12.12.08

Renovados versus renováveis

O primeiro grande embate do futebol espanhol está chegando. Neste sábado, El Clásico entre Barcelona e Real Madrid não poderia acontecer em momento de maior disparate entre os rivais. Apesar da recente hegemonia no futebol espanhol, o bicampeão Real vive um momento de mudanças. A vinda do promissor Juande Ramos, ex-Sevilla e Tottenham, dá esperanças renovadas a um elenco marcado pelas contusões e pela irregularidade da defesa merengue, que culminaram com a demissão de um desanimado Bernd Schüster. Após a derrota frente ao Sevilla, o técnico alemão chegou a cravar um êxito do rival ao site do Marca: “A partida contra o Barcelona me preocupa menos do que qualquer outra partida. Ali (Camp Nou), não é possível ganhar, porque o Barcelona está arrasando. E creio que este será o seu ano. Vamos tentar fazer um bom jogo”. Tal declaração acabou por colocar fim ao trabalho de quase um ano e meio do alemão no Santiago Bernabéu, que deixou o time merengue na quinta posição de La Liga, a nove pontos do líder Barça e com a quinta pior defesa da liga, com 24 gols sofridos.

Contrastando com o cenário em Madri, o Barcelona chega para a partida como grande favorito. É consenso que o futebol apresentado pelos blaugranas é o mais bonito da Europa na atualidade. E dentro de campo, eficiência e plasticidade caminham juntas, tanto na Champions League, quanto em La Liga: são vinte jogos nas duas competições, com quinze vitórias, três empates e apenas duas derrotas. Os 62 gols marcados dão a impressionante média de mais de três gols por partida, grande parte graças ao excelente momento de Messi e ao ressurgimento de Eto’o, já destacado aqui no blog, ambos no topo da artilharia de Champions e da Liga Espanhola, respectivamente.

O bom momento do Barcelona tem um nome: Pep Guardiola. A aposta em uma nova cabeça após os fiascos das duas últimas temporadas foi vista com desconfiança no início, mas Guardiola vem mostrando maturidade e muita noção tática no comando da equipe, apostando na cantera catalã, de promissores como Busquets e Bojan, mesclado aos consagrados Messi, Puyol, Eto’o, Xavi e Henry. Já o Real aposta em Ramos – consagrado por conduzir o Sevilla ao bicampeonato da Copa da UEFA – mas que não teve êxito na Premier League, no comando do Tottenham. Ainda assim, o espanhol conseguiu levar os Spurs a conquista da Copa da Liga Inglesa, antes da má fase em que o time ficou, chegando a figurar na laterna. Ramos deixou White Heart Lane em outubro.

Considerado pela edição da revista Trivela de outubro como o maior clássico do mundo, a partida deste sábado colocará em combate um ataque poderosíssimo com uma defesa em frangalhos. Um time colhendo os frutos de seu processo de renovação contra outro que está caminhando para o mesmo processo. Mesmo assim, qualquer prognóstico é impossível, pois no banco, estarão dois bons técnicos da nova geração. E ávidos para vencer em suas estréias como técnicos no superclássico espanhol.

Um comentário:

Felipe Moraes disse...

E deu Barça. Não vi o jogo, mas pelos comentários, o Real jogou vergonhosamente mal. A esperança de mudança está em Juande Ramos e Huntelaar.

Abraço,
Felipe Moraes