15.7.07

Brasil à italiana

Desespero argentino: Freguesia para o maior rival e seca de títulos importantes continua.

Mais uma vez, pesou a tradição da camisa amarela. Desacreditado, o Brasil mostrava um futebol questionável, comandado por um técnico turrão encarou uma Argentina que jogava o futebol mais vistoso da Copa América, mais centrada, individualmente melhor. No fim, a eficiência com que o Brasil atuou na final deixou os hermanos perdidos. Em meio a resquícios de futebol de Messi e Riquelme, sobressairam-se o futebol solidário e a marcação de Mineiro e Josué e a força de Júlio Baptista. E mesmo com Elano se contundindo, onde a opção mais "razoável" seria a entrada de um meia, recuando Baptista para a direita, Dunga colocou Daniel Alves e este foi um dos jogadores-chave para o êxito brasileiro sobre a seleção albiceleste.
Tonha tudo para dar errado, e no fim, o Brasil foi campeão jogando um futebol de campeão. Méritos para a persistência da equipe, para a atuação decisiva de Vágner Love na final (que tanto critiquei neste espaço, mas ainda tenho restrições ao camisa 9) e para a versatilidade dos volantes.
Mas o torcedor não pode se iludir com esta Seleção renovada. E Dunga não pode tumultuar a Seleção bancando Júlio Baptista ou Elano nos lugares de Kaká ou Gaúcho. É momento de ele usar esse bom momento em favor da continuidade da renovação dentro do Brasil, mas sempre utilizando os melhores jogadores possíveis e não de tentar provar para a imprensa de que ele está sempre certo.
Como a Itália em 2006, o Brasil venceu priorizando a marcação. Mas como eu ouvi Juca Kfouri dizer hoje, o "Brasil deve se pautar em ser uma fábrica de criadores e não de marcadores".
E vale cutucar os hermanos, pois é a terceira final consecutiva que eles perdem para o Brasil. Fora os 14 anos de fila. Don't cry for me, Argentina!

5 comentários:

Thiago Barretos disse...

O jogo de hoje foi uma constatação óbvia de que apesar de todas as críticas feitas à seleção. o time, afinal, não é tão ruim. Dentre todos os 22 convocados, convenhamos, existem certos nomes que até podem compor elenco. Apesar da teimosia e do pragmatismo de Dunga, a Seleção Canarinha mostrou poder de reação no momento certo: na decisão.
Mais óbvio é ver como nuestros hermanos temem a camisa amarela. Marrentice excessiva e pouca efetividade em campo. Basta serem favoritos, para começarem a pipocar. Afinal, freguesia pouca é bobagem...

Gerson Sicca disse...

Mais uma vez, o Brasil mostrou q tem jogadores de qualidade, e que quando encaram o jogo engrossam o jogo contra qualquer um. A vitória foi incontestável.
André, valeu pela visita. Vou colocar o link de vcs no meu blog.

Felipe Moraes disse...

O time não é ruim, mas ainda não conquistou a confiança e o carinho dos brasileiros. Porém, se continuar vencendo, o povo se acostumará ao futebol amarrado, como dito pelo André, "à italiana", instituído por Dunga. Resultado sem bom futebol. Essa é a tônica da seleção de Dunga.

Abraços, Felipe Leonardo

Felipe Brisolla disse...

Belo post, principalmente, pela parte que elogia os atletas que foram decissivos na final!

Wallacy disse...

Eu esperava mais do Diego e do Anderson, mas o futebol de forte marcação acabou sendo o ponto forte do Brasil. Agora vamos ver como o Dunga vai se comportar com a "volta" do Kaká e do Ronaldinho.