Diz um velho ditado popular que o futebol é uma caixinha de surpresas. Mas ouso dizer que o Brasileirão 2006, que está na sua reta final, fugiu a essa regra. Os times, que no início do ano eram os favoritos para o título nacional, mostraram que um trabalho de base bem desenvolvido somado a um grupo unido dá resultados, como é o caso do São Paulo, Internacional, Grêmio, Santos e companhia.
A única decepção ficou por conta do atual campeão brasileiro Corinthians, que não repetiu o ótimo trabalho da temporada passada, mas, na minha modesta opinião, isso aconteceu graças à falta de união do grupo e das peças que não foram repletas à altura, por exemplo, quem faz a função do Tevez hoje? Saerá que o combalido Amoroso? Não sei.
Outro time que se prejudicou com a falta de planejamento e com as trocas bruscas de técnicos foi o São Caetano, que está tentando, as duras penas, se livrar da Segunda Divisão. Ponte Preta, Fluminense, Juventude e Palmeiras também fazem parte do “seleto” grupo ameaçado de cair para a segundona. E cada equipe das citada já estão “ruim das pernas” há algum tempo. A Ponte e o São Caetano, por exemplo, obtiveram o 18º e o 17º lugar respectivamente - O último campeonato tinha 22 times e os 4 últimos colocados caíram para a série B.
Mas agora vamos ver o outro lado da moeda. O São Paulo veio de uma ótima temporada, venceu o Paulistão e a Libertadores de 2005. Já neste ano o tricolor do Morumbi ainda não foi campeão, mas conquistou 3 vices campeonatos – Paulistão, Libertadores e Recopa. Tudo bem, tem gente que fala do vice como primeiro dos últimos, mas a realidade é que se o trabalho desenvolvido é bom, títulos virão e a segunda colocação em um campeonato é um índice de que a equipe está trilhando o caminho certo em busca de títulos. Olha o próprio São Paulo, que já está comemorando, e com razão, a chegada do 4º título brasileiro, ou mesmo o Internacional, vice do brasileirão do ano passado e atual campeão da almejada por muitos e conquistadas por poucos Libertadores da América.
Por esses e outros motivos acho que o futebol não traz tantas surpresas assim, até concordo com o “caixinha de surpresa”, que isso pode acontecer em uma ou duas partidas, sem problemas. No entanto, ao longo de um campeonato de pontos corridos o planejamento e uma ótima estrutura resultam em títulos e o contrário disso se reflete em péssimos aproveitamentos e rebaixamento. Portanto, parabéns para o São Paulo, que está prestes a conquistar o campeonato com 2 rodadas de antecedência e uma alerta para outros times citados nesta coluna, que com a desorganização e a falta de estrutura desrespeita o torcedor e até mesmo o campeonato.
6 comentários:
Nada é poracaso...
Tem que haver planejamento, sem fazer nenhum tipo de loucura...é o que pede o combalido futebol brasileiro...
Discordo de você, Jota. O futebol brasileiro tem muito de surpresas sim. Pegue como exemplo o futebol europeu: em muitos campeonatos, é possível saber o campeão com muitas rodadas de antecedencia. E os campeões geralmente são os de sempre, ora Barcelona, ora Real Madrid... Já aqui, o número de equipes que disputam o campeonato com chances reais de brigar pelo título é muito maior, o campeonato é mais disputado, e mesmo equipes grandes e consagradas correm o risco de ficarem nas últimas posições, como é o caso de Fluminense, Palmeiras e Corinthians. É aí que está o mérito do São Paulo: com um trabalho sólido, ele não fica vulnerável a possíveis zebras. Para quem acreditava que o campeonato de pontos corridos seria monótono, a própria experiência comprova o contrário...
Terei de concordar. Ao ler "ouso dize4r que este ano não foi (uma caixinha de surpresas)" duvidei. Mas diante das posições e considerações / argumentos colocados, realmente se analisarmos constataremos isso. Entretanto, nesta altura do campeonato é bem fácil fazer uma constatação dessas. Quem imaginaria que santos ou gremio! estariam bem colocados ao fim do campeonato?
O Sp e o Inter, tava fácil...
Gostei da fluencia do texto..
o blog tá muito bom companheiros
grande abraço Jota!
Acho que o futebol brasileiro tem muitas surpresas, mas também creio que esse ano o campeonato está sendo o mais previsível de todos. Era um pouco óbvio que o time que perdesse a final da Libertadores seria o campeão. Até porque, na época, Inter e São Paulo lideravam o certame, mesmo jogando com times reservas. O São Paulo lidera o campeonato desde a 12º rodada, e o Santa Cruz nem chegou a sair da zona de rebaixamento. São fatos como esses que comprovam que esse ano não tivemos muitas surpresas.
Parece que finalmente começa a tomar conta da mente dos cartolas que o planejamento é fundamental para a realização de um bom trabalho, o que inclui pré-temporada, boa gestão e administração, contratações coerentes, manutenção do treinador por um período maior (tb não precisa chegar no nível do Fergunson, como já foi escrito...).
Mas sempre há uma asa negra: haverá eleiçãono Corinthians, e eis que Alberto Dualib lança a sua chapa(quanto tempo já dura o reinado?); o slogan: Deixa o homem trabalhar (é pra rir ou chorar?), e uma das bandeiras levantadas é a da modernidade...
Dureza...
Realmente todo time que prioriza uma maior organização em seu regime político consegue melhores resultados.
Discordo do Bruno quando diz que no Brasileirão houve tantas surpresas. Com exceção de Figueirense e Paraná, todo time ocupa a colocação que merece.
Nesse ano, até mesmo o desorganizado Vasco parou com a política de beneficiar alguns ídolos decadentes (como Romário, por exemplo) e colocou uma nova safra de jogadores razoável que pode garantir uma vaga na Libertadores...
E certamente, isso ocorre por causa da fórmula de disputa. Não seria justo que times que foram tão regulares o ano todo como São Paulo e Inter, pudessem ficar fora da Libertadores e da disputa do título perdendo um mata-mata contra Botafogo e Corinthians, por exemplo, times que erraram bastante durante a temporada, mas que num virtual mata-mata poderiam aproveitar sua boa fase e vencerem seus confrontos.
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