23.6.10

No fim das contas, sem surpresas

O Grupo C terminou com os dois favoritos - Estados Unidos e Inglaterra, em ordem invertida -, classificados, mas foi no sufoco. Pra falar a verdade, pelo futebol apresentado, nenhuma equipe da chave merecia a classificação: em seis jogos, foram apenas nove gols, e todas as vitórias foram pelo placar mínimo.

A Eslovênia, que jogava pelo empate, se limitou a defender, e estava classificada até o apito final. Como a outra partida entre americanos e argelinos começou depois, e o gol saiu aos 46min do segundo tempo, a supresa eslovena pagou pela omissão e lamentou a perda da vaga ainda no gramado. Já os ingleses ainda não mostraram um bom futebol, mas já foi muito melhor do que o último empate. Gerrard se movimentou bastante e criou boas jogadas. Rooney ainda está fora de ritmo, mas também melhorou. Lampard continua sumido.

Muitos pediram mudanças na equipe. Capello não atendeu o pedido de Rooney para jogar sozinho na frente, mas as suas alterações foram pontuais: optou por Milner no meio e Defoe no ataque, justamente os responsáveis pelo único gol, com cruzamento do primeiro para o segundo. Apesar disso, o italiano tirou o camisa 10 na metade do segundo tempo, tirando a sua referência no ataque e praticamente abrindo mão de ampliar o placar, correndo risco do empate.

No duelo entre Estados Unidos e Argélia, apesar do placar magro, os americanos pressionaram o jogo inteiro, e criaram - e desperdiçaram -, muitas chances. O gol salvador saiu nos últimos minutos da partida, premiando a equipe que martelou durante os mais de 90 minutos, contando os acréscimos, com o talentoso Donovan. O meia Dempsey jogou muito bem e foi outro destaque da partida. Do lado africano, merece menção o setor defensivo. Mas apenas isso. Os argelinos voltam para casa sem marcar um único gol.

No Grupo D, Gana conseguiu a classificação mesmo perdendo para a Alemanha por 1 a 0, e é o único africano classificado para a segunda fase. O resultado foi injusto: pelas oportunidades criadas, o empate seria o mais indicado. A Alemanha mostrou que a exibição da primeira rodada foi a exceção. A regra é o futebol lento, sem criatividade e dependente do talento do meia Özil, autor do gol. Se ele estiver inspirado, as chances da Alemanha crescem.

Os ganeses tiveram muitas chances, mas sempre pecando na hora da finalização. Esse é um defeito difícil de ser corrigido no futebol africano. Tivesse um jogador diferenciado, como o marfinense Drogba ou o camaronês Eto'o, teria mais sucesso. No final das contas, acabou se dando melhor. Por ter ficado em segundo, enfrenta os Estados Unidos nas oitavas, enquanto que alemães e ingleses fazem um clássico mundial.

No outro jogo da chave, a vitória da Austrália por 2 a 1 sobre a Sérvia levou os dois a morrerem abraçados. O empate por 2 a 2, ou uma vitória, classificaria os europeus, mas a grande atuação do goleiro australiano Schwarzer e a incompetência dos atacantes sérvios, que cansaram de perder gols, principalmente no primeiro tempo, foram determinantes para o resultado final. Os jogadores da Sérvia ainda reclamaram de um pênalti nos minutos finais por um toque de Cahill, mas o juiz ignorou os protestos.

2 comentários:

Felipe Brisolla disse...

Não achei que a Sérvia perdeu tantos gols assim no primeiro tempo. Criou alguns lances, mas muito pouco para quem deveria vencer. Já a Austrália voltou do intervalo com uma atitude de campeão e conseguiu abrir dois a zero. No fim, acabou sendo pressionada. Para mim, os oceânicos mereceriam ter ficado em segundo na chave. Esse time de Gana é muito burocrático...

Thiago Barretos disse...

Concordo com o Felipe. Gana é a equipe africana mais recuada de todos os tempos. Mereceria ter ficado fora, assim como ocorreu c/ a Eslovênia.
Já Inglaterra e Alemanha ainda não me encantaram. Msm realizando sua melhor partida na Copa os ingleses ganharam na base do chuveirinho e tiraram o pé do acelerador após o gol.
Por outro lado, a Alemanha mostrou que a estreia contra a Austrália foi exceção. Basta marcar Ozil e os alemães param de jogar.