Marta e Cristiane lamentam mais um vice-campeonato olímpico: Mesmo mostrando melhor futebol, o detalhe novamente foi o vilão da equipe canarinho.
O Brasil decepcionou-se com algumas modalidades nas quais era tido como favorito em Pequim, como o vôlei de praia, de quadra masculino, futebol masculino e com o ginasta Diego Hypólito, por exemplo. O futebol feminino olímpico, apesar de dividir o favoritismo com os EUA e a Alemanha, também causou uma pontinha de decepção, principalmente após a grande semifinal contra as alemãs, até outrora algozes da seleção nas diversas competições da modalidade, culminando com a perda da final ano passado, nesta mesma China durante a Copa do Mundo de 2007. Disse uma pontinha, porque a meu ver, ainda falta algo para que essa seleção seja ratificada como a melhor do mundo.
Primeiro de tudo, falta equilíbrio emocional. Mas como cobrar equilíbrio emocional de profissionais que chegaram ao Brasil sem saber de seu futuro imediato? A goleira Bárbara, por exemplo, jogou seis meses sem receber aqui no Brasil e espera propostas para seguir vivendo da profissão que escolheu. O mesmo problema afeta a muitas jogadoras desse elenco que não alcançaram o status midiático de uma Marta, Cristiane ou Daniela Alves. Tanto no Mundial, quanto nos Jogos Olímpicos, o Brasil fez grandes partidas nas semifinais (4-0 contra os EUA em 2007 e 4-1 contra a Alemanha em 2008). Mas chegando à final, a mesma sina: o Brasil não ganhou por detalhes e a falta de sangue-frio. A afobação na organização e na conclusão das jogadas mostra que quando as coisas estão difíceis, falta ao Brasil se apegar mais a um padrão tático. Isso é visível quando Marta tenta resolver tudo sozinha, ou mesmo a atacante Cristiane, pois elas sentem que a responsabilidade pelo fracasso de mais uma jornada recairá sobre seus ombros.
Nisso, equipes como a própria Alemanha e os EUA mostram algo que falta ao Brasil: o conjunto. O Brasil possui as melhores atletas, individualmente falando - já que o Brasil tem três jogadoras entre as dez melhores do mundo – mas ainda peca pela falta de um elenco à altura. Isso se deve a falta de atividades às jogadoras brasileiras durante um ano inteiro, assim como ocorre com a temporada masculina. Enquanto nos EUA as atletas são incentivadas a jogar desde o ginásio até a universidade, passando por organizadíssimos campeonatos nacionais, na Alemanha, além da existência de uma boa liga nacional, as jogadoras ainda disputam a UEFA Women´s Cup, uma espécie Champions League do futebol feminino. Na última final, a alemã Prinz (Frankfurt) – maior artilheira da história dos jogos olímpicos ao lado de Cristiane, com 10 gols – novamente levou a melhor sobre Marta (UMEA) nas finais da competição, em maio. Torneios de nível alto como estes citados ajudam a dar bom ritmo de jogo às atletas. Enquanto isso, em terras tupiniquins, a Copa do Brasil da categoria não rendeu bons frutos. O motivo não surpreende: o atraso no repasse de recursos aos clubes. E o futuro da competição continua incerto.
Mesmo com todas as dificuldades, o Brasil evoluiu bastante. Há doze anos, quando conquistava a quarta colocação olímpica em Atlanta - após a derrota para a Noruega – o Brasil saiu de um pelotão intermediário, o qual incluía seleções como Suécia, Noruega e China, para figurar pelo menos entre as três melhores, pouca coisa atrás de Alemanha e EUA.
As promessas continuam sendo feitas. Alguns já taxam (injustamente, na minha visão) a seleção como amarelona. E em meio a todas as dificuldades, o Brasil segue lutando. Algumas jogadoras dessa geração de prata estão se despedindo, como Formiga e Tânia Maranhão. E não há campeonatos para que o descobrimento de novos talentos que continuem a alavancar esse crescimento. Infelizmente, se algo de concreto não for feito já, todo esse trabalho pode ficar apenas como belas imagens de arquivo, daquela seleção que poderá ser conhecida injustamente como a seleção do “quase”. Mesmo sem condições igualitárias de trabalho do que suas principais rivais.
O Brasil decepcionou-se com algumas modalidades nas quais era tido como favorito em Pequim, como o vôlei de praia, de quadra masculino, futebol masculino e com o ginasta Diego Hypólito, por exemplo. O futebol feminino olímpico, apesar de dividir o favoritismo com os EUA e a Alemanha, também causou uma pontinha de decepção, principalmente após a grande semifinal contra as alemãs, até outrora algozes da seleção nas diversas competições da modalidade, culminando com a perda da final ano passado, nesta mesma China durante a Copa do Mundo de 2007. Disse uma pontinha, porque a meu ver, ainda falta algo para que essa seleção seja ratificada como a melhor do mundo.
