26.12.07

Lar doce lar?

Ronaldo e Adriano, em 2006: Será que a dupla voltará a se enfrentar em gramados brasileiros?

No ano da Copa, em 2006, quem imaginaria que a dupla de ataque da Seleção poderia jogar no Brasil? E sem a desculpa de encerrar a carreira por cansar de perambular na Europa? Pois então, dois lados do falecido “quadrado mágico” podem marcar a sua volta para o Brasil. Adriano e Ronaldo poderiam deixar de fazer o dérbi de Milão para se enfrentarem na rivalidade regional entre São Paulo e Flamengo.

Adriano já é realidade no Morumbi. A diretoria tricolor já lhe deu a dez e deposita muita esperança no Imperador, para fazer bonito na Libertadores, principal objetivo do clube no semestre. Para o atacante de 25 anos, um recomeço após uma queda vertiginosa, após ter sido cotado como possível melhor do mundo entre 2004 e 2005, quando atingiu o melhor da sua forma técnica e física na Inter. Mesma Inter para a qual o carioca foi vendido em 2001 e posteriormente foi emprestado para a Fiorentina e para o Parma (onde chamou a atenção dos nerazzurri, ao marcar 23 gols nas duas temporadas pela equipe gialloblu). Após conquistar a Copa América e a Copa das Confederações pela Seleção, chegou muitíssimo bem cotado para a Copa da Alemanha.

Após o fracasso brasileiro na competição máxima do futebol, Adriano teve uma queda brusca na carreira, tanto dentro quanto fora das quatro linhas. Além da escassez de gols – chegou a ficar nove meses sem marcar um gol oficialmente, tabu quebrado em dezembro de 2006 – as baladas extra-campo e os problemas pessoais não deixavam o Imperador reinar como antes. O tratamento no REFFIS tricolor abriu as possibilidades para a Inter fazer Adriano jogar (pois no mar de atacantes que a equipe dispõe hoje, Adriano, nas atuais condições não teria espaço) e para o São Paulo contar com um renomado atacante matador de ofício, já que Dagoberto ainda não atingiu o auge dos tempos de Atlético/PR e Aloísio não é nenhuma referência em gols.

Já o caso de Ronaldo ainda não é concreto. No entanto, as especulações estão ficando mais fortes e o Fenômeno poderia ter chances mais constantes de se recuperar e jogar no Rio de Janeiro, cidade de origem do jogador e da qual ele nunca escondeu que gostaria de voltar. Principalmente para atuar com a camisa do Flamengo. No mesmo ponto de decadência de Adriano – a Copa de 2006 – Ronaldo foi preterido por Nistelrooy no Real Madrid. Veio como esperança ao Milan, onde chegou com pinta de resolver os crônicos problemas de ataque rossoneros. Contusões e tratamentos obscuros fizeram com que Ronaldo pouco atuasse pelo Milan (em apenas 15 jogos desde janeiro de 2007, marcou sete gols).

Mesmo com a negociação de Ronaldo longe de se concretizar, é irônico vê-los numa situação tão incomum no futebol tupiniquim. Atualmente jogadores não precisam nem ser craques consagrados para deixarem o Brasil, como o excelente zagueiro Breno, por exemplo. Contudo, para o futebol brasileiro, é uma vitória ver jogadores como eles voltarem, sem precisar de muletas ou da caridade dos zagueiros adversários para conseguirem jogar decentemente num futebol nacional tão carente de atacantes de qualidade e de nome.

23.12.07

Os opostos se atraem na Champions

No sorteio, o painel mostra os confrontos entre italianos e ingleses, que vivem fases distintas nesta temporada.
As bolinhas já rolaram nos bastidores da UEFA e os oito confrontos da fase final da Champions League já estão definidos. Dois deles, envolvendo clubes ingleses e italianos são os confrontos mais esperados e possuem uma particularidade curiosa: Frente a frente estarão os líderes da Serie A e Premier League contra grandes que não fazem boas ligas locais. Mais do que isso, a boa fase de Arsenal e Inter esbarra na falta de tradicionalidade de ambos na Champions – o Arsenal nunca chegou ao posto mais alto da Europa, enquanto a última conquista da Inter na competição data da longuínqua temporada de 1964/65. Em contrapartida, Milan e Liverpool somam 12 títulos na principal competição de clubes da Europa (sete do Milan e cinco do Liverpool), sendo que ambos se enfrentaram na final da competição em duas das três últimas temporadas. Por isso, o prognóstico é mais dificil. O bom futebol não é o bastante para avançar na fase mata-mata, numa competição como a Champions. É preciso ter tarimba, malicia, conhecer os atalhos. Ingredientes que, com certeza, apimentarão esses duelos Itália X Inglaterra. Ou tradição X bom momento.

Inter X Liverpool

Em 17 jogos do Calcio, a Inter ainda não conheceu a derrota. Lidera com sete pontos sobre a Roma e caminha firme rumo ao bicampeonato Italiano. Mas quando tratamos de Champions, a Inter acumula decepções. Nas últimas três edições, fez boa primeira fase, mas decepcionou nos confrontos eliminatórios, sendo eliminados pelo arqui-rival Milan e pelo Valencia (duas vezes).

O outro lado da moeda mostra o Liverpool, finalista de duas edições apenas nesta década (2005 e 2007). Um time copeiro, malandro e que fez muitos investimentos nesta temporada. No entanto, penou para se classificar na Champions – ficando em segundo lugar no seu grupo – e com uma decepcionante quinta colocação na Premier League. O trabalho de Rafa Benítez já começa a ser contestado me Anfield Road, pois com tantos craques, os Reds simplesmente não decolam.

Milan X Arsenal

Classificado em primeiro, num grupo sem maiores adversários, o Milan também é copeiro. Prova disso é que a equipe milanista é a atual campeão europeu e mundial. Mas a limitada equipe dirigida por Ancelotti tem dificuldades no Calcio. É apenas o 12º (com três jogos a menos) e vem decepcionando. Extremamente dependente de Kaká, os rossoneros terão, mais uma vez, de torcer mais uma vez por boas atuações do brasileiro. Ou não serão páreos para o Arsenal.

Uma das maiores surpresas desta temporada. Assim vem cotado o Arsenal, recheado de jovens e novidades. Tudo muitíssimo bem arquitetado por Wenger. Após a derrota na final de 2005/06 para o fantástico Barcelona, o time de Wenger é muito mais experiente que à epoca da final em Paris. Jogadores como Fabregas, Hleb, Touré, Clichy, Van Persie e Adebayor estão mais experientes e atrevidos. Nem a perda de Henry – maior jogador da era recente do time londrino – foi capaz de abalar a equipe. Ao contrário do Milan velho “Kakazista”, o coletivo e a juventude são as grandes armas dos Gunners, líderes do campeonato inglês com todo o merecimento e com investimentos modestos, perto dos grandes clubes da Inglaterra.

Ainda faltam quase dois meses para estes confrontos tão esperados, mas é inevitável não pensar nas ironias que esse verdadeiro confronto de opostos traz. O que falará mais alto: experiência ou habilidade?

