Iraquianos comemoram a vaga na final da Copa da Ásia: O país se une, apesar das diferenças, em prol da seleção.
Se o leitor mais desapercebido pensar que mudamos a temática do blog, se engana. Apesar das notícias que chegam até nós referentes aos países do Oriente Médio não serem das melhores, essa batalha não tem interferência americana e o local de disputa é neutro e justo: O campo de futebol. E o que está em disputa não é o petróleo, o Ouro Negro. Vencer essa partida garante o triunfo de ser a melhor seleção asiática.
Iraquianos e Sauditas farão a final da Copa da Ásia - evento disputado simultâneamente em quatro países: Malásia, Indonésia, Vietnã e Tailândia - neste domingo. De um lado, a Arábia Saudita, maior vencedora do torneio ao lado da seleção japonesa e da seleção iraniana, com três conquistas (1984,1988,1996) e liderada pelo brasileiro Hélio dos Anjos. De outro, a surpreendente seleção do Iraque, que tem como melhor participação no torneio um quarto lugar em 1976 e tem Jorvan Vieira como treinador.
Comparando campanhas e tradição futebolística, a Arábia seria amplamente favorita no confronto. Mas o Iraque mostrou na Copa da Ásia que sabe como usar a adversidade a seu favor. Os "Leões da Mesopotâmia" caíram em um Grupo A que pintava a Austrália como favorita ao título, fazendo com que eles, teoricamente, disputassem a segunda vaga do grupo com a anfitriã Tailândia e Omã. Após empate com os tailandeses, a equipe de Jorvan, segundo ele muito contestado pela imprensa local, surpreendeu e venceu os australianos por três a um. E o empate com Omã lhes garantiu a primeira colocação do Grupo A, por si só um feito notável. Nas quartas-de-final, boa vitória sobre a seleção vietnamita por dois a zero. E na semi-final, mais uma molecagem: garantiu o empate com a Coréia do Sul em 0 a 0 e garantiu passaporte na final na disputa de pênaltis. Muita festa no Iraque, país que passa por momento político de reconstrução e reafirmação, apesar da intervenção norte-americana em seu território. O principal jogador da equipe é o atacante Younis Mahmoud, que marcou três vezes na Copa da Ásia e já soma 30 gols com a camisa da seleção iraquiana.
Os sauditas são mais tradicionais no continente, começando pelo seu técnico, velho conhecido de alguns torcedores brasileiros como os do Sport, Vasco e Goiás. Três vezes campeões da Ásia e quatro Copas do Mundo consecutivas na bagagem (1994,1998, 2002 e 2006) credenciavam os "Falcões Verdes" como um dos favoritos ao título. Integrante do Grupo D, ao lado de Coréia do Sul, Indonésia e Bahrein, os sauditas não encontraram dificuldades para garantir o primeiro lugar da chave. Um caminho mais tortuoso na fase de mata-mata fortaleceu a equipe na Copa da Ásia. Vitórias sobre o Uzbequistão e sobre o Japão, atual bicampeão do torneio, mostraram a força dessa tradicional seleção asiática. O princiapal destaque e um dos artilheiros da competição com quatro gols é o atacante e capitão da equipe Yasser Al-Qahtani. Conhecido como "O Atirador", o avante de 26 anos marcou um dos gols da Árabia Saudita na Copa da Alemanha no empate com a Tunisia em dois a dois, o que mostra a sua experiência e importância dentro do grupo saudita.
Principalmente aos iraquianos, estar na final já é uma vitória. O país passa um momento delicado e a presença militar norte-americana não agrada aos cidadãos locais. Nessa Copa da Ásia de tão bons e surpreendentes resultados, o futebol tem sido uma válvula de escape para os iraquianos, tanto para o bem quanto para o mal. Se por um lado, alguns se aproveitam da aglomeração de torcedores iraquianos para cometerem atentados, por outro, o futebol mostra como é possível manter a convivência pacífica entre etnias religiosas tão diferentes, como é o caso de sunitas e xiitas. Em entrevista ao Portal G1, o técnico Jorvan Vieira destaca a união entre eles em prol da seleção local: "Aqui, eles brincam, se beijam, se abraçam, dão as mãos e até tocam música árabe juntos. O ambiente é o melhor possível".
Os caminhos do futebol são realmente surpreendentes. Mesmo com todo o capital que o profissionalismo exige que seja investido para se manter uma equipe competitiva, mesmo com os interesses mercadológicos de todos envolvidos no universo da bola, o esporte mais popular do mundo é capaz de coisas inimagináveis em situações corriqueiras. E o comando de Jorvam frente à seleção iraquiana prova isso. Numa região como o Oriente Médio, onde o conflito parece tão latente, mais e mais brasileiros tentam a sorte no futebol daquela região. Mesmo movido pelos petrodólares, a ajuda que eles dão para o desenvolvimento do futebol local é imensa. E a final dessa Copa da Ásia mostra toda a competência brasileira, apesar das dificuldades.
