30.5.08

San-São careca?

São Paulo e Santos tinham tudo para fazer uma das semifinais da Copa Libertadores da América deste ano. Tinham. Enfrentavam adversários que além de serem teoricamente mais fracos, também tinham menor experiência internacional. O improvável, porém, aconteceu e Fluminense e América do México eliminaram os paulistas do torneio.

Atualmente São Paulo e Santos estão totalmente abalados. Um claro exemplo disto foi o empate do Tricolor com o Coritiba pela 3ª rodada do Brasileirão, em pleno Morumbi. Parece que o time ainda não conseguiu assimilar a desclassificação na copa continental, tomando um gol a um minuto do fim.

É bem verdade que, em campo, o São Paulo ainda não apresentou a mesma eficiência do ano passado. Os novos reforços não convenceram e alguns nomes como Richarlyson, apresentam um futebol irreconhecível. Até mesmo o veterano Rogério Ceni está longe de ser o mesmo poço de confiança de outrora.

Para piorar, Adriano, principal arma do técnico Muricy durante todo o ano, vai embora e não há previsões de um substituto no seu lugar. Assim como em 2007, há fortes rumores de que Muricy Ramalho pode ser demitido caso a equipe não se reerga rapidamente. Uma derrota para o Santos poderia acelerar este processo.

Pelos lados do litoral sul, o clima também não está bom. Após a goleada sofrida diante do Cruzeiro, a pressão interna dos dirigentes aumentou e o ex-treinador Émerson Leão não resistiu, preferindo demitir-se.

Até agora o Peixe não conseguiu manter uma campanha regular. Fez ótimos jogos quando dominou as ações do adversário e comandou a partida como quis. Mas também fez péssimos jogos dos quais é melhor esquecer. Normalmente é um time de extremos. Sufoca seu adversário na Vila Belmiro e acanha-se quando é visitante.

Outro problema enfrentado pelo antigo treinador era a má qualidade técnica da equipe, uma vez que o Peixe não tem peças de reposição à altura de seus titulares. Assim, quando o inconstante Molina some ou quando o frágil sistema defensivo falha, não há reservas que possam modificar o panorama tático da equipe.

Este é o panorama do clássico deste domingo, que pode trazer tragédias ainda maiores ao time que for derrotado. O tradicional San-São perdeu a força. Está mais para um Sansão careca.

29.5.08

A volta do Timão?

Ontem vi um jogo brigado, corrido e com muita vontade entre Corinthians e Botafogo, como uma semifinal realmente deve ser. O Corinthians está na final da Copa do Brasil, voltou a mostrar que é competitivo e tem todas as chances de voltar à Libertadores em 2009. Pode ser que nem o mais otimista torcedor corintiano esperasse uma ascensão tão rápida, mas o time realmente mostra que tem conteúdo e, o mais importante, vontade de vencer.

No papel o time do Parque São Jorge não tem grandes estrelas, mas a força de vontade está superando as deficiências técnica. Continuo achando que o argentino Herrera não é um excelente jogador, mas o que o rapaz tem de raça e determinação falta a muitos atletas profissionais que enxameiam o futebol. O uruguaio Acosta foi apresentado à camisa 25 e parece ter feito as pazes com a torcida, já o arqueiro Felipe continua passando segurança para o sistema defensivo. Mano Menezes conseguiu encontrar em meio às ruínas de uma equipe rebaixada algumas peças fundamentais para a reestruturação da equipe, como é o caso do atacante Dentinho e do esforçado Nilton.

Pela frente os comandados de Mano têm o Sport de Nelsinho Baptista, técnico que no ano passado caiu com o Corinthians para a segundona do Brasileiro. Curiosidades à parte, a equipe pernambucana é um adversário de respeito e eliminou nada menos que Palmeiras, Internacional e Vasco na sua trajetória até chegar à decisão.

Lógico que a euforia pelos lados do Corinthians é grande, pois o time, além da possibilidade de vencer a Copa do Brasil, poderá disputar a Libertadores – um título inédito para o Alvinegro paulista. No entanto, o corintiano tem que estabelecer uma meta mais importante, ou seja, a volta do time para a primeira divisão do campeonato nacional. A equipe começou no caminho certo, mas não deve se descuidar em nenhum momento. Não seria de bom tom ter o time campeão da Copa do Brasil, competindo no torneio sul-americano e ao mesmo tempo amargando um segundo ano na divisão de acesso.

27.5.08

Boca de sete-cabeças?

Todo mundo no Brasil que gosta de futebol, luta com unhas e dentes (no bom sentido, claro) para defender as cores do time de coração. Mas convenhamos, quando os clubes brasileiros que disputam a Libertadores sabem que têm o Boca Juniors pela frente, eles temem. E nos últimos anos, também tremem ante los Xeneizes. Mas será que esse time argentino é tão monstro assim contra os brazucas ou rola uma superestimação dos argentinos, o que acaba por trazer as derrotas como conseqüência?

O Fluminense, cheio de moral após uma vitória importante contra o São Paulo, vai até Buenos Aires pegar o Boca. Um alento aos tricolores é o fato de não jogarem a primeira partida na mítica Bombonera. Mas a pressão não será tão minimizada no estádio Juan Domingo Perón, do Racing. O importante é que o Fluminense vá com o pensamento de jogar futebol. Os argentinos possuem técnica apurada, que aliam com a tradicional catimba portenha. Quase sempre, o adversário brasileiro sucumbe, primeiro em nervos e depois no futebol dentro de campo. O Fluminense tem de tomar isso pra si, neutralizando este que é um dos elementos mais importante em jogos contra os hermanos. Prova disso é o número impressionante dos Xeneizes em mata-mata contra brasileiros: foram 10 eliminações em 12 confrontos válidos por torneios sul-americanos: entre as vítimas, clubes tradicionais como Cruzeiro, Grêmio, Corinthians, Palmeiras e Santos. Santos, aliás, que foi a última equipe brasileira que teve o gostinho de eliminar o Boca na Copa Libertadores, no longínquo ano de 1963. Os argentinos – debutando na competição sul-americana – perderam as finais para o fabuloso Santos de Pelé.

Mas vencer o Boca não é missão de outro mundo. Paysandu e Palmeiras (6-1 em 1994, maior revés do clube na história da Libertadores) já conseguiram o feito. Basta ter a cabeça no lugar e jogar bola, coisa que o bom time do Fluminense sabe fazer bem.