18.12.07

Incontestável

O prêmio de melhor do mundo da FIFA coroou uma temporada quase que perfeita de Kaká

O que vou escrever aqui já foi escrito e reescrito muitas vezes nesse ano, por diversos jornais em muitos idiomas: A escolha de Kaká como melhor atleta de futebol da FIFA era consenso. Mais do que isso, era totalmente incontestável, como não se via há tempos. Não porque eu ache que ele é mais habilidoso que Ronaldinho Gaúcho, Messi, Cristiano Ronaldo ou seja lá quem for. É incontestável por que, além do milanista estar comendo a bola, foi decisivo para que o Milan obtivesse êxito em competições como a Champions League, Supercopa da UEFA e no Mundial de clubes da FIFA. Maior bastião de um elenco mediano/bom, marca gols e serve companheiros com maestria, como poucos jogadores fizeram com excelência ao longo dos últimos anos. E ao contrário de seus concorrentes, ele levou o time nas costas. O suporte a ele foi bem restrito, algo que não ocorre com os elencos de Manchester e Barcelona, numerosos e de qualidade.

Ele apareceu nos momentos em que todo o time estava bem e também chamou a responsabilidade quando foi preciso. E não deixou a desejar, como pudemos ver nos jogos contra Celtic e Manchester United e nas finais recentes contra Liverpool e Boca. Por isso, a premiação coroou um ano perfeito para o brasileiro, que aos poucos vai exercendo uma liderança natural na Seleção, como já acontece no Milan.

Kaká: Corpo, alma e mais um pouco

Artilheiro e melhor jogador da última Champions League, com dez gols. Bola de Ouro da tradicional France Football. Melhor jogador do Mundial de Clubes da FIFA. Principal jogador do Milan e um dos indispensáveis na bagunçada Seleção de Dunga. Esse é Ricardo Izecson dos Santos Leite, eleito como o melhor jogador do mundo em 2007. A alcunha de “melhor do mundo” lhe cai muito bem. Além dos prêmios, que falam por si só, poderemos lembrar de partidas memoráveis que o brasileiro fez, como no truncado jogo da Champions contra o Celtic – onde fez o gol da classificação – e nas semi-finais da mesma competição, onde detonou o favorito Manchester, que à época, jogava o futebol mais vistoso da Europa. Também foi primordial no Mundial, dando passe para Seedorf marcar o gol na semi-final e acabando com o jogo na final contra os argentinos, dando dois passes e marcando gol. O Milan é Kaká e mais dez, para a sorte do técnico Ancelotti. Jogador rápido, cerebral, de ampla visão de jogo, fortes arrancadas e bons chutes, Kaká tem tudo para ganhar esse prêmio mais vezes, a exemplo de Zidane, Ronaldo e Ronaldinho.

Mesmo contestado por muitos, por não ter participado da Copa América, é peça-chave de uma Seleção que ainda espera que o ex-melhor do mundo Ronaldinho corresponda no Brasil. Como Kaká.

Ricardo Izecson dos Santos Leite
Idade: 25
Clube: Milan
Jogos/Gols em 2006/07: 48 jogos, 18 gols
Títulos em 2006/2007: Champions League, Supercopa da UEFA, Mundial de Clubes FIFA

Messi: No caminho certo

Lionel Messi é uma jóia a ser lapidada. Jogador arisco, de visão de jogo apurada e dribles mortais, o argentino vem crescendo de produção tanto no Barcelona quanto na seleção argentina. Mas penso que a escolha dele como segundo melhor do mundo não foi tão justa. Veio de um ano mediano, assim como todo o Barcelona de 2006. Mas em 2007, alem de excelentes partidas com a camisa blaugrana, vem realizando excelentes apresentações com a sua seleção. Muitos dizem que já não é Ronaldinho o jogador mais importante do Barcelona.

Lionel Andrés Messi
Idade: 20
Clube: Barcelona
Jogos/Gols na temporada: 36 jogos, 17 gols.
Títulos em 2006/2007: Nenhum

Cristiano Ronaldo: Ainda falta um pouco...

Jogador de habilidade incomum. As vezes, sua habilidade é tanta que pode soar como um deboche ao adversário. Este é Cristiano Ronaldo, que vem crescendo de produção aos poucos, cravando seu espaço, tanto no Manchester como na seleção Lusa. Parece-lhe faltar um pouco de maturidade na hora da decisão, mas trata-se de um jogador fora-de-série. No duelo contra Kaká na última Champions, ficou devendo. Mas foi imprescindível, ao lado de Rooney, na conquista do Campeonato Inglês. Foram 17 gols na temporada e a certeza que pode vir muito mais por aí. Falta pouco. Ainda acho que deveria ser eleito em segundo.

Cristiano Ronaldo dos Santos Aveiro
Idade: 22
Clube: Manchester United
Gols em 2006/07: 53 jogos, 23 gols
Títulos em 2006/07: Campeonato Inglês

Na enquete promovida pelo Opinião FC, Kaká também é incontestável: 64 % dos visitantes o elegeram como o melhor. O português Cristiano Ronaldo ficou no segundo posto, com 31 % da preferência. Messi fechou a enquete com 5% dos votos.

16.12.07

Um para o outro?

"Squadra Inglesa": Primeiro desafio de Capello com seleções

Um dos cargos mais cobiçados do mundo do futebol foi novamente ocupado neste última semana: Fábio Capello assumiu o cargo do English Team. O currículo do allenatore italiano o torna altamente capacitado para o desafio. Foi campeão por onde passou - títulos italianos por Milan, Juventus e Roma, espanhol pelo Real Madrid e campeão europeu pelo Milan - mas nem isso faz com que seu nome se torne um consenso no futebol inglês. As principais resitências ao italiano são personalidades do futebol inglês, tais como os técnicos Harry Redknapp (Portsmouth), Gareth Southgate (Middlesbrough) e o ex-jogador da seleção, Paul Ince. Inclusive, Redknapp foi categórico ao diário lusitano Record: "Eles [Federação Inglesa] não precisam de Jurgen Klinsmann ou Fabio Capello. Futebol é gestão de jogadores. Para ser treinador de Inglaterra não é necessário ser-se grande treinador, tem é de se saber gerir."

Mas a entressafra de técnicos ingleses é evidente. Além do fracasso de Steve McClaren, que custou a Eurocopa 2008 a Inglaterra, os treinadores dos principais clubes do país são estrangeiros: Alex Ferguson (Manchester United, escocês), Arsène Wenger (Arsenal, francês), Rafa Benitez (Liverpool, espanhol) e Avram Grant (Chelsea, israelense). Escolhido entre outros nomes estrangeiros - como Mourinho e Hiddink - Capello terá muito trabalho pela frente. Tem a missão de reerguer um gigante ferido e vencer a desconfiança de muitos ingleses e da exigente imprensa britânica.

Penso que Capello tenha condições de fazer sucesso na Inglaterra. Conta com jogadores que podem se adaptar ao seu estilo característico de jogodas equipes que treinou, onde ele forma uma equipe bem compacta, de defesa forte e meio-campistas versáteis. Jogadores como Lampard e Gerrard serão imprescindíveis nesse início de jornada. Marcam, chegam ao ataque com excelência e chutam bem de fora da área. Na frente, Wayne Rooney é referência. Atrás, Ferdinand e Terry são o início dessa espinha dorsal. A excessão de um bom goleiro, talvez a renovação na equipe não seja tão profunda num primeiro momento, até porque Capello deve sentir o que tem primeiro, já que a base não é ruim. A maior mudança será realmente na forma de jogar e na postura do time.

