Na partida de fundo destas quartas de final, Uruguai e Gana fizeram um confronto movimentado, com ambas as equipes fugindo de suas características defensivas, partindo para o ataque.
Dominando as ações iniciais, a Celeste aproveitou-se da ausência de Ayew e foi muito mais ofensiva no primeiro quarto do jogo. Forlán aparecia muito bem e criava a maior parte das jogadas. Se não fosse a boa atuação de Kingson, os uruguaios teriam aberto o placar. Apoiados pelos torcedores africanos, os ganeses encontraram-se, acertaram a marcação no meio-campo e pararam de tomar sufoco. Com Boateng e Muntari armando todos os contra-ataques, Gana tornou-se mais perigosa e balançou as redes de Muslera num estranho chute do próprio Muntari.
Perdendo o jogo e sem Lugano, que saíra lesionado, o Uruguai parecia que não conseguiria reagir. Parecia. Na base da raça e da força, a Celeste foi pra cima e após uma bela cobrança de falta de Forlán (sempre ele), igualou o resultado. Méritos a Óscar Tabárez, que percebeu seu equívoco ao escalar o inoperante Fernández e colocou Lodeiro, meia muito mais técnico e atuante do que seu companheiro.
A igualdade determinou o retorno do equilíbrio ao jogo e as duas equipes, dentro de suas limitações, realizaram um duelo franco. Quem marcasse o gol, venceria. Os sul-americanos certamente perderam as melhores oportunidades, a maioria delas com Suárez, que diferentemente dos outros jogos, apresentava-se apático e sonolento. Sem conseguir balançar as redes, a decisão foi para a prorrogação. A partir daí, a história fora modificada.
O tempo extra foi ganês. Fisicamente melhor e muito mais inteira, a Estrela Negra decidiu liquidar o peleja. No último minuto veio a chance de ouro. Depois da mão de Suárez na área, Asamoah Gyan podia garantir a inédita vaga africana às semifinais. O travessão de Muslera não deixou. Suárez de vilão virou herói. Abatida, Gana não teve a tranquilidade suficiente para cobrar os pênaltis. E a tradição uruguaia se fez valer.
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