Aposta na ofensividade
Após passar três temporadas sem levantar um título sequer, a diretoria decidiu reformular boa parte do elenco. Robinho e Ibrahimovic, que tiveram um ano em que renderam abaixo do esperado, encabeçam a lista de reforços, que ainda conta com outros bons valores como Boateng, Amelia e Papasthatopoulos.
Dentre os nomes que deixaram Milanello, nenhuma grande perda. Huntelaar, Mancini, Kaladze ou até mesmo Borriello nunca foram unanimidades para os tifosi rossoneri. No banco, mais mudanças. Sai o inexperiente Leonardo e chega o promissor Massimiliano Allegri. Bela aposta. O desafio de Allegri será encontrar um esquema balanceado que faça com que o poderoso quarteto ofensivo formado por Pato-Gaúcho-Ibra-Robinho não sobrecarregue o veterano meio-campo, deixando a defesa totalmente exposta a contra-ataques.
Por sua tradição e pelo peso de sua camisa, il Diavolo sempre será favorito. Mesmo assim, encontra-se em um nível abaixo de outros rivais, como Barcelona, Internazionale ou Manchester United. Prova disso é a defesa milanesa, setor que está longe de passar confiança, principalmente na ausência de Nesta (que se lesiona com frequência).
Associazione Calcio Milan
Status: Fase Final
Melhor resultado na UCL: Heptacampeão (1962/63, 1968/69, 1988/89, 1989/90, 1993/94, 2002/03 e 2006/07)
Time Base: Abbiati (Amelia); Bonera, Nesta, Thiago Silva e Antonini (Papastathopoulos); Ambrosini, Seedorf (Gattuso) e Pirlo; Ronaldinho (Robinho), Ibrahimovic e Alexandre Pato. Técnico: Massimiliano Allegri.
Ele é o cara! Andrea Pirlo é o dono do meio-campo rubro-negro. Inteligente e capaz de bater na bola com imensa categoria, o camisa 21 é o termômetro da equipe. Quando está nos seus melhores dias torna-se decisivo.
Olho nele! Kevin Prince Boateng destacou-se pela seleção ganesa na Copa por sua virilidade, força física e bons chutes de média distância. Inicialmente reserva, não seria surpresa se ganhasse uma vaguinha no lento setor italiano.
Tem brasuca aí? Thiago Silva (zagueiro), Alexandre Pato, Robinho e Ronaldinho (atacantes)
Pontos Fortes: Possui um ataque muito forte que, mais entrosado, tem tudo para dar certo. Conta com mais de 5 atletas que podem desequilibrar qualquer panorama adverso. A mescla nesta e Thiago tem grandes chances de êxito.
Pontos Fracos: O meio-campo possui muitos veteranos e isso diminui a fluência de jogo da equipe. Os laterais não são confiáveis e apoiam muito mal. O ego dos centroavantes pode rachar o elenco e causar impactos no elenco.
Real Madrid
A síndrome do mata-mata
Maior campeão continental, o Real Madrid não consegue alcançar às semifinais do torneio há seis anos. Para quebrar esse incômodo tabu, mais uma vez os Galácticos abriram os cofres e gastaram cerca de 60 milhões de euros com as vindas do experiente Ricardo Carvalho e dos jovens Khedira, Özil e Di Maria. Isso sem falar da maior estrela de todas: José Mourinho.
Conhecido por realizar um futebol por vezes burocrático, mas muito competente, o português (atual campeão da Champions), ao menos por enquanto, mantém o esquema testado que rendeu o caneco à Inter: um 4-2-3-1, com alas que avançam menos do que atacam, dois volantes que sabem sair para o jogo e um envolvente meio que colabore na marcação. Talvez, após o retorno de Kaká, Mourinho mude de ideia e dê uma maior liberdade para Cristiano Ronaldo avançar, aproximando-se do perigoso Higuaín, utilizando uma espécie de 4-3-3 em que um dos volantes ficaria mais preso. Ambos são excelentes opções.
Talentoso o time é. Mesmo com as perdas dos renomados Metzelder, Raúl, Guti e Van der Vaart não resta dúvidas de que Los Blancos possuem um grande elenco. Só resta saber se desta vez, o Real saberá lidar a pressão de vacilar na hora dos jogos eliminatórios.
Real Madrid Club de Fútbol
Status: Favorito
Melhor resultado na UCL: Eneacampeão (1955/56, 1956/57, 1957/58, 1958/59, 1959/60, 1965/66, 1997/98, 1999/00 e 2001/02).
Time Base: Casillas; Sergio Ramos, Pepe, Ricardo Carvalho e Marcelo; Khedira (Lassana Diarra) e Xabi Alonso; Benzema (Di Maria), Özil (Kaká) e Cristiano Ronaldo; Higuaín. Técnico: José Mourinho.
Ele é o cara! Apesar de ser contestado por alguns críticos, o talento de Cristiano Ronaldo é inquestionável. Ataca com rapidez, auxilia na armação e aparece com eficiência pra finalizar. Peca apenas por exagerar em alguns lances individuais.
Olho nele! Destaque da seleção alemã na Copa, Mezut Özil terá a responsabilidade de substituir Kaká, durante o período de recuperação do brasileiro. Habilidoso, será o principal articulador do meio-campo merengue.
Tem brasuca aí? Marcelo (lateral) e Kaká (meia)
Pontos Fortes: Possui um meio-campo fantástico que alia marcação, velocidade e criatividade. Casillas passa por excelente fase e tem feito grandes defesas. José Mourinho dispõe de atletas polivalentes; ele pode mudar o esquema do time, sem realizar nenhma substituição.