Como no Real, onde Capello enfrentou resitências de diversos lados e foi campeão, o caminho será árduo. Mas o treinador italiano pode consegiur nesse último desafio (segundo ele mesmo) algo que lhe falta na carreira de treinador vencedor que construiu: um êxito com seleções nacionais. Por outro lado, a Inglaterra precisa ganhar um título de expressão a médio prazo, pois hoje figura como grande apenas pela tradição e não pelos resultados recentes no futebol. Seria este o casamento perfeito?

10.12.07

Bravo, Pippo!

Contra o Celtic, o predestinado Inzaghi comemora o 63º gol em competições européias, o que lhe valeu o posto de maior artilheiro em torneios da UEFA.

Não se trata de um jogador trombador, de muita força física. Mas seu tipo físico, apesar de seus 1,81m não favorece todo o esplendor de velocidade e habilidade nata. Mas então, como um jogador que não tem biotipo de matador e nem é um primor da habilidade e velocidade pode chegar à marca de maior artilheiro de competições européias de todos os tempos, superando o lendário artilheiro alemão Gerd Muller? Essa incógnita é Filippo Inzaghi, o Superpippo (Super Pateta, em italiano).

Muitos brincam dizendo que é o atacante que mais fica em impedimento no futebol mundial, mas seus feitos não podem ser ignorados. Qual milanista não lembra de sua doppietta na final da Champions League 2006/07? Mesmo com Kaká sendo o artilheiro e melhor jogador da principal competição européia, o brasileiro ficou em segundo plano naquela final. O faro de gol de Pippo é muitíssimo bem apurado. Prova disso é a bola desviada involuntariamente nele, no primeiro gol daquela final.


No auge de seus 34 anos, vem sendo o atacante de ofício mais eficiente da esquadra rossonera dos últimos anos, tanto pela incompetência de Gilardino quanto pelas seguidas contusões de Ronaldo. E ultimamente, quando Kaká não resolve ou Seedorf não é eficiente, Pippo entra em cena. Como diz o grande marco Van Basten: “Atualmente ele não pode jogar o futebol em sua plenitude. Ele só está sempre no lugar certo”.

Iniciou a carreira no Piacenza, time da cidade onde nasceu. Sem muitas oportunidades na equipe da cidade-natal, ele foi jogar a Série C italiana pela Albinoleffe, onde conseguiu ser um dos destaques da equipe, em 1993. Foi emprestado para o Verona - que na época jogava a Série B – onde fez excelente campeonato após marcar 13 gols em 36 partidas, o que lhe garantiu a possibilidade de atuar novamente pelo Piacenza. De volta a sua cidade-natal, Inzaghi continuou balançando as redes: 15 gols em 37 jogos pelos piacentini. Tantos gols não tardariam para que Pippo começasse a fazer história dentro da Itália, Europa, e depois, do mundo.

Contratado pelo Parma, o atacante marcaria lá o seu primeiro gol dos 127 gols que contabiliza pela Série A (até 09/12), contra o Piacenza, além do primeiro gol em competições européias em setembro de 95, contra os albaneses do Teuta. Mal sabia Pippo que aquele seria o primeiro de uma série que o levaria ao atual recorde de gols em torneios europeus.

Após sua primeira contusão grave no pé (numa pelada com os amigos), Inzaghi acabou perdendo espaço no Parma. E seu destino foi a Atalanta de Bérgamo, onde seria, pela primeira – e única vez até aqui – artilheiro do Calcio, com 24 gols. E de lá, caminharia para sua experiência em um grande clube italiano: na Vecchia Signora, a Juventus.

Estupenda primeira temporada no elenco bianconero. Foram 27 gols em 46 jogos, um scudetto italiano e a Supercopa da Itália. Melhor, só se a Juve não tivesse perdido a final da Champions daquela temporada para o Real Madrid de Mijatovic, autor do gol triunfal. Mas aquela temporada de 1996/97 mostraria o belíssimo entrosamento da dupla Inzaghi-Del Piero, decisiva para os triunfos da Juve na época. Nas quatro temporadas em que esteve entre os bianconeri, balançou as redes por 89 vezes. E muitos consideram aquela época o seu auge técnico e físico, por conta de algumas lesões que limitaram algumas de suas ações no Milan, que posteriormente o contratou numa transação que envolveu o volante Cristian Zenoni.

Se por um lado, as contusões não deixaram Inzaghi ser o matador de outrora, no Milan ele teve a sua época mais vencedora. Mas o início não foi fácil. Mesmo sendo importante no elenco campeão europeu de 2002/2003, Inzaghi foi deveras azarado: contundiu as costas, joelho, cotovelo e o tornozelo.

Sua redenção veio na finalíssima da Champions League de 2006/07. O Milan estava engasgado com o Liverpool por conta da final de Istambul, duas temporadas antes. E o predestinado para vingar os rossoneri só poderia ser ele. A bola o “encontrou” após a cobrança de falta de Pirlo. E depois, Pippo se posicionou bem ao receber passe açucarado de Kaká para marcar o gol do título.

A maneira como ele vibra após os gols impressiona. Toda a habilidade que lhe falta em alguns momentos ele compensa com o coração, a raça. Não há bola perdida. E, principalmente após o retorno da série de contusões que lhe acometeu, parece-me que cada gol comemorado é o último, tamanha a intensidade e a emoção que sua expressão nos passa.

Ao marcar o gol contra o Celtic, nesta semana, Pippo garantiu seu lugar na história. O 63º gol de sua carreira em competições européias deu o lugar na história do futebol europeu a um jogador muito esforçado. E que esforço!

Pela Azzurra, participou de três Copas (1998, 2002 e 2006). Fez parte do elenco campeão na Copa da Alemanha, deixando sua marca na fase de classificação, contra os tchecos. Ainda se sagrou campeão europeu sub-21, em 1994.

Podem falar o que quiser dele. Mas é inegável dizer que Pippo é predestinado e tem cheiro de gol.

9.12.07

Corta a cabeça dele, corta a cabeça dele...

Neste término de temporada nacional as equipes tupiniquins especializaram-se em fazer várias contratações. Atletas? Não. Treinadores...

A decapitação iniciou-se no recém-rebaixado Corinthians. Após um 2007 terrível em que várias uma faxina geral em seu departamento técnico, trazendo nomes promissores como o de Antônio Carlos ou renomados (caso de Joaquim Grava). confusões e crises internas culminaram com o vexaminoso, porém esperado, descenso alvinegro, a nova diretoria parece ter aprendido. O time do Parque São Jorge fez boas compras.

No banco de reservas, ótima troca. Sai o contestado Nelsinho Baptista, técnico de 2ª mão que muito contribuiu para este insucesso (já que deixou o time muito vulnerável, com um fraco sistema ofensivo que oferecia pouca diversidade de jogadas) para a entrada do vitorioso Mano Menezes, técnico que recolocou o Grêmio entre os principais esquadrões do país. Na atual conjuntura, não havia nome melhor.

