É claro que poderia ter sido uma saída menos dramática, mas os argentinos escolheram sair pela porta dos fundos do Timão. Mascherano nem tanto, pois o volante argentino não teve tempo de criar um vínculo forte com a Fiel. Mas no caso de Carlitos, a seperação foi traumática. Maior estrela do futebol brasileiro do ano passado, Tevez teve todo tipo de regalia no Brasil: viagens constantes a Buenos Aires, faltas ao treinos perdoadas, etc. E o atacante respondeu dentro de campo com muita raça, gols e o título brasileiro de 2005.
Em 2006, as regalias aumentaram: Carlitos disputou apenas a metade dos jogos do time de Pq. São Jorge na temporada. E o estopim para a sua saída foi exatamente causado por seus compatriotas do River Plate, na eliminação vergonhosa na Libertadores desse ano. Foi o começo do fim porque, além da revolta dos corinthianos que se seguiu após o jogo, Tevez perdeu a grande chance de se transferir para um grande clube europeu (quem não se lembra da presença de José Mourinho no Pacaembu na fatídica noite contra o River). A partir daí, Carlitos e o Corinthians caíram em desgraça. Enquanto o Timão se afundava na zona de rebaixamento, Tevez não conseguia um clube para jogar na Europa. E no jogo contra o Fortaleza, a crônica de um casamento encerrado: o chute dos torcedores em seu carro transformou-se na desculpa pra que ele arrumasse as trouxas e fizesse os torcedores de trouxas.
Na despedida, saindo de mansinho após a vitória contra o Botafogo, não houve um adeus, um muito obrigado por todo o carinho com que o ex-camisa 10 foi recebido pelos corinthianos. Tevez passou de ídolo a desertor. E creio que Mascherano, para não ficar estigmatizado com o abandono de Tevez, e vendo a bagunça reinar no Timão, foi na cola do compatriota. Tudo arquitetado por Kia, também de saída.
É claro que a saída de Tevez e Mascherano era inevitável, mas ele preferiu escolher o caminho sujo do que uma saída digna. Só que no fim das contas, eles foram para um time pequeno, sem expressão e vão ter que ralar muito em campo para que sejam reconhecidos. Fora o contrato nebuloso que envolve a transferencia. São aproximadamente 60 milhões de libras, com cláusula que obriga o West Ham a escalá-los em todos os jogos possíveis. Ou seja: o West Ham será um trampolim de argentinos, já que Kia tentará negociá-los novamente na abretura do mercado europeu.
Mas a vida continua. O futebol brasileiro, cada vez mais carente de ídolos, perde mais um grande jogador. E nos campos nos resta ver Aloísios, Eníltons, Mouras, Wellingtons e tantos outros fracos atacantes que infestam os campos tupiniquins.
Um comentário:
Concordo com você André, em mais uma bela matéria do Opinião FC. Mas não acho que o país perde um grande atacante. Se trata de um jogador esforçado, que talvez fosse um bom volante. Mas tudo bem...o Tevez saiu do Brasil como derrotado, com fama de mercenário, e o principal, sem o carinho da torcida que o abraçou desde o início!!!
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