16.12.07

Um para o outro?

"Squadra Inglesa": Primeiro desafio de Capello com seleções

Um dos cargos mais cobiçados do mundo do futebol foi novamente ocupado neste última semana: Fábio Capello assumiu o cargo do English Team. O currículo do allenatore italiano o torna altamente capacitado para o desafio. Foi campeão por onde passou - títulos italianos por Milan, Juventus e Roma, espanhol pelo Real Madrid e campeão europeu pelo Milan - mas nem isso faz com que seu nome se torne um consenso no futebol inglês. As principais resitências ao italiano são personalidades do futebol inglês, tais como os técnicos Harry Redknapp (Portsmouth), Gareth Southgate (Middlesbrough) e o ex-jogador da seleção, Paul Ince. Inclusive, Redknapp foi categórico ao diário lusitano Record: "Eles [Federação Inglesa] não precisam de Jurgen Klinsmann ou Fabio Capello. Futebol é gestão de jogadores. Para ser treinador de Inglaterra não é necessário ser-se grande treinador, tem é de se saber gerir."

Mas a entressafra de técnicos ingleses é evidente. Além do fracasso de Steve McClaren, que custou a Eurocopa 2008 a Inglaterra, os treinadores dos principais clubes do país são estrangeiros: Alex Ferguson (Manchester United, escocês), Arsène Wenger (Arsenal, francês), Rafa Benitez (Liverpool, espanhol) e Avram Grant (Chelsea, israelense). Escolhido entre outros nomes estrangeiros - como Mourinho e Hiddink - Capello terá muito trabalho pela frente. Tem a missão de reerguer um gigante ferido e vencer a desconfiança de muitos ingleses e da exigente imprensa britânica.

Penso que Capello tenha condições de fazer sucesso na Inglaterra. Conta com jogadores que podem se adaptar ao seu estilo característico de jogodas equipes que treinou, onde ele forma uma equipe bem compacta, de defesa forte e meio-campistas versáteis. Jogadores como Lampard e Gerrard serão imprescindíveis nesse início de jornada. Marcam, chegam ao ataque com excelência e chutam bem de fora da área. Na frente, Wayne Rooney é referência. Atrás, Ferdinand e Terry são o início dessa espinha dorsal. A excessão de um bom goleiro, talvez a renovação na equipe não seja tão profunda num primeiro momento, até porque Capello deve sentir o que tem primeiro, já que a base não é ruim. A maior mudança será realmente na forma de jogar e na postura do time.

Como no Real, onde Capello enfrentou resitências de diversos lados e foi campeão, o caminho será árduo. Mas o treinador italiano pode consegiur nesse último desafio (segundo ele mesmo) algo que lhe falta na carreira de treinador vencedor que construiu: um êxito com seleções nacionais. Por outro lado, a Inglaterra precisa ganhar um título de expressão a médio prazo, pois hoje figura como grande apenas pela tradição e não pelos resultados recentes no futebol. Seria este o casamento perfeito?

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