Já o Palmeiras, clube que nem se encontra numa situação tão ruim assim, também seguiu os mesmos passos do arqui-rival e demitiu Caio Júnior. Apesar de Caio ser um bom treinador, o acúmulo de maus resultados em momentos cruciais fez com que seu relacionamento ficasse desgastado. Além disso, pesou a falta de experiência do técnico, que cometeu vários deslizes e que ainda não é um exímio escalador.

O fracasso na tentativa de conquistar uma das quatro vagas para a Copa Libertadores de 2008 foi a gota suficiente para derramar toda a água do balde. Mesmo assim, concordo com o torcedor quando ele diz que de nada adianta demitir Caio Júnior para trazer Dorival Júnior, ex-São Caetano e Cruzeiro. Ambos inexperientes...

Se a saída de Caio foi boa para o Verdão, esta decapitação foi ainda melhor para o Goiás. Sob a batuta do treinador deve galgar melhores dias em 2008 para reencontrar o caminho das vitórias e conseguir brigar, ao menos, por uma vaga na Sul-Americana.

Engana-se quem pensa que a dança das cadeiras só ocorre em São Paulo. No Rio de Janeiro, o Vasco surpreendeu todo mundo e decidiu efetivar Romário como o mais novo treinador-atacante da equipe durante toda a Taça Guanabara, no mínimo. Se vai dar certo ou não, eu não sei, mas certamente é uma grande homenagem ao Baixinho. E convenhamos: ser melhor do que Valdir Espinosa não é muito difícil...

Minas Gerais vive um momento de trocas. Na impossibilidade de fechar com Leão, que pediu um salário muito alto, o Atlético Mineiro foi inteligente e trouxe do Sport o regular Geninho, que pode não ser brilhante, mas que dificilmente deixa a desejar. Enquanto isso, o Cruzeiro vacilou, trocou seis por quatro.

Até entendo quando os diretores pensam que Dorival Júnior não tem a qualidade suficiente para comandar a Raposa na Libertadores, mas Adílson Batista assusta-me. Nunca vi ele realizar nada de excepcional em todos os clubes que passou. Tomara que eu esteja errado, mas Adílson é treinador de time pequeno, no máximo mediano.

E ainda vem mais por aí. Wanderley Luxemburgo não dá mostras de estar muito contente no Santos. O próprio Dorival, apesar de sua preferência pelo Palmeiras, também está sem clube. Será que ainda sobram algumas vagas para Leão, Márcio Araújo, Valdir Espinosa e Nelsinho Baptista? Bem, é melhor “os professores” se cuidarem, pois a temporada de caça às cabeças está totalmente aberta...

3.12.07

Herança Maldita

Corinthians cai: Muitos culpados e muito trabalho pela frente.

O ano mais negro da história do Corinthians teve um desfecho mais do que previsível: O descenso para a segunda divisão. O Timão não está pagando este preço alto apenas por ter formado um time limitadíssimo, mesclando jovens promessas a jogadores questionáveis. Está pagando caro por toda a conivência da nebulosa parceria com a MSI.

Culpados? São muitos, começando por Alberto Dualib. O ex-ditador-presidente (apesar de ter conquistado muitos títulos presidindo o clube) jogou todo seu esforço por lama ao dar carta branca para o duvidoso dinheiro procedente da MSI. Esse dinheiro sem pátria comprou todo o time campeão de 2005, mas depois cobrou seus juros após a eliminação da Libertadores de 2006, onde o sonho prometido pelo iraniano Kia Joorabichian de transformar o Corinthians no number one naufragou e as rusgas com os dirigentes do clube começaram a se escancarar. Desde 2006 o clube estava à deriva, mas ainda conseguiu escapar da degola. Mas o Paulistão pífio deste ano, a Copa do Brasil horrorosa e o descenso no Brasileirão foram o chantilly e a cereja neste verdadeiro “bolo de lama”.

A desvalorização do clube como instituição ao transformá-lo em uma grande vitrine de jogadores (vide o caso de Christian, por exemplo), foi por vezes mais humilhante do que ver o Corinthians se arrastando no Brasileirão. O próprio Andrés Sanches, presidente após a queda de Dualib, tem sua parcela de culpa, pois também compactuou com a malfadada parceria. Portanto, ele tem o dever de reestruturar o clube e ajudar a conduzi-lo novamente até a elite do futebol nacional.


Esse atual elenco, apesar da grande limitação, não pode ser execrado. Dentro de seus pouquíssimos recursos, lutaram, correram e se dedicaram, mas não foi possível salvar o alvinegro. Como trunfos desse desastre, estão a descoberta de Felipe, ídolo maior de um time em pedaços, a lapidação de Moradei (que evoluiu bastante no campeonato) e o início de entrosamento da dupla Dentinho-Lulinha, que se bem trabalhada, pode dar muitas alegrias a Fiel. Fiel, que mais uma vez, fez seu papel com esplendor, carregando o time nos braços e incentivando-os até o derradeiro e melancólico fim.

Planejamento: está é a chave para o retorno alvinegro no ano que vem. Contratando bons jogadores, um treinador que conheça a Série B e com firmeza no comando diretivo, o Timão deve se espelhar no passado recente, vendo Palmeiras, Botafogo, Grêmio e Fluminense saírem das trevas em direção à luz, com muito trabalho e no campo. Até a Juventus italiana, que foi punida exemplarmente pelos seus erros, deu a volta por cima e está aí disputando a liderança do Calcio.

As vezes, realmente é preciso apanhar para sentir a dor e a culpa pelos nossos atos.

1.12.07

Fonte Nova, velhos problemas

Principal palco do futebol baiano, o Estádio Octávio Mangabeira (Fonte Nova), construído em 1951, será demolido.

O epísódio ocorrido na Fonte Nova nos mostrou algo comum as autoridades políticas, seja em qualquer esfera da sociedade: O Brasil é o país das medidas paliativas. Foi assim com a crise energética e dos aeroportos. E após a tragédia da Fonte Nova, onde morreram torcedores em decorrência das péssimas condições do estádio, o governo baiano decidiu por demolir o estádio e construir outro no mesmo local.

Mas a tragédia era perfeitamente previsível, pois havia sido feito um estúdio prévio, pelo Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia (Sinaenco), que constatava que o principal estádio baiano era o pior do país, dentre os grandes palcos do futebol brasileiro. Infelizmente, atitudes só são tomadas após a perda de vidas, talvez a única coisa que sensibilize as autoridades.

O Brasil está há sete anos de sediar uma Copa Do Mundo, e na minha concepção, tem amplas condições de fazê-lo, desde que governo e organização caminhem juntos. Sincronizados. E que as obras estruturas dos estádios brasileiros sejam realizadas com urgência. Ou então, se a solução encontrada para os problemas desse tipo é demolir e construir outro no lugar, a construção civil vai ter bastante trabalho...

29.11.07

Aprendendo com os erros?