Talvez a fama de “boleiro” de Renato Gaúcho sirva para vacinar os jogadores nesse aspecto. Além disso, o técnico inicialmente deve explorar os contra-ataques, pois possui jogadores rápidos e com toque refinado (Thiago Neves e Conca) e um matador nato (Washington). A zaga do Boca não inspira confiança, tendo onze gols em oito jogos. Mesmo com a troca de goleiros - Migliore por Caranta - não traz segurança à aliza boquense e a defesa peca por ser lenta e ruim na jogada aérea. E é aí onde o Flu pode explorar, pois mesmo jogando com Washington centralizado, os jogadores que vem de trás podem dificultar a vida do Boca em casa. Fora as boas jogadas laterais, com os incisivos alas Gabriel e Júnior César.

Em contrapartida, o Flu deverá tomar cuidado para não tomar gol no início da partida, o que pode trazer a tão temida instabilidade. Fora que o ataque boquense é um dos melhores da América. O tridente Riquelme-Palacio-Palermo mescla características diferentes, tornando-o letal. São 12 dos 17 gols do Boca na Libertadores. O Bom meio campo ainda possui o guerreiro Bataglia e o emergente Dátolo, que está subindo de produção na equipe treinada por Carlos Ischia, ex-auxiliar técnico do competentíssimo Carlos Bianchi, o grande responsável por elevar o Boca a uma verdadeira potência na história da Libertadores.

Na bola, o Flu pode ganhar, pois tem um time tão técnico quanto o Boca. Se tentar algo diferente, o filme pode se repetir e o Fluminense pode tornar-se mais um na lista do "exterminador de brasileiros".

25.5.08

Marketing das Arábias ou Negócio da China?

Al Kamali com a camisa do Furacão: esperança ou puro marketing?

É o que deve estar se perguntando o torcedor do Atlético/PR nesta semana. Após a troca de técnico – Roberto Fernandes em lugar de Ney Franco – os rubro-negros estavam na expectativa de reforços. O polêmico presidente Mário Petraglia estava na Arábia, supostamente para negociar o meia-atacante colombiano David Ferreira, de ótima passagem pelo Furacão e que atualmente está emprestado, ganhando seus petrodólares no Al Shabab dos Emirados Árabes Unidos. Eis que o atleticano tem uma surpresa: Abdullah Al Kamali, 18 anos, é o novo reforço da equipe. Também converte-se no primeiro jogador de origem árabe a vir jogar em um clube brasileiro.

Por ser dos Emirados – que disputou apenas a Copa de 1990, na Itália – surgem as desconfianças. Será que ele é bom mesmo ou é só marketing? Com as informações que estão disponíveis agora, fica difícil fazer qualquer tipo de prognóstico. Considerado como uma das maiores esperanças do país árabe no futebol dos últimos anos, Kamali tem em seu currículo uma temporada de 23 gols pelo Al Wasl. Porém, o jovem os marcou pelas categorias de base, como foi amplamente divulgado pela assessoria do Atlético/PR.

Mas existem algumas vertentes em cima dessa contratação. Pode ser apenas um intercâmbio futebolístico e estão fazendo muito alarde por conta do garoto ser árabe, algo diferente no futebol nacional. Outra é a ação de marketing, tanto para o clube quanto para o jogador, que pode render muito a ambos. O garoto pode conseguir mais visibilidade (já possui site oficial em várias línguas, inclusive português) e mais patrocínio para seguir a carreira, o que também pode ser facilmente revertido ao clube, visto que os Emirados Árabes Unidos são emergentes, no que diz a respeito a diversos de economia mundial, tais como petrolíferas, companias aéreas, turismo de negócios e de passeio, por exemplo. Um último lado deste prisma é que Al Kamali não vingue e se torne motivo de piada. Os exemplos brotam, principalmente nos últimos anos, tais como o sul-africano Mark Williams (ex-Corinthians), o japonês Maezono (ex-Santos) e o sérvio Tadic (ex-Vasco) entre outros. Maurício Vargas, do site Olheiros fez ótimas observações sobre o futuro jogador do Furacão, na seção Ponto Futuro. Vale a pena dar uma espiada.

A iniciativa é válida, pois nada é tão universal no esporte quanto o futebol. Pode ser que Al Kamali vingue, cresça e aprimore suas habilidades no futebol tupiniquim. Não creio que ninguém depositasse tanta expectativa e marketing em alguém que não possuísse algum talento. O que não pode é enganar a torcida ou mesmo o garoto, quanto as suas reais possibilidades de atuar no Brasileirão pelo Atlético, como na declaração empolgada de Petraglia: “Abdullah será uma das estrelas que terão um papel importante no Campeonato Brasileiro e, em um futuro próximo, estará na seleção dos Emirados Árabes, pois treinará e jogará ao lado de grandes estrelas do futebol brasileiro”. Menos, presidente. Segura a onda!

23.5.08

Dá pra botar fé?

Não é o Cruzeiro de Marcelo Moreno. Muito menos o Flamengo de Bruno ou o Palmeiras de Valdivia. Tampouco o São Paulo de Adriano ou o Internacional de Alex. Depois de duas rodadas, o líder do Brasileirão é o Náutico, de Geraldo.

Com duas vitórias em dois jogos, três gols marcados e nenhum sofrido, a equipe do Timbu é considerada a grande zebra deste início de competição. Mesmo assim, engana-se quem aposta no limitado elenco de Recife.

Elenco este, que está recheado de atletas que, por algum motivo, não deram certo em seus times, mas encontraram o seu espaço no Náutico. Casos do volante Paulo Almeida (ex-Santos e Corinthians), do zagueiro-volante Alceu (ex-Palmeiras), do goleiro Eduardo (ex-Atlético-MG), do lateral Ruy (ex-Botafogo e Figueirense) ou do atacante Warley (ex-São Paulo, Atlético-PR e um zilhão de outros times).

Outro erro que não pode ser cometido é a elevação de status do apenas bom meia Geraldo, a possível craque do campeonato. Geraldo, é habilidoso, chuta bem e toca bem a bola. Nada, além disso. Mais um meia que ganha espaço no frequentemente desfalcado futebol nacional. Veterano, se Geraldo fosse um verdadeiro craque, não estaria aparecendo somente agora, no auge de seus 34 anos. Qualquer semelhança com os elogios de Acosta não é mera coincidência.

