Hora de recomeçar
O ano de 2008 estava muito bom para o torcedor gremista até o meio da temporada. Afinal, apesar de não mostrar um grande futebol, o Grêmio ainda permanecia invicto até o final de março. No mês de abril, porém, a verdade apareceu.
As duas derrotas para adversários teoricamente inferiores (Juventude e Atlético-GO) custaram a precoce eliminação do Tricolor nas duas competições que ele participava: o Gauchão e a Copa do Brasil, respectivamente, fizeram a diretoria gremista rever seu planejamento.
Contestado, o treinador Celso Roth conseguiu permanecer no clube. O mesmo não pode se dizer de alguns atletas que não agradaram o torcedor e foram posteriormente negociados. Casos de Nunes, Peter e Tadeu, por exemplo.
Para não cometer os mesmos erros, o Grêmio trouxe 4 caras-novas: o bom zagueiro Réver (ex-Paulista), os raçudos volantes Amaral (ex-Vasco) e Makelele (ex-Palmeiras) e o hábil meia Tcheco (ex-Al Ittihad). E mais: ainda promete um reforço de alto quilate quando as janelas de transferências européias abrirem...
Podemos dizer que o time do Grêmio é bem equilibrado. Alia promissores atletas saídos das divisões de base, como Leo e Magrão, com outros nomes bem rodados, como o paraguaio Dos Santos (ex-Bayern de Munique) e o colombiano Perea (ex-Bordeaux).
Se Roger e Tcheco se entrosarem no comando do meio-de-campo não resta dúvidas que é um time que pode complicar a vida dos favoritos. E muito...
Status: Zona da Libertadores
Time-base: Victor; Paulo Sérgio, Leo, Réver (Jean) e Hidalgo; Eduardo Costa, William Magrão (Makelele), Roger e Tcheco (Dos Santos); Perea e Soares. Técnico: Celso Roth.
Destaques: Roger e Perea
Olho Nele! Com apenas 20 anos, o zagueiro Leo já foi até convocado por Dunga para a Seleção. Ao lado de Réver deverá formar uma das melhores defesas do torneio. Seguro e bom cabeceador sua presença é tida como certa nas Olimpíadas.
Pontos Fortes: Perea e Soares fazem uma dupla de ataque muito veloz perita em bolas de profundidade; o meio-campo articula muito bem; Réver e Leo são muito seguros.
Pontos Fracos: Os laterais marcam muito mal; apesar de criativos, Roger e Tcheco são instáveis e “somem” de alguns jogos.
Internacional
Rumo a Tríplice Coroa?
Nesta temporada o Colorado está especializando-se em protagonizar brilhantes viradas. A primeira veio contra o Paraná, quando o Inter precisava vencer ano jogo de volta por 3 gols de diferença e ainda tomou um gol logo no início do jogo. Depois de 90 minutos, os
Na final do estadual a história repetiu-se. Apesar da derrota para o Juventude no primeiro jogo, o massacre de
Para a disputa do Brasileiro, o elenco do Inter é praticamente o mesmo. Todos os jogadores devem permanecer com exceção feita a Gil que, insatisfeito, pode sair. Os únicos reforços do clube até agora são o lateral Ricardo Lopes (ex-Sertãozinho) e o atacante Leandrão, que retorna ao clube após uma temporada no futebol sul-coreano.
O forte do Colorado é o conjunto. O clube tem uma espinha dorsal formada por Edinho, Fernandão, Alex e companhia que se conhece muito bem dentro de campo. Além disso, o Inter conta com o elenco mais versátil do país. Abel Braga pode transformar seu 3-5-2 num 4-4-2 ou num 4-3-3 sem trocar um atleta sequer.
Em termos de elenco há gratas surpresas vindas da base colorada como Andrezinho, Danny, Jonas e Roger. Ao lado de atletas mais rodados como Magrão, Fernandão, Orozco e Guiñazú, esta mescla torna-se ainda mais interessante.
Ou seja, se não perder nenhum jogador para o mercado estrangeiro durante a competição, o Internacional pode considerar-se como um dos grandes favoritos ao título. Certamente.
Status: Favorito ao título
Time-base: Clemer (Renan); Índio, Orozco e Marcão; Bustos, Edinho (Danny Morais), Magrão, Guiñazú (Andrezinho) e Alex; Fernandão e Nilmar. Técnico: Abel Braga.
Destaques: Alex e Nilmar.
Olho Nele! Danny Morais é um zagueiro que virou volante por opção do treinador. Vigoroso, foi dele o primeiro gol dos famosos
Pontos Fortes: Bola aérea ou parada é um perigo: há bons cabeceadores (Fernandão e Índio) e bons cruzadores (Alex e Bustos); Nilmar, Alex e Fernandão são artilheiros.
