10.12.07

Bravo, Pippo!

Contra o Celtic, o predestinado Inzaghi comemora o 63º gol em competições européias, o que lhe valeu o posto de maior artilheiro em torneios da UEFA.

Não se trata de um jogador trombador, de muita força física. Mas seu tipo físico, apesar de seus 1,81m não favorece todo o esplendor de velocidade e habilidade nata. Mas então, como um jogador que não tem biotipo de matador e nem é um primor da habilidade e velocidade pode chegar à marca de maior artilheiro de competições européias de todos os tempos, superando o lendário artilheiro alemão Gerd Muller? Essa incógnita é Filippo Inzaghi, o Superpippo (Super Pateta, em italiano).

Muitos brincam dizendo que é o atacante que mais fica em impedimento no futebol mundial, mas seus feitos não podem ser ignorados. Qual milanista não lembra de sua doppietta na final da Champions League 2006/07? Mesmo com Kaká sendo o artilheiro e melhor jogador da principal competição européia, o brasileiro ficou em segundo plano naquela final. O faro de gol de Pippo é muitíssimo bem apurado. Prova disso é a bola desviada involuntariamente nele, no primeiro gol daquela final.


No auge de seus 34 anos, vem sendo o atacante de ofício mais eficiente da esquadra rossonera dos últimos anos, tanto pela incompetência de Gilardino quanto pelas seguidas contusões de Ronaldo. E ultimamente, quando Kaká não resolve ou Seedorf não é eficiente, Pippo entra em cena. Como diz o grande marco Van Basten: “Atualmente ele não pode jogar o futebol em sua plenitude. Ele só está sempre no lugar certo”.

Iniciou a carreira no Piacenza, time da cidade onde nasceu. Sem muitas oportunidades na equipe da cidade-natal, ele foi jogar a Série C italiana pela Albinoleffe, onde conseguiu ser um dos destaques da equipe, em 1993. Foi emprestado para o Verona - que na época jogava a Série B – onde fez excelente campeonato após marcar 13 gols em 36 partidas, o que lhe garantiu a possibilidade de atuar novamente pelo Piacenza. De volta a sua cidade-natal, Inzaghi continuou balançando as redes: 15 gols em 37 jogos pelos piacentini. Tantos gols não tardariam para que Pippo começasse a fazer história dentro da Itália, Europa, e depois, do mundo.

Contratado pelo Parma, o atacante marcaria lá o seu primeiro gol dos 127 gols que contabiliza pela Série A (até 09/12), contra o Piacenza, além do primeiro gol em competições européias em setembro de 95, contra os albaneses do Teuta. Mal sabia Pippo que aquele seria o primeiro de uma série que o levaria ao atual recorde de gols em torneios europeus.

Após sua primeira contusão grave no pé (numa pelada com os amigos), Inzaghi acabou perdendo espaço no Parma. E seu destino foi a Atalanta de Bérgamo, onde seria, pela primeira – e única vez até aqui – artilheiro do Calcio, com 24 gols. E de lá, caminharia para sua experiência em um grande clube italiano: na Vecchia Signora, a Juventus.

Estupenda primeira temporada no elenco bianconero. Foram 27 gols em 46 jogos, um scudetto italiano e a Supercopa da Itália. Melhor, só se a Juve não tivesse perdido a final da Champions daquela temporada para o Real Madrid de Mijatovic, autor do gol triunfal. Mas aquela temporada de 1996/97 mostraria o belíssimo entrosamento da dupla Inzaghi-Del Piero, decisiva para os triunfos da Juve na época. Nas quatro temporadas em que esteve entre os bianconeri, balançou as redes por 89 vezes. E muitos consideram aquela época o seu auge técnico e físico, por conta de algumas lesões que limitaram algumas de suas ações no Milan, que posteriormente o contratou numa transação que envolveu o volante Cristian Zenoni.

Se por um lado, as contusões não deixaram Inzaghi ser o matador de outrora, no Milan ele teve a sua época mais vencedora. Mas o início não foi fácil. Mesmo sendo importante no elenco campeão europeu de 2002/2003, Inzaghi foi deveras azarado: contundiu as costas, joelho, cotovelo e o tornozelo.

Sua redenção veio na finalíssima da Champions League de 2006/07. O Milan estava engasgado com o Liverpool por conta da final de Istambul, duas temporadas antes. E o predestinado para vingar os rossoneri só poderia ser ele. A bola o “encontrou” após a cobrança de falta de Pirlo. E depois, Pippo se posicionou bem ao receber passe açucarado de Kaká para marcar o gol do título.

A maneira como ele vibra após os gols impressiona. Toda a habilidade que lhe falta em alguns momentos ele compensa com o coração, a raça. Não há bola perdida. E, principalmente após o retorno da série de contusões que lhe acometeu, parece-me que cada gol comemorado é o último, tamanha a intensidade e a emoção que sua expressão nos passa.

Ao marcar o gol contra o Celtic, nesta semana, Pippo garantiu seu lugar na história. O 63º gol de sua carreira em competições européias deu o lugar na história do futebol europeu a um jogador muito esforçado. E que esforço!

Pela Azzurra, participou de três Copas (1998, 2002 e 2006). Fez parte do elenco campeão na Copa da Alemanha, deixando sua marca na fase de classificação, contra os tchecos. Ainda se sagrou campeão europeu sub-21, em 1994.

Podem falar o que quiser dele. Mas é inegável dizer que Pippo é predestinado e tem cheiro de gol.

5 comentários:

Felipe Moraes disse...

Ele, por onde passou, deixou muitos gols. Uma marca merecida para um jogador que sempre foi contestado pela falta de primor técnico e regularidade. Nos momentos decisivos, Pippo Inzaghi sempre aparece, e aparece muito bem.

Abraço,
Felipe Leonardo

Anônimo disse...

O negocio no futebol é bola na rede, e com ele isso fica facil!Abração e aguardo vcs no Pitacos, na Liga Pitacos!Abração

Vinicius Grissi disse...

Certíssima a avaliação sobre o Inzaghi. Não é nenhum craque, mas tornou-se com o tempo um jogador "fora-de-série" por tudo que fez e conquistou!

Net Esportes disse...

Excelente jogadro...... quero ver show dele e do Milan nesse Mundial de Clubes !!

http://netesporte.blogspot.com/

Gerson Sicca disse...

O centroavante q faz gol não pode ser criticado. E na Itália a objetividade é fundamental para o jogador ter sucesso.Por isso não será fácil para o Pato consagrar-se no Milan: ele tem talento de sobra mas às vezes não parece estar na mesma intensidade dos demais jogadores. E a torcida sente isso.
No Inter o Pato chegou a ser criticado no vestiário em jogos da libertadores, segundo contam, pq ele não estava realmente empenhado. Se quiser ser rei no Milan terá q aprender um pouco com Inzaghi