Começarei meu primeiro texto aqui no blog que realmente dá opiniões no futebol com uma idéia que eu já tenho faz um bom tempo. Quando nós olhamos para os gramados brasileiros e lidamos com tantos brucutus e falsos craques, ou seja, jogadores que são bem medianos e acham que jogam muita bola, dá uma tristeza danada.
Não vou nem entrar na questão financeira, marqueteira, toda essa baboseira que está presente no futebol e que faz parte, e por isso nem vou dizer que é uma coisa que acaba com o futebol. Não tem como ir contra todo o “sistema”, e dinheiro é dinheiro, em qualquer lugar. Estou falando da questão técnica mesmo.
Eu acho que se o jogador de futebol pensasse, pelo menos fizesse um esforço, com certeza o nível do futebol seria melhor. É o que acontece nos gramados europeus, com as devidas limitações também. Lá, o problema não é de inteligência, e sim de mecanicidade, com os jogadores executando muito bem os fundamentos, e só isso.
A declaração do francês Henry tem um pouco a ver com o que quero dizer, tirando a parte preconceituosa. Durante a Copa do Mundo, o atacante disse que a razão do sucesso brasileiro no futebol se devia ao fato de que nossos jogadores freqüentavam mais as peladas nos campinhos do que a escola. Ou em outras palavras que o futebol francês (diria o europeu) só não é tão bom porque seus atletas passam mais tempo nas escolas e menos jogando bola. Se realmente fosse isso, os Estados Unidos já teriam ganhado umas 5 Copas, igual o Brasil.
O Brasil tem aquela coisa que não dá pra explicar direito. Talvez a mistura de todas as raças, o negro, o branco, o índio, a malícia e ginga... Sei lá, vários fatores que podem ser mais bem explicados pelos professores doutores dos livros de sociologia. Mas falta pensar.
O que faz um jogador como o Kaká, por exemplo, virar uma grande craque? Aliado ao seu grande talento, sua força física, é um jogador que pensa, sabe o que vai fazer antes de a bola chegar. Nos momentos mais difíceis da partida, não vai ser aquele jogador que vai dar um chutão, cruzar sem olhar para a área, coisas que estamos acostumados a ver. São coisas simples que acabam irritando. Tentem reparar quantos jogadores chegam correndo pela linha de fundo e olham para a área antes de cruzar: aposto meu espaço nesse blog que não vai passar de 10% dos jogadores.
Impedimentos, passes curtos e longos, chutes a gol, posicionamento... Questão de fundamentos mesmo. Sei lá, eu entendo que nem todo mundo seja bom jogador, eu admiro o esforço de muitos que procuram compensar a falta de habilidade com correria, raça, marcação. Mas acho que isso deveria ser a exceção, e não a regra.
É o caso dos jogadores europeus. São excelentes técnicos, marcam bem, atacam bem, mas são “apenas” isso. Jogadores como Ballack, Gerrard e Lampard seriam titulares em quase todos os times do mundo. Mas não encantam. Fazem gols, armam jogadas, defendem, mas não passam de “robôs” tecnicamente muitos bons, admito. Se alguém ficar esperando alguma jogada diferente, um drible, um passe que desconcerte toda a defesa adversária, vai ter que ficar sentado para não cansar. Claro que gostaria de ter um jogador com eles no meu time, isso é óbvio, mas não seria “O” jogador que me levaria aos estádios.
Parece meio utópico, eu sei, mas é triste perceber que muitos jogos são horríveis pela presença quase absoluta desses jogadores brucutus e esforçados. Entre os técnicos europeus e os limitados brasileiros, ainda agradam mais os europeus, com alguns lampejos e brilho dos vários grandes jogadores que jogam por lá (muitos brasileiros, é bom lembrar).
Enfim, para terminar, uma célebre frase de autoria do ex-jogador Mirandinha, do Corinthians. Não sei exatamente as palavras, mas é mais ou menos assim: “Corro tão rápido que não dá tempo pra pensar!”. Falar o que???
2.10.06
Futebol bonito x Futebol técnico x Futebol burro
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3 comentários:
Sua análise foi perfeita!
Concordo com tudo, cara...
É bem por ae mesmo, muita correria, marcação e pouco intelecto...
Parabéns pela matéria!
Abraço
Realmente foi uma analise, q diz bem ao respeito do futebol daqui e de lá, mais ainda sou daqueles q prefere um time com raça do q cheio de grandes estrelas.
Não sou hipocrita e dizer q não gostaria de um time com algumas estrelas, mas por exemplo o Real Madrid e o Curinthias, muito nome sem nenhuma raça e sem nenhum empenho...
Mas uma analise bem feita.
parabéns continue assim...
Caro Arthur,
Bem Vindo ao Blog, e logo de cara, acho que vc entrou no espirito da coisa. Achei a sua Analise perfeita e tive e nitida sensacao de ter aberto a Folha de Sao paulo numa manha de Quarta-feira(vc sabe o que eu quis dizer). Eu, como eterno amante do Futebol Romantico, penso exatamente com vc. Esses jogadores que vc citou (Lampard, Gerrard e ballack) sao os verdadeiros craques do Futebol tecnico! Eles ainda sao bem-vindos no Futebol mundial! O Foda eh aguentar todos os outros tecnicistas que transformaram o futebol num esporte enlatado, pre fabricado! Isso eh mal do Futebol Ingles!!!
Mas eh isso velhinho, mais uma vez parabens pela materia! Escreva sempre!!!
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