Para piorar, o bom técnico Roberto Fernandes decidiu abandonar o clube e prosseguir o campeonato no comando do Atlético-PR. Será que o próximo treinador manterá o eficiente aproveitamento do Timbu? É difícil de acreditar.

Afinal, temos que considerar que o Náutico até agora não fez nada mais do que a sua própria obrigação. Bateu o frágil Goiás nos Aflitos e surpreendeu os reservas do Fluminense em pleno Maracanã. E só.

Certo mesmo é que na próxima rodada, quando encaram o Grêmio no Olímpico, os pernambucanos enfim poderão mostrar o seu verdadeiro futebol diante de um rival “osso-duro”. Daí sim, concluiremos se o alvirrubro vai disputar ao menos uma vaguinha na Sul-Americana ou apenas brigar para não cair. Liderar o campeonato nacional nas primeiras rodadas não quer dizer nada. Até mesmo o rebaixado Corinthians conseguiu essa proeza no ano passado...

22.5.08

Sutis injustiças

Susto e alívio: Manchester United mostrou-se melhor durante a temporada. No entanto, ficou devendo na grande final de Moscou

O futebol é uma verdadeira roda-gigante. O clichê se fez novamente na final da Champions League desta quarta, entre Manchester United e Chelsea. Apesar do equilíbrio de forças entre vermelhos e azuis, todos esperavam uma postura mais incisiva do Manchester, com o Chelsea esperando para atacar no erro do adversário. Apesar do primeiro tempo mais parelho – onde o United se saiu melhor – no conjunto da obra, o Chelsea pressionou. Principalmente no segundo tempo, o time de Sir Alex Ferguson foi mero espectador da partida em Moscou, onde se via um Chelsea centrado, tocando bem a bola e exigindo atenção redobrada da boa zaga dos Red Devils, em especial, a de Van der Sar.

Enquanto Drogba e Ballack deixaram a desejar, Lampard foi um senhor em campo. Distribuindo bolas, cadenciando a partida e chegando com perigo à frente, o camisa oito se fez o melhor da partida. Pelo menos, durante os 120 minutos de batalha. Do lado do United, Rooney não se fez presente, Tevez lutou, mas foi ineficaz, enquanto Ronaldo sumiu após o primeiro tempo. Já a defesa, principalmente Ferdinand, Brown e Hargreaves foram eficazes.

Sem falar no duelo particular entre Van der Sar e Cech. Mesmo com o tcheco sendo aclamado como melhor do mundo na posição há alguns anos, o veterano arqueiro holandês de 37 anos defendeu bolas importantes e viu sua estrela brilhar na cobrança de pênaltis, onde na maioria delas, ele esperava o batedor escolher o canto para que ele pudesse interceptar a cobrança. A cobrança derradeira de Anelka premiou sua paciência.

Numa relação complicada, Cristiano Ronaldo e Terry trocaram de papéis em poucos segundos. Enquanto o português precisava mostrar ao mundo seu poder de decisão – externado no oportunismo do gol e no bom primeiro tempo – o experiente zagueiro inglês era um dos pilares da ascensão recente dos Blues. Terry foi herói ao tirar a bola de Giggs do gol, numa das poucas jogadas do United na segunda etapa. Além de salvar a equipe, Terry fez uma partidaça. Mas nas cobranças, Ronaldo sentiu o peso de ser o foco da decisão. Suas pernas pesaram e consequentemente, Cech cresceu em cima do gajo. E ele quase foi vilão. No entanto, a escorregada na cobrança que poderia decidir o título fez com que Ronaldo fosse salvo pelo “Senhor Chelsea”.

Culpar Ronaldo numa eventual perda de título? Seria a tônica da maioria das pessoas, praticamente jogando fora a fantástica temporada do português. Assim como já aconteceu com Zico e Baggio em Copas. Assim como aconteceu com Riquelme quando o modesto Villarreal perdeu a chance de chegar à final da Champions 2005/06, na fatídica cobrança perdida pelo excelente meia argentino, depois de levar o Submarino Amarillo nas costas durante aquela temporada toda.

O destino jogou os dados. Premiou o melhor time europeu da temporada, mas que foi refém de um pragmático Chelsea. Um time que jogou esta temporada tal qual um relógio suíço. Preciso, arrumado, letal. Mas que muitas vezes é engessado e faz o esforço para vencer apenas, sem convencer. Mas que se impôs e foi melhor, na contabilidade do tempo normal mais prorrogação. Mas se os azuis vencessem, para muitos seria a vitória de um futebol chato, pautado apenas nas intermináveis somas investidas pelo mecenas russo Abramovitch.

Cech e Van der Sar. Ronaldo e Terry. Manchester e Chelsea. O futebol não é lógico. Nos prega peças o tempo todo e é por isso que é tão encantador.

19.5.08

Moscou, o quintal inglês

POR ANDRÉ AUGUSTO E THIAGO BARRETOS

Moscou, cuja história ficou marcada pelo vermelho comunista, vê o azul se juntar as cores da rotina da capital russa. Pelo menos nesses dias que antecedem à grande final da Champions League, entre Manchester United e Chelsea. Uma final que mostra, indubitavelmente, a supremacia do futebol inglês entre os clubes europeus. Tanto na liga local, onde os dois já fizeram um disputado embate até a última rodada – na qual o Manchester acabou se sagrando bicampeão, dois pontos à frente dos Blues – quanto na própria Champions, onde a Inglaterra conseguiu colocar três dos seus quatro clubes nas semi-finais. Uma supremacia que contrasta com um momento de decepção para o torcedor do English Team, que não verá sua seleção na Euro 2008.


A partida desta quarta põe frente a frente dois estilos de jogos diferentes, como veremos nos prognósticos a seguir. E qualquer favoritismo é prontamente descartado ao vermos as trajetórias dos times nesta temporada. Nas partidas disputadas até aqui, equilíbrio. Enquanto o Manchester começou sua perseguição ao Arsenal ao vencer o Chelsea em casa por 2-0, os Blues colocaram fogo na reta final do inglês ao vencer os Red Devils por 2-1 em Stanford Bridge. Rivalidade, luta pela supremacia, afirmação. Ingrdientes que farão Moscou tremer!


