3.8.07

Made in Brasil

Quac! Alexandre Pato engrossa a lista de exportação e vai para o Milan
Para estrangeiros, jogadores brasileiros viraram mercadorias

Diego (Atlético-MG); Ilsinho (São Paulo), Gladstone (Cruzeiro), Schiavi (Grêmio) e Fellype Gabriel (Cruzeiro); Marcelo Mattos (Corinthians), Cléber Santana (Santos), Michael (Palmeiras) e Renato (Flamengo); Araújo (Cruzeiro) e Welliton (Goiás).

Diante da safra tão ruim de atletas que percorrem os gramados brasileiros no Campeonato Nacional, poderíamos elencar o time acima como uma reunião entre os poucos destaques deste ano. Poderíamos. Isto é, se o time acima ainda estivesse atuando pelo Brasileirão de 2007...

Na medida que os anos se passam, mais jogadores abandonam o futebol tupiniquim mais recentemente. O portal virtual da Globo divulgou nesta última semana uma matéria que relatava números acerca do assunto. Segundo a reportagem, durante o período que corresponde ao primeiro semestre de 2007 (de janeiro a julho), cerca de 600 atletas foram vendidos para o mercado estrangeiro.

Além disso, a matéria apresenta dados alarmantes: cada vez mais os nossos jogadores saem mais jovens e por preços mais baratos. Em 2005, os 804 jogadores que se aventuraram em terras estrangeiras renderam 159,2 milhões de dólares para o país (média de 19,8 mil dólares cada). Se o mesmo cálculo for realizado através do preço dos atletas, concluimos que neste ano, até agora, cada jogador foi negociado pela média de 8,3 mil dólares cada. Ou seja, em dois anos, nossos atletas desvalorizaram-se em quase 60% de seu valor.

Hoje em dia, os jogadores abandonam seus clubes para irem cada vez mais longe. Atualmente até os petrolíferos times do Oriente Médio são procurados. Mas será que tudo isso compensa? Sinceramente, salvo algumas exceções, normalmente essas negociações não dão em nada.

O jogador brasileiro precisa perder esta mania de pensar que o futebol estrangeiro é a terra das mil maravilhas. De nada adianta sair do país, se você ainda não tem potencial o suficiente para se manter numa relativa posição de tranquilidade em sua equipe. O jogador não se adapta, joga mal, come mal e às vezes nem receber salário, recebe (como ocorreu com Denílson, por exemplo). É justamente esta afobação que faz atletas como Wágner, Ibson e companhia voltarem ao solo brasileiro.

Mas, como resolver este problema cultural? Já que este dilema é algo que já aparece implicitamente na cabeça do jogador quando ele surge, a solução seria instruir melhor nossos atletas e olhar para as categorias de base com maior respeito e dedicação. Os clubes têm de exercer uma política mais autoritária e menos comercial, sim.

Somente assim, empresários sentir-se-íam ameaçados o suficiente a ponto dos clubes conseguirem segurar seus atletas por mais tempo. E talvez, quem sabe, voltaríamos a ver grandes jogadores desfilando todo seu futebol-arte.

5 comentários:

Flávio Benvenuto disse...

A cada meio de temporada achamos que o futebol brasileiro chegou ao limite, que desta vez foi o fim da linha. Mas não, no ano seguinte as coisas pioram... Nessa temporada vemos jogaores se transferindo para o Al Garrafa,Metalist, Milton Keynes, Al-Wakra , enfim, para times sem expressão nenhuma no futebol. Tudo por uns trocados a mais na conta... Claro que alguma coisa tem que ser feita. O produto futebol brasileiro precisa ser mais valorizado, pelos clubes, pelos empresários e, principalmente, pela CBF. Os clubes também não fazem muita força para segurar os jogadores, além disso, não tem a menor condição de igualar salários. Os jogadores não se identifcam mais com o país, com um clube brsileiro, enfim, está se deixando de lado o snho de jogar em um ghrande clube brasileiro....essa cultara está cada vez mais sendo deixada de lado em troca da ânsia de jogar na Europa, mesmo que seja na Europa de República Tcheca, Ucrânia, Sérvia, Croácia ou Bulgária.

Gerson Sicca disse...

O problema é que o marketing esportivo pega pesado e mostra a Europa como o Olimpo do futebol. Aí a garotada já cresce sonhando em jogar lá. NInguém quer mais ser ídolo de time brasileiro. isso um dia pode matar o nosso futebol. O futebol uruguaio morreu muito por causa disso.

Bruno Calixto disse...

"Para estrangeiros, jogadores brasileiros viraram mercadorias", vc disse. Mas penso que TODO jogador é uma mercadoria, para os clubes, empresas e patrocinadores. O brasileiro é especialmente procurado porque jogamos aqui o "melhor futebol do mundo". Mas não sei se podemos criticar nossos jogadores: aqui existe violência, sequestro de mãe de jogador, clubes que não pagam direito... a vida do jogador profissional é curta, e eles sabem que precisam ganhar dinheiro enquanto jovens, porque depois...

Diego Mesquita disse...

O problema é a verdinha! Quando oferecem, esquecem tudo. Não vejo solução tão prática como imagina. Inclusive escrevi um pouco sobre no meu blog. Caso queira ler...

André Augusto disse...

Infelizmente, estão sucateando ainda mais o futebol brasileiro...desfigurando o campeonato nacional...
E não é pra time grande...é pra time insignificante, pequeno...
Obrigado, CBF!