27.1.10

A novela Robinho e o profissional brasileiro

Pouco mais de um ano após sua contratação estratosférica pelo Manchester City – cerca de 40 milhões de libras, junto ao Real Madrid – Robinho está insatisfeito nos Citizens. Teve bom início, mas não joga um futebol decente há quase uma temporada inteira. Homem de confiança de Dunga, continuou sendo convocado com a Seleção, empolgando em poucas partidas e vendo Nilmar ameaçar a sua titularidade com um futebol convincente e gols. A questão é: ele estaria com razão de deixar Manchester e voltar ao Brasil? Sem dúvidas, é direito dele.

Contudo, o atacante novamente força a sua saída do clube que defende – da forma como já havia feito com o Santos e Real Madrid. Inspirado nos exemplos recentes de Adriano, Fred e Vagner Love – que literalmente cansaram de atuar fora do Brasil – Robinho deseja voltar ao Brasil não apenas para ficar em evidência na mídia. Ele volta em busca dos mimos e regalias dadas pelos cartolas brasileiros aos craques em mau momento na Europa e que desejam retornar à terra natal, ganhando algo próximo de sua realidade européia.

No Santos, ele desejava sair ao Real para se tornar o “melhor do mundo”. No Real, se sentiu desvalorizado por ter sido preterido pelos merengues em nome de melhores investimentos – leia-se as investidas iniciais ao atacante Cristiano Ronaldo, melhor do mundo na ocasião. No City, preterido pelas más atuações dentro de um clube médio que ainda começa a voltar ao primeiro escalão inglês. Pelos Citizens, pífios oito jogos em 2009/10 e apenas um gol, contra o modesto Scunthorpe, pela League Cup. Não é nem sombra daquele jogador que despontou no Santos com força e teve lampejos de bons momentos no Real.

Robinho é o expoente de boa parte dessa safra de jogadores brasileiros que buscam a Europa a qualquer custo, sem pensar nos pontos negativos que a transferência pode trazer. A adaptação, a maior dedicação tática, a melhor utilização de um elenco como um todo não vem enraizada na formação dos jovens atletas desde a categoria de base. Os exemplos estão aí: Adriano, Thiago Neves, Anderson, Fred. Sem dúvida, o Brasil produz alguns dos melhores futebolistas do planeta. Porém, no quesito profissionalismo e na relação atleta/clube, os jogagores brasileiros ficam devendo muito em relação ao segundo maior exportador de talentos do planeta: os argentinos.

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2 comentários:

Vinicius Grissi disse...

Campeão mundial no quesito: pior gerenciamento de carreira.

Fala-se que ele pode ir para o Barcelona na próxima temporada. Mas eu duvido muito que um grande clube europeu volte a apostar num jogador que na sua carreira sempre deixou seus times pela porta dos fundos.

Erick Amirat disse...

Essa atual tendência de jogadores renomados no exterior voltarem ao Brasil, tem um nome: Copa do Mundo. Torcedor, não se iluda ao pensar que o Robinho volta ao Santos para reencontrar a felicidade. Balela! Ele quer é ter a mídia o bajulando e principalmente, ser visto pelo Dunga. Mesma coisa que está sendo feita por Fred, Adriano, Vagner Love e até Ronaldo Fenômeno, que não descarta disputar uma última Copa. Me cobrem depois: acabou a Copa, todos eles voltam pra Europa, excessão provavelmente do Fenômeno.