Manchester United
Lutando pela supremacia

O bicampeão inglês chega a essa final mais maturado e estruturado que na temporada passada. Investimentos precisos – Hargreaves, Nani, Anderson e Tevez – deram a equipe o fôlego necessário para atravessar a temporada sem grandes oscilações. Tanto é que, somando Champions e Liga Inglesa, os números dos Red Devils são impressionantes. Em 50 jogos, a equipe de Sir Alex Ferguson obteve 36 vitórias, oito empates e apenas cinco derrotas. O ataque mostrou sua força com 99 gols, sofrendo apenas 27 tentos. O equilíbrio entre sistema defensivo e ofensivo é latente e uma das maiores virtudes do Manchester.

Como observado no post, New blood, Old Devils (29/10/07), Ferguson pode dar diversas caras ao time. Uma mais ofensiva, com Anderson compondo a linha do meio campo, dando qualidade a saída de bola e ajudando a compor a marcação. Outra mais cautelosa, com Carrick e Hargreaves na marcação, auxiliados por Scholes ou mesmo o coreano Park - que vem entrando bem nas últimas partidas da equipe. Outra opção é atuar incisivamente, com o experiente Giggs pela faixa esquerda. Os laterais não avançam tanto. Enquanto Brown fecha o lado direito subindo pouco ao ataque, Evra é mais incisivo na esquerda, por vezes fazendo boa dobradinha com Giggs. A defesa é sólida, com Van der Sar, Ferdinand e Vidic atravessando ótima fase. Na frente, o tridente Ronaldo-Tevez-Rooney está entrosado. Rooney e Tevez fazem o estilo de atacantes-operários, brigando por cada bola e demonstrando qualidade no passe e no arremate, revezando-se no comando de ataque. Já Ronaldo – maior marcador da temporda européia com 38 gols e artilheiro da Liga Inglesa e da Champions – luta para se afirmar como o melhor da Europa. O que lhe falta para ratificar essa condição é decidir um grande jogo. E talvez seja este o melhor momento.

Na competição européia, o Manchester United veio atropelando seus adversários. Após uma primeira fase quase perfeita (16 pontos em 18 possíveis), o United se impôs frente a Lyon, Roma e Barcelona, respectivamente, durante o mata-mata. Mesmo quando não jogou bem, impôs seu jogo e mostrou muita força. Com todas estas qualidades, o Chelsea terá de ter muita paciência e tocar muito bem a bola para quebrar a muralha vermelha. E o Manchester vê o tri como uma realidade possível.

Time-Base: Van der Sar; Brown, Ferdinand, Vidic e Evra; Carrick, Hargreaves (Anderson), Giggs (Scholes) e Ronaldo; Tevez (Park) e Rooney. Técnico: Alex Ferguson
Campanha na Champions: 9 vitórias e 3 empates
Olho Nele: Cristiano Ronaldo, 38 gols na temporada. Precisa de um grande jogo para coroar sua condição de melhor do mundo. Nada como uma final do torneio de clubes mais importante do planeta para isso.
História: Além do técnico Ferguson, Gary Neville, Brown, Scholes e Giggs faziam parte do elenco do Manchester no jogo da notável virada conquistada frente ao Bayern na final da Champions de 1998/99. Na oportunidade, o United virou aquela partida com dois gols nos últimos instantes da partida, anotados por Solskajer e Sheringham.
Curiosidade: Se atuar na grande final, o galês Ryan Giggs completará 759 partidas pelos Red Devils, ultrapassando o lendário Bobby Charlton. Giggs está em Old Trafford desde 1990.


Chelsea
Chegou a hora?

Não foi fácil. Foi necessário que o Chelsea amargasse quatro reveses em semifinais nas últimas cinco temporadas para, enfim, disputar a final da Champions League.

Mesmo assim, em campo, os Blues vencem, mas não convencem. Durante a competição acumulou alguns tropeços e reveses. O empate na estréia contra o fraco Rosenborg em casa e a derrota para o Fenerbahçe nas quartas-de-final mostram como oscila o futebol do elenco londrino.

A fase, pelo menos, melhorou. Desde a fatídica derrota para os turcos, o Chelsea não perdeu mais. Manteve uma invencibilidade de 9 partidas e quase conseguiu, a duras penas, manter viva a briga pela Premier League, título que há muito tempo já era tido como certo para o rival. Méritos para o desconhecido treinador Avram Grant.

Parece que o israelense finalmente conseguiu montar um padrão tático. No meio-campo, Makelele atua como um clássico cabeça-de-área e faz com que Ballack e Lampard já não ocupem os mesmos espaços e rendam muito mais. Além disso, a entrada de Essien na lateral-direita fez o time melhorar, e muito, a sua saída de bola. A equipe deixou de ser pensa para o lado esquerdo, como na época de José Mourinho, que optava pela escalação de Paulo Ferreira ou Belletti e sobrecarregava os avanços de Ashley Cole.

A defesa é o ponto forte do time. Terry e Ricardo Carvalho formam uma das melhores e mais entrosadas duplas de zaga da Europa. E mesmo quando um dos dois não pode atuar, Alex entra e não compromete. No gol, Cech não passa por ótimo momento, mas ainda é um excepcional arqueiro.

No ataque o momento não é dos melhores, haja vista que o time foi apenas o 5º melhor ataque entre todos os participantes do Campeonato Inglês. Ainda assim, o trio formado pelo aguerrido Drogba, pelo inteligente Joe Cole e pelo habilidoso Malouda merece respeito. Se algum deles não estiver em um dia inspirado, no banco, opções não faltarão: Kalou, Shevchenko, Anelka

Favorito o Chelsea não é. Mas o sonho da conquista de seu primeiro título nunca esteve tão perto. Prova disso foi o futebol apresentado no dia 26 de abril quando bateu o próprio Manchester por 2 a 1. E convenhamos que, vencer a Champions em sua terra natal teria um gostinho especial para Roman Abramovich, dono do time. E como teria...

