22.5.07

Vendetta ou Replay?


Por André Augusto e Thiago Barretos

Como em um teatro grego, dor e alegria poderão ser vistas no grande palco do futebol, montado no Estádio Olímpico de Atenas. É a final da Champions League 2006/07. E não é uma simples final, pois há quase dois anos, Liverpool e Milan protagonizaram uma das finais mais memoráveis e emocionantes da história do futebol. Naquela oportunidade, os ingleses se sagraram campeões, mas na boca dos italianos ficou um gosto de "quase", numa conquista que parecia tão certa. Como na máfia italiana, o Milan deseja uma vendetta (vingança, acerto de contas, em italiano), enquanto o Liverpool tentará provar que a superação conseguida naquele dia não foi por acaso. É um jogo que adquiriu uma rivalidade peculiar e que será digna dos grandes embates que já ocorreram em solo grego. Portanto, vamos conhecer um pouco mais das duas equipes, que realizarão esse grande embate, que vale a supremacia no futebol europeu.


LIVERPOOL
Boas Lembranças


É inevitável não pensar na primeira parte dessa batalha, realizada em Istambul, no ano de 2005. Depois de praticamente estar perdendo o título para os rossoneros no primeiro tempo, veio a redenção. Uma tarefa digna dos dificílimos trabalhos de Hércules. Para o Liverpool, essa final ainda cheira a Turquia, mesmo com um novo cenário, dessa vez na Grécia.
Além da volta ao passado recente, a base e o treinador permaneceram no Liverpool. Jogadores como Finnan, Carragher, Xabi Alonso, Riise e Gerrard, além do técnico Rafa Benítez, aclamado como um dos melhores treinadores da Europa na atualidade, estavam em campo naquela final. E como em 2005, a equipe é liderada pelo capitão Steven Gerrard, que faz boa temporada. No entanto algumas diferenças técnicas fazem com que essa equipe possa ser mais letal que a de 2005. O meio-campo é menos técnico, mas é muito mais veloz, com os rápidos Pennant e Zenden. Gerrard pode armar o jogo e cadenciá-lo, se for necessário. E ainda pode decidir uma partida com um passe genial, um chute de fora da área ou numa bola parada.
Os Reds jogam normalmente com duas linhas de quatro jogadores, sendo que a defesa fica a cargo dos excelentes marcadores Agger, Carragher, Finnan e Riise (que tem um pouco mais de liberdade pelo lado esquerdo do campo). Na meia cancha, o argentino Javier Mascherano caiu como uma luva no esquema de Benítez. Ele fica na marcação mais forte (provavelmente vai marcar Kaká), ao lado de Xabi Alonso, que é mais técnico e pode ser o elemento-surpresa no ataque e nos chutes de meia distância. Na meia-direita, Pennant é garantia e muita velocidade em cima da defesa milanista, enquanto Gerrard atua na armação, e se for necessário, na marcação. No ataque, Kuyt pode ser garantia de dor de cabeça, pois pode jogar tanto mais próximo à área, quanto ma movimentação pelos lados. Benitez tem a opção de iniciar o ataque com Bellamy, para impor velocidade, ou Crouch, para segurar os veteranos zagueiros do Milan na área. Tudo isso, sem contar a ótima fase pela qual passa o goleiro Pepe Reina, grande herói na classificação para a grande final, ao parar o todo-poderoso Chelsea.

O Liverpool já mostrou que tem tradição quando falamos de Champions League. A equipe vermelha disputou nada menos do que seis finais, nas quais levantou a taça em cinco oportunidades. É o terceiro maior vencedor da história da competição, com apenas uma conquista a menos que o segundo colocado, o próprio Milan, com seis conquistas. O Liverpool já se mostrou um time copeiro na Champions. E pra quem é supersticioso, as equipes entrarão com as mesmas cores nas finais de 2005: Liverpool de vermelho e Milan de branco. Será que os Reds triunfarão novamente?