Breno: Uma das jovens esperanças do Brasil nas Olimpíadas de Pequim

As Olimpíadas de 2008 começam daqui duas semanas. Pelo menos para o Brasil, é óbvio. No dia 9 de novembro, a CBF organiza um amistoso entre a Seleção Sub-23 (formada apenas por atletas que têm idade olímpica) e um Combinado formado pelos destaques, do Campeonato Brasileiro que foram eleitos por jornalistas e profissionais da área esportiva. Clima ameno. Jogo festivo. Início de preparação. Não importa. Se o Brasil realmente quer conquistar o tão sonhado ouro olímpico, todo jogo deve ser encarado como um desafio. A partir de agora, cada atleta que entra em campo tem que se esforçar ao máximo para garantir o seu passaporte à Pequim.
O treinador Dunga já disse que esta lista inicial constituirá a base do seu time e convenhamos, essa declaração causa cala-frios. Dentre os 22 convocados, temos muitas surpresas, como a presença de 5 atletas que disputaram a Segunda Divisão Nacional, casos dos lusos Leonardo e Diogo, do lateral-direito Apodi (Vitória) e a atual dupla formada pelos “queridinhos do campeão Coritiba”: Keirrisson e Pedro Ken. Pior para certas estrelinhas carimbadas que fracassaram no Mundial da categoria Sub-21, no início deste ano. Carlinhos do Santos, William (ex-Corinthians) e Renato Augusto do Flamengo não foram sequer citados.
Na minha visão o time é fraco. Até entendo que Dunga está priorizando atletas que não terão, em um prazo curto, alguma oportunidade de vestir a camisa da Seleção Canarinha, deixando totalmente claro que jogadores Sub-23 que podem atuar na seleção principal não deverão ser convocados pelo time olímpico. Dessa maneira, as ausências de Diego do Werder Bremen, Alex Silva do São Paulo, Rafael Sóbis do Betis e companhia são aceitáveis...
Mesmo assim, os nomes relacionados, deixam a desejar, sobretudo do meio-campo para frente. Não dá para entender porque os tecnicamente limitados cruzeirenses Charles e Ramires foram convocados em detrimento dos tricolores Hernanes e Arouca, por exemplo. Como confiar em Pedro Oldoni ao invés de Guilherme do Cruzeiro? Sidney do Internacional e Luisão do Vasco não são melhores do que a zaga formada por Leo e Leandro Almeida?
Sinto falta de maior bagagem do exterior. Atletas que atuam geralmente em times “B” da Europa, e que não são convocados, poderiam engrossar o caldo de nossa equipe. Jô do CSKA, Rafinha do Schalke 04 e Denílson do Arsenal ajudariam a transmitir um pouco mais de experiência à Seleção. Com tantas incógnitas, Breno, Thiago Neves, Diego Souza e Alexandre Pato deverão formar a espinha dorsal de irretocáveis.
Pelo menos, em um ponto Dunga está certo. Pouco adianta formar uma equipe cheia de destaques e nomes conhecidos, se em campo não há uma unidade que faça este time jogar um bom futebol. Que diga Ricardo Gomes, que há três anos atrás, montou uma equipe escalada com Robinho, Diego, Elano, Daniel Carvalho e sequer chegou nas Olimpíadas...
Mesmo assim, a pressão em torno deste título inédito é enorme. É bom o treinador Dunga não vacilar, pois um novo vexame certamente pode custar-lhe o cargo de técnico da equipe principal.

24.11.07

Futebol só pra inglês ver...

Gerrard, com a tradicional cara de perdedor

A classificação não estava difícil. Bastava apenas empatar em casa, contra uma Croácia já classificada, para garantir a vaga na Eurocopa de 2008, a ser disputada na Áustria junto com a Suíça. Mas não foi o que aconteceu.

O que se viu foi um dos maiores vexames do time da rainha, que com a derrota para os croatas ficou em terceiro lugar no grupo E, um ponto atrás da Rússia (se empatasse em número de pontos, ganhava no saldo de gols). Resultado: queda do técnico Steve McLaren e crise na Inglaterra, único dos grandes a ficar de fora da fase final da Euro.

Muito se fala no rico campeonato inglês, nos grandes craques que desfilam por lá. Dizem até que é o melhor campeonato do mundo. Só se for pra ganhar dinheiro. Mesmo contando com um número cada vez maior de estrangeiros, muitos deles craques, o futebol inglês não evolui. É sempre a mesma coisa.

Se for pegar no papel, o time inglês tem grandes jogadores: Ashley Cole, Terry, Rio Ferdinand, Beckham, Gerrard, Lampard, Owen, Rooney, Joe Cole, Peter Crouch, Owen Hargreaves, Wright-Phillips, entre outros. Mas sempre que a coisa aperta, a Inglaterra não segura o rojão e é eliminada. Foi assim nas duas últimas copas e tem sido há muito tempo para os inventores do futebol.

Talvez seja uma implicância pessoal deste autor do post, mas não consigo imaginar a Inglaterra como um time vencedor. O futebol inglês e feio, é sempre a mesma coisa, não apresenta nada de novo, é sempre as duas linhas de quatro. Aparece por lá um Rooney e ele já é endeusado, considerado craque, quando não passa de um ótimo jogador, nada mais que isso.

No jogo contra a Croácia, o único atacante do time era o grandalhão Crouch, que até fez um bonito gol (Owen e Rooney estavam lesionados). Muito pouco para um time que aspira a alguma coisa. Até o próprio técnico croata, Slaven Bilic, criticou o esquema inglês e disse que ficou fácil jogar com uma equipe com apenas um centroavante. Disse mais: “Acordem. Vocês não perderam por causa de problemas táticos. Nós simplesmente fomos melhores. Eu admiro seus jogadores, mas meu time é muito melhor”, finalizou.

O português Mourinho e o brasileiro Felipão são os mais cotados para a vaga aberta depois da queda de McLaren. Sinceramente não sei se um dos dois, ou quem vier a assumir o abacaxi de se tornar técnico da equipe inglesa (com certeza por muito dinheiro, já que o futebol inglês é tão rico...), vai conseguir mudar alguma coisa.

O Mourinho levou o Chelsea a conquistar títulos, mas não levou a tão sonhada Liga dos Campeões, ou seja, só ganhou alguma coisa jogando contra três times (Manchester, Arsenal e Liverpool). Não sei se Felipão agüentaria a pressão e a imprensa inglesa, muito maior do que a enfrentada no Brasil e em Portugal. É esperar pra ver. Mas meu palpite é que não, pelo menos num futuro próximo, tipo uns 50 anos...

19.11.07

Pausa

Caros leitores e amigos do Opinião FC,

Gostaria de me desculpar por não podermos atualizar o blog com a freqüência que gostaríamos. Época de TCC é dura e o tempo fica escasso por conta dessas e de outras atividades, tanto dentro quanto fora da faculdade. Mas assim que o tempo não apertar tanto (em breve, espero), particularmente, quero voltar a expressar minhas opiniões neste espaço, do qual gosto tanto e que tanta gente boa me fez conhecer no mundo da blogosfera. Em breve, algumas novidades tanto dentro quanto fora do universo do blog!


Um grande abraço a todos que visitam e prestigiam nosso espaço.

12.11.07

Proecsso de canonização no Pq. São Jorge

Felipe defende pênalti que dá mais esperança ao Corinthians para escapar da segundona: A Fiel encontra um novo ídolo

Eu admito que o termo que entitula o post seja bem lugar-comum, mas diante do que está acontecendo embaixo das balizas corinthianas durante os jogos deste Brasileirão, talvez esse seja o termo mais “apropriado”. Como o último bastião de uma defesa pra lá de instável está Luiz Felipe Ventura dos Santos, ou como estão o chamando após a partida de ontem contra o Goiás, o “São Felipe”. O pênalti, defendido por ele em um momento capital do jogo, foi tão comemorado quanto um gol de Finazzi. Ou mesmo de Betão, na quebra do incômodo tabu contra o São Paulo. E a comemoração dele com os jogadores mostrou isso.

