6.7.10

Semifinais - Parte 1

Por Thiago Barretos e Arthur Kleiber

Uruguai e Holanda abrem as semifinais da Copa em situações totalmente opostas. Apesar de ser detentora de dois títulos mundiais, a Celeste chega como zebra, já que nem o mais fanático hincha suporia que a seleção chegaria tão longe. A Oranje, por sua vez, finalmente correspondeu às expectativas de favoritismo e agora, briga para levantar seu primeiro caneco.

Uruguai
O retorno do 4-4-2

Sem contar com Fucile, Suárez e Lugano (única dúvida), Oscar Tabárez promoverá a entrada de Martin Cáceres, Gargano e Godín, respectivamente. Dessa maneira, a equipe sai do 4-3-1-2 e volta ao habitual 4-4-2. Assim, Forlán, que vinha sido aproveitado como armador, retorna a sua posição de origem fazendo dupla com Cavani.

Essas substituições deverão ter impacto no estilo de jogo uruguaio. Mais compacta, a Celeste conseguirá conter o toque de bola holandês com maior eficiência. O problema é que sem o atleta colchonero mais recuado, a bola chegará ao ataque em menor frequência e pior trabalhada, já que o meio-campo sul-americano já mostrou ser muito mais brigador do que criativo.

Caso alguém contribua na marcação de Kuyt pela direita, Maxi Pereira poderá ser uma boa válvula de escape da equipe, uma vez que, pelo lado esquerdo, Cáceres limitar-se-á a marcar Robben. Na zaga, o líder Lugano fará falta. Com sua ausência, o Uruguai perde experiência, determinação e poder de intimidação.

Apesar dos desfalques, a Celeste pode surpreender. Forlán está em grande fase e precisa de apenas uma oportunidade para marcar. Além disso, a zaga adversária é lenta e suscetível a contra-ataques. Mesmo sendo tecnicamente mais limitado que Suárez, Cavani dará trabalho.


Holanda
Pragmatismo para vencer

A Holanda entrou com oito jogadores pendurados para enfrentar o Brasil nas quartas de final, mas perdeu apenas dois com o segundo cartão amarelo: o lateral Van der Wiel e o volante De Jong. Em seus lugares devem entrar Boulahrouz e De Zeeuw, respectivamente. Recuperado de lesão, o zagueiro Mathijsen deve retornar ao time titular, no lugar de Ooijer.

Mudanças que não devem alterar a forma de jogar da única equipe que venceu todos os seus jogos na Copa do Mundo. O time irá atuar da mesma forma que fez contra o Brasil - provavelmente (e esperam os torcedores) como no segundo tempo. Uma vitória sobre o Brasil sempre traz moral e confiança para uma equipe, e com os holandeses não é diferente. O duelo das quartas também deve ter mostrado que a equipe tem que entrar 100% ligada desde o começo.

Ironicamente, o uruguaio Suárez, artilheiro do Campeonato Holandês, está suspenso e não joga, o que é bom para os europeus. Como o adversário deve jogar recuado, esperando o espaço para o contra-ataque, a Oranje vai precisar de paciência. Robben deve ser bastante acionado, para tentar furar a defesa com uma jogada individual. Sneijder é o responsável por fazer a bola rodar e chegar em condições para os atacantes, ou ele mesmo, chutar ao gol. Com a defesa fechada e com um goleiro que não inspira muita confiança (Muslera), o chute de longa distância pode e deve ser explorado.

O homem a ser marcado de perto, claro, é Forlán, que deverá jogar mais adiantado. Em boa fase, um único vacilo diante do sul-americano pode ser fatal. Apesar de ainda não ter mostrado um futebol vistoso até agora, o pragmatismo tem dado certo, e é pensando assim que Bert van Marwijk vai orientar sua equipe. 1 a 0 é goleada e garante o mais importante: a vaga na grande final.

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