Muricy orienta Hernanes em treinamento no São Paulo
Recentemente o técnico Muricy Ramalho reclamou do desempenho de Hernanes no São Paulo, dizendo que ele voltou pior da seleção. Outro jogador que teve o desempenho bastante criticado após sua passagem pela equipe canarinho foi Richarlyson. Há outros jogadores nessa situação. Não acho que isso acontece por estrelismo ou por má vontade dos atletas.
Conversando com um amigo (professor de educação física e técnico de futebol), ele concordou com o argumento do Muricy: a seleção brasileira não treina. Sem treinamento, é natural que o rendimento do jogador caia. Quando os jogadores são convocados, geralmente precisam viajar bastante. Já perdem um bom tempo nisso, até reunir todo mundo e iniciar a preparação. Na volta da Venezuela, por exemplo, o grupo ganhou folga na segunda-feira por causa do desgaste. Como o jogo foi na quarta, fizeram apenas um treino leve na terça, em campos com tamanho reduzido, alguns exercícios físicos, e depois o tradicional rachão.
Quando estão nos clubes, treinam em dois períodos, todos os dias, realizam exercícios físicos, treinam os fundamentos (passe, chute, marcação, velocidade), fazem coletivos. Quando um jogador vai para a seleção e fica mais de uma semana sem treinar (e sem atuar também, como é o caso de Hernanes, reserva na seleção), ele volta em condição inferior a dos demais colegas, sem ritmo, e, por isso, pode apresentar uma queda de rendimento.
Não que isso seja uma desculpa para uma má atuação, mas prejudica bastante. Esse detalhe em relação aos treinamentos da seleção já foi observado por uma parte da mídia, como o excepcional Tostão. No pouco tempo que Dunga tem para observar seus convocados, faz treinos em pequenos espaços, sem simular verdadeiras situações de jogo, ataque contra defesa, reservando pouco tempo para o coletivo entre titulares e reservas. Sem contar que não é possível fazer uma preparação física adequada, como é feita nos clubes dos atletas.
Além de atrapalhar o desempenho da própria seleção, não colabora para a preparação física e técnica do atleta.
3 comentários:
A informação é pertinente, pois os atletas reclamaram de cansaço. Só não concordo que nos clubes os atletas treinam em dois períodos. É raro, principalmente com dois jogos por semana, os clubes treinarem em dois períodos.
Mas, a ida a seleção compromete sim, por isso, o ideal é privilegiar mais os jogadores que atuam no Brasil, pois se desgastariam menos com intensas viagens.
Eu acho que deveria haver um planejamento melhor para aproveitar o pouco tempo para treinar o necessário e recuperar os jogadores para a partida. Muito bem colocada a relação entre a falta de treinos e o desempenho. Mas no caso do Hernanes, será que as especulações de ida pra Europa e a posterior "frustração" não infuiram tb?
Muito bom o artigo, só questiono, assim como o amigo André se realmente a falta de treinos em menos de uma semana faz tanta diferença assim. Basta lembrarmos do caso Richarlysson. Antes da seleção ele estava jogando muito no SPFC, começaram a surgir rumores de que times europeus iriam contratar ele, como a Roma. Aí foi pra seleção, jogou algumas partidas e voltando ao clube, nunca mais voltou a render aquele futebol que o tinha levado a vestir a camisa amarelinha.
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