10.9.10

Especial Champions League 2010/11 - Grupo E

Bayern de Munique
Mesmo time, mais moral


Os bávaros cresceram na hora certa durante a última temporada e quase coroaram um ciclo perfeito. Campeões da Bundesliga e da Copa da Alemanha, faltou justamente o título da Champions, perdido sem contestação na final para a Inter. Porém, a filosofia do Bayern está praticamente intacta, já que a equipe pouco se movimentou na janela de transferências e ainda segurou suas principais peças, o que seguramente deixa o time no rol dos postulantes ao título continental.

Se o francês Franck Ribéry ainda está em baixa por conta do fiasco de seu selecionado na última Copa do Mundo, outros jogadores chegam com o moral elevado após o Mundial da África do Sul: o lateral e capitão da Alemanha, Phillip Lahm; o volante Bastian Schweinsteiger e o meia Thomas Müller aclamados como alguns dos melhores em suas respectivas posições durante a Copa, além de Robben. Mesmo não sendo tão participativo na campanha holandesa, esteve na final do torneio, que escapou por pouco da Oranje. Quando se recuperar da lesão - ficará fora dos gramados até o final de 2010 -, deve voltar a ser protagonista da equipe do técnico Louis Van Gaal, outro responsável pela ótima fase da equipe.

Apesar do mérito em manter a base, o Bayern deixou de se reforçar naquela que é a sua posição mais carente desde a aposentadoria de Oliver Kahn: o gol. Após o fiasco de Rensing, dispensado nesta temporada, a camisa 1 está a cargo do velho Butt, 36 anos, e que é apenas um arqueiro mediano. Na volta de jovens emprestados estão o zagueiro Breno, ex-São Paulo e que ainda não estourou no exterior, e o promissor Toni Kroos, 20 anos e que fez ótimo papel com a camisa do Bayer Leverkusen, do qual foi titular durante quase toda a última temporada na Alemanha.

Fußball-Club Bayern München e. V.
Status: Favorito
Melhor resultado na UCL: Tetracampeão (1973/74, 1974/75, 1975/76 e 2000/01)
Time Base: Butt; Lahm, Van Buyten, Demichelis (Badstuber) e Contento; Van Bommel, Schweinsteger, Ribéry e Müller; Klose (Gómez) e Olic (Kroos). Técnico: Louis Van Gaal
Ele é o cara! Em alta após a Chuteira de Ouro na Copa, Thomas Müller volta ao clube em boa fase. Já havia feito boa temporada em 2009/10 pelo clube bávaro. O meio-campo é técnico e tem muita qualidade na finalização ao gol.
Olho nele: Cria da base do Bayern, Toni Kroos foi emprestado ao Leverkusen para ganhar experiência. O saldo foi altamente positivo, já que o meia foi o quarto melhor assistente da última Bundesliga e escolhido para o time da temporada (12 assistências e nove gols em 33 partidas).
Tem brasuca aí? Breno (zagueiro)
Pontos fortes: Fortíssimo, do meio em diante. Muitos jogadores que tem o poder de resolver uma partida, como Ribéry, Robben, Müller e Schweinsteiger; possui diversas opções de goleadores natos (Klose, Gómez, Olic); o equilíbrio do lateral Lahm, que ataca e defende com qualidade.
Pontos fracos: Goleiro pouco confiável; poucas opções de segurança na zaga e nas laterais no elenco.

Roma
Chance para o imperador

Após uma temporada de ausência da competição europeia, a Roma retorna credenciada a segunda vaga nesta chave. E pode incomodar o poderoso Bayern. Na primeira temporada de Claudio Ranieri no comando da Roma, o técnico tirou a equipe de um desempenho irregular e colocou a equipe nos eixos, em campanha que culminou com o vice-campeonato. Apesar de ainda sofrerem da “Tottidependência”, outros jogadores conseguem segurar a barra quando o capitão e mito romanista está ausente. O lateral Riise se encaixou muito bem na equipe, que tem um meio campo técnico e brigador, com jogadores como De Rossi, Brighi, David Pizarro, Perrotta e Taddei. Vucinic, apesar de não ser brilhante, é um atacante muito útil. A maior perda para esta temporada foi o lateral direito Marco Motta, contratado pela Juventus.