Primeiro de tudo, falta equilíbrio emocional. Mas como cobrar equilíbrio emocional de profissionais que chegaram ao Brasil sem saber de seu futuro imediato? A goleira Bárbara, por exemplo, jogou seis meses sem receber aqui no Brasil e espera propostas para seguir vivendo da profissão que escolheu. O mesmo problema afeta a muitas jogadoras desse elenco que não alcançaram o status midiático de uma Marta, Cristiane ou Daniela Alves. Tanto no Mundial, quanto nos Jogos Olímpicos, o Brasil fez grandes partidas nas semifinais (4-0 contra os EUA em 2007 e 4-1 contra a Alemanha em 2008). Mas chegando à final, a mesma sina: o Brasil não ganhou por detalhes e a falta de sangue-frio. A afobação na organização e na conclusão das jogadas mostra que quando as coisas estão difíceis, falta ao Brasil se apegar mais a um padrão tático. Isso é visível quando Marta tenta resolver tudo sozinha, ou mesmo a atacante Cristiane, pois elas sentem que a responsabilidade pelo fracasso de mais uma jornada recairá sobre seus ombros.
Nisso, equipes como a própria Alemanha e os EUA mostram algo que falta ao Brasil: o conjunto. O Brasil possui as melhores atletas, individualmente falando - já que o Brasil tem três jogadoras entre as dez melhores do mundo – mas ainda peca pela falta de um elenco à altura. Isso se deve a falta de atividades às jogadoras brasileiras durante um ano inteiro, assim como ocorre com a temporada masculina. Enquanto nos EUA as atletas são incentivadas a jogar desde o ginásio até a universidade, passando por organizadíssimos campeonatos nacionais, na Alemanha, além da existência de uma boa liga nacional, as jogadoras ainda disputam a UEFA Women´s Cup, uma espécie Champions League do futebol feminino. Na última final, a alemã Prinz (Frankfurt) – maior artilheira da história dos jogos olímpicos ao lado de Cristiane, com 10 gols – novamente levou a melhor sobre Marta (UMEA) nas finais da competição, em maio. Torneios de nível alto como estes citados ajudam a dar bom ritmo de jogo às atletas. Enquanto isso, em terras tupiniquins, a Copa do Brasil da categoria não rendeu bons frutos. O motivo não surpreende: o atraso no repasse de recursos aos clubes. E o futuro da competição continua incerto.
Mesmo com todas as dificuldades, o Brasil evoluiu bastante. Há doze anos, quando conquistava a quarta colocação olímpica em Atlanta - após a derrota para a Noruega – o Brasil saiu de um pelotão intermediário, o qual incluía seleções como Suécia, Noruega e China, para figurar pelo menos entre as três melhores, pouca coisa atrás de Alemanha e EUA.
As promessas continuam sendo feitas. Alguns já taxam (injustamente, na minha visão) a seleção como amarelona. E em meio a todas as dificuldades, o Brasil segue lutando. Algumas jogadoras dessa geração de prata estão se despedindo, como Formiga e Tânia Maranhão. E não há campeonatos para que o descobrimento de novos talentos que continuem a alavancar esse crescimento. Infelizmente, se algo de concreto não for feito já, todo esse trabalho pode ficar apenas como belas imagens de arquivo, daquela seleção que poderá ser conhecida injustamente como a seleção do “quase”. Mesmo sem condições igualitárias de trabalho do que suas principais rivais.
5 comentários:
A verdade é que o futebol feminino é um esporte amador no país. Ainda assim, de modo surpreendente, consegue resultados memoráveis.
Falta alguma coisa? Não, falta muita coisa: um campeonato descente, investimentos do setor público e privado, profissionalização do esporte no Brasil, quadras/campos nas escolas públicas para um possível nascimentos de "craques" e por aí vai.
Emocional...também. Imagina a cabeça dessas atletas que tem como redenção uma possivel medalha de ouro, ou um título mundial, para serem vistas como merecem pelos dirigentes e de repente veem tudo por água abaixo por um resultado que não vem.
é complicado ser atleta no Brasil. Não só para o futebol feminino. Em suma, para quase todos os esportes.
com certeza equilibrio emocional, manter a calma, controlar os nervos, nem sempre é uma questão de amarelar, muitos favoritos perdem, mas como o Brasil quer ser uma potênica olímpica, a mídia e o público cobra, aí se sentem na condição de reclamar, mas a verdade é que é muito difícil uma Olimpíada, principalmente nas péssimas condições que o Brasil oferece aos seus atletas, mas acho que ta melhorando.... um pouco mais de boa vontade e o Brasil começará a ficar entre os 10 primeiros.........
Medalha de prata, futebol de ouro.
O Brasil de Marta é a Holanda de Cruyff, a Hungria de Puskas, o Brasil de Zico.
Mereciam, todas, a chance de dedicarem-se exclusivamente ao futebol.
Abrazo!
http://gambetas.blogspot.com
Elas merecem ouro por tudo que passam. Muitos criticam e as chamam de amarelonas. Mas o futebol masculino com toda a estrutura que tem e o dinheiro que gira, não nos conseguiu levar sequer a final. Já elas que as vezes jogam nos clubes sem sequer um salário pra pagar as contas, fazem mais que o impossível. Lutam, choram. Marta pipoqueira? Ela é vencedora, isso sim.Ela e as outras jogadoram sim honram a camisa e merecem todas as honras e aplausos da população.
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