Pontos Fracos: O time tem muitos jogadores leves que são reincidentes de complicadas contusões; Clemer não transmite segurança a ninguém.
Quando o Coxa, até então dono da 2ª melhor campanha da 1ª fase do Campeonato Paranaense, quase sucumbiu para o J. Malucelli, muitos pensaram que o título não iria para o Couto Pereira. Nas semi-finais a equipe passou pelo Paraná com duas vitórias e chegou com muita moral para disputar a finalíssima. Daí não deu outra: Coritiba campeão estadual em 2008. Título este que, diga-se de passagem, serviu para apagar a precoce queda na Copa do Brasil diante do São Caetano.
Também é verdade dizer que boa parte desta ascensão ocorreu graças ao belo futebol apresentado por Keirrison, artilheiro do certame. O garoto foi tão bem que despertou o interesse de outro alviverde, o do Parque Antártica.
Se Keirrison for para o Palmeiras, as coisas realmente ficarão difíceis para o Coxa. Afinal, o elenco, que já não é dos melhores, não ganhou nenhum nome de peso. Apenas atletas que chegarão com condições de brigar por uma vaga entre os onze.
São os casos dos laterais Rodrigo Heffner (ex-Santa Cruz-RS) e Guaru (ex-Toledo), dos meio-campistas Alê e Michael (ambos ex-Guaratinguetá) e dos atacantes Cadu (ex-Chapecoense) e William (ex-J. Malucelli).
Isso fará com que o elenco do Coritiba ganhe um maior leque de opções. No primeiro semestre a equipe sofreu inúmeros desfalques e atuou com atletas improvisados em muitos jogos. Além disso, a vinda de Michael aliviará Paraíba, que atualmente é o único armador do time de Dorival Júnior. Ruim o Coritiba não é. Mas Keirrison faria uma falta...
Status: Zona da Sul-Americana
Time-base: Édson Bastos; Maurício, Jêci e Nenê; Marcos Tamandaré (Pedro Ken), Douglas Silva, Rodrigo Mancha (Alê), Carlinhos Paraíba e Ricardinho (Rubens Cardoso); Thiago Silvy (Henrique Dias) e Keirrison. Técnico: Dorival Júnior.
Destaques: Keirrison e Carlinhos Paraíba.
Olho Nele! Ao lado de Keirrison, Pedro Ken foi grande importância na conquista da Série B. É inteligente e também pode jogar como ala.
Pontos Fortes: Dos pés da dupla Keirrison e Carlinhos Paraíba saem a maioria dos gols; a experiência de Édson Bastos e Nenê transmite segurança ao time.
Pontos Fracos: O time marca mal, já que com a exceção de Douglas Silva, não há nenhum jogador de defesa totalmente confiável; Keirrison não tem um parceiro à altura.
Atlético-PR
A chave é o entrosamento
De todos os participantes do Campeonato Brasileiro, o Atlético foi aquele que manteve sua invencibilidade por maior tempo. A seqüência de triunfos consecutivos no início do ano fez o Furacão ganhar fama de imbatível.
A conquista do Estadual parecia mera questão de tempo. Ledo engano. Além de ter perdido o título Paranaense em casa, o rubro-negro amargou uma inesperada eliminação na Copa do Brasil contra o desconhecido Corinthians alagoano.
Apesar do time não render em jogos decisivos, ainda há esperanças. O Atlético conta com um time muito entrosado que manteve pelo menos 80% de sua base, em relação ao campeonato anterior. Ou seja, há grandes chances do Furacão largar bem o suficiente para distanciar-se de seus rivais.
As novidades atleticanas são jovens vindos do Vitória: o lateral Gustavo, o zagueiro Vitor Ramos, os meias Willians Santana e Cleiton Domingues e os atacantes Stefan e Lucas. A média de idade destes atletas sequer alcança 22 anos...
Em contrapartida, Viáfara e Dinei, que estava emprestado para o Guaratinguetá, seguiram para o parceiro baiano.
O grande nome que pode pintar na Baixada durante a competição é Ferreira, velho conhecido dos torcedores por seus dribles e jogadas de efeito. Basta o árabe Al-Shabbab não renovar contrato com o colombiano.
Ney Franco conseguiu montar um time organizado, com uma defesa segura, um meio-campo aguerrido e um experiente matador em boa fase: Marcelo Ramos. Não a toa, o Atlético acumulou apenas 3 derrotas nesta temporada.
