Sem os devidos reforços e derrotas para os principais rivais ajudaram a encurtar a missão de Felipão no Chelsea, que durou apenas sete meses
O empate em Stamford Bridge para o Hull City foi a gota d’água para o mecenas do Chelsea, Roman Abramovitch, dar cartão vermelho para Luiz Felipe Scolari do comando dos Blues. Mesmo com todas as dificuldades da adaptação e implementação de sua filisofia no clube londrino, pareceu uma decisão precipitada. Primeiro, porque o Chelsea – leia-se Abramovitch – atravessa dificuldades financeiras, e por isso, pouco reforçou/renovou o seu elenco. Apenas Deco, Bosingwa, Mineiro e Quaresma – os últimos dois a custo zero - chegaram em 2008/09, em um elenco que sofreria importantes perdas, como o polivalente Essien e Joe Cole pela temporada inteira. Além disso, teve problemas com alguns medalhões da equipe, o que vinha o atrapalhando em uma de suas principais virtudes nos grupos vencedores que construiu: fechar o grupo. Joe Cole, Drogba e Anelka não bateram diretamente contra Felipão, mas as reclamações constantes pela titularidade atrapalharam o foco do elenco.
Em pouco mais de sete meses no comando dos Blues, Felipão teve aproveitamento de 62 %. Em 36 jogos, foram 19 vitórias, dez empates e sete derrotas. No entanto, dois foram os fatores – tecnicamente falando – que contribuíram decisivamente para que Felipão e o Chelsea vissem o título inglês mais distante: o mau aproveitamento dos jogos em casa e o péssimo aproveitamento nos clássicos, primordiais para quem quer ser campeão inglês. Em seus domínios, o Chelsea venceu apenas seis partidas das 13 disputadas, com cinco empates e duas derrotas. Na época de sua primeira derrota – na nona rodada da Premier League para o Liverpool – o Chelsea viu ser quebrado uma série de 86 jogos sem derrota em casa em um período de quatro anos. E nos clássicos, Felipão e o Chelsea não conseguiram uma vitória sequer – duas derrotas para o Liverpool, uma para o Arsenal e uma derrota e um empate frente ao Manchester United.
O quarto lugar na Premier League – 49 pontos, sete atrás do Manchester United, que tem uma partida a menos – a irregular campanha na Champions e a eliminação na Copa da Liga Inglesa para o Burnley, da segunda divisão, fizeram com que a torcida e boa parte da imprensa inglesa pedisse a cabeça do brasileiro, mesmo com os Blues terminando o primeiro turno na cola do então líder Liverpool, terminando a primeira parte do campeonato com o melhor ataque (40 gols) e a melhor defesa (nove gols sofridos).
No entanto, desde que Felipão começou a treinar a Seleção Brasileira e após a Copa de 2002, a portuguesa, ele se mostrou um técnico de trabalhos a longo prazo. Ou quem não se lembra do episódio da derrota para Honduras, na Copa América de 2001, disputada na Colômbia, por 2-0. Ainda assim, classificou-se com dificuldades para a Copa de 2002, e deixou Romário fora do elenco e ainda assim, sagrou-se campeão. E na época em que assumiu Portugal, causou indisposição com jogadores, torcida e imprensa lusa bancando Deco em Portugal e deixando o ídolo Vítor Baía fora dos planos para a Euro que se avizinhava, a qual seria disputada na própria terrinha. Os resultados da aposta em Felipão, a longo prazo, vieram na forma de uma Copa do Mundo e um vice da Eurocopa.
A demissão de Felipão nos faz repensar as reais dimensões da crise pela qual o Chelsea atravessa: os Blues devem pensar seriamente na renovação de seu milionário – e neste momento insuficiente elenco – se quiserem continuar cobiçando seu principal objetivo: a Champions League. Esse será o desafio do próximo técnico: foco total na Champions e mover os pauzinhos para uma renovação profunda no elenco.
PS: Felipão deu declarações alguns dias antes de ser demitido numa entrevista para a France Football, publicadas hoje (12/02) pelo Uol Esportes. São esclarecedoras, para o ponto de vista que defendi neste post.
