A exemplo do acidente aéreo ocorrido esta semana em São Paulo, o acidente que vitimou a grande equipe do Torino, em 1949, também causou grande comoção em todo o mundo.
Todos assistimos perplexos ao acidente ocorrido nesta semana com o avião da TAM, vôo JJ 3024, procedente de Porto Alegre. Na fatalidade, faleceram as 186 pessoas que estavam no avião, fora as vítimas em terra, no momento em que o AirBus colidiu com o galpão de cargas. A exemplo do acidente ocorrido no ano passado como avião da Gol, o Brasil inteiro ficou muito emocionado e triste com o ocorrido e diversas homenagens foram prestadas pelo mundo do esporte brasileiro, tanto pelos competidores do Pan quanto dos jogadores do brasileirão, que usaram tarjas pretas em seus uniformes e hastearam bandeiras a meio pau.
Mas o esporte também já foi personagem central de tamanha tragédia, de igual comoção por todo o mundo. Na década de 40, o Torino mostrava seu futebol exuberante em gramados italianos. Comandados pelo capitão Valentino Mazzolla, a equipe de Turim e maior rival da Juventus, chegava a temporada 48/49 como o maior time europeu da época. Até aquele ano, a equipe ja havia conquistado quatro títulos na década de 40, sendo que três deles foram de forma consecutiva (42/43, 45/46, 46/47, 47/48).
A equipe era um verdadeiro timaço e a excessão do goleiro, os outros 10 jogadores formavam a base da Azzurra naquele tempo. Tudo caminhava normalmente. O Toro atropelava os adversários rumo ao quarto scudetto consecutivo no Calcio. Já estava quatro pontos à frente da Inter, faltando quatro rodadas para o final da Liga Italiana. Após um amistoso frente ao Benfica, em 3 de maio de 1949 - onde a equipe lisboeta homenageava seu capitão, Francisco Ferreira - a equipe retornava à Itália de avião. Mas uma mudança no destino final do vôo (o piloto resolveu aterrissar no aeroporto de Caselle, em Turim ao invés de Malpensa, em Milão) acabou por se tornar uma grande fatalidade. Devido ao mau tempo - há relatos de chuva e neblina no momento do acidente - o piloto voava a uma altura muito baixa. Tão baixa que ele não pode evitar a colisão do avião contra a Igreja de Superga, localizada numa colina próxima a Turim. Após o choque, o avião explodiu, tornando-se uma grande bola de fogo no ar e vitimando todo elenco do Torino e também sua comissão técnica, além de alguns jornalistas, totalizando 25 pessoas.
A tragédia naquele 4 de maio, que teve proporções grandes na Itália e virou notícias em diversos pontos do mundo, o que rendeu diversas homenagens ao elenco Toro. Francisco Ferreira, visivelmente abalado com a tragédia, doou o cache referente a partida com o Benfica realizada na véspera do acidente aos familiares das vítimas do acidente. Além disso, a "Tragédia de Superga", como ficou conhecido o fato, trouxe a tona todo espírito de fair-play, tanto na esfera esportiva quanto fora dela. Em comum acordo e diante de tamanha comoção, o Torino foi declarado o campeão do Calcio naquela temporada, mesmo com os quatro jogos restantes. Para disputar os últimos jogos daquele ano, o Torino resolveu homenagear seu elenco colocando os juvenis para jogar as partidas que restavam. E os garotos venceram os quatro jogos que restavam: Torino 4X0 Genova, Torino 3X0 Palermo,Sampdoria 2X3 Torino e 2X0 sobre a Fiorentina (em respeito as vitimas, todos os adversários também escalaram a equipe juvenil nas partidas). No funeral da equipe, cerca de 500 mil pessoas saíram as ruas para homenagear os campeões. E diversas homenagens espalhavam-se Europa e mundo afora. Para muitos, aquela equipe de Bacigalupo, Ballarin, Maroso, Grezar, Rigamonti, Castigliano, Menti, Loik, Gabetto, Mazzola e Ossola foi a melhor equipe italiana de todos os tempos e que com ela havia morrido também o futebol arte e ofensivo italiano, que anos depois adotaria na forma do fortalecimento defensivo (Catennaccio) a sua principal característica de jogo. Depois da Tragédia de Superga, o Torino nunca mais foi o mesmo. Entre idas e vindas da Segunda Divisão italiana, a equipe só voltaria a conquistar um scudetto depois de quase 30 anos, na temporada 75/76.
Seja no esporte ou no cotidiano, podemos ver a comoção que tragédias desse porte trazem as pessoas. E a exemplo da fabulosa equipe do Torino, lembrada pelos italianos com carinho até hoje, que essa tragédia em São Paulo não caia no esquecimento. E que todas as previdências cabíveis sejam tomadas na investigação do acidente aéreo que ceifou bruscamente tantas vidas. Que Deus possa confortar a todos!