Campanha na Champions League: 14 jogos – 9 vitórias, 2 empates e 3 derrotas - 21 gols pró e 10 gols sofridos; Em Anfield Road: 6 vitórias, 1 derrota; Fora de casa: 3 vitórias, 2 empates e 2 derrotas.
Jogos: Fase pré-eliminatória: 2X1 Maccabi Haifa (C), 1X1 (F). 1ª fase: 3X2 Galatasaray (C), 2X3 (F); 3X0 Bordeaux (C), 1X0 (F); 2X0 PSV (C), 0X0 (F); Oitavas-de Final: 2X1 Barcelona (F)e 0X1 (C); Quartas-de-Final: 3X0 PSV (F) e 1X0 (C); Semi-Final: 0X1 Chelsea (F), 1X0 (C)[4-1 nos pênaltis].
Time-Base: Reina; Finnan, Agger, Carragher e Riise; Mascherano, Alonso, Pennant (Zenden) e Gerrard; Bellamy (Crouch) e Kuyt.
Destaques: Além da forte marcação da dupla Agger-Carragher, a visão de jogo de Gerrard e o faro de gol de Crouch, vice-artilheiro da competição, com 6 gols.
Olho nele: Mascherano poderá ser o homem que anulará Kaka com marcação cerrada.
Pontos Fortes: Defesa compacta e forte marcação, que podem originar contra-golpes mortais, liderança de Gerrard.
Pontos Fracos: A falta de um poder efetivo de finalização da dupla Bellamy-Kuyt.
História: Não dá pra esquecer a final disputada no dia 25 de maio de 2005, no estádio Atatürk, Turquia. O Milan foi fulminante na primeira etapa abrindo 3-0 (Maldini e Crespo, duas vezes). Mas o Liverpool mostrou um incrível poder de recuperação e conseguiu empatar a partida em apenas 15 minutos, durante a segunda etapa (Gerrard, Smicer e Alonso). Após um prorrogação dramática, a partida foi para os pênaltis, onde o goleiro do Liverpool, Jerzy Dudek, foi o grande herói, defendendo duas cobranças.
Curiosidade: O pai de Pepe Reina, Miguel, já disputou uma final de Champions League, na temporada 1973/74. Miguel, que também era goleiro, acabou perdendo aquela final, onde o Bayern Munique bateu sua equipe, o Atlético de Madrid.


MILAN
Outra tragédia homérica?


Dez finais da Champions League alcançadas. Dessas, sete disputadas somente de 1987 até hoje. Nos últimos 20 anos, o Milan conquistou quatro títulos (em 89, 90, 94 e 2003) e três vices (em 93, 95 e 2005). Um time com este retrospecto seria amplamente favorito? Talvez não...
Desde a perda do título da Champions em 2005 para o Liverpool, a torcida milanista sonha com a oportunidade de uma revanche. Nenhum rossoneri esquece a traumática final de dois anos atrás, quando o Milan começou arrasador, fez 3 a 0 no placar ainda na primeira etapa, mas permitiu a reação inglesa deixando os adversários empatar o jogo no tempo normal e vencerem nos pênaltis.

Para não repetir a tragédia de Istambul – 2005, o time rubro-negro confia na mesma base. A diferença pode ser o inspirado meia Kaká, verdadeiro motor do time que jogando numa posição mais ofensiva começou a, inclusive, marcar gols. O brasileiro é o atual artilheiro do torneio com dez tentos anotados em 14 partidas disputadas e é o maior favorito para conquista do prêmio de melhor jogador do mundo da Fifa, em 2007. Ou seja, tem tudo para ser o grande destaque da partida.
Para municiá-lo, o precavido Ancelotti monta um esquema com 4 meio-campistas: Ambrosini, Gattuso (o símbolo de raça da equipe), Pirlo (um exímio lançador) e Seedorf, que, diga-se de passagem, vive grande fase. Envolvente e habilidoso, o holandês será de vital importância para desmontar a retranca do Liverpool. Será que dessa vez, Los Diavolos conseguirão mostrar sua superioridade individual e vencerão os Reds?
Indubitavelmente, seria um merecido troféu para uma equipe que iniciou a temporada em baixa, desmotivada e quase relegada a Segunda Divisão Italiana, após o escândalo do Calciocaos (que envolvia combinações de resultados entre clubes) e que para disputar a Champions teve de entrar pelas portas dos fundos na fase preliminar de classificação.

