Nem mesmo na Argentina, onde é idolatrado pelos hinchas albiceletes, o nome de Diego Maradona como técnico da Argentina causou consenso ou euforia nacional. O que parecia soar como uma grande aventura se concretizou. El Pibe seria capaz de comandar uma geração promissora rumo ao fim da seca de títulos importantes – quinze anos sem uma Copa América e quase 25 sem uma Copa do Mundo?
A albiceleste vive momento turbulento. Apesar de estar apresentando um futebol aquém dos atletas de qualidade à disposição nestas Elminatórias, a Argentina mostrou ao mundo ter a melhor fornada de novos jogadores, como vimos em Pequim 2008. Ustari, Garay, Zabaleta, Banega, Di Maria, Buonanotte, Agüero. Nas mãos de alguém com experiência, poderiam ser mesclados com mais sabedoria junto a geração mais tarimbada de bons nomes como Zanetti, Messi, Riquelme e Cambiasso, por exemplo. Por isso, acho que o nome de Maradona para dirigir a seleção num momento delicado e promissor como esse pode sair um tiro no próprio pé. Não escondo aqui minha preferência e admiração por Carlos Bianchi, o técnico mais vitorioso na América do Sul na esfera clubística nos últimos anos. Ou mesmo a nova geração de treinadores como o ex-botinudo Diego Simeone – que, apesar da péssima campanha com o River neste ano – já conquistou um Apertura e um Clausura por Estudiantes e River, respectivamente. Com pouco mais de dois anos como técnico de clube – o curso natural para quem almeja um dia planejar uma seleção de ponta – Simeone mostrou nova mentalidade e aptidão para chegar a desafios maiores. A aposta em Sérgio Garcia, o qual fará parte da nova comissão, seria mais arriscada, mas o ex-companheiro de elenco de Maradona em 1986 vem credenciado pelo ótimo trabalho em Pequim e por estar familiarizado com esta boa geração que está por surgir.
A escolha do Pibe soa até como um “resgate” da geração bicampeã mundial, já que sua comissão técnica terá, além de Maradona, Checho Batista e José Luis Brown como assistentes e o técnico daquele elenco, Carlos Bilardo, numa espécie de supervisão ou consultoria técnica. Mas como Dieguito deixou claro durante sua apresentação: a palavra final - leia-se a escalação - é dele.
Os exemplos estão aí. Ex-atletas campeões mundiais que assumiram as suas respectivas seleções não têm históricos favoráveis. Foi assim com Donadoni na Itália, que com regulares experiências como treinador não foi capaz de dar continuidade ao trabalho vencedor do tarimbado Lippi à frente da Azzurra. Tanto é que Lippi retornou recentemente ao comando da Itália. Jürgen Klinsmann, aclamado como atleta, também não foi dos mais brilhantes como treinador da Alemanha. Mesmo com o terceiro lugar da última Copa – que foi pouco diante da tradição alemã numa copa jogada em seus domínios – Klinsi foi muito contestado antes da Copa. E seu novo desafio à frente do excelente elenco do Bayern vai tendo resultados insatisfatórios. Tanto é que Bayer Leverkussen e o caçula Hoffenheim brigam pela liderança da Bundesliga neste momento. Mesmo Van Basten, que demonstrou mais aptidão como treinador em relação aos citados acima, não conseguiu fazer com que a Holanda evoluísse competitivamente, apesar dos lampejos de bom futebol da Oranje. Quanto a Dunga, talvez não seja preciso nem falar, certo? Quem se deu melhor mesmo foi Beckenbauer. Craque dentro de campo, excelente treinador fora dele, conseguiu conduizir a Alemanha ao topo em 1990. E ainda saiu por cima, para ser cartola do Bayern.
Não dá pra contestar Maradona como jogador. Aclamado como o melhor de sua geração e um dos melhores da história, ele ganhou a Copa de 1986 praticamente sozinho. Mas para tirar a Argentina da tão sofrida fila, ele não dependerá só de si. Dentro das quatro linhas, ele foi imprevisível e genial. Fora delas, duas experiências como treinador – com o modesto Deportivo Mandiyú e pelo Racing de Avellaneda, entre 1994 e 95. E que não deixaram saudades.
Confirmado no cargo na semana em que completou 48 anos, Diego começa a tarefa de presentear o hincha argentino já no amistoso de novembro contra a Escócia, em Glasgow. E deixo no ar uma declaração enigmática de Bilardo, retirada do blog portenho La Pelota No Dobla: “Grondona le da la llave del auto a Diego pero le pone un copiloto” [Grondona (Presidente da AFA) dá a chave do carro a Diego, mas coloca um co-piloto].
