo, embalado pela dupla Juninho Pernambucano (foto)-Benzema.

Portugal também parou neste domingo para acompanhar o duelo entre os líderes Porto e Sporting. O vencedor do clássico abriria 3 pontos de vantagem e poderia embalar pelo resto do torneio. Numa partida emocionante, o empate ficou de bom tamanho e só serviu para acirrar a briga. Ambas as equipes sabem que se perderem pontos fáceis nas próximas rodadas podem ver o rival deslanchar.

Esses clássicos também servem para motivar grandes times que estão em baixa. Em Madri, quem esteve no Santiago Bernabeu viu este exemplo ao vivo. Um Real Madrid em frangalhos recebia o todo-poderoso Barcelona, atual campeão espanhol e europeu. Se tivesse perdido o jogo, o time merengue entraria em crise e até mesmo o cargo de treinador do incontestável Fábio Capello estaria em risco. Ninguém acreditava no potencial dos Galácticos e todos apostavam suas fichas no time da Catalunha.

Mas em campo, o Real mostrou grande disciplina tática aliada a muita raça e pegada. No final, a vitória madrilenha por 2 a 0 fez tudo mudar. Agora, a imprensa rasga elogios a Robinho (foto), cobra a ausência de Raúl na seleção e o Real volta a ser considerado como um forte candidato ao título. O Barcelona permanece na ponta da tabela, mas vê a mídia esportiva questionar o pífio futebol de Ronaldinho Gaúcho e criticar seu esquema com 4 meias e nenhum volante (coisa que ninguém cobrava até então).

No Brasil não foi diferente. Os torcedores do futebol canarinho, em especial são-paulinos e gremistas, também tiveram uma semana totalmente diferenciada. Jogadores digladiando-se com palavras, técnicos fazendo mistério em suas escalações, comentaristas fazendo mil e um prognósticos, programas esportivos explorando polêmicas inexistentes, enfim, o jogo do Olímpico neste último domingo tinha clima de final.

Se fosse realmente uma final, de um jogo só, nesta hora os são-paulinos estariam empolgadíssimos e comemorariam como loucos o 4º caneco de sua equipe.Mas aí é que vem a parte irônica da história. Todo este cenário foi montado e na verdade o campeonato só termina daqui 1 mês e meio! Até lá muitas coisas poderão acontecer, o líder poderá tropeçar e perder sua vantagem, ou seja, ainda vamos ver muitas finais...

De mal à pior

Fundado no ano de 1895 na região leste da cidade de Londres, o West Ham sempre foi visto com um time mediano tentando achar seu espaço na Premier League. O clube nunca foi campeão inglês, e possui apenas cinco títulos na sua história, porém se coloca entre os times mais tradicionais da Inglaterra.

Com uma categoria de base bem estruturada, os “hammers”, como são chamados por sua torcida, revelou craques como Frank Lampard, Rio Ferdnand, Joe Cole, Paul Ince e Jermanine Defoe. O mesmo Defoe protagonizou no último final de semana uma cena inusitada no estádio White Hart Lane no confronto entre Tottenham e West Ham.

Defendendo agora o rival do norte de Londres, o atacante, após ser caçado em campo pelo argentino Javier Mascherano, acabou mordendo o braço direito do volante, que como qualquer argentino que se preze, fez uma enorme “catimba” na tentativa de expulsar o adversário, mas só conseguiu que o atacante recebesse um cartão amarelo. Pra piorar, o West Ham ainda perdeu por 1 a 0 o duelo, agravando ainda mais a sua crise.
Assim como Mascherano, o West Ham está sendo “abocanhado” por todas as equipes que enfrenta no Campeonato Inglês e na Copa da Inglaterra.

O que parecia ser um começo de temporada promissor com a vitória por 3 a 1 sobre o Charlton, na abertura da Premier League 2006/2007, e após as contratações de Tévez e Mascherano, campeões brasileiros pelo Corinthians, se transformou em pesadelo nas rodadas seguintes. Após a nona rodada, os “irons” amargam uma seqüência de oito derrotas, a seis consecutivas no Campenonato Inglês, o que coloca a equipe na penúltima colocação com apenas 5 pontos. Além disso, acumula onze jogos sem vitória, irritando a torcida e divertindo os rivais.

O ataque, se é que podemos chamar de ataque, fez apenas um gol nos últimos oito jogos e agora a cabeça do técnico Alan Pardew é cogitada para ser a primeira a rolar. Trocar de técnicos não é comum no West Ham. Desde sua fundação, o clube trocou de treinadores apenas nove vezes, sendo que a média de comando a frente da equipe gira em torno de dezoito anos, algo comum na Inglaterra, onde há a tradição de permitir aos técnicos o desenvolvimento de trabalhos à longa distância, como é o caso de Arsène Wenger, do Arsenal ou Alex Ferguson, do Manchester United. Padew foi contratado em 2003 após uma boa passagem pelo inexpressivo Reading, porém não consegue definir um padrão de jogo no West Ham, fato visível pelo baixo rendimento de jogadores como Dean Ashton e Carlton Cole.

A fase está tão ruim que mesmo jogando contra o Chesterfield, time da terceira divisão, os “hammers” conseguiram ser eliminados da Copa da Inglaterra ao serem derrotados por 2 a 1 de virada, acabando com a única possibilidade de título na temporada.

Para piorar, Carlitos Tévez já é cogitado como reforço do Palermo, líder do Campeonato Italiano. Se o argentino “fugiu” do Corínthians por causa da pressão da torcida, no West Ham ele cogita uma nova escapada após um manifesto dos torcedores do West Ham contra as péssimas atuações da equipe e do atacante, que não marcou nenhum gol desde sua contratação. Sua personalidade difícil prejudica sua adaptação na Inglaterra, e agora ele critica sua moradia e o fato de ter ido para o banco de reservas em algumas partidas.

É bom o time londrino abrir o olho enquanto há tempo. Se o clube não quiser virar o "prato principal" do campeonato inglês, sendo “engolido” por seus rivais, seu ataque terá mostrar serviço nas próximas rodadas para trazer novas vitórias para a equipe, caso contrário, os “hammers” irão voltar de onde vieram há pouco tempo: a indigesta segunda divisão.

24.10.06

O adeus de Damião


O interior de São Paulo, mas especificamente Bauru, tão desacostumado a terremotos, sentiu o chão tremer e o principal alicerce de uma casa, ainda em construção, ameaçar ruir. No último dia 20, o Cosmo de Médici do Norusca, o empresário e apaixonado por futebol Damião Garcia, entregou uma carta-renúncia, comunicando ao time que só fica até 30 de novembro.

Damião, dono da Kalunga, de alguns investimentos em gado e de muito, muito dinheiro, não expõe suas motivações na carta, porém ressalta que sua decisão é inabalável. Abalados com a decisão, alvirrubros, após enxugarem as lágrimas, tomaram as mais diferentes iniciativas no sentido de manter o seu Kia Joorabchian, como a reunião extraordinária da diretoria, marcada para o dia 26, porém a mais consistente atitude até o momento é o tópico “Fica Damião”, na comunidade da maquininha vermelha no Orkut, com 235 posts até o momento. Tanta agitação é perfeitamente compreensível, já que os quatro anos da Era Damião são os mais vitoriosos da história do clube, desde o tempo em que Alfredo de Castilho era dirigente e não estádio.

Entretanto, uma coisa que nunca foi segredo pra ninguém em Bauru é que o grande sonho Damião é dirigir o clube de maior torcida do estado. Um dos mais antigos sócios do Corinthians (não consegui confirmar se é O mais), e patrocinador do time por quase 10 anos (quem não se lembra da camiseta do Timão como o logo da Kalunga), o empresário bauruense retornou a sua terra para fazer do Noroeste sua vitrine incontestável de administrador. Num tempo em que a monarquia Dualib e a máfia russa parecem estar em crise nos gramados da capital, o mecenas do alfredão deixa Bauru depois de seguidos acessos de divisão e a conquista da melhor campanha da história do Noroeste, o quarto lugar na paulistão desse ano, tendo ficado inclusive a frente do Corinthians.

