A distância dos nove metros e quinze que separam a marca do pênalti da linha de gol muitas vezes pode mudar o curso de uma partida, consagrar um goleiro, destruir um cobrador ou até mesmo dar um título para uma equipe após cobranças alternadas.
O pênalti tem uma relação muito forte com toda a história do futebol: foi de pênalti que Pelé e Romário comemoram seus milésimos gols. Não poderia ser um gol qualquer. O jogo teria que parar. E assim foi tanto para Pelé como para Romário. A bola na marca de cal. O povo atento a cada passo, a cada suspiro do atleta. Olhares fixos em todos os detalhes das cobranças que tornaram os dois atletas os maiores goleadores da história do futebol.
Após um jejum de vinte e quatro anos, seria de pênalti que o Brasil voltaria a se tornar campeão mundial de futebol. Depois da frustração de 86, quando as penalidades contra a França nos eliminaram, em 94 a final decidida nos pênaltis contra a Itália fez do criticado goleiro Taffarel um ídolo nacional ao mesmo tempo em que transformou o craque Roberto Baggio em carrasco de sua própria seleção.
No mesmo ano o São Paulo perderia a Libertadores da América para o Vellez Sasfield nos pênaltis em pleno Morumbi. Palhinha foi a vítima da vez. Dois anos antes o tricolor havia sido campeão sobre o New´s Old Boys no mesmo estádio graças as defesas milagrosas de Zetti também em cobranças alternadas.
Tem gente que acredita que pênalti bem batido é o que entra. Outros que acham que o goleiro só defende a bola se o atacante bater mal. Tem até quem o considere tão fácil como colocar a bola com a mão dentro do gol. O que importa é que a penalidade máxima é a maior oportunidade para um atacante converter um gol. Disso o jogador argentino Palermo sabe muito bem. Durante a Copa América de 1999 o centro avante desperdiçou três cobranças durante a partida contra a Colômbia e entrou para a história como o jogador profissional a perder o maior número de pênaltis em uma partida oficial. Pior foi ter que ver seu time amargar uma derrota por três a zero para os colombianos por sua causa.
Muito da fama do goleiro Dida em ser pegador de penalidades se deve a semifinal do campeonato brasileiro de 1999 quando o ídolo do São Paulo, Raí, perdeu dois pênaltis defendidos pelo arqueiro e que poderiam colocar o tricolor na grande decisão daquele ano.
O que se viu em Ribeirão Preto no último domingo foi mais uma prova de como uma penalidade e a impudência de alguns jogadores dentro da grande área podem mudar o curso de uma partida ou até da trajetória de uma equipe em um campeonato. Após um primeiro tempo equilibrado com o placar de 1x1 o São Paulo voltou mais forte do vestiário e dominou as ações do jogo durante todo o segundo tempo até o fatídico carrinho de Júnior em Vadívia aos 28’que resultou em pênalti para o Palmeiras.
A cobrança convertida por Denílson além de ser uma resposta aos sãopaulinos que o renegaram também desestabilizou o adversário que cinco minutos depois cometeria novo penal, agora de Juninho em Kléber, que Valdívia converteu.
Para fechar, Richarlyson cometeu um terceiro pênalti tricolor após uma entrada em Diego Souza. O próprio atacante bateu e comemorou a goleada de 4 a 1 sobre o São Paulo, resultado que não reflete o que foi a partida mas que mostra como a fragilidade criada pela iminente chance de gol que um pênalti proporciona em pode mudar a história de um confronto e até do campeonato. Três pênaltis que podem tirar o São Paulo das semifinais do Paulistão além de proporcionarem a queda de um tabu contra o Palmeiras em campeonatos paulistas de quase onze anos e gerar uma goleada de quatro gols. O pênalti pode traduzir num só lance a glória de alguns e a derrocada de outros.
4 comentários:
Ótimo texto. O penâlti decidiy o clássico paulista e o carioca também. Jailton fez um penal besta em Lúcio Flávio, no lance que originou o segundo gol do Fogão.
Gostaria de uma parceria uma troca de LinKs ????
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www.blogdojun10r.blogspot.com
Seu Blog é show.
flw.
Se dúvida os pênaltis mudaram o rumo do clássico de domingo. Sorte do Palmeiras e azar dos chorões prontos a criticar a arbitragem, correta nesse episódio.
É, certamente, um dos momentos marcantes do futebol, para o bem e para o mal.Leva ao inferno, mas também consagra, geralmente goleiros.
Postei ontem em meu blog um tópico com o mesmo assunto! Realmente impressionante os penais do fim de semana.
Convido a conhecerem meus blogs
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