
Gigantes se reforçaram, como Real Madrid e Milan, que voltam a se enfrentar já na fase de grupos, a exemplo da última temporada. O Barcelona – cada vez mais, a base da seleção espanhola campeã do mundo – também é grande postulante a vencer a “Orelhuda”, assim como a campeã Internazionale, que após vencer a Tríplice Coroa em 2009/10, começa uma nova era, já que terá o espanhol Rafa Benítez no comando, no lugar de José Mourinho, que foi para o Real.
Com menos debutantes em relação a última temporada (Bursaspor, Hapoel Tel-Aviv, Braga, Twente e Zilina, contra nove em 2009/10) a caminhada rumo a finalíssima promete ser muito acirrada. E como é tradição no Opinião FC há quatro anos, um raio-x dos 32 participantes desta que é a maior e mais badalada competição entre clubes do planeta.

Mudança de filosofia?

Para isso, ele manteve a base campeã europeia quase que intacta, com poucos reforços expressivos, como o zagueiro Andrea Ranocchia – ex-Bologna e que vai apenas compor elenco – jovem dupla Jonathan Biabiany e McDonald Mariga, que estava no Parma. Benítez sinaliza usar o talentoso meia brasileiro Philippe Coutinho com alguma regularidade como opção para a segunda etapa. Mesmo sem reforços expressivos, o time já é fortíssimo, com o goleiro Júlio César comandando a defesa, com os também tupiniquins Lúcio e Maicon em boa fase. A qualidade do meio-campo passa por pés técnicos como os de Esteban Cambiasso e, principalmente, de Wesley Sneijder, um dos pilares das últimas conquistas. Na frente, o agora voluntarioso Eto’o (que Mourinho usou mais como meia do que como atacante) e o goleador Diego Milito, melhor jogador da última Champions e autor dos gols do almejado título, diante do Bayern de Munique.
Football Club Internazionale Milano SpA
Status: Favorita
Melhor resultado na UCL: Tricampeã (1963/64, 1964/65 e 2009/10)

Ele é o cara! Tríplice Coroa e vice-campeão mundial com a Holanda, na última Copa. Ambos os bons resultados tem participação fundamental de Wesley Sneijder, o cérebro da Inter. Apesar da estrela do goleador Milito, o holandês é o verdadeiro maestro desta equipe. Cadencia o jogo, tem ótimo aproveitamento de passes e lançamentos, além de mortal na bola parada.
Olho nele: Bem aproveitado na pré-temporada, o meia brasileiro Philippe Coutinho apareceu com algum destaque. Deve ser utilizado como opção com alguma frequência. É habilidoso e veloz, útil para desmontar defesas muito fechadas.
Tem brasuca aí? Júlio César (goleiro), Maicon (lateral), Lúcio (zagueiro), Thiago Motta (volante), Mancini e Philippe Coutinho (meias)
Pontos fortes: Compacto na defesa, tem rápida saída de bola com os volantes, que sabem sair pro jogo. Com Sneijder como cabeça pensante, aposta na velocidade e versatilidade de Eto’o, Pandev, além das fortes investidas de Maicon, pela direita. Centroavante clássico, Milito é goleador e atravessa grande fase.
Pontos fracos: Por vezes, prima por se defender em demasia; poucas opções de qualidade para o ataque no banco de reservas.

Classificação dramática e perda sentida

Os maiores reforços foram na parte defensiva, com a vinda do experiente zagueiro francês Mikaël Silvestre e do polivalente volante Wesley, destaque do Santos campeão paulista e da Copa do Brasil. Sem seu jogador que pode desequilibrar, o Werder perde muito e a armação de jogadas fica a cargo de outro jovem meia habilidoso: Marko Marin. É um time rompedor no ataque, com jogadores experientes como Hugo Almeida e Claudio Pizarro, de uma viril dupla de zaga, formada por Naldo e Mertesacker, além do comando do experiente volante Torsten Frings. A decisão da segunda vaga do grupo para o mata-mata deve acontecer com o Tottenham, que no papel, tem melhor time que os alemães. Porém, dentro da própria Champions, o Werder é mais experiente.
Sportverein Werder Bremen von 1899 e.V.
Status: Vaga na Europe League
Melhor resultado na UCL: Quartas de final, em 1988/89
Time Base: Wiese; Fritz, Mertesacker, Naldo e Pasanen (Boenisch); Frings, Bargfrede (Wesley), Borowski e Marin; Almeida e Pizarro. Técnico: Thomas Schaaf
Ele é o cara! Experiente, o atacante Claudio Pizarro sempre faz os gols de que a equipe precisa para sair do sufoco. Pouco técnico, precisa ser bem servido para funcionar. Caso aconteça, trata-se de um atacante muito perigoso.
Olho nele: Sem Özil, Marin

Tem brasuca aí? Naldo (zagueiro) e Wesley (volante)
Pontos fortes: Tem miolo de zaga relativamente estável e jogadores experientes; a dupla Almeida-Pizarro não é das piores; Marin pode estourar como jogador talentoso.
Pontos fracos: Wiese é bom goleiro, mas nem sempre passa segurança ao time; laterais pouco presentes no ataque, principalmente na esquerda; poucas opções de velocidade no elenco.