Mas a denominação de “santo” (já usada para Marcos, nos tempos áureos de Palmeiras e Seleção Brasileira), com a sua devida analogia, é bem apropriada. Com uma equipe em frangalhos, que aos poucos tenta readquirir uma nova identidade, o goleiro carioca revelado nas categorias de base do Vitória cavou muito mais do que um espaço no gol alvinegro. Felipe preencheu uma lacuna que existia há muitos anos no Corinthians: a o adorado e incontestável camisa 1.

Desde a saída de Ronaldo, 601 jogos pelo clube, o torcedor corinthiano não vibrava tanto ao ver um goleiro com a cara de sua torcida. Ronaldo não era um goleiro brilhante tecnicamente, mas seus gritos, raça e boas defesas o fizeram cair nas graças da Fiel. Conquistou dois Paulistas (95 e 97) uma Copa do Brasil (95) e um Brasileirão (90). Como Felipe, Ronaldo também é de gênio forte, chegando até a cobrar companheiros publicamente por conta de erros.

Digo que a Fiel sentia falta de um goleiro com a cara da torcida pois Dida, excelente goleiro que passou pelo Corinthians (entre 99 e 2000 e 2001 e 2002) era extremamente frio quando atuava. E talvez esse quê de vibração que Dida não possui faz muitos torcedores prefirirem Ronaldo a Dida. Mas outras semelhanças entre Dida e Felipe também acontecem, pois os dois saíram da mesma escola de goleiros: a do Vitória baiano.

Mas a vida de Felipe não foi apenas de êxitos. Até se destacar no Paulistão deste ano, quando parou os Santos nas semifinais, sendo que o time praiano só chegou à final por ter melhor campanha, Felipe sofreu um bocado no Vitória e na Lusa. Quem quiser acompanhar um depoimento de um jogo válido pela Copa do Brasil no qual Felipe, defendendo a camisa do rubro-negro baiano, falhou feio frente ao Baraúnas/RN, é só acompanhar o depoimento de um torcedor que estava vendo o garoto começar, no post de 05/11 do blog da Trivela. Mas o goleiro, que chegou ao Parque São Jorge com seu jeito tímido, calado na hora das entrevistas, foi se soltando fora e dentro de campo. É um dos líderes de um dos piores Corinthians de todos os tempos. Mas mesmo assim, encontra espaço para ser o melhor goleiro deste Brasileirão e o maior ídolo da torcida alvinegra desde a saída de Carlitos Tevez. E tem tudo para ratificar essa condição, já que seu contrato, válido até 2011, pode ser renovado a qualquer momento.

Se o Palmeiras tem (ou teve) São Marcos, o São Paulo tem o “Deus” Rogério Ceni, porque Felipe não pode ser considerado São Felipe? As suas peripécias no campeonato não deixam dúvidas: Felipe é o craque do time, mesmo não sendo o 10. Mas é o 1.

Na enquete do Opinião FC para a escolha do melhor debutante deste Brasileirão, Felipe ganhou apertado do zagueiro-revelação tricolor Breno. O goleiro venceu com 37 %, seguido pelo rival, com 34%. O uruguaio Acosta, destaque do Náutico recebeu 23% dos votos, enquanto o atacante Guilherme do Cruzeiro ficou com 7%. O camisa 10 do Flu, Thiago Neves, recebeu 5% dos votos e fechando a enquete, o boliviano Marcelo Moreno, da Raposa, recebeu 1% da preferência dos internautas. O Opinião FC agradece a todos, chegando a marca de 140 votos na enquete!

9.11.07

A defesa e o melhor ataque (ou vice-versa)

Sentado no sofá e acompanhando o jogo do Barcelona contra o Rangers, válido pela quarta rodada da fase de grupos da Champions League, me admirava o jogo fácil dos catalães, mesmo diante de um time tão fechado e de marcação forte. Se fechavam dois em cima de Ronaldinho, do outro lado estava Messi. Se os dois estavam vigiados de perto pelos marcadores, Henry vinha buscar a bola, ou Iniesta e Xavi vinham de trás, com extrema qualidade no passe e no chute. Puyol e Abidal eram acionados nas laterais a toda hora. Anda fico impressionado com o padrão tático que Rijkaard dá a equipe. E assim como escrevi no post sobre o Manchester United, que está atuando com apenas um volante de ofício e mesmo assim continua triturando seus adversários com muitos gols, continuo me questionando qual a real função do volante no campo de jogo. Encher o time de brucutus é garantia de uma defesa forte e um time cauteloso? A diferença do “e” pelo “é” do título deste post realmente faz muito sentido.

Se analisarmos o Barcelona desse ano, o time tem um quê parecido com o de 2005/06 (imagens: uefa.com), campeão europeu jogando um futebol vistoso e ofensivo. Equipe por equipe, a atual tem um potencial humano e técnico muito maior que a campeã da Europa, da final contra o Arsenal no Stade de France. Valdes é mais experiente e seguro do que há dois anos. Com uma zaga formada pelo experiente Lílian Thuram e o promissor Gabi Milito, vemos a solidez parecida com a retaguarda formada por Rafa Márquez (banco do time atual) e Puyol – que com a entrada dos dois novos zagueiros, é deslocado para a lateral direita, sua posição de origem – enquanto Abidal é mais eficiente na defesa do que seu antecessor, Van Bronckhorst. E para o lugar de Puyol na direita, ainda há o italiano Zambrotta, que também atua na esquerda.

Mas é do meio pra frente que a mudança ganha mais corpo e é mais espantosa, mesmo com a troca de poucas peças. O gás novo na posição de volante é dado pelas atuações de Yayá Toure, Iniesta (novo e inexperiente á época da final de 2005) e Xavi (banco por conta de estar se recuperando de uma grave contusão naquela temporada). O trio marca com eficiência, tendo seu trunfo na saída para o ataque. Passes de qualidade e a atuação como elemento-surpresa quando os homens de frente estiverem marcados (principalmente Iniesta e Xavi). Deco, principal articulador do Barcelona nas últimas duas temporadas, luta por um lugar no time titular de hoje. O tridente Messi-Ronaldinho-Henry é fabuloso. A movimentação intensa da linha de frente, que tem Henry como referência, Messi na direita e Ronaldinho na esquerda, não se fixam apenas a essas faixas de campo. Sempre buscam um ao outro para tabelas, movimentam-se para abrir espaços para o outro, sempre com dribles geniais, passes inesperados e chutes certeiros. Bem diferente de 2005, apesar da proposta tática ser parecida. No entanto, Ronaldinho e Giuly eram mais fixos nos flancos, enquanto Eto’o prendia mais a bola no comando de ataque.