Se seu motivo ao deixar Bauru é a aspiração a saltos mais altos, ninguém pode saber, porém o momento parece propício. Por aqui Damião Garcia deixa um time reestruturado e revitalizado, na primeira divisão, com uma boa comissão técnica, com contas em dia e um bom trabalho de equipes de base. Vai como um grande administrador, com realizações coerentes e resultados concretos. Não obstante, grandes lideres não costumam deixar herdeiros. Veremos em breve se Damião, que várias vezes saudou os compromissos do clube com dinheiro do bolso, conseguiu emancipar o Noroeste, deixando uma base forte para que o clube avance com as próprias pernas, ou se apenas o tornou dependente de seu mecenato.

23.10.06

Craques brasileiros, prazer em revê-los!

Mais um final de semana espetacular para o esporte em geral e para o futebol em particular. Grandes e memoráveis fatos marcaram o mundo. Vimos o grande Schumi se despedir com altivez das pistas e o Felipe Massa, diferente de outros recentes fiascos brasileiros, devolver a alegria e a brasilidade, que mora dentro de cada um de nós.
Já que comecei a falar de alegria e de orgulho, quero destacar nesse pequeno comentário os brasileiros que estão dando show no futebol europeu. Palmas para o renascido Robinho, que vem aparecendo no esquema do técnico Fabio Capello e conseguiu ofuscar o melhor do mundo Ronaldinho Gaúcho no confronto desse domingo, em que o time merengue venceu o Barça por 2 tentos a 0.
Outro que merece uma atenção especial é Alex (ex-palmeiras) do Fenerbahce, que em 10 jogos do campeonato turco, marcou 9 gols e é o artilheiro da competição. No campeonato francês temos o Lyon orquestrado pelo brasileiro Juninho, que a cada dia nos encanta com seu ótimo futebol e as magistrais cobranças de faltas. Já que falei de faltas cobradas com maestria, não posso deixar de citar Daniel Carvalho (ver foto), que alegra os amantes do futebol desde os tempos de Internacional e marcou um golaço de falta na vitória do CSKA sobre o poderoso Arsenal por 1x0.
Jogadores que devolvem a vontade de amar o futebol, de respirar grandes jogadas, vibrar ou chorar. Sejam, mais uma vez, bem vindos dentro do “Futebol Arte”. E nesse celeiro temos craques para todos os gostos, dos mais refinados, como o caso de Ronaldinho no Barcelona aos mais perseverantes, como o valente Taddei do Roma. Verdade que existem os pontos negativos, como o ex-imperador, agora de “férias” da Inter, Adriano ou mesmo o craque Ronaldo, que depois do fiasco na Copa da Alemanha, tenta retornar à boa forma física. No entanto, somando prós e contras o Brasil sai com uma imensa vantagem e ainda é motivo de alegria pelo que apresenta em gramados europeus, pelo menos na Opinião desse humilde comentarista

Corrida pelo título


Desde que foi estipulado o regulamento de pontos corridos em 2003 para a disputa do Brasileirão de futebol, o torcedor teve que mudar o hábito de acompanhar seu time apenas na reta final do torneio e passou a seguir cada jogo como se fosse uma preliminar da decisão, já que toda partida têm o mesmo peso para levar o um clube ao título ou ao rebaixamento.

A tão saudosa "final” foi extinta, porém no decorrer de todos os campeonatos por pontos corridos que foram disputados, em cada um deles houve uma pseudo-finalíssima ou pelo menos houve emoção na disputa entre os primeiros colocados do torneio. Os famosos jogos de seis pontos e os tropeços nas retas finais marcaram as conquistas dos últimos três campeonatos, o que faz equipes como Grêmio, Internacional e Santos ainda terem esperanças em alcançar o líder São Paulo, mesmo após o empate da equipe em 1 a 1 contra o tricolor gaúcho.

Em 2003, Cruzeiro e Santos brigaram pelo título até a 31º rodada, porém, no confronto direto no Mineirão, a raposa encaçapou 3 a 0 no peixe e abriu uma vantagem que só aumentou durante as dez rodadas seguintes, sagrando campeã com antecipação a equipe mineira, que possuía excelência dentro de fora de campo com o inspirado meia Alex e o estrategista Vanderlei Luxembrugo.

No Brasileirão de 2004, o mesmo Luxemburgo assumiu o Santos e novamente a competência do de seu trabalho se transformou em título, o quinto brasileiro do técnico. A equipe do Atlético Paranaense vivia um ótimo momento e contava com o oportunismo do centro-avante Whashington e a habilidade do garoto Dagoberto. O time de Curitiba sofreu aquilo que chamamos de “amarelão”. O Vasco dessa vez foi o fiel da balança. A equipe paranaense liderou a competição da 31º rodada até a penúltima quando perdeu um jogo simples contra os cariocas em São Januário por 1 a 0 e abriu as portas para título do embalado Santos de Robinho, que na rodada seguinte só precisou vencer próprio Vasco por 2 a1 na Vila Belmiro para levantar o caneco.

No ano passado, em meio ao escândalo do apito e impugnação de onze jogos, os quais foram remarcados, o Corínthians de Tévez e Nilmar superou o Internacional de Fernandão e Rafael Sóbis. O Inter se manteve líder até o momento em que estourou o escândalo e o STJD tomou a decisão de voltar as partidas suspeitas de manipulação. Os jogos remarcados beneficiaram o time de Parque São Jorge que conseguiu recuperar quatro pontos perdidos nos jogos suspeitos e diminuiu a vantagem do colorado de sete para três pontos.

A decisão de verdade ficou para o dia 20 de novembro no Pacaembu, durante a antipenúltima rodada. Para o time gaúcho só a vitória poderia lhe deixar perto do título, porém, a o árbitro Márcio Rezende de Freitas operou a equipe dos pampas, não assinalando um pênalti claro do goleiro Fábio Costa em Tinga, vindo ainda a expulsar o meia por simular a jogada. O resultado de 1 a 1 manteve o Corinthians na liderança e mesmo com a derrota para o Goiás, os paulistas comandados por Antônio Lopes se sagraram campeões com 81 pontos contra 78 do colorado. Se não houvesse a anulação dos jogos, o Internacional teria sido campeão brasileiro de 2005 com 78 contra 77 do Corínthians.

No campeonato deste ano a disputa entre o bloco de elite está um pouco mais equilibrada do que nas últimas edições. Diferentemente destas, onde a disputa se restringiu a apenas dois times nas rodadas finais, quatro times ainda podem sonhar com a conquista em 2006. Por enquanto, a vantagem de sete pontos do São Paulo(60) sobre o agora vice-líder Internacional(53) lhe permite respirar um pouco mais para seguir rumo ao tetra campeonato. Já o Santos(52) ainda têm confronto direto contra o tricolor paulista no dia 11 de novembro e pode sonhar em se aproximar da liderança. O Grêmio(62) mesmo após o empate em casa continua na briga e aposta no seu bom retrospecto no segundo turno para chegar ao título.

Qualquer vacilo do São Paulo agora pode aproximar o segundo bloco da liderança e um “apagão” na reta final resultaria em mais um título que escapa das mãos do tricolor muito próximo de ser conquistado, o quarto este ano para ser mais exato. Basta não pipocar agora e fazer o “arroz com feijão” nos jogos disputados no Morumbi para cruzar a linha de chegada na frente e comemorar. O Brasileirão ainda promete várias surpresas para as suas últimas oito rodadas, garantia de bons jogos e bastante emoção.

22.10.06

Hoje é o Grande Dia!!

