A chama para as Olimpíadas de Pequim foi acesa, o mundo se volta para um dos maiores eventos do esporte, os atletas disputam uma vaga na preciosa competição que teve início há mais de 2.800 anos na Grécia.
Os chineses estão se mostrando competentes no árduo trabalho de organizar uma Olimpíada, mas um problema maior parece pairar no horizonte. Junto com as notícias de novos recordes e de novas revelações nas mais diversas modalidades esportivas, os noticiários dão conta de uma questão maior: os protestos em defesa dos direitos humanos no Tibete.
Há poucos dias o governo chinês tentou mostrar ao mundo que as divergências com os tibetanos não era mais um problema, mas não foi isso que os jornalistas convidados pelas autoridades chinesas presenciaram. Monges tibetanos acusaram a China de os manterem em templos fechados e sob rígida vigilância. O fato não foi bem visto pelo lado ocidental do planeta e resultou em uma ligação pessoal do presidente dos EUA, George W. Bush, ao presidente da China, Hu Jintao, para falar sobre a “preocupação” com a situação no Tibete. O presidente estadunidense “encoraja” o governo chinês a liberar o acesso de jornalistas e diplomatas no Tibete, além de iniciar um diálogo substancial com os representantes do Dalai Lama.
O fato é que faltam pouco mais de quatro meses para o começo dos Jogos e o problema parece avolumar-se com relatos de radicalismo e violência. O Tibete está há mais de 50 anos sob o domínio da China e parece que, apesar das últimas conversações e “dicas” de lideres mundiais, os chineses não estão dispostos a conceder sua independência.
O interessante de tudo isso é que os Jogos Olímpicos deveriam significar jogos de aproximação e reconciliação entre os povos, como intencionou Pierri de Fredi ou Barão de Coubertin ao retomar os jogos em 1892. Exemplo disso foi o que aconteceu com a Coréia do Norte e Coréia do Sul, que desfilaram sobre a mesma bandeira nos Jogos Olímpicos de Sidney em 2000 e de Atenas em 2004. Claro que a questão entre tibetanos e chineses é outra, mas teremos algum desfecho até as Olimpíadas ou apenas “panos quentes” para o “bem” da competição?
A pira olímpica será acesa no dia 8 de agosto. O fogo olímpico deve passar pelos cinco continentes e, antes de adentrar Pequim, passará pela região do Monte Everest, no Tibete, o que deve gerar mais acusações, hostilidades e polêmicas. Algo realmente triste quando estamos pensando em Jogos Olímpicos ou, como citava o Barão de Coubertin, jogos para “celebrar a paz entre as nações”.
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