Além de adquirir o zagueiro Burdisso em definitivo junto a Inter, a Roma trouxe bons reforços: o grandalhão Borriello, opção para o ataque, e os brasileiros Fábio Simplício e Adriano. Simplício é uma realidade no Calcio e evoluiu muito desde que deixou o Brasil, tornando-se um jogador mais completo, que sabe a hora de atacar e ajudar na defesa - mostrou isso no Parma e Palermo. Já Adriano vem credenciado pela temporada que fez no Flamengo, em 2009, na qual conduziu os rubro-negros ao título nacional, após 17 anos. Porém, o comportamento fora de campo coloca o retorno do Imperador ao futebol italiano em xeque. Outro que perdeu espaço na equipe foi o goleiro Doni. Queridinho de Dunga, o arqueiro se contundiu e viu Júlio Sérgio, ex-Santos, tomar o seu lugar e brilhar, sendo eleito como um dos melhores de sua posição na última Série A.

Status: Fase Final
Melhor resultado na UCL: Finalista, em 1983/84
Time Base: Júlio Sérgio; Cassetti, Mexes, Juan e Riise; Pizarro, De Rossi, Perrota (Fábio Simplício) e Totti; Menez (Adriano) e Vucinic
Ele é o cara! Aos 33 anos, Totti segue firme como referência da Roma. Em 2009/10, Il Capitano foi o artilheiro giallorossi, com 25 gols. Como quarto homem do meio ou como atacante, sempre se pode esperar uma jogada improvável ou um chute de qualidade do camisa 10.
Olho nele: Em um time com poucos jovens talentos, o atacante italiano Stefano Okaka pode, eventualmente, ganhar algumas chances no concorrido ataque romanista. Opção de velocidade, o jogador de 21 anos registra passagens pelas seleções de base da Itália.
Tem brasuca aí? Doni e Júlio Sérgio (goleiros), Cicinho (lateral), Juan (zagueiro) Taddei, Fábio Simplício e Júlio Baptista (meias) e Adriano (atacante)
Pontos fortes: Tem bom elenco, com opções para quase todas as posições, principalmente meio-campo e ataque; Totti é fator de desequilíbrio de uma partida.
Pontos fracos: Por vezes, dependem demais dos feitos de Totti; perderam boa opção na lateral direita com a saída de Motta.

Basel
Mes
cla que funciona

A exemplo da Roma, o campeão suíço volta ao torneio após uma temporada de ausência. Porém, o fato não fez com que a equipe investisse em reforços substanciais, mantendo a base campeã. Apesar do ataque doméstico avassalador (90 gols em 36 jogos), na Champions, o nível sobe. E os RotBlau pintam neste Grupo E como favoritos a seguir para a Europe League. Mas a briga com o Cluj parece nivelada. Inserido na competição desde a terceira fase pré-grupos, o Basel se classificou sem maiores problemas: nove gols em quatro jogos, todos vencídos pelos suíços diante dos húngaros do Debrecen e da surpresa Sheriff Tiraspol, da Moldávia.

Destaques para a dupla caseira formada pelos experientes Marco Streller a Alexander Frei. No meio, o Basel se reforçou com o volante marfinense Yapi-Yapo, para reforçar o sistema de marcação. O sangue jovem está na armação de jogadas, a cargo de Xherdan Shaqiri, 18 anos, e Valentin Stocker, 21 anos, titulares em grande parte da campanha da última temporada e autores de alguns dos gols na fase eliminatória deste torneio. Um dos destaques de Gana no último Mundial, Samuel Inkoom é um lateral voluntarioso no apoio e que defende razoavelmente bem. A boa mistura entre experiência e juventude é o maior trunfo do Basel.