Hoje é dia de rodada agitada no Campeonato Brasileiro. Apesar dos vários confrontos que vão ocorrer durante o dia, as atenções estão todas voltadas para o grande confronto entre São Paulo e Grêmio, daqui a pouco no Estádio Olímpico.

E antes de começarmos com os pitacos, falarei dos jogos de ontem:

Goiás 5 x 3 Santa Cruz:
Para quem não esperava, o jogo foi excelente em Goiania. Muitos gols, emoção, e uma vitória que deixa o Goias tranquilo na zona intermediária da tabela. Para o Santa Cruz, apenas mais uma derrota, e o carimbo para a segunda divisão.

Santos 2 x 1 Figueirense: A vitória deixa o Santos vivo na disputa, apesar do Luxemburgo ter jogado a toalho. Você acredita nele?

Ponte Preta 0 x 2 Internacional: Os gaúchos afundam a Ponte de vez na tabela, e já começam a voltar as atenções para o Mundial.

Jogos de hoje:

Grêmio x São Paulo: O grande duelo do Campeonato Brasileiro. Depois de subir de forma heróica no ano passado, o Grêmio brinda sua torcida com uma belíssima campanha. Já o São Paulo, tenta salvar o ano dos vices com a título nacional. Haja coração amigo!! Pra mim o jogo dá empate.

Fortaleza x Atlético-PR: O time cearense tenta se aproximar do Corinthians na tabela, mas do jeito que tem jogado, deve mesmo se juntar a São Caetano e Santa Cruz. O empate fica de bom tamanho.

Paraná x Flamengo: O time de Curitiba tenta manter a grande campanha que vem fazendo, enquanto o Flamengo apenas joga para se garantir na elite no ano que vem. O Paraná vencerá de 1 a 0.

Botafogo x São Caetano: O Fogão terá a fácil missão de vencer o time paulista e confirmar a ascensão na tabela. Botafogo ganha com dois de diferença.

Corinthians x Cruzeiro: A crise do Corinthians deu tanto pano para a manga que essa partida tem sido mais comentada por algumas midias do que o duelo de Porto Alegre. A verdade é que a falta de organização do Timão e o mal estar causada pelos últimos acontecimentos envolvendo a Imprensa e os jogadores só aumentam a tensão da partida. O Corinthians vencerá com a ajuda do apito amigo.

Juventude x Fluminense: O Flu pega o duro time de Caxias de olho na partida do Pacaembu. Vencer o Juventude no Sul sempre é complicado, ainda mais que o Fluminense não vence uma partida a um bom tempo. O time da casa vencerá tranquilamente a partida.

Bom, ai estão os palpites. Agora é só sentar na frente da TV e ver o que dá!

21.10.06

"Aurelio": Taddei no dicionário da bola

Jogo da Liga dos Campeões do dia 18 de outubro, entre Olimpiacos X Roma, no Estádio Gerogios Kairaiakakis, em Atenas. O que parecia apenas mais um jogo da fase de grupos da Liga dos Campeões transformou-se na confirmação de uma teoria que eu defendia há algum tempo: A evolução técnica e táctica do meia Rodrigo Taddei. Calma, leitor. Prometo fundamentar as minhas impressões.
Todos se lembram do Taddei que jogou pelo Palmeiras: raçudo, aplicado, o típico jogador que voltava com o uniforme todo sujo aos vestiários. Mas era apenas mais um volante limitado, de péssimo passe e péssima conclusão. Algo semelhante a um Marcinho Guerreiro, para fazer uma analogia mais atualizada. Inclusive, Taddei participou do último título de primeira divisão do time de Parque Antártica - a falecida Copa dos Campeões de 2000.
Quando Taddei tranferiu-se, em setembro de 2002, para o Siena, muitos palmeirenses ergueram as mãos aos céus. E realmente tinham motivos para fazê-lo, pois o clube não iria perder um jogador-chave. Ele sairia sem deixar muitas saudades.

Chegando à Itália, com o Siena ainda na Série B, Taddei começou a lutar pelo seu espaço. No início, era banco do time comandado pelo técnico Giuseppe Papadopulo. Mas, aos poucos, o ex-palmeirense conquistou seu lugar no time e foi um dos responsáveis pelo acesso do Siena a Série A, em 2003.
Na temporada seguinte, Taddei continuou se destacando no elenco bianconeri e ao fim da temporada 2003/04, a Roma interessou-se pelo seu futebol. Até aí nada de anormal. Pra nós aqui do Brasil, que não tinhamos visto o agora meia ofensivo jogar, imaginávamos aquele raçudo sem habilidade que vestiu a camisa do Palmeiras.
Pois bem, Taddei conseguiu se destacar no elenco modesto, mas de muitos nomes famosos do time da capital. E nesse ano e meio, tornou-se parte da espinha dorsal da equipe de Luciano Spaletti, ao lado de nomes como Totti, Mancini e De Rossi. A evolução dentro de campo de Taddei era evidente. Agora atuando como meia ofensivo, muitas vezes até como segundo atacante, o agora jogador da Roma me surpreendia pela qualidade de seus passes, chutes precisos, muita marcação e gols. A dedicação tática, característica das equipes italianas, foi bem assimilada por Taddei, que aprimorou a sua técnica, chegando ao patamar atual.
E confirmando tudo o que eu disse acima, voltemos ao jogo do dia 18 de outubro. Taddei está na meia esquerda do ataque romanista, com o marcador do Olimpiacos à sua frente. O meia aplica um drible espetacular (veja vídeo abaixo), deixando o marcador para trás e clareou para o chute, que explodiu em outro zagueiro.



O novo drible foi batizado de "Aurelio", em homenagem ao auxiliar técnico da Roma, Aurelio Andreazolli, que incentivava Taddei a aplicar o drible durante uma partida oficial, já que o jogador só a aplicava em treinamentos. Taddei disse a Gazzetta Dello Sport que já havia aplicado o drible quando ainda jogava pelo Siena, em partida contra a Sampdoria e que treinava o "Aurelio" desde os tepos em que jogava futsal.
Quem imaginava que Taddei poderia evoluir tanto no campo de jogo dessa forma? Mas evoluiu, e temos que reconhecer. E há outros brasileiros, que saíram do país estigmatizados como Taddei, e que atualmente fazem sucesso por diversos clubes da Europa. O "Aurelio", decididamente" colocou em evidência um jogador comum, mas que adquiriu muita técnica. Essa vai pro dicionário do futebol.

Perfil

Nome Completo: Rodrigo Ferrante Taddei
Nascimento: 6 de março de 1980, em São Paulo
Clubes: Palmeiras (2000-2002), Siena (2002-2005) e Roma (desde 2005)
Títulos: Copa dos Campeões Regionais (2000)

20.10.06

Mídia Esportiva Brasileira - Uma pergunta que não quer se calar !

Depois de um longo tempo só lendo os posts dos meus amigos de profissão, resolvi botar a cara à tapa e postar o meu primeiro tópico. E este tem a ver com uma pergunta que, por falta de tempo, não pôde ser feita à comentarista da ESPN Brasil Soninha, que esteve esta semana na UNESP, participando de um belo seminário de comunicação esportiva.

Me intriga a questão que uma parte da mídia esportiva do Brasil se mostre partidária em qualquer comentário. Mas estamos presenciando um caso em especial que beira a falta de compromisso ético com a verdade. O caso MSI - Corinthians representa bem o que foi dito anteriormente. Em 2005, quando a parceria começou a ser moldada e se tornar algo "pra valer", esses comentaristas afirmaram que esta seria a solução para o falido futebol brasileiro. As parcerias deste tipo, segundo os jornalistas seriam uma forma de se valorizar o futebol tupiniquim, trazendo para o país do futebol, jogadores de renome internacional. Após muita discussão, a parceria foi concretizada e jogadores de peso vieram jogar no Brasil.

