28.10.06

Análise tática ou "Canalhice" tática?

O mestre Tostão que me perdoe, mas peço a palavra nesse neste humilde espaço para discorrer um pouco sobre os diferentes esquemas táticos, e os mais variados conceitos que esta questão abrange. Particularmente, creio que a forma numérica como os estilos de jogo são expostos (4-4-2, 3-5-2, 4-3-3...) servem apenas para nomeá-los. Não vejo motivos para acreditar que um time joga melhor que o outro por ter um zagueiro a mais, ou a menos.
Taticamente, a postura e o posicionamento influenciam muito mais o desempenho de um time do que o esquema em si.

A atual mídia esportiva, em sua maioria, “vende” o 3-5-2 como sendo um estilo defensivo, e o 4-4-2 como mais ousado. Será mesmo? Os times treinados pelo Parreira, normalmente, jogam só com dois zagueiros e se caracterizam por serem mais sólidos defensivamente do que ofensivamente. O ex-técnico da seleção nunca escondeu que, para ele, o importante é a posse da bola, independente de estar atacando ou defendendo.

Isso pode ser comprovado se lembrarmos da seleção de 94, ou, até mesmo, da que jogou essa Copa. Na Alemanha, apenas os zagueiros e os volantes saíram com a imagem fortalecida. Os atacantes levaram a culpa pelo fiasco, mas será que a culpa foi só deles?

Talvez o Parreira não perceba que o grande acerto tático de sua vida foi no Corinthians, em 2002. Ele colocava em campo um time bastante ofensivo, com 3 atacantes. Foi a época do “melhor” lado esquerdo do mundo, onde o lateral Kleber atacava o tempo todo, e ainda recuava quando o Rogério, o outro lateral, buscava o gol. Isso comprova que um time não precisa ter 3 zagueiros para dar mais liberdade aos laterais.

O São Paulo campeão da Libertadores de 2005, tinha três zagueiros e dois volantes de contenção em seu esquema, e ainda assim jogava o tempo todo no campo do adversário. Venceu o torneio com goleadas nas quartas (4 a 0 no Tigres) e na Final (4 a 0 no Atlético-PR), fora os três gols marcados em pleno Monumental de Nuñes, contra o River. Você acha esse sistema retranqueiro? Suponho que não.

Com a escassez de jogadores, os técnicos estão posicionando os times cada vez mais de forma medrosa. Esse comportamento acaba fazendo com que a imprensa e os torcedores enalteçam os técnicos de pulso firme, que se descabelam do lado de fora do campo. A contratação do Dunga para dirigir o Brasil reflete um pouco dessa realidade. Será que isso resolve? Não me lembro de ter visto o Frank Rikkard fazendo isso. Nem o José Mourinho...

9 comentários:

Thiago Barretos disse...

Realmente eu acredito que a personalidade do técnico não influencie tanto nos resultados da equipe.
Eu acredito que há técnicos mais reclamões ou mais contidos, que há técnicos mais calmos ou mais nervosos e por aí vai...
Esse tipo de conduta psicológica ajuda ou prejudica o tima em certas ocasiões, isso é fato!
Mas, sinceramente, não é a personalidade de um técnico que faz com que ele seja bom ou ruim.
O importante é a postura e o compromentimento tático que o time demonstra em campo...

André Augusto disse...

Dependendo da postura do técnico, acho que ele influencia o time sim...saindo do futebol, com toda a sua tática e técnica,que jogador não vibra com o Bernardinho? No futebol, o mesmo com Felipão, Leão (quando não fica enchendo o saco da arbitragem)...
Mas o primordial mesmo é a postura táctica mesmo...
na teoria, o líbero é mais um zagueiro, mas que se transforma em um meia com a bola nos pés (Beckembauer, Matthaus, etc.)e por ae vai...
Boa observação tática! Parabéns!

Felipe Moraes disse...

Eu particularmente prefiro um esquema sempre ofensivo, mas prezo por uma marcação forte no meio-campo.
O esquema que eu mais gostei de ver em um time de futebol, foi o usado por Mourinho no Chelsea de duas temporadas atrás. Apesar de atuar com três atacantes sempre, o português gostava de usar Makelele, Tiago e Lampard no meio-campo, que era de muita pegada.

