28.2.08

Novos tempos para o Athletic

Hoje em dia, os jogadores de futebol, quando alcançam destaque, se evidenciam cada vez mais cedo. Robinho, Messi, Pato, Giovani dos Santos. Os clubes vão cada vez mais cedo buscá-los ainda na fonte ou mesmo criam enormes expectativas quando esse futebolista é formado na sua própria base. Imagine um garoto que, ao mesmo tempo em que começa a alcançar algum destaque, faz história por um clube. Jonás Ramalho, de apenas 14 anos, fez história pelo Athletic Bilbao. Além de ter se convertido no jogador mais jovem a ter vestido a mítica camisa rojiblanca – aos 14 anos, oito meses e 17 dias - durante amistoso desta última quarta, 27, contra o Amorebieta, da quarta divisão espanhola. Ramalho tornou-se o primeiro jogador da raça negra a defender a equipe profissional do Athletic.


Os Leones têm como regra em seu estatuto só contar com jogadores de origem basca, como é o caso do jovem jogador, filho de pai angolano e mãe basca. Em breve, Ramalho e outras promessas da base do Athletic poderão debutar em jogos oficiais, pois Joaquin Caparrós, técnico da equipe, encontra dificuldades para montar o elenco, por conta da restrição aos estrangeiros. O sentimento patriótico dos bascos é tão forte que outra polêmica alheia a estréia de Ramalho divide os torcedores bilbaínos: o jovem lateral-esquerdo de origem catalã, Enric Saborit, de apenas 15 anos, pretende defender as cores dos Leones, vindo do Espanyol, o que ainda divide os torcedores. Mas o processo parece irreversível. Na base da equipe, já existem jogadores oriundos de outros países como Camarões, Itália, França, Colômbia e Portugal, osa quais vieram morar na região ou são filhos de estrangeiros que migraram para o País Basco.

Alheio a isso e ciente a realidade, Caparrós mostrou-se um descobridor de talentos, ao promover José Reyes (atualmente no Atlético de Madrid) e Diego Capel para a equipe profissional do Sevilla.

Curioso com o fato, pesquisei em alguns sites e blogs espanhóis sobre o jovem recordista. As análises são otimistas. Jonás Ramalho é zagueiro e também pode atuar pela lateral-direita. Apesar da altura (1,80m com apenas 14 anos), os jornalistas o definem como “técnico” e “versátil” e que logo ele poderá vestir a camisa das seleções de base da Fúria, já que apesar da autonomia administrativa, o País Basco é ligado à Espanha e por conta disso, a seleção local não pode disputar competições oficiais.

Mesmo permitindo que apenas bascos defendam o clube, o Athletic é um dos únicos times que nunca caíram da primeira divisão (ao Lado do Real Madrid e do Barcelona) e um dos únicos campeões invictos da Liga Espanhola (o outro é o Real Madrid). Também é oito vezes campeão espanhol e 23 vezes campeão da Copa do Rey. E se depender da nova safra da cantera de Lezama que teve a oportunidade de jogar alguns minutos contra o Amorabieta, composta por cadetes como Ramalho e o jovem atacante Iker Muniain, o Athletic pode tentar sair do ostracismo dos últimos anos, quando vem lutando para não cair para a Segunda. Mas será que só os bascos salvarão o Athletic? É o que alguns torcedores começam a se perguntar.

2 comentários:

Anônimo disse...

Como o autor do texto bem falou, infelizmente, o Athletic caiu no esquecimento. Pouco produz em campo, e isso se reflete na queda de visibilidade que o clube sofreu. Mas a tradição não morre nunca!!

Pessoal do opinião, não deixe de visitar e comentar o blog Jornalismo Esportivo: www.esportejornalismo.blogspot.com

Um abraço a todos!!!

Felipe Moraes disse...

André sempre trazendo novidades muito legais.
Tomara que o Athletic volte aos velhos tempos, quando dava trabalho para Real e Barça.

Abraço,
Felipe Leonardo