A evolução de jogadores como Iniesta, Messi e Valdés, somada ao surgimento de novos valores, que assim como os citados, também brotam das categorias de base do time blaugrana. Bojan Krkic e Giovani dos Santos entram em um time onde jogar é fácil, mesmo em um time de torcida tão fanática quanto a do Barcelona. A base forte ao lado de contratações precisas às necessidades da equipe – casos de Abidal, Milito e Henry – dão ao Barca o rótulo de um dos favoritos a levantar novamente o caneco da Champions League. E novamente dando show de posicionamento tático e de técnica de seus jogadores. Prova disso é o desempenho da equipe até aqui. Vice-líder da Liga Espanhola (apenas um ponto atrás do inconstante Real Madrid), possui a melhor defesa da competição (oito gols sofridos) e o segundo melhor ataque (23 gols marcados). Na Champions, oito gols marcados, nenhum sofrido e a liderança do Grupo E, de times chatos na marcação e na defesa, como o Glasgow Rangers e o Lyon.

Os volantes não precisam se amontoar para fazer volume à frente de uma defesa, por mais fragilizada que ela seja. Imagino se Rijkaard fosse técnico do Brasil, que lhe daria tantas opções para fazer algo parecido no Barcelona. Elano, Richalyson, Josué, Mineiro, Hernanes, Marcelo Mattos, entre outros. Não coloca-los juntos, mas de modo que eles possam auxiliar com eficiência aos manjados Kaká e Ronaldinho, sempre muitíssimo bem vigiados. Para que burocratizar, se podemos fazê-los ter mais dor de cabeça? Será que um dia verei isso dentro da seleção? A mesma seleção do “invisível” Liédson, que nunca é sequer cogitado para defender a amarelinha?

4.11.07

Decisão às avessas

"Decisão" no Serra Dourada: perder, nem pensar.

Quem disse que o Brasileirão acabou quando o São Paulo conquistou a taça, após o jogo contra o América/RN? Além da briga feroz pelas vagas na Libertadores, o clichê ganha corpo no jogo do próximo domingo entre Goiás e Corinthians, decisivo para as pretensões das duas equipes em permanecer na Série A no ano que vem. Quem perder dá um grande passo em direção a segundona. O retrato da partida é desastroso: duas equipes em frangalhos, que não conseguem se acertar em campo e vivem torcendo por tropeços dos adversários para continuarem respirando. Ambos possuem hiperdependência em um jogador da equipe e fazem campanhas pífias. Um empate pode abraçar as duas equipes na zona de rebaixamento em caso de êxito do Paraná diante do Botafogo, no Engenhão. Para os corintianos, um alento. No jogo do primeiro turno, após dez jogos sem vitória, o Corinthians bateu o Goiás pelo placar mínimo. Quem será o "menos pior" nessa decisão às avessas?

O Goiás vem descendo a ladeira desde que Márcio Araújo assumiu o comando da equipe esmeraldina. Com um aproveitamento de apenas 33,3%, o técnico pegou a equipe do planalto brigando pela Sul-Americana e agora luta pra sair da zona de rebaixamento. Com apenas uma vitória nos últimos seis jogos em casa, a equipe tem graves problemas na defesa e no comando de ataque. Tanto que o artilheiro da equipe é o polivalente Paulo Baier, que assumiu a 10 e a tarja de capitão, fazendo o Goiás respirar com seus 12 gols no Brasilierão. Além dele, o bom goleiro Harley também é destaque, mesmo com a vazada defesa da equipe, a qual sofreu 14 gols nos últimos cinco jogos.

Mas se depender do ataque do Timão, o Goiás não tem com o que se preocupar. O Corinthians é o terceiro pior ataque do Brasileirão, com 38 gols em 35 jogos. Esse é um dos problemas mais crônicos da equipe. Não especificamente o comando de ataque, com o limitado e eficiente Finazzi, 13 gols. Mas com a ligação entre a defesa e o ataque, a qual melhorou sensivelmente com as entradas de Dentinho e Lulinha na equipe de Nelsinho Bastista. A defesa vem se exibindo com incostância e nervosismo, com gols crassos sofridos nos jogos contra Flamengo e Atlético/PR. Falhas primárias de marcação e de posicionamento arrepiam o torcedor alvinegro, mesmo com a equipe atuando com três zagueiros e dois volantes. Além de Finazzi, que vem marcando gols importantes (marcou nos últimos três jogos) e ótimas atuações do goleiro Felipe, o volante Moradei vem crescendo de produção, com uma marcação forte e melhorando a saída de bola para o ataque.

Como dito acima, empate nem pensar. Além do Paraná fungando no cangote das duas equipes, o Náutico, um ponto acima na tabela, encara o América em casa. Ou seja, a água pode bater no pescoço de esmeraldinos e alvinegros em caso de um resultado negativo. "Decisão", meus caros. Mesmo em uma situação ingrata como essa.

3.11.07

Sopro de Esperança - Olheiros.net

Amigos e visitantes do Opinião FC! Convido-os para conhecer um novo projeto, o site Olheiros. Com uma proposta inovadora para um veículo midiático que aborda futebol - o do olhar analítico sobre as revelações saídas das diversas categorias de base - o Olheiros nasce também com o intuito de revelar novas cabeças no universo do jornalismo esportivo. Este blogueiro e aspirante a jornalista tem a honra de ser um dos colaboradores do site, que ainda tem como editores Dassler Marques e Marcus Alves, além de um corpo de colunistas fixos. Abaixo, segue parte do primeiro texto que redigi para o site, feito em parceria com Dassler Marques, sobre os feitos dos garotos iraquianos, quarto lugar em Atenas e campeões da Copa da Ásia de seleções.

Sopro de Esperança

A tradição esportiva do Iraque, tal qual de todas as nações do Oriente Médio, é bastante modesta. Com apenas uma única medalha – e de bronze – na história dos Jogos Olímpicos, o país pôde ansiar algo maior, 47 anos após sua principal façanha olímpica, em Roma-1960. Entre os quatro finalistas em Atenas-04, a seleção masculina sub-23 não conseguiu, incrivelmente, subir ao pódio pela segunda vez da história – acabou em quarto lugar. Mas, formou uma espinha de jovens jogadores que, três anos depois, daria o inédito e expressivo título da Copa da Ásia ao sofrido povo iraquiano.

Trajetória olímpica

Os iraquianos chegaram à última rodada do Pré-Olímpico Asiático no terceiro lugar do Grupo C, com seis pontos. Situação, àquele momento, idêntica à da Arábia Saudita. Omã liderava a chave (8 pontos) com o Kuwait logo atrás (7 pontos). Portanto, o Iraque precisava vencer os sauditas jogando “em casa” (já que não podiam atuar em seu território, por medidas de segurança) e torcer por um empate entre Omã e Kuwait. Neste dia, claramente, Alá estava olhando pelos iraquianos. A vitória de 3-1 sobre a tradicional Arábia Saudita e o empate em 0-0, de Omã com Kuwait, foi o estopim para uma festa no país, recém-invadido pelas forças de coalizão lideradas pelos EUA.