Mas o esporte também já foi personagem central de tamanha tragédia, de igual comoção por todo o mundo. Na década de 40, o Torino mostrava seu futebol exuberante em gramados italianos. Comandados pelo capitão Valentino Mazzolla, a equipe de Turim e maior rival da Juventus, chegava a temporada 48/49 como o maior time europeu da época. Até aquele ano, a equipe ja havia conquistado quatro títulos na década de 40, sendo que três deles foram de forma consecutiva (42/43, 45/46, 46/47, 47/48).
A equipe era um verdadeiro timaço e a excessão do goleiro, os outros 10 jogadores formavam a base da Azzurra naquele tempo. Tudo caminhava normalmente. O Toro atropelava os adversários rumo ao quarto scudetto consecutivo no Calcio. Já estava quatro pontos à frente da Inter, faltando quatro rodadas para o final da Liga Italiana. Após um amistoso frente ao Benfica, em 3 de maio de 1949 - onde a equipe lisboeta homenageava seu capitão, Francisco Ferreira - a equipe retornava à Itália de avião. Mas uma mudança no destino final do vôo (o piloto resolveu aterrissar no aeroporto de Caselle, em Turim ao invés de Malpensa, em Milão) acabou por se tornar uma grande fatalidade. Devido ao mau tempo - há relatos de chuva e neblina no momento do acidente - o piloto voava a uma altura muito baixa. Tão baixa que ele não pode evitar a colisão do avião contra a Igreja de Superga, localizada numa colina próxima a Turim. Após o choque, o avião explodiu, tornando-se uma grande bola de fogo no ar e vitimando todo elenco do Torino e também sua comissão técnica, além de alguns jornalistas, totalizando 25 pessoas.
A tragédia naquele 4 de maio, que teve proporções grandes na Itália e virou notícias em diversos pontos do mundo, o que rendeu diversas homenagens ao elenco Toro. Francisco Ferreira, visivelmente abalado com a tragédia, doou o cache referente a partida com o Benfica realizada na véspera do acidente aos familiares das vítimas do acidente. Além disso, a "Tragédia de Superga", como ficou conhecido o fato, trouxe a tona todo espírito de fair-play, tanto na esfera esportiva quanto fora dela. Em comum acordo e diante de tamanha comoção, o Torino foi declarado o campeão do Calcio naquela temporada, mesmo com os quatro jogos restantes. Para disputar os últimos jogos daquele ano, o Torino resolveu homenagear seu elenco colocando os juvenis para jogar as partidas que restavam. E os garotos venceram os quatro jogos que restavam: Torino 4X0 Genova, Torino 3X0 Palermo,Sampdoria 2X3 Torino e 2X0 sobre a Fiorentina (em respeito as vitimas, todos os adversários também escalaram a equipe juvenil nas partidas). No funeral da equipe, cerca de 500 mil pessoas saíram as ruas para homenagear os campeões. E diversas homenagens espalhavam-se Europa e mundo afora. Para muitos, aquela equipe de Bacigalupo, Ballarin, Maroso, Grezar, Rigamonti, Castigliano, Menti, Loik, Gabetto, Mazzola e Ossola foi a melhor equipe italiana de todos os tempos e que com ela havia morrido também o futebol arte e ofensivo italiano, que anos depois adotaria na forma do fortalecimento defensivo (Catennaccio) a sua principal característica de jogo. Depois da Tragédia de Superga, o Torino nunca mais foi o mesmo. Entre idas e vindas da Segunda Divisão italiana, a equipe só voltaria a conquistar um scudetto depois de quase 30 anos, na temporada 75/76.
Seja no esporte ou no cotidiano, podemos ver a comoção que tragédias desse porte trazem as pessoas. E a exemplo da fabulosa equipe do Torino, lembrada pelos italianos com carinho até hoje, que essa tragédia em São Paulo não caia no esquecimento. E que todas as previdências cabíveis sejam tomadas na investigação do acidente aéreo que ceifou bruscamente tantas vidas. Que Deus possa confortar a todos!
4 comentários:
Bonito post. Comentários só estragariam seu excelente conteúdo.
P.S.: já linkei o opinião FC. Abraços
Gostei da criatividade coxinha......você conseguiu comparar dois fatos, de meio século de diferença, de uma maneira simples e interessante de ler. Continue assim, seu conhecimento esportivo em comparação ao meio é espantosamente maior, é claro, mas tenho com certeza, capacidade para analisar a coerência de um texto esportivo, e esse, realmente ficou muito bom.
Belo post, André.
Uma pena que tantas pessoas tenham que pagar com suas vidas por atos negligentes, que poderiam ser evitados se o comando aéreo fosse levado com competência e ordem.
Abraço, Felipe Leonardo
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