Pontos Fracos: Pepe é psicologicamente fraco e pode colocar um jogo a perder num lance mais violento. Poderá ter dificuldades de entrosamento. Em momentos decisivos Ronaldo, Higuaín, Benzema e companhia cosumam ausentar-se da partida.
Ajax
Os favoritos que se cuidem
Após permanecer 4 anos sem atingir a fase de grupos, o Ajax retorna à UCL com o objetivo de não fazer feio. Com a exceção dos veteranos Gabri, Rommedahl e Pantelic, o elenco não teve nenhuma baixa de maior importância.
Apesar de não investirem tanto, os Godenzonen trouxeram bons nomes, como Ooijer, Tainio e El Hamdaoui, avante marroquino que faz uma parceria mortal com Suárez. Aproveitando-se da qualidade destes atacantes, Martin Jol monta duas linhas com 4 atletas e força seu ataque pelos flancos do gramado, hora com Van der Wiel e Enoh, hora com Emanuelson e Eriksen.
Isso, sem falar de Stekelenburg, goleiro que voltou aos seus melhores dias e passa muita segurança ao time. Ou seja, o elenco holandês não é ruim. Com melhor sorte, até poderia almejar uma vaga na fase final. Mas, num grupo tão forte, o jeito será bater o Auxerre e contentar-se com a terceira colocação mesmo.
Amsterdamsche Football Club Ajax
Status: Europe League
Melhor resultado na UCL: Tetracampeão (1970/71, 1971/72, 1972/73 e 1994/95)
Time Base: Stekelenburg; Van der Wiel, Alderweireld (Ooijer), Vertonghen e Emanuelson; De Jong, Enoh, De Zeeuw (Lindgren) e Eriksen; Mounir El Hamdaoui e Luís Suarez. Técnico: Martin Jol.
Ele é o cara! Desde que a Copa acabou, “Luisito” Suárez vive uma fase infernal. Artilheiro da Eredivisie com 6 gols é o típico atacante que une oportunismo, senso de posicionamento e qualidade nos arremates.
Olho nele! Com apenas 18 anos, Christian Eriksen é uma das maiores promessas europeias dos últimos anos. Titular da seleção dinamarquesa destaca-se por sua habilidade, visão de jogo e qualidade nos passes. Dita o meio-campo dos holandeses.
Tem brasuca aí? Não tem
Pontos Fortes: A dupla de ataque é muito perigosa e difícil de ser marcada. Stekelenburg encontra-se em ótima fase. Bom goleiro. O time tem muita “pegada” no meio-campo e quando recupera a bola encaixa bons contragolpes.
Pontos Fracos: A zaga é alta, defende-se bem nas bolas aéreas, mas é demasiada lenta. Emanuelson não é lateral de ofício e deixa espaços na defesa. Sem Rommedahl, Eriksen ficará sobrecarregado na articulação do time.
Auxerre
Sem nada a perder
O Auxerre pode até não ter começado a Ligue One com o pé direito, após acumular quatro empates e uma derrota em cinco partidas. Mas a classificação na Champions em cima do encardido Zenit mostra que o time francês não é tão frágil.
A base da equipe permanece intacta. Saem Niculae e Capoue (que retorna de empréstimo), ao modo que a eterna promessa Le Tallec é contratada. Só. Parece pouco, não? Diante dessas limitações, Jeán Fernández fecha sua equipe com praticamente quatro zagueiros e um cabeça-de-área fixo, escalando atletas com maior técnica a partir do meio-campo.
Nesse sentido, a linha formada por Pedretti, Birsa e Le Tallec é vital pra criar chances de gol à dupla de centroavantes. Mesmo assim, o futebol do AJA não convence. Mecânico, tem dificuldades quando fica muito tempo com a bola e sente a falta de um atacante menos pesado. Não dá para acreditar que os franceses surpreenderão. Candidato à saco de pancadas.
Association de la Jeunesse Auxerroise
Status: Zebra
Melhor resultado na UCL: Quartas-de-finais (1996/97)
Time Base: Sorín; Hengbart, Grichting, Coulibaly e Mignot (Berthod); Ndinga; Pedretti, Le Tallec e Birsa (Contout); Oliech (Quercia) e Jelen. Técnico: Jean Fernandez
Ele é o cara! Capitão do time, Benoit Pedretti é um verdadeiro meia-central. Ajuda na marcação, sai jogando com tranquilidade, ajuda na armação e, às vezes, até marca os seus golzinhos. Lídera a equipe.
Olho nele! No meio de vários compatriotas mais sabiam destruir do que construir, o esloveno Valter Birsa mostrou uma técnica apurada e um chute muito potente. Apesar de inconstante, merece ser marcado de perto.
Tem brasuca aí? Não tem
Pontos Fortes: O trio Pedretti-Birsa-Le Tallec pode surpreender numa jogada individual isolada ou num chute de fora da área. É uma equipe entrosada. A zaga é muito forte e dificilmente sofre muitos lances de perigo.
Pontos Fracos: Sente a ausência de um atacante renomado, que faça o adversário sentir-se pressionado. Sorín não passa confiança à equipe. Possui uma defesa que não sabe sair jogando com a bola. Haja chutões!
Um comentário:
Gostei do artigo,muito sucinto e bem escrito!
Rodrigo Carvalho - Blog Digão Futebol
www.digaofutebol.blogspot.com
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