

Apesar de sua evidência na Copa do Mundo de 2010, a vuvuzela remete ao folclore e a antiguidade do continente africano. Sua “parente” era feita com o chifre de kudu (uma espécie de antílope nativo da África) e era usado para convocar os membros da tribo para uma reunião, anúncios ou o sinal para o início de uma batalha.
O nome
Outra controvérsia sobre a vuvuzela é quanto ao significado de seu nome. Alguns dizem que vem do zulu (fazer vuvu, uma onomatopéia para barulho). Já o “disseminador moderno” do instrumento na África do Sul, o empresário e ex-zagueiro Neil Van Schalkwyk – proprietário dos royalties sobre o nome – disse que o significado para o nome é “borrifar e lavar você com barulho”. No período de Copa do Mundo, o Google registrou aumento na procura do termo “vuvuzela” em 650%.
O som
Quando tocada, uma vuvuzela produz um som monocórdico (constante, invariável, monótono). Segundo a revista New Scientist, ela produz uma frequência de 235 Hertz – o que quer dizer que o lábio vibra 235 vezes por segundo. A intensidade do barulho pode chegar a 120 decibéis, equivalente a um show de rock, uma sirene de ambulância ou uma turbina de um jato. O volume que o ouvido humano suporta sem chances de causar problemas de audição está entre 80 e 90 decibéis. A analogia ao som produzido por várias vuvuzelas em campo vai de um enxame de abelhas até o estouro de uma manada de elefantes

Mesmo com controvérsias da disseminação da “vuvuzela moderna”, ainda se atribui a sua criação ao torcedor do Kaiser Chiefs, Freddie Maake, na década de 1960. Maake afirma que adaptou a parte metálica de uma buzina de bicicleta, retirando a parte de borracha na qual se aperta para fazê-la tocar. Achando o novo instrumento muito curto, ele prendeu um cano ao objeto de metal. Porém o objeto começou a ser barrado em estádios, já que poderia machucar outras pessoas. Assim ela começou a ser produzida em larga escala pela Masincedane Sport, no início da década, toda em plástico – a empresa produz a vuvuzela “oficial”, licenciada pela Fifa para o Mundial de 2010.
Defensores
O uso de um dos símbolos da Copa da África do Sul não é apenas alvo de críticas. Muitas personalidades defendem ou elogiam a atmosfera de festa que a vuvuzela proporciona ao mundo do futebol. Entre eles, o atacante Peter Crouch classificou o instrumento como “brilhante”; o técnico Carlos Alberto Parreira disse “amá-las”; o zagueiro ganês John Pantsil comemorou seu aniversário com bolo, cerveja e vuvuzelas; o meia Wesley Sneijder afirmou que não se incomoda com o barulho e pediu respeito à tradição, assim como o presidente da Fifa, Joseph Blatter; o atacante nigeriano Ogbuke Obasi apelou para a diversão que o objeto traz.
Críticos

Tecnologia a serviço da vuvuzela
A popularização da vuvuzela fez com que seu som fosse ouvido ou evitado de várias formas. Desde simples protetores auriculares, passando por diversos softwares que prometiam filtrar o som da vuvuzelas das transmissões de TV. Redes de televisão como a inglesa BBC, a portuguesa Meo e a francesa Canal +, após reclamações dos telespectadores, minimizaram o impacto do barulho do instrumento sul-africano. Físicos da Alemanha e da Croácia ofereciam programas grátis que eliminavam o som e deixavam o ambiente habitual de um estádio. Na era digital, o usuário do iPhone tinha opção de baixar o iVuvuzela, aplicativo criado por holandeses que já registrou mais de 1 milhão de downloads.
Vuvuzelas podem ser prejudiciais à saúde

Valor de mercado
Em média, uma vuvuzela tradicional da África do Sul pode custar de 50 a 70 rands (cerca de R$ 12 a R$ 17). Porém, o “criador” da vuvuzela moderna, Neil van Schalkwyk, alerta para a invasão de objetos fabricados na China, que chegam a custar quase 50% menos. Porém segundo o jornal sul-africano Mail & Guardian, 90% do instrumento em circulação no país da Copa tem origem chinesa, que chega a cobrar, em seu modelo mais simples, pouco mais de cinqüenta centavos de real no atacado.
Outros “usos”
Dois traficantes peruanos aproveitavam-se do formato do instrumento para algo engenhoso e criminoso: esconderam 120 papelotes de maconha dentro de diversas vuvuzelas, que seriam vendidas a estudantes de uma escola em Lima, no Peru. A polícia local descobriu o truque e pegou os gatunos no pulo. Na Áustria, um ourives local resolveu inovar, ao decorar uma vuvzela com diamantes e ouro branco, que foi vendida por 17 mil euros para um cliente russo. O objeto será dado como presente a um parceiro de negócios sul-africano do comprador. Com certeza, vai agradar. Resta saber se ela será “tocada” pelo feliz novo proprietário. E quem disse que o som monótono da vuvuzela não pode ser musical? A banda sul-africana Sergeant Fu fez uma verdadeira ode ao instrumento, com uma música homônima com clipe largamente difundido no Youtube e afins. Ainda no país-sede da Copa, a Vuvuzela Orchestra mostra que é possível “domar” o objeto e extrair melodias surpreendentes do objeto. E a iniciativa é existente muito antes da febre do Mundial: no carnaval de Johannesburgo de 2006, a trupe fazia sua primeira performance.
Um comentário:
Esta afim de fazer parceria eu add o link do seu blog e vc add o link do meu blog?
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