Um Abraço, Felipe Leonardo

Bruno Calixto disse...

É absurdo falar que Bernardinho ou Felipão é melhor que um Parreira por gritar num campo... mas essa postura é também uma forma bem brasileira, diferente dos técnicos engravatados e frios da europa. Acho que por isso eles cativam tanto por aqui.

Alexandre Azank disse...

Eu sempre achei que os craques e a vontade que uma equipe entra em campo muitas vezes superam qualquer esquema tático. Porém não podemos deixar de lado Luxemburgo, o "estrategista", que transforma equipes somente medianas em conjuntos competitivos.

Arthur Kleiber disse...

Acho que o nome do esquema é mais para definir o posiionamento no começo do jogo, quando ninguém tem a bola. Claro que quando a bola rola, o que conta é o posicionamento e atitude dos jogadores. Agora, quanto aos técnicos que só gritam, estilo Leão, acho grotesco. Leão só reclama e só anda fazendo cagada. Ficar gritando não quer dizer nada. Se for assim, ao invés de colocar o Bernardinho, coloca esses caras que fazem palestras motivacionais pra empresas, essas coisas... nada a vê... Sendo assim, acho q a contratação de Dunga, pelo motivo que ele foi chamado, foi um erro. Trocar de técnico pq um ficava quieto e outro (sem nenhuma experiência) pq grita é ridículo, coisas de CBF (sem entrar nos méritos técnicos de Dunga, que a meu ver até está indo bem).

Anônimo disse...

Montar um esquema depende único e exclusivamente das peças que se têm para tal, não adianta falar que tal esquema é melhor que o outro caso não haja peças para que esse esquema se torne eficiente. O são paulo por exemplo, utilizava o 3-5-2 por ter bons alas, júnior e cicinho, e utilizava dois excelentes volantes de contenção, bons apoiadores tb, josué e mineiro. A necessidade de três zagueiros entretanto, fez-se da idéia, creio eu, de que era mt mais eficaz os dois alas apoiando do que defendendo, pois estes nunca foram grandes marcadores. com um volante a frente, mineiro, excelente e incansavel no apoio e na marcação, a equipe não possuia uma defesa desprotegida e com os dois bons alas um ataque fortificado. e além destes, o são paulo possuia ainda um goleiro excepicional que atuava como um líbero caso a bola uoltrapassasse os zagueiros.
o chelsea e o barcelona são da mesma forma, o chelsa é um time com uma sólida defesa eum contra ataque excepcional, por isso o titulo invicto do ingles. Já o barça com um ataque formidável, utiliza-se deste ao invés da fraca defesa, tanto que seus "volantes" não são volantes de origem (iniesta, deco), e encanta mais que o chelsea, mas não é taum eficiente qto o msm.
o esquema tático depende de diversos fatores e a sua nomeação é devido ao núemro de defensores, meias e atacantes que serão utilizados, mas indiscutivel é que o bom técnico é aquele que sabe utilizar as peças que tem e não adianta utilizar um esquema se não há jogadores para tal e nem orientação adequada, além de ser capaz de realizar um bom trabalho colitivo

Felipe Brisolla disse...

Caro amigo, gostei dos comentários, mas o anonimato tira qualquer mérito! Por favor, da próxima vez se identifique!Ok?

Anônimo disse...

Sim, talvez nao importe realmente o esquema tatico, mas em que lugar do mundo seria isso ? China, Andorra, ou lugares similares onde nao exista futebol.Esquema tatico é importantissimo !!! Seria a mesma coisa por o Mancine, que joga como meia ou ala, em um esquema 4-4-2 ou 3-5-2 como lateral ? Ou tirar Cristiano Ronaldo das pontas e por ele no meio ou de centro avante, faria o mesmo efeito do bom futebol que ele apresenta nas pontas do Manchester. Caso contrario nao existiria profissionalismo na profissao de tecnico, e ao invez, botaria o presidente do clube para botar os seus ''craques'' nos campos.