Time-base: Cech; Essien, Ricardo Carvalho, Terry (Alex) e Ashley Cole; Ballack, Makelele, Lampard e Joe Cole; Drogba e Malouda. Técnico: Avram Grant.
Campanha na Champions: 6 vitórias, 5 empates e 1 derrota
Olho nele! Didier Drogba compensa o fator de não ser um atacante com exímia habilidade com muita raça e disposição. Perigoso e decisivo, pode desequilibrar se não for marcado de perto.
História: Em 2003 o russo Roman Abramovich adquiriu o clube pela bagatela de 140 milhões de dólares. Isso todos sabem. O que poucos sabem é que em 1982, o Chelsea passou por uma enorme crise financeira. Rebaixado à segunda divisão e afundado em dívidas (que beiravam a 3 milhões de libras à época), o clube reergueu-se graças a Ken Bates, inglês que comprou o clube por apenas uma libra.
Curiosidade: O atacante ucraniano Andriy Shevchenko tem 59 gols marcados em toda história da Champions. Se fizer a rede balançar por mais duas vezes, igualará o recorde de Raúl para tornar-se o maior goleador de todos os tempos da competição.

18.5.08

Federer X Nadal X Djokovic

As manhãs de domingo aos poucos voltam ao normal. Recuperando suas melhores formas, Nadal e Federer voltaram a se enfrentar numa final de Master Series. No saibro de Hamburgo, o espanhol demonstrou mais uma vez sua supremacia na terra batida. Concentrado, forte e seguro, a jovem estrela do tênis mundial dá provas de que será realmente um dos maiores jogadores da história. Se conseguir transportar sua tenacidade para as quadras duras, poderá incomodar os grandes nomes que já desfilaram pelas quadras. Para se ter uma idéia, neste final de semana ele alcançou o seu décimo - primeiro título de Master Series, igualando a marca de ninguém menos do que Pete Sampras.


No entanto, o caminho de Rafael Nadal para suceder em quadras menos amistosas pode ser atrapalhado por seu maior rival. Ambicioso e determinado e se tornar o maior da história, Roger Federer apostará todas as suas fichas na reta final desta temporada. Se vencer Wimbledon (conquistou os últimos 5) e o aberto dos Estados Unidos (levou os últimos 4), chegará a impressionante marca de 14 Grand Slams, mesmo número de Sampras, mas com apenas 27 anos. Por isso, como ele mesmo admite, quem gosta de tênis deve ficar atento aos próximos passos de Federer, pois estamos diante de uma lenda do esporte.


Esses dois personagens já seriam atrativos mais do que suficientes para deixar a temporada 2008 ainda mais irresistível, mas da Sérvia vem a maior ameaça para a hegemonia do suíço e do espanhol. Regular e extremamente carismático, Novak Djokovic já deixou de ser uma promessa para se tornar a maior pedra no sapato de ambos. O sérvio é o típico jogador completo, que iniciou a temporada mais acordado que seus oponentes e que poderá obter sua consagração estragando a festa de seus adversários.


No próximo domingo, começa um dos torneios mais charmosos do mundo do tênis: Roland Garros. Para nós brasileiros, além da batalha dos três jogadores acima, assistiremos com o coração apertado a despedida de nosso Pelé das quadras, Gustavo Kuerten. Mais do que um ídolo, ficaremos sem um grande exemplo de respeito ao público, de respeito ao espetáculo. É claro que nos últimos anos as lesões de Guga atrapalharam sua trajetória, mas quem acompanhou de perto aquele período mágico de 97 a 2001, sabe que seu legado vai ecoar para sempre em nossas escolinhas de tênis.

Perderemos o manézinho da ilha, mas ficaremos com Nadal, Federer e Djokovic. Ainda bem!

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E para não entristecer o final desse post, coloco abaixo um vídeo com uma demonstração do grande carisma de Djokovic, característica essa que foi a principal marca de Guga. No vídeo, ele imita Sharapova.


15.5.08

Visão Pontual - Campeonato Português

Sempre é legal acompanhar a visão de quem viveu na sua rotina, as minúcias do Campeonato Português. Uma visão mais próxima e pontual de um novo parceiro do Opinião FC, o blogueiro português Gonçalo Cardoso (http://osabordapalavra.blogspot.com), que fez um breve balanço sobre o final da Liga local. Vale a pena conferir!

Liga Portuguesa: A Vitória da Organização
POR GONÇALO CARDOSO


Terminou mais uma edição da Liga Portuguesa com a vitória com larga vantagem do F.C. Porto, fruto de uma organização montada de forma sustentada que não se verificou nos restantes clubes, nomeadamente Sporting e Benfica.

O F.C. Porto é um justo campeão nacional porque entrou na grande maioria dos jogos com vontade de resolver rapidamente os jogos, mostrando uma superioridade evidente chegando a determinada altura a mostrar que seria uma equipa de outro campeonato, tal a facilidade e regularidade com que resolvia as partidas. Desta forma, esperava-se mais da sua prestação na prova internacional da Champions League, ficando eliminado nos Oitavos de Final pelo mediano Schalke 04, da Alemanha.

O Sporting revelou uma grande irregularidade exibicional e de resultados ao longo da época, sendo contudo o menos mal, conseguindo na ponta final do campeonato a garantia do segundo lugar e o acesso directo à Champions League na próxima época. Provou sobretudo que o mau planeamento da época, com a venda de peças importantes na equipa e a contratação de jogadores de qualidade duvidosa que não os substituiram convenientemente, deixaram a equipa à deriva e com um plantel curto para as diferentes competições em que estava envolvido. Apesar disso, com grande esforço mas também mérito da sua estrutura, conseguiu o segundo posto classificativo, a chegada à final da primeira edição da Taça da Liga perdida frente ao V. Setúbal, a eliminação nos quartos de final da Taça Uefa e ainda poderá ganhar no próximo Domingo a edição detse ano da Taça de Portugal diante do F.C. Porto.

O Vitória Guimarães foi a grande surpresa da Liga, pois após o regresso este ano à Primeira Liga Nacional, conseguiu logo a classificação histórica do terceiro lugar com acesso à 3ª Pré-Eliminatória da Champions League, como resultado de um trabalho de continuidade feito pelo clube, destacando-se a elegância do futebol praticado pela equipa e o grande apoio da sua massa adepta.

O Benfica foi a grande desilusão da época, ficando-se pelo modesto quarto lugar, numa das piores classificações de sempre para o clube da Luz, como resultado de um investimento financeiro elevado mas pouco consistente e de uma instabilidade directiva que obrigou à presença de três treinadores na mesma época, sendo que Fernando Santos foi demitido logo após a 1ª Jornada para o ingresso de Camacho, por sua vez com um trabalho medíocre. Finalmente, Fernando Chalana, uma antiga glória do Benfica, não teve condições para estabilizar a equipa e conseguiu apenas o quarto lugar.