Em Atenas, os ‘Leões da Mesopotâmia’ chegaram como uma das dezesseis postulantes ao pódio. Na batalha, estavam países fortes como Argentina, Portugal, Itália, Sérvia e Montenegro, Gana e Paraguai. A classificação, garantida de forma improvável, deu aos iraquianos apenas a quarta possibilidade de jogar o torneio olímpico de futebol em toda a história. E os garotos sub-23, reforçados por apenas dois nomes acima da idade prevista - Razzaq Farhan e Abdul-Wahad Abu -, aproveitaram bem a chance. A chave inicial dos Jogos Olímpicos, não era simples, teoricamente. Mas, Costa Rica e Marrocos, claro, não poderiam representar uma impossibilidade. Portugal, contando com ninguém menos que Cristiano Ronaldo, era o cabeça-de-chave e favorito em teoria. Quando a bola rolou, o imponderável fez das suas.Com gols de Emad Mohammed, Hawar Mulla, Younis Mahmoud e Saleh Sader, os iraquianos bateram Portugal por 4-2, abrindo sua participação nos Jogos de forma incrível. Feito isso, Hawar Mulla e Mahdi Karim, contra Costa Rica, com um 2-0, confirmaram a heróica classificação dos ‘Leões da Mesopotâmia’ – apenas a segunda em todos os tempos. Mesmo batidos pela Costa Rica, por 2-1 (gol de Saleh Sader), o Iraque acabava o grupo D na ponta.

Emad Mohammed, autor do primeiro gol iraquiano nos Jogos, fez também na vitória por 1-0 diante da Austrália, responsável pela vaga nas semifinais. Após sofrer três gols dos paraguaios, posteriormente vice-campeões, o Iraque diminuiu, com Razzaq Farhan. Insuficiente, porém, para brigar pelo ouro. A luta pelo bronze, entretanto, morreu nos pés de Alberto Gilardino. Hoje no Milan, ele fez o gol que freou o ímpeto do Iraque, fadado ao quarto, porém honroso, lugar nos Jogos de Atenas. Mais importante que qualquer resultado, evidentemente, foi a projeção que pôde se fazer de uma série de jovens promissores com menos de 23 anos. Três anos mais tarde, sob enorme influência do treinador Jorvan Vieira, onze dos dezoito nomes presentes em Atenas, deram ao país aquela que foi, provavelmente, sua maior façanha esportiva em todos os tempos: o título da Copa da Ásia.


2.11.07

Nada é por acaso!!

São Paulo comemora o Pentacampeonato Brasileiro

Nada ocorre por acaso. Essa frase pode parecer piegas porém é uma máxima que pode ser usada tanto no trabalho, como em casa, ou seja, pra vida toda. No esporte não é diferente. Aquele que se dedica mais, consegue atingir seu objetivo. Aqueles que planejam, obtém sucesso. Os que erram e se omitem, acabam pagando caro no final.

O pentacampeonato brasileiro conquistado esta semana pelo São Paulo permite constatar que boa administração, planejamento e competência são coroados através de títulos e reconhecimento. Com uma das melhores estruturas físicas das Américas, o clube conta com um centro de treinamento que esta entre os mais modernos do mundo, o qual vários atletas que jogam no exterior procuram para se tratar; mesmo com as sucessões presidências, a filosofia de trabalho mantém um linha muito definida e “pé no chão”, o que dá suporte para os profissionais envolvidos no suporte técnico e administrativo consigam desenvolver seus trabalhos com segurança através de salários em dia e dinheiro em caixa.

Rogério Ceni não é um exímio batedor de faltas porque tem o pé anatomicamente perfeito; treina cobranças cerca de duas horas todos os dias. Richarlyson não corre o campo todo porque seu pulmão é maior que o dos demais; seu acompanhamento médico e sua dedicação intensa nos treinamentos físicos dão maior resistência ao jogador. O mesmo ocorre com a comissão técnica que antevê os problemas para buscar soluções.

Quando questionado por um repórter sobre ter tido sorte em encontrar um meia como Hernandes para substituir Mineiro, o técnico Muricy Ramalho ironizou:” Deve ter sido sorte mesmo! Eu costumo vir ao CT apenas pra brincar”. O jogador, contratado junto ao Santo André, chegou ao São Paulo como centro-avante, já havia sido lateral e durante a pré-temporada Muricy o improvisou como 2º volante. Em três amistosos ele se destacou e durante a excursão para a Índia fez cinco ótimas partidas nessa posição. O trabalho do treinador passou a ser de posicionar o jogador de forma a fazer seu futebol render ao máximo. Não caiu do céu um meia habilidoso, ele foi moldado.

Desde que começou a ser disputado através de pontos corridos,o Campeonato Brasileiro passou a premiar os clubes que melhor se estruturaram, que mantiveram suas comissões técnicas por mais tempo, pois em uma competição com 38 rodadas, o acaso não leva vantagem como nas decisões por mata-mata.

Se por um lado a administração competente colhe os frutos de seu trabalho, as campanhas pífias de alguns clubes são reflexo direto do “efeito cascata”. O Corínthians por exemplo, envolvido com escândalo de corrupção interna e lavagem de dinheiro da MSI, sofre dentro de campo para conseguir escapar do rebaixamento, porém é notório que isso é resultado do mau direcionamento feito pela direção e a parceria feita às escuras no Parque São Jorge. Seu time não é nem sombra das equipes vitoriosas do final dos anos 90 e o eterno sonho do torcedor de ver seu clube construir um estádio próprio fica cada vez mais longe por causa das dívidas adquiridas pela incompetência de vários dirigentes, isso se ainda não tiver que amargar a disputa da série B no ano que vem. É por isso que o ditado nunca sai de moda: Nada é por acaso!

31.10.07

Noite de festa no Morumbi

Como já era previsto o São Paulo pode e deve se sagrar campeão hoje no Morumbi contra o rebaixado América. Nada mais justo que coroar um bom planejamento com o quinto título brasileiro. Foi se Mineiro e Josué, mas apareceram Hernanes e Richarlyson. O torcedor tricolor ainda pode sentir falta do uruguaio Lugano, mas o garoto Breno não deixa nada a desejar. Aliás, deve ser a revelação deste campeonato nacional.

Outro que está se revelando um ótimo conquistador de títulos é o bravo e competente Muricy Ramalho. Para falar bem verdade ele já poderia estar faturando seu terceiro título nacional se não acontecesse aquele escândalo com a arbitragem em 2005, que prejudicou o Internacional, time dirigido por ele na época.

E estou aqui destacando o trabalho do Muricy principalmente pela matéria que eu li hoje na Folha com o zagueiro Breno, que destacou o temperamento do treinador: “Ele é muito sério e dá muitas broncas”. Isso me fez lembrar um filme que assisti há um tempo atrás, Duelo de Titãs, em que o treinador (Denzel Washington) regia com mãos de ferro uma equipe de futebol americano. Aqui não é diferente, pois o Muricy vitorioso conseguiu transformar uma equipe sem grandes medalhões em aguerridos jogadores. Quem vê o São Paulo jogando pode observar que a marcação começa com Aloísio, Borges e companhia e vai terminar com as orientações de Rogério Ceni. Quando é para atacar os volantes não se fazem de rogado. Hernanes e Richarlyson são ótimas opções no ataque. O conjunto funciona, a equipe vence.

O interessante é que se conquistar o título com quatro rodadas de antecedência o tricolor paulista já começa a se planejar para a próxima temporada, ou seja, já estara um passo na frente de seus adversários.

O restante do campeonato vai ser emocionante até a última rodada, contrariando os defensores do mata-mata. Alerta máxima para a equipe corintiana, que tem cinco finais consecutivas para se livrar do rebaixamento. E a briga acirrada de Santos, Palmeiras, Cruzeiro, Grêmio e Flamengo para as três vagas restantes para a Taça Libertadores da América.