Quando "El Coringón" se sagrou campeão nacional em 2005, aí sim foi o momento ideal para estes jornalistas afirmarem que tinham razão no que falavam e de quebra criticaram quem era contra a parceria.

Só que hoje a história se inverteu: com a crise corintiana , o time prestes a cair para a Serie B e as denúncias de irregularidades aparecendo quase todo dia, profissionais da mídia simplesmente viraram a casaca e agora criticam a MSI. Algo estranho para que há pouco tempo atrás elogiava Kia Joorabchian e sua trupe inglesa além de se dizer favorável a esse tipo de negócio no futebol nacional. Ao que parece a opinião destes profissionais pode ser totalmente modificada como se troca de marca de pasta de dente.

Aí sim é que chega a minha pergunta que sinceramente nem eu sei a resposta correta: esses profissionais da mídia esportiva nacional podem ser considerados incoerentes com suas idéias ou simplesmente taxados de oportunistas de plantão ? A resposta deixo para vocês ...

19.10.06

As verdades vão surgindo na Liga dos Campeões...


O turno de ida da fase de grupos da Liga dos Campeões 2006/07 terminou ontem. Até aqui, surgiram algumas surpresas e decepções, mas no geral, tudo parece estar na mais perfeita ordem. Quem acompanhou os posts do Opinião FC, certamente se lembrará dos palpites que deixei neste nobre espaço sobre o que poderia acontecer na maior competição de clubes do planeta. Recordar é viver!


Grupo A: Disse que o Barcelona era favorito para a primeira colocação da chave. Mesmo tendo apenas um ponto nos dois jogos disputados fora de casa (empate com o Werder e derrota para o Chelsea) e apenas vencido o fraco Levski, ainda creio na classificação do Barça. Tem dois jogos no Camp Nou e pode contar com tropeços do Chelsea diante dos alemães. Mas os catalães tem de abrir os olhos, pois não estão apresentando nem a sombra do futebol exuberante que os consagraram na temporada passada e ainda perderam o grande artilheiro Eto'o. Já o Chelsea andou fazendo bem a lição de casa, pois bateu em todo mundo do grupo. É o virtual classificado e tem tudo para saírem campeões da chave. Nota negativa para Shevchenko, que esta devendo muito, e positiva para Drogba, que quando sentiu a água bater no pescoço, passou a ser peça fundamental no esquema de Mourinho.
O Werder vem se apresentando bem melhor do que eu imaginei. Diego é o grande maestro dos alemães, que herdarão com certeza a vaga na Copa da UEFA. E o Levski...bem, só derrotas.

Grupo B: Como não poderia deixar de ser, a Inter, mais uma vez, é a grande decepção do grupo. Perdeu para o Sporting, seu concorrente direto. Deu sorte pois o Bayern, surpresa grata desse grupo, cumpriu seu papel com louvor, fazendo 100% de aproveitamento. Bayern praticamente classificado, Inter e Sporting deverão decidir a segunda colocação da chave em jogo no Giuseppe Meazza, em Milão, dia 22 de novembro. Tropeços contra o Spartak serão mortais para ambos. Aliás, os russos têm remotas chances de beliscar uma vaga na UEFA.
Louros ao Bayern, por assimilar a perda de duas peças importantes no seu elenco: Ballack e Zé Roberto. Os alemães puderam se recompor e montaram um time competitivo, que dará trabalho nas próximas fases da Liga.


Grupo C: Tudo caminhando conforme o planejado neste grupo. É equilibrado, mas a regularidade de Liverpool e PSV fizeram a diferença. Os dois dividem a liderança, pois venceram na última rodada, ambos fora de casa. A diferença de seis pontos entre eles e Bordeaux e Galatasaray praticamente define os dois classificados. Fica em aberto a vaga na UEFA, e vejo dificuldades para apontar um clube para conquistar a vaga. Mas aposto no Galatasaray.
O meu destaque nesse grupo é o "matador" Peter Crouch, do Liverpool. Gols bonitos e decisivos vêm fazendo do grandalhão inglês peça fundamental para o bom desempenho do time vermelho de Liverpool.

Grupo D: Outro grupo dentro da normalidade. Valência e Roma lideram e estão praticamente classificados, mas o jogo no Stadio Olimpico de Roma pode decidir quem será o líder dessa chave. O Valência fez bem a sua parte, inclusive vencendo a Roma. Pequena decepção para o Shaktar, que apenas empatou em casa com o Olimpiacos e pode ver a sua vaga para a UEFA ir pelos ares. Precisa vencer os gregos para vislumbrar novamente a vaga para a segunda competição em importância de clubes do continente europeu.
Destaque para a dupla Morientes-Villa, sinônimo de gols para o Valência. Dos oito gols da equipe até aqui, seis foram da dupla.

Grupo E: E o Real realmente virou freguês do Lyon. A derrota no estádio Gerland, na abertura da fase de grupos, custou a liderança aos merengues. Mas nada que ameace a sua classificação. Poderão dar o troco na volta, dia 21 de novembro e disputar a liderança. Mas o Lyon, já classificado, é favoritíssimo para continuar com o posto de líder do Grupo E. A grande decepção deste grupo é o Dínamo Kiev, pior defesa da Liga até aqui (12 gols) superando tradicionais sacos de pancadas como Levski e FC Copenhagen. Do jeito que anda a carruagem, o Steaua leva a vaga para a Copa da UEFA (a qual os romenos chegaram nas semi-finais na temporada passada)

Grupo F: Parece até que Sir Alex Ferguson leu meu post! O Manchester vem sendo perfeito até aqui. Aprenderam com a eliminação precoce da temporada passada e ganharam as três partidas da Liga. Surpresa e decepção, Celtic e Benfica vivem realidades opostas. O Benfica perdeu para seus dois adversários diretos no grupo, e de quebra empataram com o FC Copenhagen. Esse empate certamente custará aos encarnados a classificação para a próxima fase. Já o Celtic, de Miller e Nakamura, apenas perdeu um jogo fora de casa para o Manchester e fez direitinho a lição de casa. Será premiado com a classificação, já que o Benfica, adversário direto, têm apenas um ponto. O FC Copenhagen foi além do que se esperava, ao arrancar um empate com os benfiquistas, mas não devem ganhar vaga na Copa da UEFA.

Grupo G: É o grupo mais equlibrado da Liga até o momento. A boa vitória contra o Arsenal, em Moscou, deu a liderança provisória ao CSKA, que venceu os dois jogos em casa e empatou fora com seu concorrente direto à vaga, o Porto. Por isso, creio que os moscovitas estarão na próxima fase. O Arsenal não precisa entrar em desespero. A derrota em Moscou não deve abalar a classificação do time londrino, que terá nesse returno, duas partidas em casa. Inclusive, têm grandes chances de abocanhar a primeira colocação do Grupo G. A situação do Porto, apesar do equilíbrio do grupo, é delicada. Tem de vencer o forte Arsenal em casa, na teoria, também teria de vencer o Hamburgo, o saco de pancadas do grupo, fora de casa e conseguir um bom resultado contra o CSKA, fora de casa. Missão dificil, mas não impossível. Vaga na UEFA o Porto já garantiu. Veremos se os portistas poderão se superar nesse returno.
Decepção para o Hamburgo, que joga mal e ainda não venceu na temporada européia (nem no Campeonato Alemão).
Grupo H: Tudo em paz no Grupo H. Milan líder, mesmo não atravessando boa fase no seu ataque, Lille jogando bem e na segunda posição do grupo. Nesse grupo, a briga boa mesmo será pela vaga na UEFA. Vantagem para o Anderlecht, que obteve dois empates até aqui e pinta como o favorito. o AEK Atenas continua na sua sina de não vencer na Liga. Os gregos já acumulam 21 jogos em jejum. Será que o milagre poderá se concretizar contra o Anderlecht?