Destaques

- A decisão final de casos de justiça referentes a épocas anteriores resultaram na descida de divisão do Boavista (um clube histórico de Portugal e recentemente campeão nacional) por coacção consumada, e na perda de 6 pontos do F.C. Porto e de 3 pontos da União de Leiria por tentativa de corrupção. Destaque ainda para a suspensão de dois anos de Pinto da Costa, Presidente do F.C. Porto.
- A descida de divisão da União de Leiria e do Paços de Ferreira, contudo o Paços de Ferreira como penúltimo classificado poderá garantir a manutenção fruto da descida administrativa do Boavista.
- As campanhas do V. Setúbal e Belenenses, revelando um bom futebol, bons jogadores e um excelente trabalho de equipa, pena o Belenenses não ter garantido a presença na Taça Uefa por culpa da inscrição do jogador Meyong indevidamente, valendo-lhe a perda de 6 pontos.
- A revelação da qualidade de alguns jogadores brasileiros, casos de Geromel (V. Guimarães), Pitbull e Matheus(V. Setúbal), Mossoró (Marítimo) e Weldon (Belenenses) e a revelação de um goleador nato chamado Lisandro López (F.C. Porto), melhor marcador do campeonato com 24 golos.

Equipa do Ano:

Guarda-Redes: Helton (F.C. Porto)
Defesa Direito: Bosingwa (F.C. Porto)
Defesa Central: Bruno Alves (F. C. Porto)
Defesa Central: Geromel (V. Guimarães)
Defesa Esquerdo: Léo (Benfica)
Médio Defensivo: Paulo Assunção (F.C. Porto)
Médio Centro: João Moutinho (Sporting)
Médio Ofensivo: Lucho González (F. C. Porto)
Extremo Direito: Quaresma (F.C. Porto)
Extremo Exquerdo: Christian Rodríguez (Benfica)
Avançado: Lisandro López (F.C. Porto)

Jogador do Ano: Lucho González (F.C. Porto)

Treinador do Ano: Carlos Carvalhal (V. Setúbal)

13.5.08

Brasileirão 2008 - Parte IV - Final

Palmeiras
Alguém segura?


Com muito investimento e um título paulista incontestável, a torcida do Verdão sabe que esse é o momento do time vencer um grande torneio. O alviverde é favorito porque tem um elenco de muita qualidade, porque se entrosou rápido e recuperou a falta de estima perdida nos últimos anos, porque tem um grande investidor capaz de anunciar grandes nomes, porque não tem outro torneio para se preocupar além do brasileiro e, principalmente, porque todos estes fatores serão gerenciados pelo treinador mais vencedor do Brasil nas últimas duas décadas. O único fator que tira esse caneco do Palmeiras é o próprio Wanderley Luxemburgo, caso apronte mais daqueles episódios nebulosos que cansamos de ver...

A leveza do time e capacidade de controlar a partida credenciam mais uma vez o comandante como um grande conhecedor de esquemas táticos.

Status: Favorito ao título
Time-base: Marcos; Élder Granja, Gustavo, Henrique e Leandro; Pierre (Martinez), Léo Lima, Diego Souza e Valdívia; Kléber e Alex Mineiro
Destaques: Valdívia, Marcos e Alex Mineiro

Olho Nele! Diego Souza. Com a grande quantidade de jogos, deve aparecer como o principal nome do time. Valdívia é bom jogador, mas os dribles, o carisma e o Marketing o colocam como mais maestro do que realmente é.
P
ontos Fortes: Muita qualidade nos passes e o bom número de jogadores com boa habilidade para driblar e correr são os maiores trunfos do verdão. Nenhum time no Brasil possui tantos jogadores com essas características.
Pontos Fracos: O excesso de exposiç
ão e a soberba de alguns jogadores podem atrapalhar durante o torneio. Nas bolas aéreas, a cobertura às vezes não acompanha quem vem de trás.

São Paulo
Busc
a pelo tri pode ser atrapalhada pela Libertadores

O time do Morumbi teria todas as condições de brigar contra outros favoritos para levar o título nacional. No entanto, a pressão pela conquista da América pode complicar o inédito tricampeonato. Em campo, o time ainda busca uma melhor forma de acertar a criação das jogadas. Sem um meia-atacante de ofício o time só conseguiria manter as atuações do final do ano passado com uma defesa muito sólida. Como isso não é possível, o time ficou totalmente dependente das jogadas aéreas. Resultado: Taticamente o time é previsível e não consegue manter uma regularidade no gramado, isso explica o excesso de vitórias magras em 2008. Mesmo assim, a força física e a experiência da maioria dos atletas faz a diferença em jogos decisivos, o que pode deixar sua torcida esperançosa caso as forças do elenco estejam voltadas para o Nacional.

Status: Favorito
Time-base: Rogério Ceni; Zé Luis (Rodrigo ou André Dia
s), Alex Silva e Miranda; Éder, Hernanes, Jorge Wágner, Éder Luis e Richarlyson; Borges (Dagoberto) e Adriano
Destaques: Adriano (Até o dia 30 de Junho), Miranda e Hernanes. (Rogér
io Ceni já não conta mais)
Olho Nele! Éder Luís. Titular de Muricy, o jogador vai
mostrar ao Brasil se é ou não capaz de ocupar um posto privilegiado no bicampeão brasileiro.
Ponto Forte: Mesmo sem o brilho do ano passado, a defesa tricolor ainda tem sido mais regular do que o ataque. Nas bolas aéreas e paradas, o time é muito forte e decide vários jogos dessa maneira.
Ponto Fraco: A falta de jogadas pelo meio e o avanço na Libertadores podem derrubar o clube no torneio. A saída de peças fundamentais como Hernanes, Alex Silva e Adriano também pode complicar. Ah, e antes que eu esqueça, o lateral-direito Éder é horroroso. O Opinião FC o acompanha de perto há algum tempo e já concluiu que se trata de um jogador limitadíssimo.

Santos
Para repetir 2002

Faz seis anos que Emerson Leão lançou para o Brasil um dos ca
mpeões brasileiros mais marcantes de todos os tempos. Agora, sem as mesmas jovens estrelas, Leão novamente tem em suas mãos um grupo esforçado e determinado a provar que é capaz de disputar títulos. A exemplo do São Paulo, o time pode ser prejudicado pela Libertadores. Mesmo assim, conhecendo Leão não é difícil imaginar que ele coloque o time para disputar os dois torneios para valer.