Fussball Club Basel 1893
Status: Vaga na Europe League
Melhor resultado na UCL: Quartas-de-Final, em 1973/74
Time Base: Costanzo; Inkoom, Abraham, Atan e Safari; Huggel, Yapi-Yapo, Shaqiri (Fwayo) e Stocker; Streller e Frei. Técnico: Thorsten Fink
Ele é o cara! Desde que retornou do futebol alemão ao país natal, Marco Streller é o homem-gol do Basel. Foi o vice-artilheiro da última Swiss Super League, com 21 gols. Grandalhão (1,95m), tem como virtudes a força física e a eficiência na bola aérea.
Olho nele: Cria do clube, Valentin Stocker foi uma das peças-chave do Basel em 2009/10. O suíço de 21 anos marcou 12 gols na liga local, atuando tanto como meia aberto pela esquerda, quanto como primeiro atacante. Disputa sua segunda Champions – a primeira como titular.
Tem brasuca aí? nenhum
Pontos fortes: Além de uma base entrosada, conta com vários jovens talentosos no elenco; é forte na jogada aérea, com Streller e Frei.
Pontos fracos: Carece de um meia armador de ofício; a inexperiência dos jovens pode pesar na competição.

Cluj*
A volta do Drácula

Em sua segunda participação na Champions, o Cluj volta a cair no grupo da Roma, como em 2008/09. Na oportunidade, os Feroviarii - que além dos italianos encararam Chelsea e Bordeaux - chegaram a dividir a liderança da chave após as duas primeiras rodadas, ao segurar um empate com o Chelsea e bater a Roma em pleno Estádio Olímpico. Porém, o sonho virou fumaça com as quatro derrotas posteriores, que não serviram nem para uma vaga na então Copa da Uefa.

A experiência pode servir como aprendizado para os romenos, que vem se consolidando no país ao arrebatar seu segundo título nacional em três anos. A equipe, baseada na região da Transilvânia (famosa pela história do vampiro Drácula), tem condições de brigar pelo terceiro posto da chave, apesar de estar em desvantagem em relação ao Basel. Mas mãos do técnico italiano Andrea Mandorlini – com passagens por equipes médias/pequenas do Calcio – reforçou seu elenco com base em jogadores de passagem discreta pelo futebol na terra da bota: o meia De Zerbi (ex-Milan) e os atacantes Sforzini (ex-Udinese) e Bjelanovic (ex-Torino). Ex-Rosário Central e Porto, o meia argentino Tomás Costa é outra das novidades mais “conhecidas”. Porém, há 48 horas do início de sua participação nesta edição do torneio, os maus resultados no campeonato romeno derrubaram Mandorlini, substituído Sorin Cârtu. Uma mudança inoportuna, que certamente dificultará ainda mais o caminho do Cluj.

Fotbal Club CFR 1907 Cluj
Status: Zebra
Melhor resultado na UCL: fase de grupos, em 2008/09
Time Base: Nuno Claro; Panin, Piccolo, Cadu e Edimar; Muresan, Culio e Kivuvu; Bjenalovic; Hora (Costa) e Traoré (De Zerbi). Técnico: Andrea Mandorlini
Ele é o cara! Pouco aproveitado no Porto, o argentino Tomás Costa chega para ser o maestro que a equipe necessita. É a chance de recomeçar para o meia de 25 anos.
Olho nele: O holandês naturalizado angolano Dominique Kivuvu chegou nesta temporada ao Cluj tendo a versatilidade como sua maior qualidade. O meio-campo é importante na marcação e também na saída de bola com qualidade ao ataque. Só que Kivuvu começou sua passagem de forma curiosa: titular na disputa da Supercopa romena, marcou um gol contra e outro a favor na final vencida sobre o Unirea Urziceni, em julho.
Tem brasuca aí? Hugo Alcântara, Léo Veloso (zagueiros), Edimar (lateral), Anselmo Ramon e Rafael Bastos (meias)
Pontos fortes: Reforçou o setor mais carente da equipe para 2010/11: o ataque.
Pontos fracos: Novos jogadores ainda não se entrosaram e poucos jogadores que já disputaram competições europeias

*Texto modificado às 18:09 do dia 14/09, por conta da demissão do técnico do Cluj, Andrea Mandorlini.

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