Tardou, mas chegou

Nos últimos anos, o Tottenham “bateu na trave” para voltar à Champions. Mas finalmente conseguiu, com o quarto lugar na última Premier League. Na fase eliminatória, susto na primeira partida contra o Young Boys (perdeu por 3-2, após sair atrás por três gols), mas passeou jogando no estádio White Heart Lane. Além dos gigantes da Inglaterra, é um dos clubes que mais investe em jogadores caros (atrás somente do turbinado Manchester City). Para esta temporada, a grande aquisição veio nas últimas horas da janela de transferência: o holandês Rafael Van der Vaart, descartado no Real Madrid, mas que será de grande valia na equipe comandada por Harry Redknapp, há quase três temporadas no clube.
A base da equipe foi mantida e fortalecida, com a vinda do volante Sandro – campeão da Libertadores pelo Inter em 2010, mas que acabou não sendo inscrito nesta fase – e Van der Vaart. Com o goleiro Gomes em crescimento após um começo instável no clube, a defesa é razoável, mas com bons laterais (Corluka e Bale, que também atua como meia) e reforçada com o experiente Gallas – aquisição que veio do arquirrival Arsenal. O trunfo dos Spurs são as variadas opções no meio-campo: Lennon, Huddlestone, Palácios, Jenas, Sandro, Modric, Kranjcar e Van der Vaart. O ataque não fica atrás, com Crouch, Robbie Keane, Pavlyuchenko, Defoe e Giovani dos Santos. E o qualificado leque de opções deixam os ingleses como favoritos a segunda vaga do grupo. Porém, duas baixas recentes acometeram o elenco: o atacante Jermeine Defoe (três meses fora, tornozelo) e o zagueiro Michael Dawson (seis semanas fora, joelho).
Tottenham Hotspur Football Club
Status: Fase final
Melhor resultado na UCL: Semifinalista, em 1961/62
Time Base: Gomes; Corluka, King, Dawson (Gallas) e Assou-Ekotto (Bale); Huddlestone, Palacios (Sandro), Modric (Lennon) e Van der Vaart; Defoe (Keane) e Crouch. Técnico: Harry Redknapp

Olho nele: Após estourar no Barcelona, o mexicano Giovani dos Santos perdeu espaço e acabou nos Spurs, onde ainda não conseguiu emplacar uma sequência. Agora, o atacante volta de empréstimo do Galatasaray e deve ser mais utilizado. Opção de habilidade e velocidade dentre os grandalhões do elenco para o ataque.
Tem brasuca aí? Gomes (goleiro) e Sandro (volante)
Pontos fortes: Diversas opções no elenco, principalmente no meio-campo e ataque; base da equipe está bem entrosada.
Pontos fracos: Por vezes, depende demais das jogadas aéreas para os grandalhões Crouch e Pavlyuchenko; Gomes é bom goleiro, mas não é garantia de 100% de confiabilidade; linha de zaga relativamente lenta.

Zebra em crescimento

Em relação ao time vitorioso, uma perda sentida: após o mau trabalho no comando da seleção inglesa, da qual saiu em 2008, o técnico Steve McClaren deu a volta por cima. Porém, o inglês rumou para o Wolfsburg, deixando o cargo para lendário ex-goleiro da seleção belga e agora técnico Michel Preud'homme, que já arrebatou sua primeira taça no comando dos Tukkers: a Supertaça da Holanda, sobre o tradicional Ajax. Porém, a base da equipe de 2009/10 foi mantida e trouxe alguns nomes experientes, como o atacante austríaco Marc Janko e o experiente volante Denny Landzaat, que já defendeu a seleção holandesa. Ainda assim, o Twente não aspira mais do que dar trabalho aos outros membros do grupo.
F.C. Twente '65
Status: Zebra
Melhor resultado na UCL: Estreante na fase de grupos
Time Base: Michajlov; Tiendalli, Douglas, Wisgerhof e Carney (Rosales); Brama, Janssen e Luuk de Jong (Chadli); Ruiz, Bajrami e Janko. Técnico: Michel Preud'homme

Olho nele: Outra jovem esperança na frente, Luuk de Jong, 20 anos, deve ganhar espaço com a saída dos atacantes N'Kufo e Stoch do clube. Mostrou estrela ao fazer o gol do título da Supercopa holandesa, na final contra o Ajax.
Tem brasuca aí? Douglas (zagueiro)
Pontos fortes: Manteve o time campeão, o que deve trazer poucos problemas quanto ao entrosamento. Ruiz é goleador e tem a chance de aparecer na vitrine da principal competição continental.
Pontos fracos: Perdeu McClaren, o que sugere que o elenco leve algum tempo para se adaptar ao novo treinador. Tem um elenco modesto, com poucos nomes experientes para atuar numa Champions.
*Atualizado em 10 de setembro, com a não-inscrição de Sandro e a confirmaçã da contusão de Defoe.
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