Em pouco mais de sete meses no comando dos Blues, Felipão teve aproveitamento de 62 %. Em 36 jogos, foram 19 vitórias, dez empates e sete derrotas. No entanto, dois foram os fatores – tecnicamente falando – que contribuíram decisivamente para que Felipão e o Chelsea vissem o título inglês mais distante: o mau aproveitamento dos jogos em casa e o péssimo aproveitamento nos clássicos, primordiais para quem quer ser campeão inglês. Em seus domínios, o Chelsea venceu apenas seis partidas das 13 disputadas, com cinco empates e duas derrotas. Na época de sua primeira derrota – na nona rodada da Premier League para o Liverpool – o Chelsea viu ser quebrado uma série de 86 jogos sem derrota em casa em um período de quatro anos. E nos clássicos, Felipão e o Chelsea não conseguiram uma vitória sequer – duas derrotas para o Liverpool, uma para o Arsenal e uma derrota e um empate frente ao Manchester United.
O quarto lugar na Premier League – 49 pontos, sete atrás do Manchester United, que tem uma partida a menos – a irregular campanha na Champions e a eliminação na Copa da Liga Inglesa para o Burnley, da segunda divisão, fizeram com que a torcida e boa parte da imprensa inglesa pedisse a cabeça do brasileiro, mesmo com os Blues terminando o primeiro turno na cola do então líder Liverpool, terminando a primeira parte do campeonato com o melhor ataque (40 gols) e a melhor defesa (nove gols sofridos).
No entanto, desde que Felipão começou a treinar a Seleção Brasileira e após a Copa de 2002, a portuguesa, ele se mostrou um técnico de trabalhos a longo prazo. Ou quem não se lembra do episódio da derrota para Honduras, na Copa América de 2001, disputada na Colômbia, por 2-0. Ainda assim, classificou-se com dificuldades para a Copa de 2002, e deixou Romário fora do elenco e ainda assim, sagrou-se campeão. E na época em que assumiu Portugal, causou indisposição com jogadores, torcida e imprensa lusa bancando Deco em Portugal e deixando o ídolo Vítor Baía fora dos planos para a Euro que se avizinhava, a qual seria disputada na própria terrinha. Os resultados da aposta em Felipão, a longo prazo, vieram na forma de uma Copa do Mundo e um vice da Eurocopa.
A demissão de Felipão nos faz repensar as reais dimensões da crise pela qual o Chelsea atravessa: os Blues devem pensar seriamente na renovação de seu milionário – e neste momento insuficiente elenco – se quiserem continuar cobiçando seu principal objetivo: a Champions League. Esse será o desafio do próximo técnico: foco total na Champions e mover os pauzinhos para uma renovação profunda no elenco.
PS: Felipão deu declarações alguns dias antes de ser demitido numa entrevista para a France Football, publicadas hoje (12/02) pelo Uol Esportes. São esclarecedoras, para o ponto de vista que defendi neste post.
7 comentários:
ya te agrege a mis blogs amigos
texto. Usei-o no Blog do PP. Abração e sucesso! PP
O Chelsea vai na contramão dos outros grandes clubes ingleses, que dão estabilidade a seus treinadores. Isso reflete que é um time modesto vestindo uma casca endinheirada que está começando a se desfazer. Quando a grana acabar, voltará ao segundo plano, como aconteceu com São Caetano, Brasiliense, Bragantino, e por aí vai...
Você tocou num ponto interessante. Felipão já mostrou que seus trabalho dão frutos mais para a frente e é por isso que acho que o Chelsea poderia ter dado mais tempo ao brasileiro. O mata-mata é uma das especialidades de Scolari e os difíceis jogos daqui para a frente da UCL poderiam ser fundamentais para que o clube londrino voltasse a subir de produção.
Além disso, demitir o técnico a essa altura do campeonato me parece uma atitude desesperada de salvar a temporada. Mas um novo técnico terá de ter muito tempo para conhecer o elenco. E tanto um novo como um interino terá de lidar com um elenco curto, com vários jogadores em má fase e outros abaixo da média. Talvez um pouco de paciência fosse necessária a Abramovich, até porque ele também é culpado pela situação, pois dificultou as ações de Scolari nas janelas de transferência.
Ateh!
André...
Tem Opinião FC no Gambetas hoje.
Saludos!
http://gambetas.blogspot.com
Olá,
Indiquei o seu blog para o selo Blog Maneiro!
Depois passe na minha página para saber mais.
Abraço,
Felipe Moraes
Não coloco nos créditos da incompetência a demissão de Felipão.
O clima em Stamford já não era dos melhores.
Uma das grandes estrelas do time, Drogba, só faltava andar em campo.
E a cúpula do Chelsea, que como a maioria das cúpulas dos grandes times deveria ter dado suporte a Felipão, mostrou-se inexperiente e amadora.
Depois dos 7 meses de Chelsea-Felipão, a única incompetência provada foi a da diretoria londrina. Claro, na minha opinião.
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