Hoje em dia, os jogadores de futebol, quando alcançam destaque, se evidenciam cada vez mais cedo. Robinho, Messi, Pato, Giovani dos Santos. Os clubes vão cada vez mais cedo buscá-los ainda na fonte ou mesmo criam enormes expectativas quando esse futebolista é formado na sua própria base. Imagine um garoto que, ao mesmo tempo em que começa a alcançar algum destaque, faz história por um clube. Jonás Ramalho, de apenas 14 anos, fez história pelo Athletic Bilbao. Além de ter se convertido no jogador mais jovem a ter vestido a mítica camisa rojiblanca – aos 14 anos, oito meses e 17 dias - durante amistoso desta última quarta, 27, contra o Amorebieta, da quarta divisão espanhola. Ramalho tornou-se o primeiro jogador da raça negra a defender a equipe profissional do Athletic.
Os Leones têm como regra em seu estatuto só contar com jogadores de origem basca, como é o caso do jovem jogador, filho de pai angolano e mãe basca. Em breve, Ramalho e outras promessas da base do Athletic poderão debutar em jogos oficiais, pois Joaquin Caparrós, técnico da equipe, encontra dificuldades para montar o elenco, por conta da restrição aos estrangeiros. O sentimento patriótico dos bascos é tão forte que outra polêmica alheia a estréia de Ramalho divide os torcedores bilbaínos: o jovem lateral-esquerdo de origem catalã, Enric Saborit, de apenas 15 anos, pretende defender as cores dos Leones, vindo do Espanyol, o que ainda divide os torcedores. Mas o processo parece irreversível. Na base da equipe, já existem jogadores oriundos de outros países como Camarões, Itália, França, Colômbia e Portugal, osa quais vieram morar na região ou são filhos de estrangeiros que migraram para o País Basco.
Alheio a isso e ciente a realidade, Caparrós mostrou-se um descobridor de talentos, ao promover José Reyes (atualmente no Atlético de Madrid) e Diego Capel para a equipe profissional do Sevilla.
Curioso com o fato, pesquisei em alguns sites e blogs espanhóis sobre o jovem recordista. As análises são otimistas. Jonás Ramalho é zagueiro e também pode atuar pela lateral-direita. Apesar da altura (1,80m com apenas 14 anos), os jornalistas o definem como “técnico” e “versátil” e que logo ele poderá vestir a camisa das seleções de base da Fúria, já que apesar da autonomia administrativa, o País Basco é ligado à Espanha e por conta disso, a seleção local não pode disputar competições oficiais.
Mesmo permitindo que apenas bascos defendam o clube, o Athletic é um dos únicos times que nunca caíram da primeira divisão (ao Lado do Real Madrid e do Barcelona) e um dos únicos campeões invictos da Liga Espanhola (o outro é o Real Madrid). Também é oito vezes campeão espanhol e 23 vezes campeão da Copa do Rey. E se depender da nova safra da cantera de Lezama que teve a oportunidade de jogar alguns minutos contra o Amorabieta, composta por cadetes como Ramalho e o jovem atacante Iker Muniain, o Athletic pode tentar sair do ostracismo dos últimos anos, quando vem lutando para não cair para a Segunda. Mas será que só os bascos salvarão o Athletic? É o que alguns torcedores começam a se perguntar.






















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