Saldo positivo até aqui nos meus prognósticos dados em agosto. E a Liga dos Campeões promete pegar fogo no returno. As rodadas serão realizadas entre os dias 31 de outubro e 1º de novembro (4º rodada), 21 e 22 de novembro (5º rodada) e 5 e 6 de dezembro (última rodada). Lembrando sempre que classificam-se os dois primeiros de cada grupo à próxima fase e os terceiros colocados se juntarão aos classificados da Copa da UEFA.
Apostas?

18.10.06

Corinthians atrás das grades

Escrevo este tópico pensando em todos aqueles que, assim como eu, tiveram uma camiseta "da Kalunga", viram nosso time ser campeão nacional por quatro vezes em pouco mais de uma década, e que tiveram que aguentar, durante toda a vida, piadas infames e comentários de mal gosto que difamavam uma das maiores torcidas do país, chamado seus torcedores de marginais, batedores de carteira, bandidos e criminosos em geral.

Num dia nós, corinthianos, nos defendemos dizendo que isso é preconceito. No outro, nos vemos numa estranha parceria com uma empresa estrangeira que, ao que tudo indica, utiliza nosso clube para lavagem de dinheiro.

Nesta última terça-feira o presidente do Corinthians, Alberto Dualib, revelou o que todo mundo já imaginava: que o russo Boris Berezoviski e o georgiano Badri Patarkatsishivili são investidores da MSI. Os dois são acusados, não só pela Polícia Federal, de lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro, mas também pela polícia russa.

Dualib e os investidores não conseguiram explicar até hoje os documentos encontrados com Berezoviski. Para a PF, eles seriam usados na abertura de contas no exterior. Para piorar a situação, os opositores de Dualib no Corinthians decidiram não fazer oposição (?). Preferem não se envolver com os problemas desta administração, como se não fosse um problema do Corinthians, e acabam, desta maneira, endossando a parceria.

Os torcedores agiram de forma semelhante. Foi até compreensível o apoio inicial do torcedor à MSI, já que via-se a possibilidade de trazer grandes craques para o time (como Tevez). Mas vale mesmo a pena vender a alma ao diabo para ser campeão?

Não, não vale. Aliás, o que a história mostra é justamente o contrário. Os times envolvidos com corrupção e cartolagem não se dão bem nos campeonatos, enquanto aqueles que são dirigidos com transparência e seriedade tornam-se grandes campeões. Isso deveria ser uma lição: se os corinthianos não querem ver seu time atrás das grades, talvez seja a hora de dar um basta.

17.10.06

Quem entende cabeça de técnico?



Indubitavelmente a Copa do Mundo de 2006 serviu para motivar as seleções européias. Afinal, nem o torcedor mais otimista poderia imaginar que a fase semi-final da Copa da Alemanha seria disputada somente por equipes do Velho Continente.
Apesar dessa conquista, a realidade atual é totalmente diferente. A maioria das grandes seleções, não apenas renovaram o seu elenco como também aproveitaram o término da competição para trocar seus treinadores. Talvez este seja o motivo dessas seleções apresentarem em campo um futebolzinho tão pragmático e desinteressante, complicando jogos teoricamente fáceis contra rivais inexpressivos.
O maior exemplo dessa fase é a seleção italiana. Os atuais campeões mundiais pouco modificaram o seu elenco e mesmo assim, não conseguem jogar 50% do futebol que mostraram na Copa. A grande diferença da Azurra está no banco. Sai o experiente Marcelo Lippi e entra o promissor Roberto Donadoni, ex-meia da seleção na década de 90 (foto acima).
Donadoni chegou à seleção motivado por um ótimo trabalho realizado no Livorno em 2005, mas ainda não empolga. Um empate com a Lituânia e uma derrota para os franceses colocou a capacidade do treinador em xeque. A pressão só diminuiu nesta semana, depois de duas vitórias (as primeiras desde a Copa) frente a Ucrânia e a Geórgia, respectivamente.
Mas engana-se quem acredita que os vice-campeões mundiais estão bem. O técnico Raymond Domenech continua causando alvoroço. Depois de desentender-se com Pires e Giuly, Makelele foi a vítima da vez. Domenech proibiu o volante de aposentar-se com a camisa dos Bleus. Mesmo assim, a vitória sobre os italianos tinha acalmado os ânimos dos torcedores.
O problema veio com a derrota para a frágil Escócia. Esse jogo serviu de alerta para os franceses não entrarem no espírito de “oba-oba” e se preocuparem apenas com futebol.
Outro técnico que também causa furor é Marco Van Basten. Apesar de invicta, a Laranja Mecânica não está jogando bem e tem se complicado perante fracos adversários, como Luxemburgo e Albânia. Para piorar, Van Basten desentendeu-se com dois de seus destaques. Nistelrooy e Van Bommel dizem que não voltam para a seleção, enquanto o ex-goleador for o treinador.
O que dizer então de Steve Mc Claren? O ex-técnico do Middlesbrough (vice-campeão da Copa da Uefa) que substitui Sven Goram Eriksson no comando da Inglaterra vem trazendo muita polêmica. Primeiro, deixou de convocar o maior ídolo inglês dos últimos tempos, David Bechkam. Depois, mudou o típico esquema 4-4-2 utilizado há anos pelo English Team em troca de um questionado 3-5-2.
Apesar disso, os resultados vinham bons. Vinham... Depois do empate sem gols contra a Macedônia e da derrota para a Croácia, já existem torcedores que pedem o 4-4-2 de volta.
A situação anda feia para a Espanha. A seleção até apresenta um bom futebol. Faltam bons resultados. O técnico Luís Aragonés (foto ao lado), que já tinha pedido demissão após a derrota para a França na Copa, continua fazendo uma campanha irregular.
Aragonés tem problemas para renovar o time e não convocou Raúl, o queridinho do país. Depois da derrota para a Irlanda do Norte (quem?), Aragonés voltou a pedir demissão. A Federação Espanhola negou o pedido pela segunda vez e desmentiu os boatos de que o cargo do treinador corresse perigo.
Após nova derrota para a Suécia, a pressão aumentou e dizem as más línguas que o cargo de Aragonés só foi salvo, graças ao empate com a Argentina na última quarta.
Até mesmo o inquestionável Felipão, anda exagerando na teimosia. Insiste em deixar Tiago no banco de Costinha e reluta para colocar jovens valores como Ricardo Quaresma e Nani. Resultados? Empate com a inexpressiva Finlândia e derrota para a decadente Polônia.
Mas todo esse panorama é normal. Afinal é começo de temporada, os jogadores não estão no ápice de sua forma física e tudo mais. Mas uma coisa é certa: não adianta repetirmos a velha retórica de que não há mais bobo no futebol. Há sim. E muitos.

16.10.06

Quem é o melhor jogador africano de todos os tempos?


Nos humildes posts desse blog, nós abordamos o cotidiano do futebol brasileiro ou europeu - os mais palpáveis ao público brasileiro - e todas as suas vertentes. Então porque não podemos falar algo relativo ao futebol em outras partes do mundo?

Enquanto discutimos aqui quem será eleito pela FIFA o melhor jogador do mundo em 2006, vou postar aqui sobre uma outra votação que está ocorrendo, também para melhor jogador: O melhor futebolista africano de todos os tempos!
A CAF (Confederação Africana de Futebol) está promovendo em seu site a votação para a escolha do melhor jogador africano. A enquete faz parte da comemoração dos 50 anos da entidade, que serão completados em 2007. Os fãs dos jogadores africanos podem votar até o dia 15 de novembro, em uma lista pré-selecionada de 200 jogadores do continente, desde a fundação da entidade, em 1957.

