15.11.06

Seria o futebol uma caixinha de surpresas?


Diz um velho ditado popular que o futebol é uma caixinha de surpresas. Mas ouso dizer que o Brasileirão 2006, que está na sua reta final, fugiu a essa regra. Os times, que no início do ano eram os favoritos para o título nacional, mostraram que um trabalho de base bem desenvolvido somado a um grupo unido dá resultados, como é o caso do São Paulo, Internacional, Grêmio, Santos e companhia.

A única decepção ficou por conta do atual campeão brasileiro Corinthians, que não repetiu o ótimo trabalho da temporada passada, mas, na minha modesta opinião, isso aconteceu graças à falta de união do grupo e das peças que não foram repletas à altura, por exemplo, quem faz a função do Tevez hoje? Saerá que o combalido Amoroso? Não sei.

Outro time que se prejudicou com a falta de planejamento e com as trocas bruscas de técnicos foi o São Caetano, que está tentando, as duras penas, se livrar da Segunda Divisão. Ponte Preta, Fluminense, Juventude e Palmeiras também fazem parte do “seleto” grupo ameaçado de cair para a segundona. E cada equipe das citada já estão “ruim das pernas” há algum tempo. A Ponte e o São Caetano, por exemplo, obtiveram o 18º e o 17º lugar respectivamente - O último campeonato tinha 22 times e os 4 últimos colocados caíram para a série B.

Mas agora vamos ver o outro lado da moeda. O São Paulo veio de uma ótima temporada, venceu o Paulistão e a Libertadores de 2005. Já neste ano o tricolor do Morumbi ainda não foi campeão, mas conquistou 3 vices campeonatos – Paulistão, Libertadores e Recopa. Tudo bem, tem gente que fala do vice como primeiro dos últimos, mas a realidade é que se o trabalho desenvolvido é bom, títulos virão e a segunda colocação em um campeonato é um índice de que a equipe está trilhando o caminho certo em busca de títulos. Olha o próprio São Paulo, que já está comemorando, e com razão, a chegada do 4º título brasileiro, ou mesmo o Internacional, vice do brasileirão do ano passado e atual campeão da almejada por muitos e conquistadas por poucos Libertadores da América.

Por esses e outros motivos acho que o futebol não traz tantas surpresas assim, até concordo com o “caixinha de surpresa”, que isso pode acontecer em uma ou duas partidas, sem problemas. No entanto, ao longo de um campeonato de pontos corridos o planejamento e uma ótima estrutura resultam em títulos e o contrário disso se reflete em péssimos aproveitamentos e rebaixamento. Portanto, parabéns para o São Paulo, que está prestes a conquistar o campeonato com 2 rodadas de antecedência e uma alerta para outros times citados nesta coluna, que com a desorganização e a falta de estrutura desrespeita o torcedor e até mesmo o campeonato.

6 comentários:

André Augusto disse...

Nada é poracaso...
Tem que haver planejamento, sem fazer nenhum tipo de loucura...é o que pede o combalido futebol brasileiro...

Bruno Calixto disse...

Discordo de você, Jota. O futebol brasileiro tem muito de surpresas sim. Pegue como exemplo o futebol europeu: em muitos campeonatos, é possível saber o campeão com muitas rodadas de antecedencia. E os campeões geralmente são os de sempre, ora Barcelona, ora Real Madrid... Já aqui, o número de equipes que disputam o campeonato com chances reais de brigar pelo título é muito maior, o campeonato é mais disputado, e mesmo equipes grandes e consagradas correm o risco de ficarem nas últimas posições, como é o caso de Fluminense, Palmeiras e Corinthians. É aí que está o mérito do São Paulo: com um trabalho sólido, ele não fica vulnerável a possíveis zebras. Para quem acreditava que o campeonato de pontos corridos seria monótono, a própria experiência comprova o contrário...

GABRIEL RUIZ disse...

Terei de concordar. Ao ler "ouso dize4r que este ano não foi (uma caixinha de surpresas)" duvidei. Mas diante das posições e considerações / argumentos colocados, realmente se analisarmos constataremos isso. Entretanto, nesta altura do campeonato é bem fácil fazer uma constatação dessas. Quem imaginaria que santos ou gremio! estariam bem colocados ao fim do campeonato?
O Sp e o Inter, tava fácil...
Gostei da fluencia do texto..
o blog tá muito bom companheiros
grande abraço Jota!

Felipe Brisolla disse...

Acho que o futebol brasileiro tem muitas surpresas, mas também creio que esse ano o campeonato está sendo o mais previsível de todos. Era um pouco óbvio que o time que perdesse a final da Libertadores seria o campeão. Até porque, na época, Inter e São Paulo lideravam o certame, mesmo jogando com times reservas. O São Paulo lidera o campeonato desde a 12º rodada, e o Santa Cruz nem chegou a sair da zona de rebaixamento. São fatos como esses que comprovam que esse ano não tivemos muitas surpresas.

Arthur Kleiber disse...

Parece que finalmente começa a tomar conta da mente dos cartolas que o planejamento é fundamental para a realização de um bom trabalho, o que inclui pré-temporada, boa gestão e administração, contratações coerentes, manutenção do treinador por um período maior (tb não precisa chegar no nível do Fergunson, como já foi escrito...).
Mas sempre há uma asa negra: haverá eleiçãono Corinthians, e eis que Alberto Dualib lança a sua chapa(quanto tempo já dura o reinado?); o slogan: Deixa o homem trabalhar (é pra rir ou chorar?), e uma das bandeiras levantadas é a da modernidade...
Dureza...

Thiago Barretos disse...

Realmente todo time que prioriza uma maior organização em seu regime político consegue melhores resultados.
Discordo do Bruno quando diz que no Brasileirão houve tantas surpresas. Com exceção de Figueirense e Paraná, todo time ocupa a colocação que merece.
Nesse ano, até mesmo o desorganizado Vasco parou com a política de beneficiar alguns ídolos decadentes (como Romário, por exemplo) e colocou uma nova safra de jogadores razoável que pode garantir uma vaga na Libertadores...
E certamente, isso ocorre por causa da fórmula de disputa. Não seria justo que times que foram tão regulares o ano todo como São Paulo e Inter, pudessem ficar fora da Libertadores e da disputa do título perdendo um mata-mata contra Botafogo e Corinthians, por exemplo, times que erraram bastante durante a temporada, mas que num virtual mata-mata poderiam aproveitar sua boa fase e vencerem seus confrontos.