7.10.06

Medíocre, porém vencedor!

Ele nem é tão bom assim. Sempre polêmico e muito questionado. Se você perguntar aos torcedores que acompanharam as permormances de Fabien Alain Barthez debaixo das balizas, esses seriam os adjetivos utilizados para definir o goleiro francês, que se notabilizou no futebol pela careca, a camisa 16 da França, os uniformes de manga curta e muitos títulos.
Depois da tentativa frustrada de acertar com o clube que o revelou ao futebol, o Toulouse, Barthez anunciou esta semana que está deixando os gramados, pendurando as chuteiras e as luvas. Para muitos, uma ótima notícia, como o goleiro Gregory Coupet, reserva de Barthez na Copa da Alemanha, mesmo estando em um momento infinitamente melhor que o do camisa 16. Coisas de Domenech.
Mas é inegavel que o francês de 35 anos, nascido em Lavelanet, apesar de não ter a técnica de um Preud'Homme ou de um Pagliuca, notabilizou-se por suas conquistas dentro de campo.

A Carreira
O jovem Barthez começou a dar seus primeiros passos no futebol jogando pelo Toulouse. Promovido em 1990, ele estreou pelo time profissional em 21 de setembro de 1991, contra o Nancy. As boas atuações chamaram a atenção do Olympique de Marseille, que o contratou em 1992. E lá, o goleiro francês ja começou conquistando títulos importantes. No mesmo ano, conquistou a Liga Francesa e a Champions League, em cima do Milan. De quebra, Barthez obteve um recorde: foi o goleiro mais jovem a conquistar a Champions, com 22 anos (marca batida só por Iker Casillas, em 2000).
Mas a glória cessou rapidamente para Barthez e o OM. O escândalo de manipulação de resultados na França, arquitetado pelo então presidente do OM Bernard Tapie e descoberto em 1994, colocou o time de Marselha na segunda divisão da Liga Francesa e fora das competições européias. Mesmo assim, Barthez permaneceu no OM, apesar de ter recebido diversas propostas de outros clubes franceses. E jogou na segunda divisão até a temporada 1994-95, quando se transferiu para o Monaco. Mas antes de se transferir para o Principado, ele já havia feito sua estréia pela seleção francesa, contra a Austrália. Mal sabia que no futuro, ele se tornaria um dos maiores vencedores pelos Bleus.
Em Monaco, Barthez conquistou duas Ligas Francesas (97 e 2000) e se firmou para defender a meta francesa pela seleção. Chegou em boa forma para a Copa de 1998, na França. E foi um dos responsáveis pelo primeiro título mundial da França, conquistado sobre o Brasil. Barthez sofreu apenas dois gols durante o Mundial, sendo eleito o melhor goleiro da competição.
Na Eurocopa de 2000, atingiu o auge, juntamente com os Bleus, quando conquistou a competição européia. Era a primeira vez, desde a Alemanha Ocidental de 1974, que uma seleção conquistava a Copa e a Euro consecutivamente.
E as boas atuações de Barthez chamaram a atenção do Manchester United, que contratou o arqueiro, em 2000. E logo de cara, o francês conquistou a Premier League 2000-01, com ótimas atuações, conquistando o carinho e respeito dos torcedores do ManU. Mas o inferno astral de Barthez começou na temporada 2001-02, quando algumas de suas "gracinhas" costumeiras começaram a dar errado, rendendo-lhe falhas que afastaram os Red Devils do título. E o martírio durou até 2003, quando Alex Ferguson, técnico da equipe inglesa, perdeu a paciência. E com a chegada do goleiro americano Tim Howard ao Manchester, Barthez perdeu espaço e foi negociado com o Olympique de Marseille, onde já havia atuado dez anos antes.
Na Copa de 2002, ele e a seleção francesa amargaram a pior campanha de uma equipe campeã mundial: Foram eliminados na primeira fase, sem marcar um gol qualquer.
No regresso à Marselha, Barthez aprontou mais das suas costumeiras cagadas. Depois de uma temporada sem brilho em 2004, Barthez foi suspenso durante seis meses em 2005, por ter cuspido em um árbitro, durante amistoso com o Raja Casablanca. Foi o fato mais marcante de sua segunda passagem pelo OM.
Em sua última grande aparição nos gramados, na Copa de 2006, Barthez não lembrava nem de longe o incontestável goleiro que havia conquistado o Mundial, oito anos antes. Questionado por toda imprensa, que defendia seu compatriota Coupet na meta francesa, o técnico e teimoso Raymond Domenech bancou o camisa 16. E mesmo com Barthez, a França chegou até a final, quando caiu diante da Itália, nos pênaltis.
Depois da Copa, decidiu deixar o OM e desejava encerrar a carreira no clube que o revelou, o Toulouse. Mas as duas partes não chegaram a um acerto. Resignado, Barthez afirmou: "O único clube para o qual eu queria ir não me quis." Terminava ali, a carreira de um dos goleiros mais polêmicos e vitoriosos do futebol atual.
Muitos afirmam que sua melhor fase foi apenas no início da carreira e que depois Barthez foi apenas regular. O cara brigou, cuspiu, mijou em campo. Mas foi mais vitorioso que Platini, para muitos, o melhor jogador que a França ja produziu. Coisas do futebol.

Perfil
Nome: Fabien Alain Barthez
Nascimento: 28 de junho de 1971, em Lavelanet, França
Clubes: Toulouse (1990-1992), Olympique Marseille (1992-1995 e 2003-2006), Monaco (1995-2000) e Manchester United (2000-2003)
Jogos pela seleção: 86
Títulos: 2 Ligas Francesas
2 Ligas Inglesas
1 Liga dos Campeões
1 Copa do Mundo
1 Eurocopa

5 comentários:

Bruno Calixto disse...

Cara, eu nunca achei o Barthez bom goleiro e nem acho que ele foi fundamental em todos esses títulos... mas, fazer o que, o cara venceu. O título diz tudo, medíocre, porém...

Mas eu nem queria falar do Barthez... eu queria saber se posso publicar um texto nesse blog... juro que é sobre futebol, com opinião e sem 'emcimadomurismo'... heheheh...

abs
Planta

Alexandre Azank disse...

É impressionante como um cara comum e até incompetente consegue chegar tão longe! Mérito mais da persistência e da sorte do que do talento!

Armando Teixeira Junior disse...

Sabe meu azar ?
Então o Barthez tem uma sorte proporcional...só isso explica...rs

Anônimo disse...

Bem, tirando esses incidentes, sempre achei o barthez um bom guarda-redes, é certo que a frança teve boas equipas, mas do que vi sempre vi um guarda redes concentrado, e decisivo.

Anônimo disse...

Dizer que barthez é um goleiro sortudo? teve sim, mas isso é pra quem tem birra de frances, barthez é bom goleiro, conquistou inumeros titolos com sua real capacidade e grande tecnica, um goleiro agil que fez grandes defesas em 98, que apesar de baixo conseguiu demostrar grande segurança para equipe ajudando fortemente vitórias para o futebol françes , claro teve momentos difíceis em sua carreira mas quem não teve, faz parte do futebol. Foi um jogador que parou grandes nomes como do nosso craque Ronaldo, mas claro é inegavel esse nasceu com sorte, teve o luxo de poucos ganhar do Brasil.