Entre os mais conhecidos, estão famosos futebolistas do passado, como George Weah (Libéria), Roger Milla (foto acima) e Thomas N'Kono(Camarões), e talentos africanos que brilham no futebol atualmente, como Samuel Eto'o (Camarões), Didier Drogba (foto ao lado) (Costa do Marfim), Hossam Hassam (Egito), Nwanko Kanu (Nigéria), etc. Desta lista de 200, serão selecionados 50 para a votação final, que terá início em dezembro.
Vale a pena prestigiar a eleição da CAF, visto que a evolução do futebol africano, principalmente nos últimos 20 anos, foi muito acentuada. Tanto que essa evolução deu direito aos africanos para que sediassem a sua própria Copa, na Africa do Sul, em 2010.
O vencedor da eleição será homenageado no 50º aniversário da entidade, dia 8 de fevereiro de 2007, em Khartoun, capital do Sudão. Façam suas apostas!

14.10.06

O melhor do mundo

Alguma dúvida que o Brasil é o país do futebol? Em dias de entregas de prêmio Nobel, nada de Brasil. No Oscar, sempre batemos na trave. Mas é só sair a lista dos "indicados" ao prêmio da FIFA de melhor jogador do mundo que lá estão eles, os brasileiros. Mesmo depois de nossa apática atuação na Copa do Mundo.

São três brasileiros, pouco, perto dos sete indicados do ano passado. Estão lá Ronaldinho Gaúcho, último vencedor, junto com Adriano e Kaká. O engraçado é que nenhum deles parece estar em boa fase. Ronaldinho frustrou os brasileiros na Copa, Adriano é reserva da Inter de Milão, e Kaká começou no banco no amistoso com o Kuwait (agradecimentos aos leitores pela errata. Ver comentários). Ronaldo fenômeno sequer entrou na lista.

Os favoritos parecem ser os finalistas da Copa. A defesa da Itália foi praticamente escalada na lista (Buffon, Nesta, Cannavaro e Gattuso), além do meia Pirlo. A França também tem cinco jogadores, inclusive o já aposentado Zidane.

Digo que são favoritos, mas não ficaria contente se um zagueiro italiano ganhasse o prêmio, nem o outro goleiro da lista, o alemão Lehmann. Mas se pensarmos que nesse ano não teve nenhum grande atacante de destaque na Copa, essa pode ser uma possibilidade.

Um único jogador não participou da Copa. É o atacante camaronense Eto'o. Seria um candidato forte se não tivesse se contundido mês passado. O ucraniano Shevchenko é outra possibilidade.

Os 30 melhores jogadores:

Adriano (Brasil)
Ballack (Alemanha)
Buffon (Itália)
Cannavaro (Itália)
Cristiano Ronaldo (Portugal)
Cech (República Checa)
Deco (Portugal)
Drogba (Costa do Marfim)
Essien (Gana)
Eto’o (Camarões)
Figo (Portugal)
Gattuso (Itália)
Gerrard (Inglaterra)
Henry (França)
Kaká (Brasil)
Klose (Alemanha)
Lahm (Alemanha)
Lampard (Inglaterra)
Lehmann (Alemanha)
Nesta (Itália)
Pirlo (Itália)
Ribery (França)
Riquelme (Argentina)
Ronaldinho Gaúcho (Brasil)
Rooney (Inglaterra)
Rosicky (República Checa)
Shevchenko (Ucrânia)
Thuram (França)
Vieira (França)
Zidane (França)

O vencedor será divulgado dia 18 de dezembro. Apostas?

12.10.06

Para um time sem ação, os portugueses já tem a solução!

Ah que saudades eu estava de postar neste blog!!! Estou muito orgulhoso das inúmeras melhorias que ele sofreu nesses 30 dias!!! Espero que continue assim! Esse post é direto de Lisboa.

Portugal perdeu nesse quarta feira para a fraca equipe da Polônia, e a sensação que o torcedor Lusitano teve da sua equipe não foi nada boa.
O Time fez uma partida muito aquém das exibições de anos interiores, e deve mesmo encontrar mais dificuldades do que deveria para se classificar para a Euro de 2008.
Isso porque a partida foi contra a fraca seleção polaca, que mal atacou jogou no ataque, mesmo jogando em casa.

Na verdade, quem tomou as iniciativas da partida foi o time de Felipão. Pelo menos foi o que se observou em relação a posse de bola. O time tocou a redonda durante todo o primeiro tempo, mas não causou perigo ao gol de Kowalewski em nenhum momento. A Polônia, que ca entre entre nós, foi umas das piores seleções da copa, nao precisou de muito tempo para abrir o placar.
Logo no primeiro ataque, Smolarek achou o primeiro gol para o time da casa, após o rebote de uma bola chutada contra a meta de Ricardo. Quem pensou que esse seria o motivo para o time de Felipão reagir, ficou esperando, pois a os portugueses continuaram sem nenhuma criatividade ofensiva, e em uma bobeada da zaga, assistiram de camarote Smolarek marcar o segundo. O atacante da Polônia estava tão livre na entrada da área, que ainda teve tempo de olhar para o bandeirinha, antes de fazer o segundo gol da partida.

Detalhe curioso, a última derrota de Portugal para a Polônia, há 20 anos atrás na Copa de 1986, saiu do pés de Wlodimierz Smolarek, o pai do algoz português na noite de ontem. E para piorar, o primeiro nome de Smolarek é Eusébio, maior ídolo da da nação ibérica.

O segunto tempo da partida foi bastante entediante para os telespectadores, menos para os poloneses, que viram Portugal dimunir aos 47 minutos, tarde demais para qualquer reação.

Portanto, Felipão já deve ter percebido que vai ter muito trabalho para acertar o esquadrão para o ano que vem, quando a equipe volta a jogar pelas eliminatórias. Mas já se pode perceber que a seleção da capital Lisboeta ainda está muito carente de um centro-avante. E nesse exato momento, Liédson, agora com nacionalidade portuguesa, está sentado na frente de seu telefone celular, esperando o Dunga lhe telefonar para ser convocado para a seleção brasileira, enquanto Portugal inteiro aguarda ele aceitar o convite e se tornar jogador Lusitano....logo ele, que aos 21 anos era repositor de supermercados....é, a vida da mesmo muitas voltas!!

Se há limões, porque não há limonada?

E mais uma vez, os brasileiros caem fora de uma competição sul-americana diante de times argentinos. Tudo bem que o Santos nem ficou sentido pela eliminação, mas Corinthians e Fluminense fizeram verdadeiros "papelões" em terras argentinas.
Tanto para o Timão, quanto para o Flu, essa Copa Sul-Americana não valeria de muita coisa, mas seria uma boa chance para ambos levantarem a moral e subirem na tabela do Brasileirão, pois os dois convivem diariamente com o fantasma do rebaixamento.
Mas votando ao título deste artigo, estava este modesto apertador de teclados pensando: Corinthians e Fluminense são duas faces de um mesmo problema. As duas equipes possuem elencos bons, mas que não rendem quando estão em campo.
O Corinthians ainda sofre do trauma pós-eliminação de Libertadores. Ninguém se entende no clube alvinegro. Diretoria, jogadores e MSI parecem caminhar em direções opostas. E no meio desse turbilhão, está o técnico e "estrelinha" Emerson Leão, que não consegue dar unidade e padrão de jogo ao time. Leão teve um começo ótimo, deu moral a alguns jogadores, mas foi só acabar a lua-de-mel e os maus resultados virem que o time começou a ficar instável. Se o time faz um gol e sofre o empate, dá pane. Se sai perdendo ou tem alguém expulso, dá desespero. Essa situação me lembra até os tempos do apático Geninho, onde o Timão já entrava em campo com seu psicológico estraçalhado. Há bons jogadores (para o nível nacional) no Pq. São Jorge, como César, Magrão, Carlos Alberto e Roger. Eles não são facilmente encontrados por aí. Mas falta a sensibilidade para fazê-los render para a coletividade, e não de forma individual. E é aí que entra (ou entraria) o Leão. Enquanto ele não solucionar esse problema, a tendência é piorar.

