27.11.06

Dançando o vira-vira?

44 minutos do segundo tempo. Alex Alves (foto ajoelhado) domina a bola na quina da grande área, dribla o meia Rodrigo, mas é derrubado. Pênalti. O próprio Alex Alves vai para a bola, cobra com perfeição e desempata o jogo.

Certamente esse momento ficará na cabeça dos torcedores da Portuguesa durante muito tempo. 25 de novembro de 2006, estádio Ilha do Retiro, em Recife. Dia que a Potuguesa de Desportos livrou-se de um dos maiores vexames de sua história ao vencer o Sport e evitar o conseqüente rebaixamento à Terceira Divisão.

Quiseram os deuses do futebol que Recife fosse palco de uma grande decisão da Segunda Divisão pela segunda vez consecutiva. No ano passado, a situação do Grêmio era semelhante. O time gaúcho jogava em Recife contra o Náutico precisando de uma vitória para subir à Primeira Divisão Nacional. Assim como em 2005, os visitantes foram até a capital de Pernambuco, jogaram melhor e surpreendentemente conseguiram uma vitória dramática.

Há 10 anos atrás, a Lusa estava em uma situação completamente diferente. Em 1996, o time do Canindé era uma das sensações do Campeonato Brasileiro. A equipe encantava o Brasil com um futebol versátil: junção de uma zaga segura com um meio-campo habilidoso e um ataque veloz e envolvente.

Essa geração tinha jogadores experientes como a dupla de volantes Capitão – Gallo, o lateral Walmir e os meias Caio e Zinho. Além disso, havia grandes revelações como Clemer, César, Émerson, Zé Roberto e Rodrigo Fabbri. Fora exatamente com essa base que a Lusa fez um belo campeonato e conquistou o vice-campeonato do Brasileirão em 1996.

De lá para cá, muita coisa mudou. A Portuguesa deixava de ser apenas uma incógnita e agora era temida pelos seus adversários. O time não soube conviver com a fama e aos poucos começou a cair.

Más administrações políticas fizeram a equipe rubro-verde ter campanhas cada vez piores. Gradativamente, a Portuguesa perdeu seu posto de 5º melhor time do Estado para tornar-se um mero coadjuvante. No primeiro semestre deste ano, inclusive, o time chegou ao fundo do poço quando foi rebaixado para a 2ª divisão Paulista.

O jogo de ontem foi um marco para o time representante da colônia portuguesa. O próprio presidente do clube, Manuel da Lupa, já havia declarado que “em caso de descenso, a Associação Atlética Portuguesa de Desportos poderia ‘fechar as portas’ e abandonar o futebol”. Os torcedores lusos ficaram desapontados com a frase e recriminaram a postura do dirigente, que se retratou publicamente e declarou não ter dito nada.

A torcida para a Portuguesa é para que essa situação lamentável sirva de lição. Que a equipe deixe de lado sua incompetência política e volte ao cenário futebolístico nacional. Semelhanças com o time de 96? Poucas. Não esqueçamos, porém, que do time vice-campeão o grande matador era um garoto rápido chamado Alex Alves. O mesmo nome do atacante que salvou o Leão do Recife da queda à Terceirona...

3 comentários:

André Augusto disse...

Nem eu acreditava na salvação da Lusinha...
Ainda bem que não caiu. Espero que os dirigentes lusos "agigantem" de novo a Lusa e levem ela de volta as divisões de elite do futebol Paulista e Brasileiro.

Alexandre Azank disse...

Ainda bem que não assistimos mais um fracasso da Lusa! Séria muito duro ver a terceira divisão com times como Bahia, Vitória, Guarani e agora a Portuguesa! Pelo menos ela se salvou!

Felipe Brisolla disse...

Sei lá, depois de um periodo de férias, volto aos comentários achando que a Lusa vai continuar mal das pernas... O time já enfrentou tantos rebaixamentos e não fez nada para melhorar! Não ficarei espantado se no ano que vem ela, finalmente, cair para a terceirona...veremos