26.8.08

Il ritorno di Sheva

Após passagem apagada no Chelsea, Shevchenko tenta reeditar sua melhor fase na volta ao Milan, do qual ainda é ídolo.

"Estou aqui pelo desafio e pela excitação de jogar na Premiership. Vou de um grande clube para outro gigante, até porque me juntarei a uma equipa de campeões. Existe um momento certo para as transferências e julgo que cheguei aqui na hora perfeita". Foi assim que Shevchenko definiu o momento de sua transferência estratosférica ao Chelsea de Roman Abramovitch. Os valores giravam em torno de 45 milhões de euros pelo ucraniano de 29 anos, à epoca. Sheva iria disputar a Copa do Mundo da Alemanha com a cabeça tranquila, pois sua transferência havia sido concretizada a poucos dias do torneio mundial. Com a Ucrânia obtendo a classificação para a fase seguinte – em um grupo fácil com Espanha, Arábia Saudita e Tunísia – Shevchenko falhou na disputa de pênaltis contra a Suíça e viu o time dar adeus a sua primeira Copa nas oitavas. Apenas dois gols e um futebol não muito vistoso não desanimaram os torcedores dos Blues, que sonhavam com um Sheva liderando a equipe com seus gols, arrancadas fulminantes e excelente visão de jogo, rumo ao topo da Europa.

Dois anos depois dessa mudança decisiva de ares, o ucraniano não havia emplacado o futebol dos tempos de Milan e Dínamo de Kiev na parte azul de Londres: Foram apenas 75 jogos no intervalo de dois anos e modestos 22 gols marcados. Muito pouco frente ao seu desempenho no Dínamo (166jogos/94gols) e no Milan (296jogos/173gols). Por isso, ele voltou novamente a Milão, emprestado. A torcida rossonera fez festa, claro. “Trouxemos de volta para casa o jogador que, nos últimos 50 anos, mais fez gols com nossa camisa”, afirmava um eufórico Adriano Galliani, vice-presidente do Milan. Berlusconi já vislumbra uma dupla de ataque com Pato e a euforia é grande também entre os tiffosi rossoneri.

Esse mesmo Shevchenko que surgiu com destaque aos olhos europeus exatamente há 10 anos atrás, quando o Dínamo de Kiev fez surpreendente campanha na Champions League daquela temporada, parando nas semifinais contra o poderoso Bayern. A dupla infernal formada por Sheva e Serhiy Rebrov marcou 19 dos 27 gols da excelente campanha dos ucranianos. Rebrov, no entanto, tornou-se mais um cigano da bola e não vingou, enquanto Shevchenko foi fazer história no Milan.

O Milan – assim como já fez com Ronaldo e Ronaldinho – contrata o passado do ucraniano, que brilhou com a camisa 7 do clube entre 1999 e 2006. Os torcedores não esquecem da Champions League de 2002/03, onde Sheva teve participação fundamental na fase final da competição, marcando gols decisivos nas quartas, contra o Ajax, e nas semis contra a Inter, eterna rival. Também coube a ele converter o pênalti decisivo contra a Juventus, na grande final em Old Trafford. Ainda conquistou mais uma Liga Italiana, uma Copa Itália, uma Supercopa Italiana e uma Supercopa Européia, marcando com muitos gols e títulos uma trajetória vencedora no Calcio. É o terceiro maior artilheiro da história Champions, com 56 gols, um atrás de Nistelrooy e a cinco de Raúl.

Além da forte química existente entre jogador, clube e torcida, o Milan vem se mostrando um “acolhedor” de jogadores mais experientes nos últimos anos, ao contrário do que faz o Arsenal, por exemplo. Jogadores como Seedorf e Inzaghi – fora os velhos conhecidos do clube – vieram e deram contribuição importante nas conquistas recentes da equipe. Com 31 anos e algum tempo de bom futebol pela frente, Sheva pode dar ainda mais ao Milan. Ambos vieram de um período difícil: enquanto o Milan ficou fora da Champions 2008/09, Shevchenko jogou apenas 24 partidas em 2007/08, muitas delas começando como reserva. Como na canção, dizem que nossa casa é onde nosso coração está. E futebolisticamente falando, não haveria melhor abrigo para Sheva do que as cores rubro-negras de Milão.

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