Já em terras cariocas, o Fluminense poderia ser um reflexo do que acontece no Corinthians. Trapalhadas da diretoria, bom elenco, mas falta padrão. Se você analisar no papel, o Fluminense tem o melhor elenco entre os cariocas. Ou vocês não acham o Souza do Goiás um Tuta mais novo? O volante Marcão regular e esforçado? Petkovic, um ótimo jogador cerebral? Até o tal do Lenny, que pintou como revelação, não é de todo o mal. Mas não há elenco que resista a seis trocas de treinador.

Por isso, eu realmente não acho que o elenco de Timão e Flu ruins, mas falta um esforço coletivo para tirá-los do buraco.
Na Sul-Americana, os brasileiros já estão fazendo papelão. Sobrou só o Atlético-PR, mas não seria surpresa se eles caíssem diante do River. Esse negócio de temer sempre os jogos contra argentinos, em qualquer competição que seja, traz uma aura negativa para as equipes. Há uma "supervalorização" de qualquer equipe portenha, por mais inexpressiva que ela seja. E grande parte da imprensa alimenta esse temor. Lanús, San Lorenzo e Gimnasia não são nada de outro mundo, mas mesmo assim, derrubaram todos os seus adversários brasileiros, mesmo todos eles sendo muto melhor técnicamente. Catimba não ganha jogo. O que ganha é bola no chão e cabeça no lugar. É só ver os últimos confrontos entre as seleções brasileira e argentina para provar isso.

9.10.06

Enfim, o ataque

Não é de hoje que o São Paulo sofre com a falta de um ataque eficiente. Após a saída de Ricardo Oliveira ao final da Libertadores da América, o time teve que voltar a depender do "desequilibrado" Aloísio. O termo não tem nada a ver com a personalidade do atacante, muito pelo contrário. Ele é tido pelos colegas como um agregador do grupo e está sempre de bom humor. O adjetivo se refere à irregularidade do centro-avante, que fica muitos jogos sem marcar gols, e também pela sua dificuldade em ficar de pé em campo, algo que prejudica muitos ataques da equipe devido aos escorregões e a mania que o jogador têm em se atirar no chão para cavar faltas.

Leandro "Gianechinni" e Thiago também não andam colocando a bola no fundo do gol, irritando a torcida, acostumada com goleadores como Amoroso, Luís Fabiano, França e Reinaldo. A equipe do Morumbi precisou de oito jogos no Brasileirão, sem contar a Recopa Sul-americana, para marcas gols com seus atacantes, no caso, Leandro e Aloísio.
Os 2x1 contra o Fluminense, em pleno Maracanã, durante a última rodada, confirma a boa fase do líder do campeonato, que havia goleado o Vasco por 5x1, e tira um pouco o peso da equipe, que vinha marcando gols apenas com seus meio campistas, laterais , zagueiros ou com seu goleiro Rogério Ceni.

A ineficiência do ataque se deve talvez à falta de entrosamento da dupla Thiago-Aloísio, além disso, Leandro nunca foi um goleador e joga em função do homem de área. Alex Dias está muito abaixo do nível que começou a temporada. Tadeu e Edgar ainda são jovens promessas e não podem assumir a responsabilidade pela ineficiência do ataque tricolor.

O fato da equipe estar na liderança do campeonato e, de certa forma, marcando gols, acaba por encobrir um fato que prejudicou a conquista da Libertadores e da Recopa, deixando margem para que o torcedor se preocupe com o andamento do time nas rodadas decisivas do Brasileirão, quando o ataque realmente terá que mostrar serviço.

8.10.06

Alguém pode me explicar?

Esta é minha estréia no site de opinião do esporte que todo mundo entende. É, porque dizem que o Brasil tem 180 milhões de técnicos e entendedores de futebol. Não é verdade. Existem 180 milhões de técnicos e entendedores de futebol menos 1. Eu. Eu não entendo nada de futebol. Ora, que atire a primeira pedra quem não é ignorante em algum assunto. Ao menos confesso. Não entendo.

Não entendo, por exemplo, Rogério Ceni. Claro que ele é um goleiro fantástico, senão não estaria no gol do São Paulo a tanto tempo. O que eu não entendo é ele volta e meia ir lá pra frente cobrar faltas, ou driblar atacantes. Não, não estou defendendo o futebol feio. Acontece que futebol não é igual ao vôlei, onde todo mundo joga em tudo quanto é função, em rodízio. Para isso que existem posições. Claro que é louvável fazer gols, jogar bonito etc, mas para ir pra cima é necessário treino. Rogério Ceni treina faltas (muito bem, por sinal). Não seria melhor ele usar esse tempo para treinar defesas? Não o estou criticando porque não sou são paulino. Penso em termos de seleção brasileira, que é de interesse de todos.

E já que falamos de Brasil, gostaria que alguém me explicasse outra questão de minha ignorância: qual a utilidade dos Amistosos da Seleção Brasileira? Não entendo porque raios nossa seleção vai para o Kwait jogar bola. Para entrosamento? Não, que os jogadores vão ficar uma eternidade sem se ver e jogar junto. É para fazer testes com os jogadores? Duvido. Quando o jogo for sério Dunga nem vai pensar em deixar Kaká no banco. É pra ganhar dinheiro? Só se for pro futebol do Kwait. É pelo público? Aposto que o público estaria muito mais interessado, num sábado às 4hs, em acompanhar os jogos do Campeonato Brasileiro, que vai chegando à reta final e está pegando fogo.

Mas não é só isso que eu não entendo. Quem me dera fosse. Tem muito mais coisas sobre futebol inexplicáveis à minha pobre inteligência (p. ex. Romário, Corinthians-MSI, o calendário de jogos etc). Mas tem uma que me tira do sério. Sério mesmo. Alguém me diz o que é essa história de Brasil-2014? Simplesmente não entendo. Alguém acha mesmo isso possível? E os estádios? as torcidas? as estradas? a infraestrutura? a violência? Alguém pode me explicar?

7.10.06

Medíocre, porém vencedor!

Ele nem é tão bom assim. Sempre polêmico e muito questionado. Se você perguntar aos torcedores que acompanharam as permormances de Fabien Alain Barthez debaixo das balizas, esses seriam os adjetivos utilizados para definir o goleiro francês, que se notabilizou no futebol pela careca, a camisa 16 da França, os uniformes de manga curta e muitos títulos.
Depois da tentativa frustrada de acertar com o clube que o revelou ao futebol, o Toulouse, Barthez anunciou esta semana que está deixando os gramados, pendurando as chuteiras e as luvas. Para muitos, uma ótima notícia, como o goleiro Gregory Coupet, reserva de Barthez na Copa da Alemanha, mesmo estando em um momento infinitamente melhor que o do camisa 16. Coisas de Domenech.
Mas é inegavel que o francês de 35 anos, nascido em Lavelanet, apesar de não ter a técnica de um Preud'Homme ou de um Pagliuca, notabilizou-se por suas conquistas dentro de campo.