Status: Zona da Sul-Americana
Time-base: Vinícius; Antonio Carlos, Danilo e Rhodolfo; Nei, Alan Bahia, Valencia (Leo Medeiros), Netinho e Michel (Gabriel Pimba); Pedro Oldoni (William) e Marcelo Ramos. Técnico: Ney Santos.
Destaques: Marcelo Ramos e Alan Bahia.
Olho nele! Gabriel Bimba é um habilidoso meia com apenas 17 anos que esteve muito bem no torneio estadual. Na ausência de um parceiro para Ramos pode virar titular.
Pontos Fortes: Alan Bahia atua como elemento-surpresa e aparece bem; o time tem variabilidade de ataque: pelas pontas com Nei e Michel ou pelo meio com Netinho.
Pontos Fracos: Vinícius é inexperiente e alterna entre bons e maus momentos; falta um atacante que possa dividir a responsabilidade dos gols com Marcelo Ramos.
Figueirense
O jeito é contra-atacar
O Figueira conquistou o Campeonato catarinense sem muitos sustos. Garantiu o título do primeiro turno, resguardou-se no segundo e foi superior na finalíssima. Algo semelhante à campanha do Flamengo no Carioca.
Mesmo assim, o técnico Alexandre Gallo reduziu boa parte de seu elenco, dando carta-branca a 7 atletas. Dentre eles, Vanderson, Michel Simplício e Murilo Maccari voltavam de empréstimo e não tiveram nenhuma oportunidade de mostrar futebol.
O atacante Tadeu (ex-Grêmio), o zagueiro Tiago Prado (que volta ao clube, após uma temporada no Japão) e o volante Magal (ex-Guaratinguetá), os novos contratados, não chegaram com muita badalação.
Para os torcedores, a grande contratação foi a resolução do imbróglio com o capitão Cleiton Xavier. O atleta que tem seus direitos presos ao Internacional, recebeu uma bela proposta, mas preferiu permanecer.
Mais uma vez, o Figueirense aposta numa miscelânea que reúne jogadores formados pela base, atual campeã da Copa São Paulo de Juniores, e atletas mais conhecidos, como os experientes César Prates e Rodrigo Fabbri ou o rodado Wellington Amorim.
É inegável que neste time há bons valores como o arqueiro Wilson ou o zagueiro Felipe Santana. Mas com um elenco que não oferece muitas opções de substituição, é difícil acreditar que os catarinenses não brigarão na parte inferior da tabela.
Só resta saber até quando este tipo de política trará resultados...
Status: Zona da briga contra o rebaixamento
Time-base: Wilson, César Prates, Felipe Santana, Asprilla e Anderson Luiz; Diogo, Elton (Magal), Cleiton Xavier e Fernandes (Rodrigo Fabbri); Edu Salles (Bruno Santos) e Wellington Amorim. Técnico: Alexandre Gallo.
Destaques: Cleiton Xavier e Wilson.
Olho nele! Alex Junio tem 18 anos e surgiu na base do Figueira. O baixinho velocista é um dos poucos que acrescenta alguma coisa no time quando sai do banco.
Pontos Fortes: Tem um forte sistema defensivo a ser batido; atua na base dos contra-ataques puxados pelo meio e alçados aos rápidos atacantes.
Pontos Fracos: A linha de ataque desperdiça muitas oportunidades de gol; o banco de reservas oferece poucas opções.
6 comentários:
Concordo com o fato do Inter brigar pelo título! Talvez o colorado fature a Copa do Brasil, mas ainda é cedo pra arriscar!
De resto, o Grêmio fará uma campanha próxima da apresentada no ano passado e Coritiba e Atl Paranaense lutam mesmo pela Sulamericana.
Só não sei se concordo com a Zona de Rebaixamento pro Figueirense.
Abs
Excelentes análises!
O Inter realmente tem time para brigar pelo título. Já o Grêmio deve apenas figurar entre os 10.
Abraço,
Felipe Leonardo
O Inter é um dos grandes favoritos do Campeonato, ao lado do Palmeiras, Fluminense e Cruzeiro. O Gremio vai passear pelo meio da tabela, Figueirense e Atlético não vão feder nem cheirar, Coritiba pode disputar zona de rebaixamento.
Ao lado do Palmeiras, o Inter é o grande favorito.
André Augusto, enviei o artigo de balanço da Liga Portuguesa para o mail do Alexandre.
Abraço e obrigado!
Não sei se o Grêmio é isto tudo que você diz. Ainda precisa me provar que é um time em condições.
Acho também que o Figueira não vai cair. Tem um time interessante, organizado. Pode dar trabalho...
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