Maldoso ou estabanado?

Quem acompanhou a primeira partida das finais do Campeonato Paulista pôde observar mais um ato de pura insanidade cometido pelo goleiro Fábio Costa, da equipe do Santos. Aos 38 minutos do segundo tempo o arqueiro santista saiu todo estabanado do gol e ao tentar isolar a bola, que vinha em direção ao atacante Marcelinho, acabou por cometer um pênalti escandaloso, levantando o adversário um metro do chão na lateral direita da área. Fábio foi punido apenas com um cartão amarelo e teve de assistir Somália aumentar a fatura com o pênalti convertido.

O histórico do goleiro “pavio curto” não é pequeno quando se trata de agressões impensadas. Não pretendo analisar se Fábio é ou não é um bom goleiro, pois a posição que ocupa e os títulos que conquistou falam por si só. A pretensão das próximas linhas é evidenciar as atitudes anti-desportistas cometidas por um dos jogadores mais polêmicos em atividade no país.

No último clássico entre Santos e São Paulo, durante a fase de classificação do Campeonato Paulista deste ano, Fabio Costa enfiou as travas da chuteira no joelho do atacante Aloísio, em um lance isolado na entrada da área. Ele já possuía a bola dominada e sob controle: "Futebol é contato, proteção. Quando não me protegi, tomei cinco pontos na boca. É só ver o Marcos, que quebrou o braço no jogo de ontem contra o Juventus em uma dividida”, justificou Fábio Costa após o confronto.

Quem não se lembra da final da Libertadores de 2003 a qual o Santos foi derrotado pelo Boca Juniors por 3 a 1 em pleno Morumbi. O jogo seguia para seu final com entradas duras de ambas as equipes e o placar de 2 a 1 já dava o título aos argentinos. Foi quando aos 49 minutos do segundo tempo o guarda-redes decidiu dar o ar da graça e entrou com as duas solas das chuteiras na perna do jogador Jérez. O lance causou muito tumulto e mais uma vez Fábio foi advertido apenas com um amarelo. Melhor para Schiavi que bateu o pênalti e saiu para o abraço com mais um título para os "hermanos".

No mesmo ano de 2003, Fábio Costa já havia sido punido por iniciar uma briga generalizada no clássico entre Santos e Corinthians válida pelo Campeonato Brasileiro. O jogo caminhava para seu final pelo placar de 1 a 1 e estava muito pegado.O goleiro de repente decide dar um soco em Liedson, e inicia uma enorme confusão em uma briga que envolveu vários jogadores e comissões técnicas. O atacante que hoje joga pelo Sporting de Lisboa classificou o ato como uma pura covardia.

No ano passado, Fábio Costa chegou a se confrontar com torcedores do Santos durante uma discussão na Vila Belmiro após um jogo contra o Fluminense. Seu temperamento estourado e orgulhoso quase fizeram com que fosse linchado por membros da torcida organizada santista após ameaçá-los com um pedaço de vidro e fazer gestos obscenos para os torcedores depois ser vaiado por falhar e permitir o gol do tricolor carioca.

Na partida válida também pelo Brasileiro do ano passado em que o Santos recebeu o Juventude na Vila, o “goleirão” cometeu mais um ato de insanidade ao dar um carrinho por trás no atacante Christian em uma bola que ia para a linha de fundo. O jogo estava 0 a 0 no momento e o Santos vivia um jejum de vitórias na ocasião. O juiz dessa vez fez "vista grossa" e apenas deu escanteio para o time de Caxias.

Em 2005, Fábio Costa defendia a camisa do Corinthians, e no jogo decisivo contra o Internacional de Porto Alegre quase colocou tudo a perder ao cometer pênalti claro no meia Tinga do colorado. A maneira estabanada com que o porteiro deixa o gol faz com que na maioria das vezes suas força excessiva acabe resultando em falta nos adversários. Por sorte, o juiz Marcio Rezende de Freitas, que é bastante conhecido por errar feio em momentos decisivos (que diga o Santos em 1995), mais uma vez falhou e expulsou Tinga por reclamar da não marcação da penalidade máxima que daria vantagem aos gaúchos e consequentemente o titulo nacional daquele ano.

O arqueiro santista se considera um jogador perseguido pela imprensa e diz que em 90% dos atritos que ocorrem dentro e fora de campo ele não tem culpa nenhuma. “Se é o Fábio Costa, todo mundo diz que foi para quebrar”. Não queria machucar ninguém, apenas me defender, diz o goleiro, que além de abusar da força contra companheiros de profissão também é acusado de agredir alguns gandulas ao longo da carreira.

Fábio Costa esta em um grupo "seleto" de jogadores que usam da força exagerada para ganhar jogadas e machucar adversários. Nomes como Danrley, Gottardo, Antonio Carlos, Matterazzi, Simeone entre outros estão nessa lista.

E falando de agressão e maldade, após a última rodada da Libertadores, o santista ganhou um adversário de peso no ranking dos mais maldosos. O nome dele é Gastón Sessa (foto), goleiro do Vélez Sarsfield, que deu uma voadora com as travas da chuteira na cabeça do jogador Palácio do Boca Juniors. O atacante foi levado para o hospital com suspeita de traumatismo craniano e um furo no meio da testa.