Mais uma vez, o treinador usa um esquema baseado na “Blitz”, marcando forte e forçando o erro do adversário. Com a presença de uma meia interessante e Kléber Pereira em grande fase, o Santos é o típico adversário chato de se enfrentar.

Status: Zona da Libertadores

Time-base: Fábio Costa; Betão, Fabão, Marcelo e Kléber; Marcinho Guerreiro, Rodrigo Souto, Adriano e Molina; Lima e Kléber Pereira
Destaque: Kléber Pereira, Molina e Kléber

Olho Nele! Lima. Com dois gols em dois jogos, o atacante pode surgir com o grande parceiro que Kléber Pereira precisava.
Pontos Fortes: A determinação de Leão e fato do elenco possuir um grande jogador para cada posição em campo. Fábio Costa no gol, Fabão na zaga, Kleber na lateral, Molina no meio e Kléber Pereira no ataque trazem equilíbrio ao peixe.
Ponto Fraco: Equilíbrio não significa regularidade durante a partida. Os altos e baixos de alguns jogadores complicam o peixe, principalmente, no setor defensivo.

Portuguesa
Hora de ficar na elite


Mais do que nunca, a Portuguesa terá que provar para si mesma
que é realmente um time digno de ser considerado um grande do futebol brasileiro. De volta á elite depois de um longo período, o clube conta com um elenco limitado para disputar a série A. Mesmo assim, o talento de Diogo e capacidade do treinador Vágner Benazzi podem fazer da Lusa uma das surpresas da competição. A experiência de jogadores como Chrystian e Patrício também podem ajudar. Certo mesmo, é que muita gente vai estar de olho no time do Canindé nesse campeonato. Seja pelo carisma do time ou pela vontade de levar Diogo embora do país.

Status: Candidato a habitar a Zona Morta, sem rebaixamento e sem Sul Americana.
Time base: André Luís; Patrício, Bruno Rodrigo, Marco Aurélio, Bruno Recife; Dias, Érick, Carlos Alberto e Preto; Diogo e Christian
Destaque: Diogo.
Craque do time e provável destaque do campeonato. É rápido, habilidoso e finaliza bem.
Olho Nele: Patrício. Tido como limitado por grande parte da crítica, pode ser peça fundamental no esquema de Benazzi. (já começou o campeonato com um gol e uma expulsão)
Ponto Forte: A dupla de ataque é formado por um jogador rápido e habilidoso e o típico homem de área. Por mais que o time tenha limitações na armação das jogadas, ambos devem dificultar a vida dos goleiros.
Ponto Fraco: O time é muito dependente dos homens de frente e pode se tornar previsível para os adversários. A ausência de um grande nome no meio de campo também pode atrapalhar.

Goiás
Objetivo: recuperar a honra perdida


O time de Goiânia é nada mais nada menos o quinto melhor do país na era dos pontos corridos, a frente de gigantes como Palmeiras, Corinthians, Flamengo, Vasco e tantos outros. Regular, o alviverde do serrado já foi apontado como exemplo de gestão e lisura em suas administrações. Mesmo assim, tudo isso faz parte do passado. Sem grandes nomes e dependente de um único jogador, o Goiás não dá sinais de que possa surpreender novamente. A pífia campanha no ano passado e as traumáticas derrotas na final do estadual e na Copa do Brasil podem fazer com que a equipe habite frequentemente a zona do rebaixamento. Com Paulo Baier no comando do time e o renovado treinador Osvaldo Alvarez, os atletas terão que jogar contra a desconfiança da torcida.

Status: Briga para não cair
Time Base: Harlei; Vítor, Ernando, Paulo Henrique e Fabinho; Amaral, Ramalho, Paulo Baier e Evandro; Alex Terra e Schwenck (Alex Dias)

Destaque: Paulo Baier
Olho Nele!
Evandro. O meio já teve presença constante em seleções juvenis e pode surgir como destaque do time. Com ele bem na partida, o time depende menos de Paulo Baier.

Ponto Forte:
O faro de gol de Paulo Baier. Pode ser de longe, de perto, de bola parada e até com o pé esquerdo. O ex-lateral direito sabe fazer mais gols do que muitos atacantes. E acreditem, é o maior artilheiro do Brasileiro por pontos corridos, a frente de matadores como Romário e Washington.

Pontos Fracos:
A instabilidade do time em momentos decisivos é desesperadora. A defesa não costuma segurar pressões por muito tempo e auto-estima dos jogadores está em queda livre.

12.5.08

Brasileirão 2008 - Parte III

Flamengo
Levantar a poeira e recomeçar

O rubro negro, que vinha embalado com a conquista do Carioca, sofreu na mesma semana do título um tremendo golpe com a eliminação da disputa da Libertadores pelo América do México em pleno Maracanã. A substituição de Joel Santana por Caio Júnior pode ser o início de uma fase que alterne altos e baixos na Gávea mas a base da equipe para a disputa do Brasileirão continua a mesma que iniciou o Carioca.

A eliminação na competição sul-americana obriga o rubro-negro a pensar exclusivamente no Campeonato Brasileiro e como times como São Paulo, Fluminense e Santos (favoritos ao título) irão poupar jogadores no início do torneio, o Fla tem chances de largar na frente busca pela liderança. Vale a pena apostar na boa fase do atacante Diego Tardelli que vive seu melhor momento no futebol nacional.

Status: Zona da Libertadores
Time-Base: Bruno; Leonardo Moura, Fábio Luciano, Ronaldo Angelim e Juan; Toró, Jônatas, Ibson e Kléberson; Renato Augusto(Diego Tardelli) e Souza (Obina)
Destaques: Diego Tardelli e Ibson
Olho Nele! Renato Augusto fez uma boa temporada no ano passado e é o principal articulador da equipe. Possui vários requisitos que o credenciam a ser o maior nome do time nesta temporada, mesmo com apenas 20 anos de idade.
Pontos Fortes: Meio campo marcador e articulador. Kleberson, Ibson e Renato Augusto carregam muito bem a bola para o ataque onde Souza, Obina e Diego Tardelli correspondem as expectativas.
Pontos Fracos: Mudança de treinador no início do campeonato pode fazer a máquina demorar a engrenar. O emocional dos atletas está abalado com a trágica eliminação na Libertadores.