A Carreira
O jovem Barthez começou a dar seus primeiros passos no futebol jogando pelo Toulouse. Promovido em 1990, ele estreou pelo time profissional em 21 de setembro de 1991, contra o Nancy. As boas atuações chamaram a atenção do Olympique de Marseille, que o contratou em 1992. E lá, o goleiro francês ja começou conquistando títulos importantes. No mesmo ano, conquistou a Liga Francesa e a Champions League, em cima do Milan. De quebra, Barthez obteve um recorde: foi o goleiro mais jovem a conquistar a Champions, com 22 anos (marca batida só por Iker Casillas, em 2000).
Mas a glória cessou rapidamente para Barthez e o OM. O escândalo de manipulação de resultados na França, arquitetado pelo então presidente do OM Bernard Tapie e descoberto em 1994, colocou o time de Marselha na segunda divisão da Liga Francesa e fora das competições européias. Mesmo assim, Barthez permaneceu no OM, apesar de ter recebido diversas propostas de outros clubes franceses. E jogou na segunda divisão até a temporada 1994-95, quando se transferiu para o Monaco. Mas antes de se transferir para o Principado, ele já havia feito sua estréia pela seleção francesa, contra a Austrália. Mal sabia que no futuro, ele se tornaria um dos maiores vencedores pelos Bleus.
Em Monaco, Barthez conquistou duas Ligas Francesas (97 e 2000) e se firmou para defender a meta francesa pela seleção. Chegou em boa forma para a Copa de 1998, na França. E foi um dos responsáveis pelo primeiro título mundial da França, conquistado sobre o Brasil. Barthez sofreu apenas dois gols durante o Mundial, sendo eleito o melhor goleiro da competição.
Na Eurocopa de 2000, atingiu o auge, juntamente com os Bleus, quando conquistou a competição européia. Era a primeira vez, desde a Alemanha Ocidental de 1974, que uma seleção conquistava a Copa e a Euro consecutivamente.
E as boas atuações de Barthez chamaram a atenção do Manchester United, que contratou o arqueiro, em 2000. E logo de cara, o francês conquistou a Premier League 2000-01, com ótimas atuações, conquistando o carinho e respeito dos torcedores do ManU. Mas o inferno astral de Barthez começou na temporada 2001-02, quando algumas de suas "gracinhas" costumeiras começaram a dar errado, rendendo-lhe falhas que afastaram os Red Devils do título. E o martírio durou até 2003, quando Alex Ferguson, técnico da equipe inglesa, perdeu a paciência. E com a chegada do goleiro americano Tim Howard ao Manchester, Barthez perdeu espaço e foi negociado com o Olympique de Marseille, onde já havia atuado dez anos antes.
Na Copa de 2002, ele e a seleção francesa amargaram a pior campanha de uma equipe campeã mundial: Foram eliminados na primeira fase, sem marcar um gol qualquer.
No regresso à Marselha, Barthez aprontou mais das suas costumeiras cagadas. Depois de uma temporada sem brilho em 2004, Barthez foi suspenso durante seis meses em 2005, por ter cuspido em um árbitro, durante amistoso com o Raja Casablanca. Foi o fato mais marcante de sua segunda passagem pelo OM.
Em sua última grande aparição nos gramados, na Copa de 2006, Barthez não lembrava nem de longe o incontestável goleiro que havia conquistado o Mundial, oito anos antes. Questionado por toda imprensa, que defendia seu compatriota Coupet na meta francesa, o técnico e teimoso Raymond Domenech bancou o camisa 16. E mesmo com Barthez, a França chegou até a final, quando caiu diante da Itália, nos pênaltis.
Depois da Copa, decidiu deixar o OM e desejava encerrar a carreira no clube que o revelou, o Toulouse. Mas as duas partes não chegaram a um acerto. Resignado, Barthez afirmou: "O único clube para o qual eu queria ir não me quis." Terminava ali, a carreira de um dos goleiros mais polêmicos e vitoriosos do futebol atual.
Muitos afirmam que sua melhor fase foi apenas no início da carreira e que depois Barthez foi apenas regular. O cara brigou, cuspiu, mijou em campo. Mas foi mais vitorioso que Platini, para muitos, o melhor jogador que a França ja produziu. Coisas do futebol.

Perfil
Nome: Fabien Alain Barthez
Nascimento: 28 de junho de 1971, em Lavelanet, França
Clubes: Toulouse (1990-1992), Olympique Marseille (1992-1995 e 2003-2006), Monaco (1995-2000) e Manchester United (2000-2003)
Jogos pela seleção: 86
Títulos: 2 Ligas Francesas
2 Ligas Inglesas
1 Liga dos Campeões
1 Copa do Mundo
1 Eurocopa

2.10.06

Futebol bonito x Futebol técnico x Futebol burro


Começarei meu primeiro texto aqui no blog que realmente dá opiniões no futebol com uma idéia que eu já tenho faz um bom tempo. Quando nós olhamos para os gramados brasileiros e lidamos com tantos brucutus e falsos craques, ou seja, jogadores que são bem medianos e acham que jogam muita bola, dá uma tristeza danada.
Não vou nem entrar na questão financeira, marqueteira, toda essa baboseira que está presente no futebol e que faz parte, e por isso nem vou dizer que é uma coisa que acaba com o futebol. Não tem como ir contra todo o “sistema”, e dinheiro é dinheiro, em qualquer lugar. Estou falando da questão técnica mesmo.
Eu acho que se o jogador de futebol pensasse, pelo menos fizesse um esforço, com certeza o nível do futebol seria melhor. É o que acontece nos gramados europeus, com as devidas limitações também. Lá, o problema não é de inteligência, e sim de mecanicidade, com os jogadores executando muito bem os fundamentos, e só isso.
A declaração do francês Henry tem um pouco a ver com o que quero dizer, tirando a parte preconceituosa. Durante a Copa do Mundo, o atacante disse que a razão do sucesso brasileiro no futebol se devia ao fato de que nossos jogadores freqüentavam mais as peladas nos campinhos do que a escola. Ou em outras palavras que o futebol francês (diria o europeu) só não é tão bom porque seus atletas passam mais tempo nas escolas e menos jogando bola. Se realmente fosse isso, os Estados Unidos já teriam ganhado umas 5 Copas, igual o Brasil.
O Brasil tem aquela coisa que não dá pra explicar direito. Talvez a mistura de todas as raças, o negro, o branco, o índio, a malícia e ginga... Sei lá, vários fatores que podem ser mais bem explicados pelos professores doutores dos livros de sociologia. Mas falta pensar.
O que faz um jogador como o Kaká, por exemplo, virar uma grande craque? Aliado ao seu grande talento, sua força física, é um jogador que pensa, sabe o que vai fazer antes de a bola chegar. Nos momentos mais difíceis da partida, não vai ser aquele jogador que vai dar um chutão, cruzar sem olhar para a área, coisas que estamos acostumados a ver. São coisas simples que acabam irritando. Tentem reparar quantos jogadores chegam correndo pela linha de fundo e olham para a área antes de cruzar: aposto meu espaço nesse blog que não vai passar de 10% dos jogadores.
Impedimentos, passes curtos e longos, chutes a gol, posicionamento... Questão de fundamentos mesmo. Sei lá, eu entendo que nem todo mundo seja bom jogador, eu admiro o esforço de muitos que procuram compensar a falta de habilidade com correria, raça, marcação. Mas acho que isso deveria ser a exceção, e não a regra.
É o caso dos jogadores europeus. São excelentes técnicos, marcam bem, atacam bem, mas são “apenas” isso. Jogadores como Ballack, Gerrard e Lampard seriam titulares em quase todos os times do mundo. Mas não encantam. Fazem gols, armam jogadas, defendem, mas não passam de “robôs” tecnicamente muitos bons, admito. Se alguém ficar esperando alguma jogada diferente, um drible, um passe que desconcerte toda a defesa adversária, vai ter que ficar sentado para não cansar. Claro que gostaria de ter um jogador com eles no meu time, isso é óbvio, mas não seria “O” jogador que me levaria aos estádios.
Parece meio utópico, eu sei, mas é triste perceber que muitos jogos são horríveis pela presença quase absoluta desses jogadores brucutus e esforçados. Entre os técnicos europeus e os limitados brasileiros, ainda agradam mais os europeus, com alguns lampejos e brilho dos vários grandes jogadores que jogam por lá (muitos brasileiros, é bom lembrar).
Enfim, para terminar, uma célebre frase de autoria do ex-jogador Mirandinha, do Corinthians. Não sei exatamente as palavras, mas é mais ou menos assim: “Corro tão rápido que não dá tempo pra pensar!”. Falar o que???