Iraquianos e Sauditas farão a final da Copa da Ásia - evento disputado simultâneamente em quatro países: Malásia, Indonésia, Vietnã e Tailândia - neste domingo. De um lado, a Arábia Saudita, maior vencedora do torneio ao lado da seleção japonesa e da seleção iraniana, com três conquistas (1984,1988,1996) e liderada pelo brasileiro Hélio dos Anjos. De outro, a surpreendente seleção do Iraque, que tem como melhor participação no torneio um quarto lugar em 1976 e tem Jorvan Vieira como treinador.
Comparando campanhas e tradição futebolística, a Arábia seria amplamente favorita no confronto. Mas o Iraque mostrou na Copa da Ásia que sabe como usar a adversidade a seu favor. Os "Leões da Mesopotâmia" caíram em um Grupo A que pintava a Austrália como favorita ao título, fazendo com que eles, teoricamente, disputassem a segunda vaga do grupo com a anfitriã Tailândia e Omã. Após empate com os tailandeses, a equipe de Jorvan, segundo ele muito contestado pela imprensa local, surpreendeu e venceu os australianos por três a um. E o empate com Omã lhes garantiu a primeira colocação do Grupo A, por si só um feito notável. Nas quartas-de-final, boa vitória sobre a seleção vietnamita por dois a zero. E na semi-final, mais uma molecagem: garantiu o empate com a Coréia do Sul em 0 a 0 e garantiu passaporte na final na disputa de pênaltis. Muita festa no Iraque, país que passa por momento político de reconstrução e reafirmação, apesar da intervenção norte-americana em seu território. O principal jogador da equipe é o atacante Younis Mahmoud, que marcou três vezes na Copa da Ásia e já soma 30 gols com a camisa da seleção iraquiana.
Os sauditas são mais tradicionais no continente, começando pelo seu técnico, velho conhecido de alguns torcedores brasileiros como os do Sport, Vasco e Goiás. Três vezes campeões da Ásia e quatro Copas do Mundo consecutivas na bagagem (1994,1998, 2002 e 2006) credenciavam os "Falcões Verdes" como um dos favoritos ao título. Integrante do Grupo D, ao lado de Coréia do Sul, Indonésia e Bahrein, os sauditas não encontraram dificuldades para garantir o primeiro lugar da chave. Um caminho mais tortuoso na fase de mata-mata fortaleceu a equipe na Copa da Ásia. Vitórias sobre o Uzbequistão e sobre o Japão, atual bicampeão do torneio, mostraram a força dessa tradicional seleção asiática. O princiapal destaque e um dos artilheiros da competição com quatro gols é o atacante e capitão da equipe Yasser Al-Qahtani. Conhecido como "O Atirador", o avante de 26 anos marcou um dos gols da Árabia Saudita na Copa da Alemanha no empate com a Tunisia em dois a dois, o que mostra a sua experiência e importância dentro do grupo saudita.
Principalmente aos iraquianos, estar na final já é uma vitória. O país passa um momento delicado e a presença militar norte-americana não agrada aos cidadãos locais. Nessa Copa da Ásia de tão bons e surpreendentes resultados, o futebol tem sido uma válvula de escape para os iraquianos, tanto para o bem quanto para o mal. Se por um lado, alguns se aproveitam da aglomeração de torcedores iraquianos para cometerem atentados, por outro, o futebol mostra como é possível manter a convivência pacífica entre etnias religiosas tão diferentes, como é o caso de sunitas e xiitas. Em entrevista ao Portal G1, o técnico Jorvan Vieira destaca a união entre eles em prol da seleção local: "Aqui, eles brincam, se beijam, se abraçam, dão as mãos e até tocam música árabe juntos. O ambiente é o melhor possível".
Os caminhos do futebol são realmente surpreendentes. Mesmo com todo o capital que o profissionalismo exige que seja investido para se manter uma equipe competitiva, mesmo com os interesses mercadológicos de todos envolvidos no universo da bola, o esporte mais popular do mundo é capaz de coisas inimagináveis em situações corriqueiras. E o comando de Jorvam frente à seleção iraquiana prova isso. Numa região como o Oriente Médio, onde o conflito parece tão latente, mais e mais brasileiros tentam a sorte no futebol daquela região. Mesmo movido pelos petrodólares, a ajuda que eles dão para o desenvolvimento do futebol local é imensa. E a final dessa Copa da Ásia mostra toda a competência brasileira, apesar das dificuldades.
2 comentários:
Oi André, perdão por não te responder antes.
De antemão lhe parabenizo pelo ótimo resumo, muito importante pra mim, que confesso, tinha poucas informações da Copa da Ásia.
Tenho a sensação de que já nos falamos antes, mas não lembro bem. Estou correto?
vou adicionar o blog em meus favoritos!
abraço
Pena que os atentados tenham retirado a alegria desse momento importante para o Iraque. No meio de tanta tragédia, uma vitória no futebol seria um pequeno momento de alegria.
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