Fluminense
Investimento e resultado


Considerado o melhor time carioca em atividade, mesmo sem a conquista do estadual, o tricolor aposta na força do seu ataque formado por Washington, Dodô e Thiago Neves para ir longe no Brasileirão 2008. A diretoria investiu neste ano, trouxe reforços de peso e mesmo com a perda do atacante Leandro Amaral para o Vasco, o time das Laranjeiras continua com um dos ataques mais perigosos da competição.

A manutenção do técnico Renato Gaúcho ainda depende dos resultados na Libertadores mas o mais difícil será evitar que Thiago Neves e Thiago Silva deixem a equipe durante a janela do futebol europeu.

Status: Favorito ao título
Time Base: Fernando Henrique; Gabriel, Thiago Silva, Luiz Alberto e Júnior César; Ygor, Cícero ,Thiago Neves e Conca; Dodô e Washington.
Destaques: Thiago Neves, Dodô e Washington
Olho Nele! O apoiador Tartá, 19 anos, é um prata da casa que pode despontar neste Brasileirão. Magro e alto, o meia marca bem e sai com velocidade para o ataque.
Pontos Fortes: O elenco do Fluminense possuí atletas experientes e habilidosos para a disputa deste ano. Podendo até chegar ao título da Libertadores, o tricolor já intimida muitos adversários antes mesmo do jogo começar.
Pontos Fracos: O apoio constante do lateral Gabriel sobrecarrega a cobertura do zagueiro Thiago Silva. Quem souber explorar isso pode tirar proveito deste buraco na defesa tricolor.

Vasco
Para reconquistar a auto-estima


Reconquistar a auto-estima é uma tarefa a ser alcançada em São Januário. Um time limitado mas aguerrido é o que se vê nos últimos jogos do Vasco. Comandados pelo veterano Edmundo, que continua jogando muita bola, a equipe avança a passos largos na Copa do Brasil e se não possuí elenco para chegar ao título do Brasileirão, pelo menos pode incomodar os grandes.

Com a experiência de Antônio Lopes no comando da equipe, o Vasco mostra ser uma equipe jovem e competitiva mesmo sem grandes nomes e com as intromissões do sempre polêmico Eurico Miranda. Jean e Leandro Amaral se tornaram referência do time, além do bom meia Leandro Bomfim. Talvez o reforço do lateral Valmir do Palmeiras ainda se confirme em São Januário para este Brasileirão.


Status: Zona da Sul-Americana
Time Base: Tiago; Eduardo Luiz, Jorge Luiz e Rodrigo Antônio; Wagner Diniz, Jonílson, Leandro Bomfim, Morais e Edmundo ; Alan Kardec e Leandro Amaral.
Destaques: Edmundo e Leandro Amaral
Olho Nele! Alex Teixeira chegou no Vasco com apenas 10 anos de idade e já conquistou 5 títulos na categoria sub 15 e sub 17 da seleção brasileira. Com apenas 18 anos, é a aposta de ouro do Vasco para esta temporada.
Pontos Fortes: Com Edmundo em campo o time se torna mais confiante. Sem ele, o time fica menos criativo, porém, mais rápido.
Pontos Fracos: A parte defensiva do Vasco é debilitada tanto no meio campo quanto na zaga. Falta de experiência e de um líder no setor tornam o time vulnerável na hora de se defender.


Botafogo
Para superar altos e baixos

O Fogão é hoje a terceira força do futebol carioca, atrás de Fluminense e Flamengo. O vice campeonato estadual pode ter sido um balde de água fria nas pretensões do técnico Cuca, porém, o time ainda segue vivo na Copa do Brasil, fato que pode mudar o foco da equipe no início do Brasileirão.

Cuca possui um elenco reduzido, com poucas peças de reposição. Conta com a boa fase do artilheiro Wellington Paulista e do goleiro uruguaio Castillo, que virou ídolo da torcida alvinegra. No meio campo, a chegada do turbulento Carlos Alberto (ex-São Paulo) dá mais qualidade na chegada da bola ao ataque. Lúcio Flávio é outra figura importante no time pois de seus pés surgem a maioria das assistências de gols.

Status: Zona da Sul-Americana
Time-Base: Castillo; Triguinho, André Luis, Renato Silva e Alessandro; Túlio, Leandro Guerreiro (Diguinho), Lúcio Flávio e Carlos Alberto; Jorge Henrique e Wellington Paulista.
Olho Nele! Diguinho entrou para a seleção dos melhores do Carioca 2008 e por mais que não seja tão jovem (24), é uma arma importante no elenco de Cuca.
Destaques: Wellington Paulista e Carlos Alberto
Pontos Fortes: O momento de Wellington Paulista é especial. Artilheiro do campeonato carioca, o jogador pode ser o diferencial na campanha do Fogão este ano.
Pontos Fracos: A falta de peças de reposição deixa o time vulnerável em um campeonato de tiro longo. A equipe pode sofrer uma queda de produção na segunda metade do torneio.



Vitória
Meta é se manter na primeira divisão


O Vitória retorna à primeira divisão empolgado com a conquista do bicampeonato baiano e a chegada de bons reforços. O time do técnico Vágner Mancini contará com o atacante Rodrigão (ex-Atl. Paranaense) e com o meia Rafael, que veio do Vitória da Conquista.

A base campeã estadual continua a mesma, porém ,não se pode negar que o time possui várias limitações técnicas e dificilmente irá assustar os clubes que se armaram com investimento e planejamento este ano. A manutenção da equipe baiana na divisão especial dependerá de muito esforço e do apoio da grande massa de torcedores que lotam o estádio Barradão em todos os jogos do Leão.

Status: Zona de rebaixamento
Time Base: Viáfara; Marcelo Cordeiro, Anderson Martins, Leonardo Silva e Carlos Alberto; Renan, Vanderson, Ramon (Rafael) e Ricardinho (Jakson); Marcos e Rodrigão.
Destaques: Rodrigão e Ramon
Olho Nele!
Rafael é um meia de 24 anos que foi eleito o craque da torcida do Vitória da Conquista nove gols no Estadual e foi contratado pelo Leão para o Brasileirão.
Pontos Fortes: A presença do artilheiro Rodrigão dentro da área e a velocidade na armação de Ramon e Jakson. Além disso, A torcida é o décimo segundo jogador do time.
Pontos Fracos: Falta de apoio dos laterais e de uma defesa mais consistente deixam o time muito exposto aos contra golpes adversários.