30.9.08

O Brasil vai ser campeão!

Objeto de desejo que estará
em disputa até o dia 19 de outubro

Começou nesta terça-feira o Campeonato Mundial de Futsal organizado pela FIFA, realizado no Brasil, com sedes em Brasília e Rio de Janeiro. O país anfitrião tenta acabar com a supremacia dos espanhóis, atuais bicampeões da competição, tendo eliminado os brasileiros em ambas as edições (final em 2000 e semifinal em 2004). São 20 seleções organizadas em quatro grupos. Cada uma teve o direito de inscrever 14 atletas. Mas nas fichas entregues pelos países, constam 35 brasileiros.

Como isso é possível? Será algum erro de cadastro? Ou então alguém trocou a nacionalidade dos jogadores? Também não. Assim como acontece no futebol de campo, os jogadores brasileiros do futsal são um excelente produto de exportação. Segundo dados da CBFS (Confederação Brasileira de Futebol de Salão), até o dia 25 de setembro deste ano foram realizadas 97 transferências, 14 a mais do que o registrado no mesmo período de 2007. No ano passado inteiro, a CBFS contabilizou um êxodo de 134 atletas para o exterior.

Desses, muitos acabam obtendo a dupla nacionalidade, podendo com isso serem convocados para a seleção local. Nesta edição do Mundial, a “Itália” conta simplesmente com todos os atletas nascidos no Brasil! Isso mesmo, todos, com a exceção do técnico. Há ainda três brasileiros defendendo a Espanha, dois jogando pela Rússia, um pelo Japão e, finalmente, um pelos EUA.

Lembro que há algum tempo estava comentando sobre a questão da naturalização no futebol com o pessoal do blog, e não conseguimos chegar a uma solução. Não dá para competir com o poderio financeiro europeu. E com a naturalização, que não tem relação com futebol, os jogadores passam a ter os mesmos direitos que os cidadãos dos respectivos países, e, por isso, não há como proibi-los de atuarem pelas seleções.

Porém, alguma coisa precisa ser feita. Como pode uma equipe não ter um único jogador nascido no próprio país? Estamos caminhando para uma situação em que um campeonato será disputado entre brasileiros e “brasileiros estrangeiros”, como comumente chamamos os atletas que atuam no exterior.

Ao contrário do futebol de campo, o futsal na Europa não tem o glamour, nem o poder monetário dos gramados. Aliás, nem mesmo profissional. É o caso da Itália, por exemplo. Caio Farinha, goleiro que defenderá a seleção italiana pela segunda vez em um Mundial, afirmou à Folha de S.Paulo que o processo de convocação de um time formado apenas por nascidos no Brasil foi natural, uma vez que cerca de 90% dos jogadores da liga italiana são brasileiros. “Existem poucos italianos jogando futsal hoje. Eles preferem contar com um trabalho regulado pelo governo, já que o mesmo salário que é bom para um brasileiro não é bom para eles, buscando assim a segurança da carteira assinada”, esclareceu Farinha.

Resta saber apenas quantos brasileiros terão a honra de levantar o belo troféu de Campeão do Mundo. Porque eu aposto todas as minhas fichas que, se não for a turma de Falcão que tiver essa oportunidade, algum outro conterrâneo certamente terá. Os três da Espanha largam na frente.

6 comentários:

André Augusto disse...

Com certeza, deveria haver algo para barrar essas "naturalizações" sem sentido. Não só no futebol, mas no esporte em geral. Infelizmente, os critérios para tal prática são muito vagos e o sentimento de nacionalismo e orgulho por defender a pátria está se esvaindo aos poucos.

No futebol, o Qatar ja acena há tempos em montar times com o poder dos petrodólares.

Muito boa observação, Arthur. Abs!

Anônimo disse...

Futsal me deixa hipertenso.

JackTekila disse...

Puts, tenho um primo que joga futsal, ano q vem vai entrar nno profissional....sorte pra ele..rs...

mais ai...teu blog ta legal, abraco



www.interLouco.com.br

Gerson Sicca disse...

o caso da Itália é um absurdo. Assim não tem como o esporte evoluir mesmo.
E hoje a Espanha remou, hehehe

Saulo disse...

Assim como o Brasil, Espanha, Portugal, Itália, Argentina e Rússia, também são favoritos, mas acredito nessa seleção e vai dá mais um Show no futsal.

Anônimo disse...

Se você fosse pro Qatar, com certeza arrumava um time pra jogar, ratão.