A albiceleste vive momento turbulento. Apesar de estar apresentando um futebol aquém dos atletas de qualidade à disposição nestas Elminatórias, a Argentina mostrou ao mundo ter a melhor fornada de novos jogadores, como vimos em Pequim 2008. Ustari, Garay, Zabaleta, Banega, Di Maria, Buonanotte, Agüero. Nas mãos de alguém com experiência, poderiam ser mesclados com mais sabedoria junto a geração mais tarimbada de bons nomes como Zanetti, Messi, Riquelme e Cambiasso, por exemplo. Por isso, acho que o nome de Maradona para dirigir a seleção num momento delicado e promissor como esse pode sair um tiro no próprio pé. Não escondo aqui minha preferência e admiração por Carlos Bianchi, o técnico mais vitorioso na América do Sul na esfera clubística nos últimos anos. Ou mesmo a nova geração de treinadores como o ex-botinudo Diego Simeone – que, apesar da péssima campanha com o River neste ano – já conquistou um Apertura e um Clausura por Estudiantes e River, respectivamente. Com pouco mais de dois anos como técnico de clube – o curso natural para quem almeja um dia planejar uma seleção de ponta – Simeone mostrou nova mentalidade e aptidão para chegar a desafios maiores. A aposta em Sérgio Garcia, o qual fará parte da nova comissão, seria mais arriscada, mas o ex-companheiro de elenco de Maradona em 1986 vem credenciado pelo ótimo trabalho em Pequim e por estar familiarizado com esta boa geração que está por surgir.
A escolha do Pibe soa até como um “resgate” da geração bicampeã mundial, já que sua comissão técnica terá, além de Maradona, Checho Batista e José Luis Brown como assistentes e o técnico daquele elenco, Carlos Bilardo, numa espécie de supervisão ou consultoria técnica. Mas como Dieguito deixou claro durante sua apresentação: a palavra final - leia-se a escalação - é dele.
Os exemplos estão aí. Ex-atletas campeões mundiais que assumiram as suas respectivas seleções não têm históricos favoráveis. Foi assim com Donadoni na Itália, que com regulares experiências como treinador não foi capaz de dar continuidade ao trabalho vencedor do tarimbado Lippi à frente da Azzurra. Tanto é que Lippi retornou recentemente ao comando da Itália. Jürgen Klinsmann, aclamado como atleta, também não foi dos mais brilhantes como treinador da Alemanha. Mesmo com o terceiro lugar da última Copa – que foi pouco diante da tradição alemã numa copa jogada em seus domínios – Klinsi foi muito contestado antes da Copa. E seu novo desafio à frente do excelente elenco do Bayern vai tendo resultados insatisfatórios. Tanto é que Bayer Leverkussen e o caçula Hoffenheim brigam pela liderança da Bundesliga neste momento. Mesmo Van Basten, que demonstrou mais aptidão como treinador em relação aos citados acima, não conseguiu fazer com que a Holanda evoluísse competitivamente, apesar dos lampejos de bom futebol da Oranje. Quanto a Dunga, talvez não seja preciso nem falar, certo? Quem se deu melhor mesmo foi Beckenbauer. Craque dentro de campo, excelente treinador fora dele, conseguiu conduizir a Alemanha ao topo em 1990. E ainda saiu por cima, para ser cartola do Bayern.
Não dá pra contestar Maradona como jogador. Aclamado como o melhor de sua geração e um dos melhores da história, ele ganhou a Copa de 1986 praticamente sozinho. Mas para tirar a Argentina da tão sofrida fila, ele não dependerá só de si. Dentro das quatro linhas, ele foi imprevisível e genial. Fora delas, duas experiências como treinador – com o modesto Deportivo Mandiyú e pelo Racing de Avellaneda, entre 1994 e 95. E que não deixaram saudades.
Confirmado no cargo na semana em que completou 48 anos, Diego começa a tarefa de presentear o hincha argentino já no amistoso de novembro contra a Escócia, em Glasgow. E deixo no ar uma declaração enigmática de Bilardo, retirada do blog portenho La Pelota No Dobla: “Grondona le da la llave del auto a Diego pero le pone un copiloto” [Grondona (Presidente da AFA) dá a chave do carro a Diego, mas coloca um co-piloto].
5 comentários:
Gosto da figura do Maradona como ídolo. Acho que ele tem uma postura como líder mais forte do que Pelé. No entanto, não consigo imaginar que essa contratação possa dar certo.
Torço por ele, mas se tivesse que apostar ficaria com o fracasso, principalmente, por causa dos históricos recentes do ex-craque...
como disse o Juca Kfouri, a chance de ele dar certo é a mesma que tivesse sido nomeado pra presidente do banco central argentino... ele é um torcedor(e dos mais xaropes), como tantos outros de mesas de bar que vemos por aí....
Pode ser que o Maradona dê certo nessa seleção argentina, mas eu não acredito muito que o Maradona vai fazer sucesso na seleção argentina. Não vejo o Maradona como treinador. Veja o exemplo do Dunga.
O co-piloto entende e muito. Só não sei até onde o ego do Maradona vai deixar o Bilardo interferir. Me soa como piada ver Don Diego no comando da Seleção. Seria como ver Romário no comando da nossa - e olha que ele também já se aventurou como treinador.
Bom, mas se a aposta da AFA der errado, a gente não tem nada a perder com isso, né? Hehe!
A verdade é que o país de sol e com uma rica história de futebol Espero continuar trazendo muitos grandes jogadores, espero que este ano, para conhecer o país talvez conseguir Aluguel buenos aires
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