O homem que desencadeou uma revolução na relação entre clube-jogador vive atualmente com uma pensão de 630 euros, paga pelo serviço social do governo belga. Ex-alcólatra e vivendo a base de antidepressivos, Jean-Marc Bosman ressurgiu na mídia esportiva, em aparições feitas no tablóide britânico The Sun.
Bosman esteve longe de ser um craque dentro das quatro linhas. Revelado pelo Standard Liège, da Bélgica, o meio-campista acabou se transferindo ao rival Racing Club, da mesma cidade, em 1988. Pouco aproveitado e em final de contrato, a agremiação (que detinha o seu passe), propôs a renovação por apenas mais um ano, com redução de mais de 50% de seu salário. Bosman não topou, mas tinha que esperar outro clube comprar seus direitos, mesmo com seu contrato expirado. Após negociar com o Dunkerque, da França, seu antigo clube não topou o valor acertado com os franceses, "prendendo" o atleta e impedindo-o de receber e de trabalhar com seu sustento: o futebol.
A partir de 1990, o jogador entrou na Justiça da União Europeia contra seu ex-clube, em batalha que envolveria as esferas de poder mais influentes do futebol atual, como a Uefa e a Fifa. Após cinco anos e com a carreira praticamente terminada durante o processo, a decisão da UE lhe foi favorável em dezembro de 1995, após cinco anos em que Bosman jogou por ligas menores da França. O "sacrifício" desencadeou uma decisão sem precedentes. A partir dali, qualquer jogador que atuasse em países da União Europeia estaria livre do vínculo com seu contratante após o final do contrato, sem precisar pagar qualquer tipo de compensação. Uma espécie de "Lei Áurea" do futebol, já que ela foi estendida e aperfeiçoada não só no velho continente, mas em todo o planeta bola – por aqui, com a Lei Pelé, de 1998.
O destino de Bosman não é diferente de muitos craques do passado aqui do Brasil. É a mistura dos problemas pessoais com a imprudência financeira, que leva as pessoas à ruína, tal qual aconteceu com o eterno gênio Garrincha, por exemplo. Segundo artigo publicado no "The Sports Blog", do britânico The Guardian, o ex-jogador belga ganhou 750 mil euros das batalhas judiciais, tinha algumas posses e foi agraciado com uma partida beneficiente da FIFPro. Mas, de certa forma, minimiza um pouco o feito desencadeado pela sua ida à Justiça. Mesmo movida por direitos estritamente pessoais, trata-se de um marco.
A Lei Bosman, no entanto, não é a ideal. Com mais poder, mas sem orientação adequada, muitos jogadores são guiados pelos empresários. Os principais prejudicados são, principalmente, os pequenos clubes formadores, pouco amparados pela lei. Ainda assim, uma eventual ajuda a Bosman – seja ela financeira ou em forma de um tratamento – deveria partir tão e somente da própria classe de jogadores, que possui unidade forte na Europa (ao contrário do Brasil). Mesmo com eventuais erros do passado do ex-meia, que acabou com a carreira comprometida por uma causa pessoal. Mas de consequências globais ao futebol moderno.
Bosman esteve longe de ser um craque dentro das quatro linhas. Revelado pelo Standard Liège, da Bélgica, o meio-campista acabou se transferindo ao rival Racing Club, da mesma cidade, em 1988. Pouco aproveitado e em final de contrato, a agremiação (que detinha o seu passe), propôs a renovação por apenas mais um ano, com redução de mais de 50% de seu salário. Bosman não topou, mas tinha que esperar outro clube comprar seus direitos, mesmo com seu contrato expirado. Após negociar com o Dunkerque, da França, seu antigo clube não topou o valor acertado com os franceses, "prendendo" o atleta e impedindo-o de receber e de trabalhar com seu sustento: o futebol.
A partir de 1990, o jogador entrou na Justiça da União Europeia contra seu ex-clube, em batalha que envolveria as esferas de poder mais influentes do futebol atual, como a Uefa e a Fifa. Após cinco anos e com a carreira praticamente terminada durante o processo, a decisão da UE lhe foi favorável em dezembro de 1995, após cinco anos em que Bosman jogou por ligas menores da França. O "sacrifício" desencadeou uma decisão sem precedentes. A partir dali, qualquer jogador que atuasse em países da União Europeia estaria livre do vínculo com seu contratante após o final do contrato, sem precisar pagar qualquer tipo de compensação. Uma espécie de "Lei Áurea" do futebol, já que ela foi estendida e aperfeiçoada não só no velho continente, mas em todo o planeta bola – por aqui, com a Lei Pelé, de 1998.
O destino de Bosman não é diferente de muitos craques do passado aqui do Brasil. É a mistura dos problemas pessoais com a imprudência financeira, que leva as pessoas à ruína, tal qual aconteceu com o eterno gênio Garrincha, por exemplo. Segundo artigo publicado no "The Sports Blog", do britânico The Guardian, o ex-jogador belga ganhou 750 mil euros das batalhas judiciais, tinha algumas posses e foi agraciado com uma partida beneficiente da FIFPro. Mas, de certa forma, minimiza um pouco o feito desencadeado pela sua ida à Justiça. Mesmo movida por direitos estritamente pessoais, trata-se de um marco.
A Lei Bosman, no entanto, não é a ideal. Com mais poder, mas sem orientação adequada, muitos jogadores são guiados pelos empresários. Os principais prejudicados são, principalmente, os pequenos clubes formadores, pouco amparados pela lei. Ainda assim, uma eventual ajuda a Bosman – seja ela financeira ou em forma de um tratamento – deveria partir tão e somente da própria classe de jogadores, que possui unidade forte na Europa (ao contrário do Brasil). Mesmo com eventuais erros do passado do ex-meia, que acabou com a carreira comprometida por uma causa pessoal. Mas de consequências globais ao futebol moderno.
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