13.7.10

A hora e a vez do Brasil

POR SHEILA MOREIRA

A Copa do Mundo da África do Sul terminou e todos os brasileiros se mostram muito empolgados com o fato de sediarmos o próximo Mundial. As expectativas são múltiplas, mas o fator realmente preocupante é que ninguém parece se lembrar de que a Copa de 2014, na verdade, já começou em outubro de 2007, quando a Fifa anunciou que o Brasil sediaria o próximo Mundial.

Assistindo ao documentário "Fahrenheit 2010" (2008), sobre os preparativos para a Copa da África do Sul, parei para pensar nos prós e contras de sediar um evento de tão grande porte. A questão é que somos o próximo da fila e muitos elefantes brancos serão criados. Na África, muitas pessoas foram retiradas de suas habitações para a construção de estádios em um país em que o futebol não é a preferência nacional. Ponto para nós, já que aqui é “o país do futebol” e não vamos questionar o evento do ponto de vista esportivo. No entanto, não podemos deixar de pensar nas questões econômicas e políticas que há por trás da Copa.

O que vemos até o momento é uma grande festa, como foi visto no lançamento do logo da próxima Copa , quando Ricardo Teixeira disse para o mundo se preparar para "sair de 2014 um pouco mais brasileiro". Não é isso que queremos, pois a onda Bafana Bafana será esquecida logo, talvez já na semana que vem, quando não houver mais Copa do Mundo. Mais do que ninguém, o povo brasileiro quer o Mundial, porém, infelizmente, pouco saberá dos bastidores. O governo já disse que projetos previstos pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) poderão ser adiantados para ajudar na preparação do torneio - tomara que esse dinheiro seja utilizado de forma justa.

Por esse e por outros motivos, recomendo "Fahrenheit 2010", para reflexões sobre o antes, o durante e o depois da Copa, afinal também temos Olimpíada pela frente.

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