3.11.07

Sopro de Esperança - Olheiros.net

Amigos e visitantes do Opinião FC! Convido-os para conhecer um novo projeto, o site Olheiros. Com uma proposta inovadora para um veículo midiático que aborda futebol - o do olhar analítico sobre as revelações saídas das diversas categorias de base - o Olheiros nasce também com o intuito de revelar novas cabeças no universo do jornalismo esportivo. Este blogueiro e aspirante a jornalista tem a honra de ser um dos colaboradores do site, que ainda tem como editores Dassler Marques e Marcus Alves, além de um corpo de colunistas fixos. Abaixo, segue parte do primeiro texto que redigi para o site, feito em parceria com Dassler Marques, sobre os feitos dos garotos iraquianos, quarto lugar em Atenas e campeões da Copa da Ásia de seleções.

Sopro de Esperança

A tradição esportiva do Iraque, tal qual de todas as nações do Oriente Médio, é bastante modesta. Com apenas uma única medalha – e de bronze – na história dos Jogos Olímpicos, o país pôde ansiar algo maior, 47 anos após sua principal façanha olímpica, em Roma-1960. Entre os quatro finalistas em Atenas-04, a seleção masculina sub-23 não conseguiu, incrivelmente, subir ao pódio pela segunda vez da história – acabou em quarto lugar. Mas, formou uma espinha de jovens jogadores que, três anos depois, daria o inédito e expressivo título da Copa da Ásia ao sofrido povo iraquiano.

Trajetória olímpica

Os iraquianos chegaram à última rodada do Pré-Olímpico Asiático no terceiro lugar do Grupo C, com seis pontos. Situação, àquele momento, idêntica à da Arábia Saudita. Omã liderava a chave (8 pontos) com o Kuwait logo atrás (7 pontos). Portanto, o Iraque precisava vencer os sauditas jogando “em casa” (já que não podiam atuar em seu território, por medidas de segurança) e torcer por um empate entre Omã e Kuwait. Neste dia, claramente, Alá estava olhando pelos iraquianos. A vitória de 3-1 sobre a tradicional Arábia Saudita e o empate em 0-0, de Omã com Kuwait, foi o estopim para uma festa no país, recém-invadido pelas forças de coalizão lideradas pelos EUA.

Em Atenas, os ‘Leões da Mesopotâmia’ chegaram como uma das dezesseis postulantes ao pódio. Na batalha, estavam países fortes como Argentina, Portugal, Itália, Sérvia e Montenegro, Gana e Paraguai. A classificação, garantida de forma improvável, deu aos iraquianos apenas a quarta possibilidade de jogar o torneio olímpico de futebol em toda a história. E os garotos sub-23, reforçados por apenas dois nomes acima da idade prevista - Razzaq Farhan e Abdul-Wahad Abu -, aproveitaram bem a chance. A chave inicial dos Jogos Olímpicos, não era simples, teoricamente. Mas, Costa Rica e Marrocos, claro, não poderiam representar uma impossibilidade. Portugal, contando com ninguém menos que Cristiano Ronaldo, era o cabeça-de-chave e favorito em teoria. Quando a bola rolou, o imponderável fez das suas.Com gols de Emad Mohammed, Hawar Mulla, Younis Mahmoud e Saleh Sader, os iraquianos bateram Portugal por 4-2, abrindo sua participação nos Jogos de forma incrível. Feito isso, Hawar Mulla e Mahdi Karim, contra Costa Rica, com um 2-0, confirmaram a heróica classificação dos ‘Leões da Mesopotâmia’ – apenas a segunda em todos os tempos. Mesmo batidos pela Costa Rica, por 2-1 (gol de Saleh Sader), o Iraque acabava o grupo D na ponta.

Emad Mohammed, autor do primeiro gol iraquiano nos Jogos, fez também na vitória por 1-0 diante da Austrália, responsável pela vaga nas semifinais. Após sofrer três gols dos paraguaios, posteriormente vice-campeões, o Iraque diminuiu, com Razzaq Farhan. Insuficiente, porém, para brigar pelo ouro. A luta pelo bronze, entretanto, morreu nos pés de Alberto Gilardino. Hoje no Milan, ele fez o gol que freou o ímpeto do Iraque, fadado ao quarto, porém honroso, lugar nos Jogos de Atenas. Mais importante que qualquer resultado, evidentemente, foi a projeção que pôde se fazer de uma série de jovens promissores com menos de 23 anos. Três anos mais tarde, sob enorme influência do treinador Jorvan Vieira, onze dos dezoito nomes presentes em Atenas, deram ao país aquela que foi, provavelmente, sua maior façanha esportiva em todos os tempos: o título da Copa da Ásia.


Um comentário:

Arthur Virgílio disse...

O site olheiros ficou muiot legal.