Campanha na Champions League: 14 jogos - 8 vitórias, 3 empates e 3 derrotas - 21 gols pró e 10 gols contra. No San Siro: 7 jogos - 5 vitórias, 1 empate e 1 derrota. Fora de casa: 7 jogos - 3 vitórias, 2 empates e 2 derrotas.
Jogos: 1ª Fase: 1X0 Estrela Vermelha (C), 2X1 Estrela Vermelha (F) Fase de Grupos: 3X0 AEK Atenas (C), 0X0 Lille (F), 1X0 Anderlecht (F), 4X1 Anderlecht (C), 0X1 AEK Atenas (F), 0X2 Lille (C), Oitavas de Final: 0X0 Celtic (F), 1X0 Celtic (C), Quartas de Final: 2X2 Bayern Munique (C), 2X0 Bayern Munique (F), Semifinal: 2X3 Manchester United (F), 3X0 Manchester United (C).
Time-base: Dida; Oddo, (Cafu), Nesta, Maldini (Kaladze) e Jankulovski; Gattuso, Ambrosini, Pirlo e Seedorf; Kaká e Gilardino (Filippo Inzaghi). Técnico: Carlo Ancelotti.
Destaques individuais: Kaká, artilheiro da competição com 10 gols e Seedorf, principal articulador (quatro assistências finais).
Olho nele: Se o jogo estiver muito amarrado, Ancelotti pode inovar e colocar o jovem Gourcuff em campo. A revelação francesa, já mostrou que tem categoria e poderá ser uma grata surpresa diante dos ingleses.
Pontos fortes: A marcação implacável do meio-campo; a criatividade do trio Pirlo-Kaká-Seedorf; a existência de elementos-surpresas, como Jankulovski ou Ambrosini.
Pontos fracos: Dida passa por um momento de instabilidade; Maldini tem categoria, mas é lento; falta um atacante com maior presença de área.
História: Maldini pode tornar-se o primeiro pentacampeão da Champions que atuou em todas as finais.
Curiosidade: Há 44 anos, em 22 de maio de 1963, o Milan conquistava sua primeira Champions League, no estádio Wembley, ao bater na final o Benfica, de Eusébio por 2 a 1, com dois gols do lendário Almafitani. Na ocasião, o capitão do time era Cesare Maldini, pai do atual zagueiro milanês.

8 comentários:

Anônimo disse...

Cara, eu ao perco esse jogao por nada! Dois grandes times, com certeza vao protagonizar um grande espetaculo... Vou matar bem a aula de pesquisa operacional pra ficar de olho na final da liga....
bom seu blog, cara, continue assim.
abs

Anônimo disse...

Tenho medico marcado para as 14 hrs mas vou voltar correndo para ver, esse promete ser muito melhor q 2005, e aposto minhas fichas no milan, teu blog é muito bom ,parabens mesmo

Um cara disse...

Xiii eu vou perder esse jogo ^^

Alexandre Azank disse...

É Milan na cabeça! Jogão de bola!

Arthur Kleiber disse...

o ambrosini pode ser considerado um ponto forte do milan?? só se for pra bater forte, vcs querem dizer né???
esse cara é horrivel!!!

espero muito q o milan nao precise de embrosinis da vida para ser campeao...

Anônimo disse...

Bom dia do outro lado do Atlântico.

Agradeço a visita ao Catenaccio e venho retribuir a este espaço. Parabéns pelo blog, continuem com vontade.

Já agora, eu sou sócio do Benfica onde joga Luisão, Anderson, Léo e hoje a imprensa desportiva portuguesa fala na hipótese de Alexandre Pato vir para o Benfica, na época 2007-2008. Acham que é possível? O cara não é bastante caro? Que se fala aí no Brasil?

Abraço grande.

Anônimo disse...

Pra mim, o Milan é favorito. Mas se eu fosse apostar uma grana, apostaria no Liverpool.

Unknown disse...

Eu aposto minhas fichas no Liverpool, mas meu primo tá aqui dizewndo que o Milan é bem melhor....Deixa ele pra lá quem tah escrevendo aqui sou eu...huashuahsuashushuahs