26.12.07

Lar doce lar?

Ronaldo e Adriano, em 2006: Será que a dupla voltará a se enfrentar em gramados brasileiros?

No ano da Copa, em 2006, quem imaginaria que a dupla de ataque da Seleção poderia jogar no Brasil? E sem a desculpa de encerrar a carreira por cansar de perambular na Europa? Pois então, dois lados do falecido “quadrado mágico” podem marcar a sua volta para o Brasil. Adriano e Ronaldo poderiam deixar de fazer o dérbi de Milão para se enfrentarem na rivalidade regional entre São Paulo e Flamengo.

Adriano já é realidade no Morumbi. A diretoria tricolor já lhe deu a dez e deposita muita esperança no Imperador, para fazer bonito na Libertadores, principal objetivo do clube no semestre. Para o atacante de 25 anos, um recomeço após uma queda vertiginosa, após ter sido cotado como possível melhor do mundo entre 2004 e 2005, quando atingiu o melhor da sua forma técnica e física na Inter. Mesma Inter para a qual o carioca foi vendido em 2001 e posteriormente foi emprestado para a Fiorentina e para o Parma (onde chamou a atenção dos nerazzurri, ao marcar 23 gols nas duas temporadas pela equipe gialloblu). Após conquistar a Copa América e a Copa das Confederações pela Seleção, chegou muitíssimo bem cotado para a Copa da Alemanha.

Após o fracasso brasileiro na competição máxima do futebol, Adriano teve uma queda brusca na carreira, tanto dentro quanto fora das quatro linhas. Além da escassez de gols – chegou a ficar nove meses sem marcar um gol oficialmente, tabu quebrado em dezembro de 2006 – as baladas extra-campo e os problemas pessoais não deixavam o Imperador reinar como antes. O tratamento no REFFIS tricolor abriu as possibilidades para a Inter fazer Adriano jogar (pois no mar de atacantes que a equipe dispõe hoje, Adriano, nas atuais condições não teria espaço) e para o São Paulo contar com um renomado atacante matador de ofício, já que Dagoberto ainda não atingiu o auge dos tempos de Atlético/PR e Aloísio não é nenhuma referência em gols.

Já o caso de Ronaldo ainda não é concreto. No entanto, as especulações estão ficando mais fortes e o Fenômeno poderia ter chances mais constantes de se recuperar e jogar no Rio de Janeiro, cidade de origem do jogador e da qual ele nunca escondeu que gostaria de voltar. Principalmente para atuar com a camisa do Flamengo. No mesmo ponto de decadência de Adriano – a Copa de 2006 – Ronaldo foi preterido por Nistelrooy no Real Madrid. Veio como esperança ao Milan, onde chegou com pinta de resolver os crônicos problemas de ataque rossoneros. Contusões e tratamentos obscuros fizeram com que Ronaldo pouco atuasse pelo Milan (em apenas 15 jogos desde janeiro de 2007, marcou sete gols).

Mesmo com a negociação de Ronaldo longe de se concretizar, é irônico vê-los numa situação tão incomum no futebol tupiniquim. Atualmente jogadores não precisam nem ser craques consagrados para deixarem o Brasil, como o excelente zagueiro Breno, por exemplo. Contudo, para o futebol brasileiro, é uma vitória ver jogadores como eles voltarem, sem precisar de muletas ou da caridade dos zagueiros adversários para conseguirem jogar decentemente num futebol nacional tão carente de atacantes de qualidade e de nome.

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